A ilha - Livro 1 escrita por Letícia Pontes


Capítulo 35
Capítulo 35 – Jantar


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora para o novo capítulo!



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Depois de meia hora deitadas a toa repassando nosso dia e nossos medos, recebemos uma ligação da recepção pedindo para que comparecêssemos ao salão de festas, pois o diretor queria falar conosco. Colocamos um robe por cima do pijama e descemos de pantufa mesmo.

Sentamos na primeira fileira de cadeira organizada da mesma forma que antes, respectivamente: Heitor, Eliana, Greta, Ingrid, Fabricio, Kamila e eu.

Todos estavam sentados muito próximos e organizados dessa vez. Exceto Igor, que permanecia hospitalizado, provavelmente.

— Quero me desculpar com vocês sobre o ocorrido de hoje. Não estava na previsão do tempo essa tempestade, então não estávamos exatamente preparados para isso. Entramos em contato com os pais do Ivo Fagundes e entraremos com o de todos vocês ainda hoje. Alguém mais se feriu¿

Ninguém se manifestou, apenas trocamos olhares esperando quem levantaria a mão.

— Uma psicóloga foi chamada e esta já na recepção, ela irá atende-los aqui, um por um após esta reunião.

Ele fez uma breve pausa, respirou fundo e continuou.

—Recebemos notícia da Helena.

Todos pareceram se endireitar na cadeira e esperar ansiosamente as novidades.

—Ela não está nada bem. Continua internada. Não nos deram detalhes, mas ela ainda não pode receber muitas visitas, apenas da família.

Ele nos deixou conversar entre nós por uns dois minutos e então voltou a falar.

—Vocês ainda tem 24 dias pela frente. Aproveitem. – o animo dele era tão pouco que ninguém se animou também – Agora, cada um de vocês terá meia hora com a psicóloga, por ordem alfabética. Não dará para todos serem atendidos hoje, então pela manhã ela ainda estará aqui. E quanto a Ivo, ele esta bem. Voltara amanha de manhã para o hotel.

Saímos todos deixando apenas Abner que seria o primeiro a ser atendido. Minha vez só seria no dia seguinte, provavelmente pela tarde ou noite. Eram sete horas da noite, e eu queria nadar. Olhei em volta procurando por Ivo, esquecendo que ele não estaria ali. Dei de cara com Igor segurando um buque de flores amarelas enorme.

—Oi.

—Oi! – sorri

—Quer andar um pouco¿

—Claro – olhei em volta procurando as meninas, mas elas já haviam sumido de vista

—São para você – ele me estendeu o buquê sorrindo lindamente

—Obrigada, são lindas.

Ficamos em silencio. Eu não sabia o que dizer.

—Vamos¿ - eu disse

—Vai...assim¿ - ele riu

Só então lembrei que estava de pijama, robe e pantufas. Corei.

—Desculpa – eu ri constrangida – você espera uns minutos¿

—Claro que sim.

Subi correndo e vesti uma roupa qualquer com um casaco. Pedi para as meninas colocarem as flores na água e desci novamente. Igor estava sentado em uma poltrona me aguardando.

—Você foi rápida.

Sorri. Saímos pela porta com guarda-chuvas do hotel. A chuva estava forte e com vento. Entramos no táxi, ele indicou um endereço e ficamos em silêncio por um tempo.

—Soube sobre hoje, como está seu amigo¿

—Bem, ele volta para o hotel amanha. – eu não sabia o que tanto ele sabia sobre como ele se machucou

— E como você está¿

—Meio assustada ainda, pensando sobre tudo, mas estou bem.

Chegamos ao nosso destino, olhei pelo vidro embaçado e vi luzes em neon com um desenho de uma cobra.

—Onde estamos?– falei o vendo pagar o táxi

—É um restaurante legal – ele sorriu

Descemos e adentramos ao ambiente diferente. Havia palmeiras por todos os lados e era como se lá dentro ainda fosse dia e não chovesse.

—Esse lugar é lindo – eu ri contemplando tudo

Sentamos em uma mesa lado a lado e ele tirou a jaqueta que estava, colocando-a em cima da poltrona vazia.

—Você está bem¿

—Estou. Foi um pouco assustador mais cedo, mas tudo bem.

—Apesar de que eu já estou acostumado a tempestades no mar, a de hoje foi realmente uma surpresa.

O jantar seguiu com algumas conversas sem jeito, mas no fim das contas já estávamos novamente confortável um com o outro e o papo fluiu facilmente. Conversamos sobre nossas famílias e sobre onde moramos, contamos as diferenças do lugares e o que nos atraia neles.

—Vou pedir a conta, e podemos dar uma volta.

Concordei. Ao tirar a carteira do bolsa da jaqueta que estava na poltrona ao lado, algo escorregou para fora do bolso e eu estiquei o braço a tempo de pegar.

—Uau! – exclamei – Que linda!

—Foi o meu avô quem me deu quando eu tinha doze anos

Observei o relógio de bolso prateado por alguns segundos e o devolvi.

Estávamos caminhando pela calçada a dois minutos quando ele decidiu segurar a minha mão. Dei um meio sorriso olhando para o mar do outro lado.

—Você gosta muito do mar não é¿

—Muito, eu sorri. É como se ele fizesse parte de mim. – E agora faz.

—Também gosto muito do mar, ele quem vai me dar o dinheiro suficiente para nunca mais voltar a esse lugar.

—Você realmente não gosta daqui não é¿

—Não! – ele falou definitivo

Paramos em frente a uma sorveteria colorida, apenas as luzes dela clareavam aquele pedaço da rua. Ficamos de frente um para o outro, segurando nossas mãos.

—Porque o mar quem ira te dar dinheiro¿ - falei pensando no que ele havia acabado de me dizer.

Ele sorriu, me puxou para mais perto e me beijou.


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Notas finais do capítulo

Até breve.
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