— Como foi o encontro? — Jason perguntou escorado no batente da porta da cozinha, uma maçã na mão e o sarcasmo nos lábios. A irmã e o sobrinho tinham acabado de chegar, Dimitri havia contado eufórico sobre todo o encontro, mas em um ritmo tão rápido, animado e exasperado que o tio não entendeu mais que alguns nomes, assentindo e ora ou outra perguntando “é mesmo?!”, para incentivar a criança. Foi quase um alívio para o loiro quando Dimi subiu as escadas para tomar banho, deixando os adultos sozinhos.

— Bom. — Thalia deu de ombros, como se toda a atenção estivesse apenas no celular em mãos.

— Apenas "bom"?

— Só estava acompanhando meu filho, Jason. — A Grace retrucou, ainda sem encará-lo para esconder o sorriso. — Era um encontro de crianças.

— Tá bom. — O loiro revirou os olhos, mordendo um pedaço da maçã.

— Por que você está me jogando pra cima dele? — Thalia perguntou, ainda tentando dar o mínimo de emoção ao tom.

— Não estou. — Jason mentiu e ela enfim desviou os olhos do celular por um segundo, apenas para erguer a sobrancelha em chacota, gesto que o irmão recompensou com outro revirar de olhos. — Não assim. É só porque acho que você podem ser bons amigos! — O Grace mais novo explicou com sinceridade, fazendo uma pequena pausa para analisar a expressão de desdém da irmã. — Nico é um cara realmente legal e acho que seria bom para os dois fazerem novas amizades... E é mais fácil quando sua irmã aprova seu melhor amigo. Sem falar que, eu super shippo Dimazel!

— Dimazel? — Thalia franziu a testa.

— Haztri? — Jason questionou, juntando o nome de Dimitri e Hazel em um só. — Hazmi? Juro que vou pensar num shipp digno!

— Você é terrível! Isso parece alemão!

— E aí, sobre o que vocês conversaram? — Jason voltou a importunar, sentando-se à mesa em tons de quem não está realmente interessado. O que soava falso o suficiente para Thalia apenas rir e se sentar de frente para o irmão, ainda com o celular em mãos e a atenção voltada para ele enquanto murmurava:

— Nada demais. — Ela deu de ombros. — Comida, futuro, Shakespeare, bandas de rock.... sabia que o papai gosta de Ramones?

— Sim e, em hipótese alguma, mexa nos disco dele! — O loiro aconselhou em expressão nervosa. — Foi a vez que ele mais ficou com raiva de mim! Sobre o que mais conversaram?

— Só. — A Grace suspirou, por um segundo encarando o irmão a espera da reação dele. — Bom, até as crianças tocarem no assunto "quem é seu papai, quem é sua mamãe" e Silena chegar como um furacão.

— Hum... — Jason murmurou, apertando os lábios e fingindo prestar atenção extrema ao que restava da maçã em suas mãos. Ainda como se estivesse pensando nas leis de Newton, murmurou, sem olhar para a irmã. — Aliás, Silena me pediu seu número, mas visualizei e não respondi.

— Pode passar. — Thalia deu de ombros novamente, pensando em como voltar a ser a amiga de Silena não era ruim. Por mais que a Beauregard a lembrasse o seu passado e fosse um tanto “louca”, foi uma das melhores amigas de Thalia e seria divertido ter alguém para conversar de novo. — Lena é legal.

— O que você tanto vê nesse celular? — Jason questionou, tentando atrair a atenção da irmã. — Nudes do Nico?

Thalia respondeu o fuzilando com os olhos, antes de alcançar uma laranja na fruteira em cima da mesa e jogar na direção do rapaz, mas errando o alvo que se abaixou rindo.

— Se você quiser, posso te enviar. — O loiro continuou na implicância, conseguindo a atenção de uma Thalia que começava a ficar vermelha. — Tem uma dele no Halloween, de Drácula... Você sabe, essa coisa de vampiros está em alta. Vai que você decide pedir uma mordida...

— Jason! — Thalia gritou, alcançando mais uma laranja.

Infelizmente, para ela, Jason já havia se desvencilhado da mesa, correndo para o hall, e a fruta apenas se chocou com a parede. Ela ouviu a risada do rapaz e logo ele deixava apenas o rosto à vista, protegendo-se com a parede. Nos lábios, além da pequena cicatriz, havia um sorriso claramente malicioso.

— Ah, vamos, Thalia: eu sei bem que você não se importaria de ver Nico vestindo nada mais que duas presas nos dentes...

Ela se levantou em ameaça e foi suficiente para Jason Grace sair correndo e rindo pela casa. Deuses! Thalia pensou, O que estava acontecendo com seu irmãozinho?!

(...)

Thalia não se orgulhava disso, mas, mal Jason subiu para seu quarto e ela se viu fazendo o mesmo, mal fechando a porta do quarto dela e pegando o notebook, a curiosidade falando mais alto ao pesquisar no Facebook o nome de Nico, se esforçando para lembrar o sobrenome – ela era péssima com isso.

Por fim, buscou no perfil de Jason, entre os amigos dele, o nome de Nico, até achar o perfil e olhar de relance para a porta, com medo de ser pega em flagrante, e abriu o perfil do Di Angelo. Ela se sentiu desapontada ao perceber que quase não haviam informações, apenas uma foto de perfil um tanto quanto escura que era difícil identificar, algumas marcações com coisas inúteis, como se uma tia particularmente chata decidisse encher seu perfil com correntes e mensagens textos clichês. A Grace revirou os olhos ao ver que só haviam informações sobre escola, cidade, locais visitados e páginas curtidas – algo bem inútil.

Ela já estava decidida a larga de lado quando encontrou o link para o Twitter do rapaz. Não demorou a clicar e vasculhar, encontrando diversos trechos de músicas, frases e referências que ela não entendia muito bem, respostas para Will e Jason, além de retweets de piadinhas nerds e/ou sem graça. Não havia nada de interessante mesmo?!

Thalia suspirou e estava desligando o computador quando se lembrou de Silena mencionar o Instagram do rapaz… Que era privado. Thalia quis xingar ao abrir o perfil e encontrar o perfil bloqueado. Para que ele tinha Instagram, então?! Se fosse para deixar oculto, que nem criasse! Frustrada, ela deixou de lado, se perguntando por que ainda estava preocupada com aquilo. Ela não estava a fim de Nico… Estava?

Ela decidiu que a resposta era sim quando se viu na porta do quarto do irmão, batendo suavemente, com um sorriso doce ao abrir a porta.

— Jay? — Ela chamou o mais carinhosamente possível. Jason estava deitado na cama jogando vídeo game e parecia realmente concentrado.

— Já aviso que não tenho dinheiro. — O Grace mais novo resmungou, antes de exclamar uma palavra semi-palavrão ao levar um tiro no jogo.

— Eu não quero dinheiro. — Thalia respondeu, com vontade de revirar os olhos. — Pode me emprestar seu notebook?

— Meu notebook? — Jason questionou, franzindo a testa. — Pra que você quer meu notebook?

— Pra que alguém quer um notebook? — Thalia revidou, pensando em desistir. — Por favor, o meu está travando!

— O problema é seu.

— Prometo não te bater por causa do encontro de hoje. — A morena barganhou com um sorriso doce.

— Você ia me bater? — Jason franziu a testa, sem encará-la e quase xingando por causa do jogo.

— Você sabe que sim. — Thalia sorriu de lado, vendo que o irmão estava convencido. Ela caminhou até o outro lado do quarto e pegou o notebook sobre a escrivaninha, ligando-o até que aparecesse a tela para o login. — Qual a senha?

— Eu não vou te falar minha senha! — Jason reclamou e Thalia apenas levou o notebook até ele. O rapaz mau tirou os olhos da televisão para digitar “DGG” na senha e logar na sua conta. Thalia teve que conter uma exclamação diante da fofura do irmão ao reconhecer as iniciais do seu filho ali. DGG: Dimitri Gabriel Grace.

— Obrigada! — Ela agradeceu e saiu do quarto rapidamente, já digitando a URL para entrar no Instagram.

Thalia não se surpreendeu ao ver que estava logado no perfil de Jason e nem com a quantidade de fotos de Dimitri ali, ela sabia do amor de loiro pelo sobrinho, e quase criou uma conta para si só para poder acompanhar as fotos do filho. Mas, havia um motivo pelo qual sua única rede social se restringia ao Facebook, além de e-mais comerciais, e ainda assim, estes possuíam menos informações que o de Nico e amigos extremamente seletos, então apenas esqueceu da ideia de criar uma conta na rede social e procurou o perfil de Nico entre os seguidores de Jason.

Não demorou a achar o perfil, tampouco se surpreendeu pela incrível quantidade de fotos de Hazel. Havia pouquíssimas de Nico, mas vários de Jason e Will, muitas do último final de semana ou repostadas, havia também fotos de comidas, canecas de café ou coisas comuns do dia a dia, que pareciam ter um significado especial para o rapaz. A única coisa que surpreendeu Thalia foi uma foto cuja a legenda era “Melhor Pretora – repostando porque estou morto de saudades!”, não havia qualquer marcação, mas a foto mostrava apenas uma garota de costas, os cabelos negros escondendo a face, e, ainda assim, parecia realmente bonita. Thalia estava abaixando a barra de rolagem para visualizar os comentários quando percebeu a voz de Jason no corredor.

— Calma, vou enviar agora. — Ele reclamava e logo estava entrando no quarto de Thalia, o celular na mão. — Não, Thalia tá com meu notebook ­— Continuou, obviamente falando com alguém do outro lado da linha. —, vou pedir pra ela enviar.

Ele afastou o telefone da boca para falar com a irmã, enquanto Thalia fechava o navegador rapidamente, escondendo a prova que invadia Instagrams alheios.

— Thalia, pode procurar um arquivo pra mim? — A Grace afirmou com a cabeça, abrindo o explorador de arquivos. — Olha em documentos. — Ela clicou e foi abrindo as pastas que o irmão indicava, até encontrar o documento. — Abre meu e-mail e envia.

Thalia suspirou e foi seguindo passo a passo enquanto o irmão narrava que ela deveria enviar para um cara chamado Leo Valdez e deixou a irmã à cargo de procurar o arquivo, enquanto reclamava no telefone:

— É minha irmã, Valdez. Não! Eu não vou te arranjar minha irmã!

Thalia acabou rindo da ironia de Jason está jogando-a para cima de outro amigo dele. Balançando a cabeça, ela clicou para anexar o arquivo, mas, conforme a programação, o programa abriu a última pasta aberta, no caso, a galeria de fotos. Instintivamente, a Grace percorreu os olhos pela pasta, encontrando uma foto de Nico um tanto quanto surpreendente ali. Rapidamente ela mudou de página e enviou o arquivo para o amigo do irmão e desligou o computador.

A Grace deixou o notebook ao seu lado da cama, tentando refletir sobre a foto que havia visto. Por fim, pegou o computador novamente, feliz por saber a senha e logo acessava a pasta, percebendo que não havia se enganado e até havia mais fotos similares.

Não eram “nudes” de Nico como Jason havia dito possuir, mas eram igualmente íntimas: Nelas, Nico aparecia abraçando e beijando alguém cujos cabelos loiros esvoaçavam na foto, tornando-as bonitas de uma maneiras semiprofissional, o tipo de foto bastante compartilhada no Tumblr.

Mas não a surpreendia o fato do Di Angelo estar beijando alguém e sim o fato dela conhecer esse alguém: Mesmo que as primeiras fotos mostrassem o rosto de Nico e a parte de trás da pessoa sendo beijada, Thalia reconhecia os cabelos longos loiros e, ao passar as fotos, encontrou uma cujo o ângulo escondia o rosto de Nico mas revelava perfeitamente os traços finos e delicados do rosto de Will Solace.

A Grace engoliu em seco, surpresa, e decidiu desligar o computador de uma vez, mais confusa do que nunca. Por que diabos seu irmão a estava empurrando para cima de um cara gay?! E como um cara gay podia ter uma filha?! Apesar de que isso explicaria a fala de Hazel sobre possuir dois pais… Thalia suspirou, decidindo deixar tudo aquilo de lado. Afinal, ela mesmo havia dito que não se relacionaria com ninguém, não é mesmo? Não enquanto estivesse desempregada, confusa e com vários problemas para resolver. Era hora de cumprir, pelo menos, uma de suas promessas.

(…)

— Como vai meu Anjinho favorito?! — A voz de Will soou antes da imagem aparecer na tela do notebook de Nico. Eles haviam prometido um ao outro arranjar mais tempo para conversar por Skype e estavam tentando ao máximo cumprir a promessa, ainda que isso estivesse acontecendo em pleno sábado/domingo de madrugada e ambos estivessem exaustos.

— Estou bem, Sunshine. E você?

— Tirei outro “F” em química, mas é… Isso já tá virando rotina, meu “A”  em anatomia deve animar meu pai. — Will confessou e Nico acabou sorrindo, pensando em como nem precisava encorajar o amigo, ele sempre via o lado positivo por si só. — Fiquei sabendo que teve um encontro hoje.

— Jason já foi te contar?

— Não gostei de saber que sou segunda opção! — Will reclamou com um bico, se referindo ao momento em que Nico havia dito à Jason que o Grace poderia ser descartado, já que havia um “backup”, no caso, Will.

— Nós somos como os três mosqueteiros, Solace. — O Di Angelo revirou os olhos, se recostando melhor na cama, o tórax nu exposto para a câmera do notebook. —Não há isso de um melhor que outro, você sabe disso.

— Só perdoo se você me contar todos os detalhes sórdidos e impróprios! — O futuro médico barganhou, abrindo um sorriso brilhante.

— Will! — Nico reclamou, revirando os olhos e fazendo um bico. — Não teve nada disso, nós só conversamos! E eu quis matar Silena!

— Estou sabendo dessa proposta de emprego... — O Solace começou, com o sorriso de quem logo aprontaria.

— Por favor, não me diga que devo aceitar! — Nico pediu, levando as mãos aos olhos e massageando, já prevendo a discussão.

— Por que não aceita?!

— Você sabe muito bem qual meu problema!

— Pessoas. — Will suspirou, sabendo exatamente a resposta e também que precisava interferir. O medo do Di Angelo em se relacionar, em lidar com pessoas era tão grande que muitas vezes o paralisava e o fazia acreditar que não poderia melhorar sua vida.

— Essa fobia é uma merda. — Nico reclamou, se encolhendo debaixo das cobertas.

— Anjinho, você sabe que eu te entendo. — O loiro começou, o timbre suave para acalmar o melhor amigo. — Nunca passei por isso, mas estou ao seu lado e vejo como isso te afeta…

— Por favor, não diga pra mim aceitar, Will. — Nico suplicou, visivelmente afetado. — Só você pode me entender.

— Escuta, ok? — Will pediu, pensando na ansiedade que o amigo ficava sempre que era exposto a contato íntimo com desconhecidos, como ele ficava tão nervoso que chegava a passar mal com sintomas de taquicardia, pressão baixa, náuseas e outras característica da, vulgarmente chamada, fobia social. — Eu sei como você fica nervoso, sei como é horrível, mas pensa bem: você vai seguir um roteiro, só vai chegar, dar bom dia, ensinar os passos e corrigir conforme o roteiro. Sem surpresas, uma rotina descrita. Não vai ter que puxar conversa fiada, ou qualquer coisa assim, não precisará criar qualquer vínculo afetivo com ninguém.

— Will… — Nico choramingou, em parte ciente que o amigo tinha argumentos.

— Por favor, tenta. — O Solace sussurrou calmamente. — Se não por mim, nem por você, tente por Hazel. Se esforce por ela.

— Eu odeio quando usam ela pra me chantagear. — Nico reclamou exasperado, levando as mãos aos cabelos em nervosismo. — Eu me sinto como se não fosse o suficiente, como se vocês estivessem dizendo que eu não dou o meu melhor! Você sabe melhor do que ninguém como eu amo Hazel e faria tudo por ela!

— Eu sei! — Will exclamou, tentando deixar o tom baixo, mas subindo uma oitava. — Por isso estou te pedindo! Porque você não vai fazer por você! Dê um chance a Silena: faça pelo menos um teste. Tenta um pouco, se você não gostar… Bom, você não vai ter vendido sua alma. Pensa bem: você vai trabalhar menos, ganhar mais, vai poder ficar mais perto de Hazel. Nada de trabalhar de ressaca sábado de manhã e vai poder pagar sua faculdade que tanto quer! Talvez até presencial, pelo o que fiquei sabendo dos horários que Silena te ofereceu.

— Will, por favor. — O Di Angelo suplicou.

— Eu quem estou te pedindo por favor, Nico. — Will o cortou, o semblante sério. — Você é meu melhor amigo e sabe o quanto eu te amo, mas também é idiota a maior parte do tempo e muitas vezes não sabe fazer o que é o melhor pra você! Eu sei como você está com medo, mas eu e Jason somos seus amigos para isso: ligue pra ele, chame pra ir em uma aula com Silena e faça um teste. Se você conseguir sair inteiro, diga pra Silena que dará uma chance. Nós estamos aqui por você e pra você, Anjinho. Quantas vezes tenho que dizer que você não está sozinho? Que nós amamos você?!

— Eu também amo você, Will. — Nico suspirou, se deixando convencer. — Mesmo que você seja irritante. Por que você não segue seus próprios conselhos mesmo?!

— Porque eu sou trouxa! — Will riu. — E eu sou perfeito demais, não preciso nem dos meus conselhos!

— Como está seu namoradinho? — O Di Angelo mudou de assunto, sem querer prometer que faria o que o Solace pediu e nem que Will continuasse com sua crises narcisistas mais recorrentes que o universo suportava.

— Polux? Ele disse que está te seguindo no Instagram e achou Hazel muito fofa!

— Mais um me stalkeando?

— Ele quer te conhecer, mas ainda tem medo de você! — Will riu, pegado o celular, provavelmente para verificar se havia mensagens do tal namorado.

— Por quê? — Nico usou um tom incrédulo, fazendo-se de desentendido.

— Por que será em Garoto das Sombras? — Will revidou, digitando no celular rapidamente antes de guardá-lo.

— Por que eu sou amável e vou tratá-lo super bem? — O Di Angelo sugeriu com um sorriso sombrio.

— Você só tem maldade nesse coração, credo! Aposto como, se você tivesse poderes, iria torturá-lo até nos sonhos!

— O importante é que ele te faça feliz. — Nico deu de ombros, deixando-se expressar um pouco de sinceridade.

— Ownt! — O loiro exclamou, fazendo um bico. — Isso é tão não você!

— Mas, sério, Will não tinha nenhum mais bonitinho, não?

— Ter tinha, mas ele me deixou na friendzone! — Will alfinetou, dando uma piscadinha.

— Poxa! — Nico suspirou dramaticamente, entrando na brincadeira. — Que cara triste!

— É, o nome dele é Nico di Angelo. Ele é um idiota a maior parte do tempo, mas é meu melhor amigo!

— Você que é idiota, Solace. — Nico revidou, pensando em como aquilo estava meloso demais, ainda que envolvesse Will Solace, o que era de praxe. —Mas também é meu melhor amigo.

— Ei, eu tenho uma cantada incrível. — Will riu, mudando de assunto. — Hazel está aí por perto?

— Cantadas sujas, Solace? — Nico ergueu a sobrancelha, tentando se preparar psicologicamente, o que sempre era em vão.

— Essa é perfeita!

— Não, Hazel não está por perto. — Suspirou, sabendo que lá vinha algo que depois ele quereria não ter ouvido.

— Imagine que sua perna direita é sexta e a esquerda domingo… Então, posso passar o sábado todo contigo?! — Will ergueu a sobrancelha, sedutoramente, fazendo Nico gargalhar.

— Essa foi baixa até pra você!

— Não vem não, Docinho, você adorou!

E eles passaram a madrugada assim, conversando bobagem e se cantando com piadas ruins. Como melhores amigos devem ser e como eles esperavam que fosse eternamente.