Fita Azul escrita por Helly Nivoeh


Capítulo 16
1º Encontro - Parte III


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem ainda está viva!
Desculpem ter sumido, mas a faculdade e o trabalho estão tomando não só meu tempo, mas também minha mente. Ando tão cansada psicologicamente que mal consigo responder mensagens no Whatsapp, ainda mais escrever!
Contudo, eis me aqui e espero que apreciem o capítulo!
Boa leitura!



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O encontro entre as crianças estava indo bem. Nico não parecia mais à ponto de surtar e a conversa estava fluindo entre ele e Thalia, e Hazel e Dimitri. Pelo menos, até que o tema sobre “quem é seu papai”, “quem é sua mamãe” surgisse, deixando os dois adultos em pânico, temendo que informações embaraçosas fossem reveladas. Estranhamente, eles foram salvos por ninguém menos que Silena Beauregard, a antiga amiga de Thalia.

— Então, — a voz de Silena soou, interrompendo a discussão das crianças. — quer dizer que você está fugindo de mim?!

Thalia se virou para negar o fato verídico — Sim, ela ainda estava fugindo de todos daquela cidade —, mas percebeu que não era para ela que a Beauregard olhava faltando pouco matar.

— Silena. — Nico engoliu em seco, visivelmente nervoso. Também não era para menos: Silena era tão intimidante quanto bela e o rapaz já era inseguro demais perto de garotas normais, imagina aquela!

— É o que diz minha carteira de motorista! — A morena esbravejou, ainda parada ao lado da mesa com ambas as mãos na cintura.

— Como vai? — Nico tentou guiar para uma conversa quase normal, mas, se Thalia conhecia Silena e ela conhecia, não ia adiantar nada.

— Nada bem! — Ela entoou irritada. — Você fica fugindo de mim!

— Eu não estou fugindo. — O Di Angelo resmungou em um tom irritadiço, revirando os olhos, fazendo Thalia franzir a testa com interesse. — Eu já te disse que minha resposta é não.

— Por que não?! — A Beauregard reclamou e Thalia quase ficou com dó de Nico, pensando seriamente em avisá-lo de que, independente do que fosse, era melhor dizer “sim” logo. Silena sempre conseguia o que queria, a Grace havia testemunhado e sido vítima disso inúmeras vezes.

— Porque eu não estou interessado. — Nico explicou em um tom baixo e firme, que normalmente usaria com a filha quando ela estivesse fazendo pirraça.

— Por que não?! — Silena repetiu, inconformada. Nico apenas suspirou, decidido a ignorá-la ao desviar o olhar.

As crianças pareciam curiosas com a discussão, deixando de lado o lanche e olhando para Silena, que decidiu usar mais uma cartada:

— Leah… Thalia! — Ela se corrigiu diante o olhar firme da Grace. — Fala pra ele aceitar!

— Lena — A garota suspirou para a amiga, não querendo entrar na discussão. —, primeiro: Eu não faço ideia do que vocês estão falando; Segundo: eu tenho certeza que Nico tem todo o direito de negar o que quer que seja; Terceiro: O que eu tenho a ver com isso?!

Silena suspirou cruzando os braços e Thalia quase pode vê-la bater os pés, pirraçando. Contudo, ela não parecia disposta a aceitar a resposta de Nico.

— Posso me sentar? — A Beauregard perguntou, por fim, fazendo um bico. Thalia olhou para Di Angelo interrogativamente e, como ele deu de ombros, acabou assentindo:

— Crianças, cheguem um pouco para o canto. — Thalia pediu e Silena se sentou ao lado de Dimitri, parecendo nenhum pouco desconfortável.

— Nico, — Silena recomeçou e o rapaz já estava rolando os olhos. — Veja bem, meu querido: — ela segurou as mãos dele por cima da mesa, mas o Di Angelo desviou do contato, estreitando os olhos e cruzando os braços. — você vai ganhar mais, vai trabalhar menos, vai ficar mais tempo com sua menininha… Eu não estou te chamando pra ser meu escravo! Eu juro que sou uma boa patroa!

— Vai ficar mais tempo em casa, papai? — Hazel perguntou, ainda mais interessada na conversa.

— Eu estou tentando fazer seu papai mudar de trabalho, princesa. — Silena sorriu amavelmente para a menina, colocando um dos cachos de Hazel atrás da orelha. — Ele podia passar mais tempo com você se aceitasse.

— Isso é baixaria, Silena! — Nico reclamou, ficando nervoso.

— Aceita, papai! — Hazel pediu, fazendo um bico e com os olhos brilhando diante da possibilidade de passar mais tempo com o pai.

— Mais dinheiro, menos trabalho… — Silena cantarolou, alheia ao desconforto de Nico. — Imagina não ter que perder mais uma apresentação de balé…

— Você poderia, por favor, parar de me stalkear? — Nico resmungou, não gostando do jogo da garota.

— Quem disse que eu estou stalkeando?!

— Até no instagram você está me seguindo!

— Eu só coloquei Nico di Angelo lá e apareceu! — A Beauregard reclamou, cruzando os braços. — E não é stalkear, só estava te estudando! Eu te quero como meu braço direito, no mínimo eu precisava acessar suas redes sociais!

— Foi isso o que você disse pro Jason? — Nico ergueu a sobrancelha, seus ombros tensos de uma maneira preocupante, a voz baixa e fria. — Aliás, eu estou realmente precisando trocar de amigo!

— Thalia, fala que eu não estou certa?! — Silena apelou novamente para a amiga, que estava mais confusa do que nunca.

— Lena, eu não faço ideia do que vocês estão falando!

— Eu convidei Nico pra trabalhar comigo na escola de dança, ser professor no meu lugar, na verdade. Não é nada demais, nem vou pedir pra ele dançar balé! — Silena reclamou, fazendo um bico. — É apenas dança de salão! Da mesma forma como dançamos na festa! Não sei qual o problema!

— Tenho certeza que ele tem seus motivos, Silena. — Thalia tentou advogar, ainda que soubesse que Nico jamais venceria aquela batalha.

— Mas eu preciso de ajuda! — A Beauregard choramingou. — Estou há meses procurando alguém, mas ninguém nessa cidade sabe dançar nem um “dois pra lá, dois pra cá!”. Eu tenho, no máximo, mais uns três meses para arranjar alguém! Charles não quer que eu continue nesse ritmo!

— Não seja tão dramática, Silena. — Nico revirou os olhos, quase cedendo. — Tenho certeza que pode achar outra pessoa.

— Papai, você não vai aceitar? — Hazel perguntou, os olhos castanhos lacrimejando.

— Eu não posso, meu amor. — Nico explicou com o coração doendo. — Sinto muito. E Silena não devia ter mencionado nisso.

Ele lançou um olhar ameaçador para a Beauregard que apenas suspirou, quase se dando por vencida em dar uma pequena pausa para Nico, mas longe de desistir.

— E quem é esse menino mais fofo? — A morena mudou de assunto ao notar Dimi, percebendo que Nico seria um adversário tão teimoso quanto ela e que precisaria de outra forma de abordagem.

— Meu filho. — Thalia sorriu para a amiga, que arregalou os olhos dramaticamente.

— Seu filho?! — Silena exclamou e Nico ficou feliz em deixar de ser o alvo da conversa. — Como você tem um filho e não me contou, sua amiga desnaturada?!

— Desculpe, Lena. — Thalia pediu, apesar de não se sentir nada arrependida.

— Tudo bem, já estou acostumada com as pessoas me deixando na mão, indo pro outro lado do mundo só pra se ver distante de mim!

— Ok, agora você está realmente exagerando, Silena! — A Grace reclamou, ainda que tivesse ido pra Londres justamente para se livrar de todos, o que acabou incluindo as melhores amigas depois de um tempo.

— E você, Nico?! — Silena voltou ao seu antigo alvo, que somente soltou um gemido baixo. — Vai me deixar na mão também? Não tem dó de mim?! Do meu bebê?! Eu vou acabar parindo com seis meses se continuar nesse ritmo! Isto é, se eu não falir, né? Ninguém vai querer ter aulas com uma professora que não enxerga os próprios pés de tão gorda! Leah entende  do que eu estou falando!

— Espera… o que?! — Thalia a interrompeu, ajustando a postura de uma vez — Do que você está falando?!

— De gravidez, claro! — Silena retrucou, revirando os olhos azuis. — Francamente, minha querida, você costumava ser mais rápida! Se bem que, vendo o jeito que esse encontro estava indo, você está mudando mesmo, Thalia.

Thalia abriu a boca sem saber como reagir, olhando para Nico ao seu lado que havia abaixado o rosto, visivelmente vermelho, e tomava um gole de refrigerante pra disfarçar. Parte dela se divertia com o jeito tímido e embaraçado dele, parte dela queria retrucar para Silena que, se Thalia quisesse, ela poderia ser bem rápida, mas, como a Beaugerard disse: Ela havia mudado, não era mais uma garota fútil que gostava de ser chamada de Leah; Agora era uma mulher, uma mãe que colocaria o filho acima de tudo, incluindo a possibilidade de um relacionamento antes que estivesse equilibrada econômica e psicologicamente.

— Você está grávida? — Thalia perguntou por fim, vendo o rosto da amiga se iluminar ao assentir.

Mesmo com todos os sentimentos ruins relacionados às memórias que Silena lhe despertava, Thalia se viu sorrindo, satisfeita com a felicidade da amiga, levantando-se sem pensar muito e envolvendo a antiga amiga em um abraço apertado.

— Um abraço não tira o fato que você me abandonou! — A Beauregad resmungou, retribuindo o abraço apertado e Thalia quase podia ver ela se xingar por ser tão dócil, a ponto de já ter perdoado a amiga por ter ido embora antes mesmo que voltasse.

— Eu sei, Lena. Mas estou aqui pra te ajudar agora. — Thalia sorriu, afastando-se e segurando as mãos de Silena em um afago. — Sei que uma gravidez pode ser muito difícil, ser mãe então…!

— Minha família apoiou e Charles é um amor, já estávamos querendo há um tempo.

— Ainda assim, conte comigo! — Thalia se surpreendeu, percebendo que estava sendo sincera.

— Posso contar para convencer esse cabeça dura?! — Silena questionou apontando para Nico com a cabeça, que apenas revirou os olhos novamente.

— Farei o que estiver no meu alcance! — Thalia prometeu rindo e logo era abraçada novamente, uma desculpa para a Beauregard lhe sussurrar nos ouvidos:

— Sei que você tem dotes pra convencer ele! E seja esperta com esse aí, amiga, sabe o que dizem dos italianos!

A Grace somente riu, se afastando, ao analisar em como, mesmo tendo abandonado o cabelo platinado e agora ter um corpo mais desenvolvido, mais belo e velho, Silena continuava a mistura exata de doçura e malícia. Isso despertava lembranças nostálgicas.

— Você não muda mesmo, Lena!

— Preciso voltar pra academia, só vim pegar um sorvete repleto de calda de chocolate porque estou morrendo de desejo! Nos falamos mais tarde? — Silena sugeriu e Thalia assentiu, realmente pretendendo responder as mensagens. Provavelmente seriam mensagens invasivas sobre Nico e sentimentais sobre os filhos, além de uma mistura de várias histórias do passado. Contudo, isso não parecia de todo mal.  — Vou pegar seu número com seu irmão.

— Hum… Que história é essa com meu irmão? — A Grace brincou, erguendo a sobrancelha.

— Você sabe que eu não resisto um novinho. — Silena piscou descaradamente.

— Charles deve adorar isso!

— Ah, ele sabe que não pode me mudar! — A Beauregard abraçou novamente a amiga antes de se despedir de cada um dos presentes, deixando claro pelo tom que ainda havia muito o que discutir com Nico.

— Sinto muito por isso, Silena é uma pessoa persuasiva. — Thalia sorriu assim que a amiga deixou o local com seu amado sorvete. — E, às vezes, invasiva também.

— Você conheceu Will, certo?! — Nico retrucou, deixando claro que não havia o que a Grace se desculpar.

— Cada qual tem os amigos que merece, certo?!

Nico sorriu, mas seus pensamentos pareciam longe. Ele desviou o olhar de Thalia e voltou a atenção para o que restava das batatas fritas e Thalia somente prestou atenção nas crianças que debatiam asneiras. A conversa com Nico havia sido ótima, fluido facilmente, mas agora havia um silêncio pesado e ela não sabia se realmente queria rompê-lo.

Discretamente ela procurou algum relógio pelo estabelecimento, arrependendo-se de não ter colocado qualquer um no pulso e, enquanto buscava com os olhos, capturou o olhar de Nico sobre si, mais especificamente para a região do seu pescoço.

Ela não conseguiu conter o riso ou o revirar de olhos, aparentemente o Di Angelo não era tão anjo assim…

— Meus olhos estão aqui em cima. — Thalia implicou, sorrindo travessa quando Nico ergueu os olhos até os seus e, em seguida, os desviou, ficando vermelho. Ela revirou os olhos novamente, notando que Hazel e Dimitri pareciam absortos na conversa o suficiente para não notar nada ao redor. — Ei, tudo bem, não é grande coisa. Acredite: isso já aconteceu comigo antes.

Ela tentou melhorar a situação, mas pareceu piorar. Nico olhava para a rua embaraçado e apertando as mãos sobre a mesa. Thalia a alcançou e a apertou, fazendo Nico quase saltar no banco, mas agora ela possuía a atenção dele.

— Eu não estava… — Ele murmurou, pigarreando e afastando o olhar, ainda que a Grace permancesse segurando sua mão.  — Não é isso… Eu não estava olhando…

— Pros meus seios? — Thalia ergueu a sobrancelha, dirigindo o olhar ao colo e percebendo que estava bem tampado pelo suéter.

— Era pro seu colar. — Nico murmurou, fazendo-a rir em chacota:

— Essa mentira é velha.

— Não… Não é mentira. É só… Eu já te vi com ele, antes.

Thalia estreitou os olhos, observando o colar em forma de nuvem bronze com pequenas correntinhas, onde as pontas azuis formavam gotas. Por um lado, aquela desculpa era velha, mas, pelo o outro, estava se tratando de Nico, o garotinho puritano — ignorando o fato dele ser pai solteiro aos vinte e dois, claro. — e, de fato, Thalia já havia usado aquele colar várias vezes.

— É um dos meus favoritos. — Ela deu de ombros, desistindo de provocá-lo. — Ganhei antes de sair daqui, dessa cidade. Estava no último ano e, no último dia de aula antes do meu aniversário, eu abri meu armário e ele estava lá, com um poemazinho meloso.

— Era do seu namorado? — Nico perguntou e Thalia riu, pensando em como Luke jamais faria algo do tipo, poemas não era com ele, definitivamente. Mas, obviamente, ele já havia lhe dado presentes igualmente belos.

— Não. — A Grace sorriu. — Um “admirador secreto”. Nunca descobri quem enviou, no final, mas não foi a primeira vez. Foi só o presente que mais gostei. Um pouco assustador porque ninguém sabia o dia do meu aniversário, mas ainda assim gostei.

— Deve ser legal, não? Esses admiradores…

— Não realmente. — Thalia suspirou, decidindo desabafar.. — Eu não gosto desse tipo de amor platônico, sabe? Quer dizer, a pessoa nem vem falar comigo! Só manda mensagens… Que tipo de amor é esse?

Ela fez uma pequena pausa, percebendo que Nico estava atento as suas palavras, a expressão ilegível.

— Eu nunca gostei desses filmes em que eles se apaixonam do dia pra noite e de repente fazem tudo um pelo outro. — Thalia continuou, ainda que seu cérebro alertasse que era um péssimo discurso para um encontro. Ainda que fosse um que não soubessem se era ou não um encontro. — Sempre achei falso. Nunca gostei disso de você ser louco por alguém à ponto de fazer qualquer coisa, ser completamente impulsivo e até, neurótico. Se eu me apaixonar um dia, quero que seja uma escolha minha, quero que alguém me escolha. Algo que envolva emoção, mas também razão: alguém que se apaixone pelo meu jeito, pelo o que eu acredito, pelo o que eu sou. Essa coisa platônica tipo Romeu e Julieta?! Dispenso.

— Isso me lembra Jane Austen. — Nico confessou, sem saber o que realmente falar.

— E ainda Mr Darcy achava seu amor por Elizabeth um fardo. — Thalia rolou os olhos, deixando claro não apreciar o livro. — Você conhece Percy, meu primo?

— Quem não conhece Percy Jackson? — Nico revirou os olhos, não gostando do rumo.

— Pois é, durante anos ele sofreu por Annabeth. Que tipo de amor é esse, que te machuca?! Que te faz passar anos e anos correndo atrás de alguém que não retribui, que só pisa em você. Percy poderia ter tido qualquer garota daquele maldito colégio, ou até fora dele, mas passou a vida toda como um cachorrinho!

— E agora eles estão juntos, não? — O Di Angelo questionou.

— Sim, mas estão porque ela ama ele ou porque simplesmente cansou de dizer “não”? — Thalia revidou um pouco exasperada, erguendo a sobrancelha.

— Eu não conheço eles, então não sou capaz de dizer. — Nico falou suavemente, como se lidasse com um animal raivoso. — Mas, Annabeth sempre me pareceu gostar de Percy também. Eu não sei dizer.

Thalia respirou fundo e tomou o que restava do refrigerante, percebendo que havia assustado um pouco Nico. É, ela realmente estava perdendo o jeito de lidar com os caras;

— Imagino que você deva ser assim, não? — Perguntou em um tom calmo. — Sonhar com um amor utópico. Sem ofensas e críticas, claro. Mas, você parece o tipo de cara que escreve músicas românticas e adora dar buquê de flores.

— Talvez.— Nico riu, assentindo. — Mas acho que também escolheria alguém que quisesse se apaixonar por mim. Confesso que também não sou fã de Romeu e Julieta. Ou da Mariah Carey.

Thalia também riu, feliz por não ter assustado Nico.

— Acho que sou pragmática demais às vezes.

— É só…  — Nico murmurou, os olhos semicerrados. — ...interessante sua forma de ver o mundo. Você já… se apaixonou?

Thalia sorriu e negou com a cabeça, pensando nos relacionamento antigos. Ela já havia feito loucuras por gostar de algum cara — e como se arrependia de algumas! —, mas apaixonada? Da forma como descreviam? A resposta era um simples “não”.

— E você? — A Grace questionou.

A forma como Nico mordeu o lábio inferior e abaixou a cabeça, um pouco vermelho, indicava claramente a resposta nada surpreende para Thalia. Nico era doce e puro de mais, devia ter se entregado de corpo e alma a quem teve seu coração. Ela abriu a boca para perguntar sobre as histórias do rapaz, mas foi impedida pelos acordes de Sweet Child O Mine.

Nico murmurou um pedido de desculpas enquanto atendia o celular, respondendo monossilabicamente. Quando desligou, seu olhar já dizia “preciso ir”.

— Crianças, acho que é hora de se despedirem. — Thalia comandou, sendo agradecida com um sorriso. Dimitri e Hazel reclamaram, mas foi em vão. — Vamos, já está ficando tarde. Podemos sair outro dia, mas por hoje chega.

Os resmungos das crianças foram constantes, assim como os pedidos para ficarem um pouco mais, contudo, Thalia sabia dizer “não” também.

— A conta! — A Grace exclamou quando  chegaram à porta. Nico a abriu para as crianças e Thalia, que tentou esconder o sorriso diante do ato.

— Não precisa. — Nico sorriu. — Eu já cuidei disso.

— E quanto foi? — Thalia questionou, já do lado de fora. —Dimitri quem convidou!

— Não se preocupe com isso. Você me viu discutir com Silena, quer tentar? — Nico ergueu a sobrancelha com um sorriso de canto, fazendo Thalia sorrir.

— Tudo bem, dessa vez você venceu. Mas, da próxima, é por conta dos Graces. E longe desse palhaço, por favor!

— Tudo bem. — Nico riu, vendo-a apontar para a figura de Ronald McDonald.

— Quando vamos sair de novo, mamãe? — Dimitri perguntou e Thalia encontrou o olhar de Nico.

— Que tal daqui duas semanas? — Ela sugeriu. — No sábado.

— Por mim está ótimo.

— Nos vemos lá.

Thalia se inclinou para um abraço e Nico estendeu a mão, mais uma vez tornando o comprimento confuso. Ela riu e balançou a cabeça, quase revirando os olhos.

— Acho que precisamos de um padrão, não é?

— Isso ajudaria.

Thalia sorriu e, ao ver as crianças se abraçarem apertado pra se despedir, optou por abraçá-lo, que acabou correspondendo por alguns segundos. Thalia se abaixou e deu um beijo na cabeça de Hazel.

— Tchau, minha norinha favorita! — Ela sorriu e recebeu um beijo na bochecha também, enquanto Nico só bagunçou os cabelos de Dimitri.

— Até mais. — A Grace se despediu, entrando no carro.

— Ciao! — Os Di Angelos acenaram, dando fim ao primeiro encontro.  


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Notas finais do capítulo

Acham que o Nico deve aceitar a proposta da Silena? Concordam ou discordam do ponto de vista da Thalia? Gostam de Romeu e Julieta? E Orgulho e Preconceito?
Quero ver as discussões, ahsau'
Aquele capítulozinho pra começar a semana bem!
Acredito que devo voltar a postar com frequência, uma vez que meu semestre acaba em duas semanas.
Até lá, estou respondendo os reviews. Não se assustem se receberem resposta 2, 3 da manhã. Estou usando a insônia pra colocar a vida em dia.
Enfim, espero que tenham gostado e até os comentários!
PS.: Estou fazendo a listinha de citações do capítulo anterior e logo colocarei no final do capítulo. As referência deste capítulo estão bem óbvias né?