A ilha - Livro 1 escrita por Letícia Pontes


Capítulo 26
Capítulo 26 – Notícia e novo encontro


Notas iniciais do capítulo

Na foto abaixo , Taís e Juliane respectivamente.
Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/713815/chapter/26

— Apesar de novos, vocês não são mais crianças e podemos conversar como adultos pelo menos nesse momento difícil que estamos passando todos juntos. – Lucas começou prendendo a nossa atenção – A maioria de vocês, se não todos, estudam juntos desde o maternal, desde a época em que nem sabiam falar direito e se conhecem bem apear de não serem muito unidos.

Todos nós estávamos concentrados esperando o que estava por vir e provavelmente todos estavam nervosos como eu a respeito daquele delicado assunto.

— Helena não estava muito bem nesses últimos, porém isso não nos foi informado. Ficamos sabendo disso apenas quando já havia acontecido o acidente. Ela foi diagnosticada aqui, mas não tínhamos certeza se era realmente aquilo então ela foi mandada á um hospital maior e mais qualificado. Sinto dizer, que foi descoberto que Helena tem leucemia.

Todos nós estávamos assustados com a notícia mesmo já tendo imaginado. Todos nós tínhamos um pouco de esperança de que não passasse e um susto. Eu apertei a mão da Greta que eu sentia que iria chorar a qualquer instante e continuamos a ouvir, dessa vez, Nicolas.

—A leucemia é o câncer no sangue e a origem dela muitas vezes é desconhecida, e para leigos, os sintomas acabam passando meio que despercebidos. Helena estava com uma anemia forte e nem sequer notava e constantemente tinha sangramentos e não contava a responsáveis. Ela contou aos médicos que se sentia constantemente cansada e palpitações, mas nada disso havia sido contado a nós antes, nem aos pais dela.

—O que estamos querendo dizer com tudo isso além de dar a notícia a vocês – o diretor voltou a falar – é o quão importante é que vocês se comuniquem sempre. Pais, professores, psicólogos, adultos responsáveis precisam sempre estar por dentro de qualquer dor ou coisa estranha que estiver acontecendo a vocês. Devido a helena estar “escondendo” tudo isso, o tratamento dela não pode começar antes.

Greta estava chorando baixinho sem olhar para frente e eu sentia meu coração disparado imaginando o que será que ela vinha passando todo esse tempo.

—Infelizmente – Lucas continuou falando mais devagar – ela tem vários dos sintomas a muito tempo: dores de cabeça constante, os sangramentos, vômitos, visão dupla, dores nas articulações. Ela disse que achava que tudo isso era devido a falta de alimentação, nutrientes, vitaminas...

O silencio durou alguns segundos, provavelmente todos muito pensativos.

—Bom, agora ela esta sendo preparada para iniciar seu tratamento, talvez quando voltarmos de viagem já possamos vê-la. – Marcelo fez uma pausa e depois continuou – orem, rezem, façam essas coisas por ela. Não podemos fazer muito mais que isso, infelizmente.

—Bom, - Lucas flou finalizando – voltem ás suas férias e assim que tivermos mais notícias iremos transmiti-las a vocês.

Os professores foram se retirando e alguns saíram atrás cochichando, mas muitos de nós permanecemos sentados falando com nossos amigos. Heitor e Fabricio que haviam sentado mais atrás se aproximaram e sentaram junto conosco.

— Parece que as coisas ruins nunca vão acontecer conosco ou com alguém próximo... – Fabricio começou

— Como nunca percebemos nada¿ - comentei – Tudo bem que não somos próximos dela, mas já vi sangramentos intensos do nariz dela. Achei que era algo comum, sei lá. E já pegamos ela vomitando alguma vezes, mas ela sempre tinha uma razão para aquilo

As meninas balançaram a cabeça concordando comigo.

— Sei lá, cara – Heitor comentou – isso foi muito de repente. Desanimou todo mundo...

Conversamos um bom tempo até decidirmos que aquele dia ninguém estava animado para fazer nada e acabamos voltando aos nossos respectivos quartos. Minha cabeça passou tanto tempo focada nesse enorme problema da Helena que acabei me esquecendo completamente de que eu havia marcado um encontro.

“Você vai comigo encontrar com a Pérola¿”

Esperei uma hora pela resposta de Ivo, mas não a obtive então decidi que sairia sem ele. Disfarçadamente peguei a mochila em baixo da cama e fingi estar arrumando minha parte do quarto deixando-a ao lado da porta enquanto batia papo com as meninas.

Era quase oito da noite quando decidi sair.

—Vou sair – falei me levantando da cama e deixando meu livro nela – esfriara cabeça, pegar um ar.

—Com o Ivo ou com o Igor¿ - Greta riu

—Nenhum deles, engraçadinha. – caminhei até a porta e a abri empurrando devagar com o pé a mochila para fora – Vou sair sozinha, andar, sei lá...

Não dei tempo de resposta para elas e fechei a porta apanhando rapidamente a mochila e correndo para o elevador chamando-o. Saí do hotel rapidamente e caminhei até o ponto de táxi que ficava a cinco minutos dali pegando um e indicando o lugar. Meus pensamentos estavam a mil e meu coração disparado, era estranho fazer isso sem o Ivo, mas eu sequer precisava dele.

Desci no porto e caminhei até o lugar mais vazio e menos movimentado possível. Vi um barco velho aparentemente abandonado na agua isolado de todos os outros e achei o ponto perfeito. Ninguém me veria ali. Escondi-me atrás de um grande barco ao lado tirando toda a roupa e colocando-a dentro da mochila que escondi dentro do barquinho que mais parecia uma canoa. Feito isso, entrei na agua devagar para não fazer barulho. A água estava extremamente gelada, mas assim que a cauda apareceu, meu corpo pareceu se adaptar. Agora era o momento em que eu não estaria mais no mundo “real” e precisava de mais respostas nesse novo mundo marinho.

Nadei apreciando os peixes ao meu redor e ainda pensativa sobre o dia que havia passado recebendo noticias abaladoras. Eu não sei como, mas eu sabia me orientar perfeitamente dentro do mar e segui exatamente para onde havia visto Nixxie pela primeira vez. De longe a avistei de braços cruzado flutuando na agua resmungando sozinha.

“Onde raios você estava¿”

“Desculpa a demora, eu tive...problemas”

“Fiquei vindo aqui de meia em meia hora e nada de você. Não pude nem aproveitar o meu dia.”

Ela parecia irritada comigo e apenas nadou na minha frente me fazendo segui-la. Não estávamos indo pelo mesmo caminho dessa vez e estava me parecendo mais distante também. Seguimos por um lugar escuro com poucos peixes e muitas algas. Estávamos descendo cada vez mais e enfim chegamos a uma caverna cheia de caranguejos por todos os lados. Nixxie fazia carinho neles como se fossem cachorrinhos e eu apenas a seguia sem conseguir enxergar claramente a minha frente. Eu nem havia notado, mas havia uma espécie e porta no fundo da caverna, na qual nixxie bateu algumas vezes e aguardamos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A ilha - Livro 1" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.