A ilha - Livro 1 escrita por Letícia Pontes
Notas iniciais do capítulo
Nem demorou para sair um novo capítulo, viu!
Na foto: A professora Oliva e a recepcionista Genevive
Nadei devagar para cima e procurei a lancha vendo-a distante, voltei para dentro d’água e nadei rápido para a lancha ainda pensativa. Assim que emergi, Ivo apareceu me ajudando a subir e me lotando de perguntas.
— Encontrou¿ Você demorou, já são quatro horas;
—Já¿ - abri minha mochila e peguei uma toalha rapidamente para me cobrir – Eu encontrei a moça.
— Quero que me conte tudo desde a hora que encontramos a sereia assustadora.
Senti a o formigamento na perna e observamos as escamas fundirem em meu corpo me deixando apenas de toalha sentada ali.
— Vire de costas – falei pegando a mochila e procurando uma roupa íntima, uma calça e uma blusa – Quando encontramos aquela sereia, a Nixxie , ela ficou assustada e com medo, aí eu falei da sereia loira que eu descobri que se chama Pérola – respirei olhando se ele continuava de costas – Ela concordou em me levar até ela. Parece que existem milhões de sereias, ela só soube quem eu procurava quando eu disse que a vira duas vezes na praia – peguei um casaco e vesti – pode virar.
—Espera, então essa Nixxie é amiga da tal Pérola¿ E ela te levou até ela¿ - ele falou sentando no chão se encolhendo com frio
— Acredita que em tipo uma cidade dentro de uma rocha¿ - falei jogando um lençol para ele
—O que¿ - ele riu se cobrindo – Valeu. Pera, uma cidade¿
—Vi cerca de vinte sereias, foi lá que encontramos a Pérola. E ela ficou assustada ao me ver – falei indo sentar ao lado dele empolgada – e aí a Pérola nos levou para fora e marcou um novo encontro.
—Ela não te falou nada¿ - ele jogou a coberta por cima das minhas pernas
—Não. Ela disse que pra perigoso conversarmos lá e sei la o que.
—Esse tempo todo e você não conseguiu nenhuma informação¿ E quando vai ser esse encontro¿
—Ás sete da noite amanha lá perto da casa o Igor.
Ele revirou os olhos
—Você viu a transformação da minha cauda¿ - mudei de assunto
—Vi. Bem nojenta.
—Não foi nojenta.
—Dói¿
—Não. Fica formigando e é rápido.
—Você não percebe que havia começado a respirar¿
—Não – falei animada me lembrando – foi muito legal!
—E...nossa cara. As vozes de vocês em baixo da água é muito horrível.
—Você nos ouvia¿ - fiquei curiosa
—Sim. Era como se vocês estivessem gritando bem agudo, sorte que o capacete abafava. – ele riu – de inicio eu me assustei procurando o que era aquilo. Até ver você apontando e entendi que estavam se comunicando.
Eu ri. Aquilo era a coisa mais estranha que eu já vivera em toda a minha vida.
—Será que nunca mais vou poder tomar banho no mar normalmente¿ - falei de repente meio triste
Ele não respondeu e ficamos calados alguns minutos fazendo um grande nada. Eu estava perdida em pensamentos e ele provavelmente também estava.
—Acho que deveríamos ir – ele quebrou o silêncio se levantando
—Provavelmente – continuei sentada guardando as coisas em minha mochila e vendo-o ligar o motor acelerando.
Seguimos devagar, a claridade chegando não fazia necessário ligar os faróis. Coloquei a mochila nas costas e fiquei ao lado dele vendo o sol chegando devagar.
—Olha que lindo – apontei para que ele visse
—Eu estou com sono.
— Você é chato, isso sim.
Eu também estava com sono e queria “minha” cama. Pensava se por acaso Genevive estaria acordada e brigaria conosco. Chegamos no porto ás quatro e quarenta e vários pescadores e marinheiros já estavam de saída para o mar. Ninguém reparou na gente chegando. Atracamos aonde pegamos a lancha, conferimos se havíamos pego tudo e então descemos.
—O pescador disse para encontrarmos ele ás seis. – falei prendendo meu cabelo num coque.
—Mas pode ser que o achemos por aqui, vamos procurar.
Andamos procurando por ele um bom tempo e o vimos vindo da pista para o porto conversando com duas mulheres de programa. Ele não parecia nos reconhecer até pararmos ele mostrando a chave de sua lancha.
—Ora vejam só – falou bêbado – os pirralhos que foram namorar em alto mar – ele riu com um bafo podre em nossa cara – chegaram cedo.
—Pegue – Ivo entregou a chave e saiu
—Sempre a disposição - o velho gritou e eu corri seguindo Ivo
—Ele nem conferiu se a lancha estava intacta – falei
—Ele esta bêbado, até parece que pararia pra isso.
Seguimos pela calçada e Ivo tirou lanches de sua mochila falando como ele era muito bem preparado para as situações. E não podia negar, estava morta de fome e comi.
— Como sairemos amanha¿ - ele perguntou
— Sair¿
— Sim, para encontrar a Pérola.
— Espera um pouco, você não vem.
— Claro que vou – falou indignado
— Pra que¿
— Você esta vivendo uma super aventura no mundo das serias magicas que falam debaixo d’agua e eu não posso nem assistir¿
— Mas elas têm medo de humanos!
— A Nixxie e não a Pérola. Afinal, ela te viu duas vezes como humana e ainda te viu lá agora a pouco.
— Tudo bem, mas se elas não te quiserem lá, você vem embora.
— Uhum.
Paramos em frente ao hotel uns minutos depois e observamos lá dentro. Genevive estava saindo da recepção e indo em direção à cozinha, foi a nossa oportunidade única. Entramos rapidamente subimos a escadaria da direita que levava ao lado dos quartos femininos.
—Até amanha então – ele falou assim que chegamos no corredor dos quartos
—Ok, até – falei me virando rapidamente e indo na ponta dos pés para meu quarto.
Abri a porta silenciosamente e olhei para o lado, ele ainda estava lá olhando e saiu rápido para o outro corredor. Entrei no quarto conseguindo enxergar as meninas todas dormindo e coloquei a mochila em baixo da minha cama tirando meus sapatos e colocando-os juntos. Troquei a roupa rapidamente e me deitei com sono. Dei uma ultima olhada no relógio e eram cinco e meia.
Acordei assustada com um barulho alto no quarto.
—Descuuulpa – Ingrid falou – Caiu sem querer – eu vi o banco caído no chão que de alguma forma ela derrubara
Virei para o lado, nenhuma das meninas estavam no quarto, olhei para o relógio e já era quase meio-dia.
— Cade as meninas¿
— A Greta esta na piscina, estamos lá desde ás oito, e a Eli deve estar na praia, um pessoal foi para lá, outros ficaram.
— Peguei meu celular em baixo do travesseiro e tinha uma única mensagem de Ivo.
Você não é tão insuportável.
Boa noite!
09 de dezembro de 2014 ás 05:40
Eu sorri e voltei a colocar o celular em baixo do travesseiro. Estava com preguiça e voltei a dormir.
—Acorda – ouvi a voz de Eliana e olhei novamente no relógio, havia dormido só mais meia hora.
Olhei em volta e vi Greta na porta impedindo que qualquer um saísse, Eliana e Ingrid paradas a beira da minha cama e Ivo no meio delas parado. Enquanto elas estavam com cara de ódio, ele pedia socorro com os olhos.
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Novos capítulos em breve.