A ilha - Livro 1 escrita por Letícia Pontes


Capítulo 10
Capítulo 10 - Afogada


Notas iniciais do capítulo

Na foto:Saulo e Amanda



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/713815/chapter/10

As coisas pareciam estar em câmera lenta. Ivo caiu em cima de mim me empurrando para trás e para baixo ao mesmo tempo. Eu fechei os olhos e senti a minha cabeça bater em algo com força, eu não desmaiei, não de início, mas perdi as forças e não conseguia me mexer. Abri os olhos ainda segurando a minha respiração e enquanto ia para mais fundo e sentia a ondas me empurrando para mais dentro do mar, vi Ivo saindo da água desesperado com o celular na mão. Minha cabeça foi pendendo para o lado e não aguentava mais segurar a respiração, meus olhos queriam fechar. Olhei para o lado, tinha certeza ter visto um peixe ou algum outro ser marinho, mas me depare om um rosto humano me olhando. Em uma situação normal eu teria gritado, mas afogando ali eu voltei a respirar no susto e senti minha visão ficando cada vez mais turva.

Eu escutava chamarem meu nome bem ao longe, mas não conseguia responder e nem me mover. Senti meu corpo sendo balançado e reconhecia a voz e Ivo gritando meu nome. De repente como se ligasse um aspirador, a agua foi sugada do meu pulmão me fazendo engasgar e tossir ela para fora. Vi Igor parado em vima de mim segurando minha cabeça, ele provavelmente era quem tinha me salvado.

— Obrigada... – falei fraca e sentindo a cabeça doer. Vi minhas coisas jogadas ao nosso lado e Ivo sentado com a mão na cabeça. Ainda estávamos na praia e ainda era noite.

— Parece que meu quintal tem um imã que te atrai – ele sorriu e eu olhei para trás reconhecendo o lugar que encontrara ele pela primeira vez e ri sentando

— Minha cabeça esta doendo reclamei

—Venha – ele se levantou e me ajudou a levantar – tenho remédios em casa e tem sopa que fiz antes de sair.

— Vou com vocês – Ivo se levantou

—Você acabou de quase mata-la

—E você é um total desconhecido e bem mais velho – não vou deixar ela ir sozinha com você para um lugar no meio do mato.

Fazia todo o sentido e eu só continuei andando vendo Igor revirar os olhos.

A casa de Igor me parecia mais com um chalé. Nós entramos e ele em deu uma toalha para que eu fosse para o banho. Vesti novamente o vestido de festa que estava seco e coloquei as outras roupas molhadas em uma sacola. Ivo se recusou a tomar banho e apenas fiou sentado. Ficamos todos em silencio tomando a sopa – muito boa por sinal – que Igor havia prometido.

Deitei algum tempo e adormeci com o remédio. Acordei com Ivo e Igor me chamando.

— Vocês precisam ir, está tarde e devem estar preocupados.

Já passava da meia-noite e eu não havia percebido que tinha dormido tanto. Levantei pegando a sacola que continha minha roupa molhada e caminhei ate a porta atrás deles.

— Não precisamos que vá junto – Ivo falou

— Infelizmente ele tem razão, só iria nos causar mais problemas  - falei

—Relaxa, eu entendo – ele segurou minha mão – te vejo pro ai

—Pode deixar – sorri beijando-o o rosto

Caminhei atrás de Ivo que andava apressadamente e paramos na pista ao lado de um táxi. Ele disse o destino e entramos cada um sentando em uma janela. Um minuto depois do silencio sepulcral ele disse seco:

— A culpa não foi minha. Você não deveria ter pego meu celular.

— Está me zoando¿ Você estava querendo me ferrar e ainda vem dizer que a culpa não é sua¿ Um simples pedido de desculpa bastava. – terminei irritada e voltamos ao silencio.

Paguei o taxi quando chegamos, já que Ivo estava sem carteira e quando chegamos a porta do hotel abrindo-a nos deparamos com uma multidão no saguão. Eu acreditava que estaria todos dormindo, mas me enganei.

—ONDE VOCÊS ESTAVAM¿ - Lucas gritou fazendo todos virarem para nós e ficarem em silencio de repente. Todos nos encaravam assustados e aliviados ao mesmo tempo. – RESPONDAM!

— Na praia - ele disse

— Num restaurante – eu falei

Falamos ao mesmo tempo e em seguida trocamos olhares mandando silenciosamente que o outro colaborasse

Os professores nos olhavam com desconfiança e esperavam uma resposta mais convincente. Era agora que Ivo me entregaria e eu já estava preparada.

— Eu fui a praia caminhar e depois fiquei com fome e procurei um bom lugar para comer, aí encontrei ela lá e acabamos nos perdendo – ele falou pausadamente me surpreendo.

—Qual restaurante¿ - Lucas perguntou

—Não lembro o nome – Ivo engoliu seco

O professor me olhou esperando uma resposta e dei de ombros

—Se perderam...sei...e não souberam pedir um táxi¿

Ficamos em silencio. Eu sabia que ele não tinha engolido aquela. Todos nos olhavam desconfiados esperando por uma resposta convincente. Vi as três patricinhas Pâmela, Wanessa e Renata resmungarem e irem para o elevador, seguidas por Tais, Abner, Felipe e Bianca que já estavam todos de pijama. Pareciam bravos por ter se preocupado conosco a toa.

— No primeiro dia e vocês já aprontaram. Incrível! – Amanda falou alto e foi para o outro elevador com Saulo e subiram.

—Escutem aqui – Lucas falou bravo – vocês vao subir imediatamente e ir direto para o quarto de vocês.

—Não terão uma punição¿ – a voz da professora Olivia ressoou no saguão

— Desta vez não – ele continuou – mas eu vou ficar de olho em vocês.

Revirei meus olhos e segui a professora para o elevador junto com todas as meninas que restavam ali. Ivo fez o mesmo indo para o outro elevador. Subimos em silencio absoluto e a professora Olívia esperou todas entrarem no seu quarto, nos olhando como uma segurança de presidiário. 

Me troquei e quando voltei para o quarto as meninas pararam de falar de repente e foram cada uma para a sua cama apagando os respectivos abajures em cima delas.

—Me desculpem preocupar vocês, juro que eu não vi a hora passar tão depressa. –Falei sem consegui enxerga-las.

—Você não estava perdida – Greta acendeu seu abajur.

— Não, eu não estava. – Concordei e vi Eliana e Ingrid acenderem seus abajures também. Elas esperavam uma explicação. –Sai da boate uma meia hora depois de chegarmos e fui pra praia, encontrei com o Igor, um cara que conheci mais cedo e o Ivo deve ter me seguido por que tirou uma foto minha com ele la. – respirei e continuei – eu o persegui para tomar o celular de sua mão, mas acabamos entrando na agua e caindo, me afoguei e o Igor me salvou. Fomos para a casa dele mas eu acabei dormido demais lá. No final eu e Ivo viemos embora.

Assim que parei de falar, senti um travesseiro ser acertado em meu rosto.

—MENTIROSA! – Greta gritou – Porque não confessa que você e Ivo estavam juntos¿

—Mas eu acabei de falar que estávamos.

—Então vocês realmente ficaram¿ - Ingrid quase grita

— O QUE¿ - Dessa vez foi a minha vez de elevar a voz - Nós não estávamos juntos dessa forma! ECA!

Elas suspiraram aliviadas.

— Eu falei – Eliana voltou a se deitar apagando a luz – elas juravam que vocês estavam tendo um caso romântico – ela riu

— Justo com Ivo¿ - eu fiz cara de nojo

—Ué! Foram vocês dois os únicos que sumiram – Greta se defendeu

—Mas então...porque todo esse bicho por causa de uma foto¿ E quem era esse cara¿

—Ah meninas...estou muito cansada, eu conto tudo com detalhes assim que acordarmos, prometo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que esteja gostando!! Feliz ano novo e até o ano que vem!

P.S.: Encontrando erros ortográficos ou de digitação, em avisa nos comentários!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A ilha - Livro 1" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.