A ilha - Livro 1 escrita por Letícia Pontes


Capítulo 15
Capítulo 15 - Ivo


Notas iniciais do capítulo

Oi!
Na foto abaixo: Pamela e Renata



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Desta vez Igor não falou comigo, nem sequer olhou na minha cara. Só por causa de um comentário idiota¿ Ele estava agindo feito um criança, o que me fazia pensar novamente a respeito de sua idade. Ivo e Jemima pareciam ter brigado e ela ficava o tempo todo de braço cruzado esbarrando em todo mundo. Eu estava com medo cada vez que chegávamos perto de uma cachoeira ou riacho, e até mesmo quando bebiam agua perto de mim. E Ivo ficava de olho em mim. Eu, sinceramente, não sabia dizer se ele estava louco pra me ver transformada em um peixe na frente e todos ou se ele tinha medo que isso acontecesse. Algumas vezes cogitei a ideia de eu ter sonhado tudo aquilo, mas a forma como Ivo me olhava, deixava claro que ele também estava tenso e esperando que algo desse errado a qualquer instante. -Você está bem¿ - Fabricio falou baixo do meu lado

—Sim – menti sorrindo – eu falei com ela mas ela esta agindo estranho.

—E ela não te disse o motivo¿

—Pelo que eu consegui entender – falei – ela não acha que se encaixa no nosso meio. E ela acredita que você só gostou dela porque ela é novidade na área e não porque vocês esta apaixonado realmente por ela.

Fabricio abaixou a cabeça, pensativo. Eu o observei: Sem camisa, todo sarado, roupas de marca, um boné para trás e totalmente lindo. Olhei para ela rapidamente: Uma asiática baixinha, calça folgada, camisa larga, tênis, nada era de marca, e um óculos grande que cobria seu rosto. O cabelo preso todo para trás e a cabeça abaixada. Eles não tinham absolutamente nada a ver.

—Fabricio – comecei novamente o assunto – você tem certeza que gosta dela¿

—É claro que sim, Pietra!

—E se ela tiver razão e você apenas estiver interessado na novidade¿

—Eu conheço os meus próprios sentimentos – ele falou sério se distanciando de mim. Eu esperava que ele conhecesse mesmo.

Era meio dia quando chegamos a uma praia gigante, a areia era mais espaçosa do que as praias que e já fora. O mar ficava bem distante de onde aparentemente ficaríamos acampando. O pessoal começou a sentar tirando comida da bolsa e fazendo a maior algazarra e tudo que eu queria era esquecer o que havia acontecido no dia anterior. Simplesmente não estava conseguindo mais me divertir.

Deixei o pessoal na bagunça que estavam e voltei para dentro da floresta, pois não queria chorar na frente de ninguém. Segurei as lágrimas até me sentir distante de todos e desabe no choro. O que estava acontecendo comigo, nem eu sabia explicar, e eu precisava de uma explicação decente para tudo aquilo. Estava abaixada encostada em uma árvore quando percebi alguém se aproximando. Enxuguei as lágrimas rapidamente e vi Jemima aparecer na minha frente bufando.

— Cadê ele¿

Olhei em volta achando que ela poderia estar falando com outra pessoa, porem só havia nós duas ali.

—Cade¿! – Ela insistiu irritada

—Ele quem¿ - falei confusa

—Não se faça de doida! Eu te vi saindo e Ivo indo atrás.

—O que¿ Ele não veio atrás de mim – procurei. Será que tinha vindo¿

—Escuta aqui – ela se aproximou com o punho levantado ameaçadoramente – se eu souber que vocês estão mentindo para mim, eu vou acabar com os dois.

—Porque acha que eu o defenderia¿ Se ele tivesse aqui eu falava. Deve estar fugindo de você, não me culpe.

—Muito engraçadinha – ela voltou a se embrenhar na mata – Estou de olho em você.

Continuei em silencio tentando entender o que havia acabado de acontecer e por outro lado surgiu Ivo cheio de carrapichos grudados nas pernas, roupa e braços.

Se aproximou resmungando e tirando aquilo dele e sentou do meu lado.

—O que quer aqui¿

—Fugindo da Jemima e te procurando

—Pra...¿

—Pra perguntar se aquilo de ontem foi um sonho ou realmente aconteceu! – falou nervoso tirando os carrapichos da camisa e dos braços – Eu ainda não entendi o que rolou

—Eu estou mais perdida do que você, pode acreditar – falei

—Mas isso nunca tinha acontecido¿

—Não... – era estranho ter uma conversa normal com Ivo – eu posso te fala uma coisa

—Se for me ajudar a entender o que aconteceu ontem – ele falava tentando puxar das costas os carrapichos que o furavam

—Vira – falei bruscamente já começando a tirar para ele aquilo que já estava incomodando até a mim - olha, eu não sei se vai ajudar a entender. Na verdade acho que vai piorar

—Fala logo, caramba

—Na segunda, quando me afoguei pela primeira vez eu achei ter visto alguém dentro da agua. Um rosto de mulher sabe¿

—Eu estava do seu lado! Não havia ninguém ali por perto.

—Exatamente, por isso eu achei que fosse alucinação na hora que eu estava perdendo o ar, mas ontem – comecei a me lembrar da cena – eu juro que vi novamente. E ela...tinha corpo assim igual aquele que vimos em mim ontem.

—Ela era um peixe¿ - ele debochou

—Sereia! – falei me sentindo ridícula em seguida

Ele virou apena a cabeça para trás e me olhou segurando o riso.

—Não ria – empurrei a cabeça dele de volta tirando os últimos carrapichos de seu cabelo – você viu aquilo ontem, não foi normal. E foi exatamente o que vimos nas sereias em filmes.

—Olha, a gente pode ate ter visto umas coisas estranhas, mas não vou dizer que existem sereias.

—Ai – reclamei furando o dedo – merda!

—Deixa eu ver – ele se virou pegando a minha mão e aproximando pra ver – ficou dentro do seu dedo, você tem que tirar isso

—O que esta acontecendo aqui¿ - Era a voz de Eliana

Ivo soltou a minha mão e se levantou

—Estávamos...conversando – ele falou – Valeu, vou indo.

Ótimo, agora sobrava para mim. Greta estava junto a Eliana, Ingrid e ninguém menos que Igor.

—O que estão fazendo aqui¿ - me levantei puxando o pedacinho que tinha ficado dentro d meu dedo e chupando o sangue

— Você sumiu e nós chamamos o guia pra te procurar – Eliana cruzou os braços de cara feia.

—Desculpa, nao quis preocupar vocês.

—Igor, querido - Ingrid se virou sorridente para ele – pode nos deixar a sós por favor¿

—Sem problemas – ele me encarava sério – vocês sabem o caminho de volta. – e saiu

Eu já sabia que ia ouvir muito.

— Porque você e o Ivo estavam sozinhos de mãos dadas sentados debaixo de uma árvore no meio da floresta¿ - Greta perguntou

Ok, falando daquela forma, realmente a coisa parecia séria. Parecia exatamente o que não era.

— Calma lá – comecei – a gente estava conversando e eu furei meu dedo , por isso ele estava segurando a minha amo, porque estava conferindo  machucado

—E de repente ele passou a se importar com você, entendo. - Eliana falou ironicamente

—Ele não se importa – falei – ele só olhou e disse q tava dentro do meu dedo. Mas já tirei – mostrei a elas o furinho com sangue mas elas sequer olharam

— Olha – Ingrid se aproximou – se você gosta dele, ok. É estranho¿ É! Muito! Mas nós não vamos t proibir ou nos afastar de você. – ela suspirou - o problema, é você mentir pra gente.

— Eu não estou mentindo! – falei me irritando – eu e ele talvez até não nos odiemos mais tanto quanto antes, mas isso não signifique que estamos juntos.

—Então porque você não foi ainda conversar com o Igor a respeito de vocês¿

—Sei la – respondi

Eu não tinha ido, porque a minha cabeça estava totalmente em outro lugar, estava na bendita cauda de peixe que surgira em mim da noite pro dia. Mas com certeza eu não comentaria isso com elas.

— Ok! Não nos conte.

—EU ESTOU FALANDO A VERDADE!

Mas elas seguiram voltando a praia decepcionadas.


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Notas finais do capítulo

Aguardo comentários!

P.S.: Encontrando erros ortográficos ou de digitação, em avisa nos comentários!



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