De Repente Papai escrita por Lady Black Swan


Capítulo 8
Rin faz um pedido.


Notas iniciais do capítulo

Adivinhem que voltoooooooou ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/713754/chapter/8

Rin ainda se lembrava de como Mariko ficara surpresa da primeira vez em que lhe dissera que queria ver uma foto do pai, na época ela ainda estava a uma semana de completar sete anos e naquele dia havia tido Ed. Física na escola, por isso seus cabelos estavam presos para o alto, na verdade, agora pensando bem lhe parecia que apesar de estar sempre lhe falando do pai nunca passou pela cabeça de Mariko que um dia Rin pudesse querer saber como ele era.

—Mas por que você quer ver uma foto dele?! — lembrava-se dela ter perguntado.

—É que... — ela estava com vergonha de dizer, mas ela e Mariko nunca haviam guardado segredos uma da outra e ela não queria começar agora — É que as outras crianças da escola me disseram que você estava mentindo pra mim, porque não sabe quem é meu pai de verdade e só estava me contando essas histórias sobre um pai imaginário para que eu me sentisse melhor.

Mariko arqueou as sobrancelhas.

—As outras crianças te disseram isso?!

—Disseram.

—E você acreditou nelas?

Envergonhada Rin baixou a cabeça.

—Não, mas... Por que você nunca me mostrou uma foto do papai, Mariko?

—Por que as crianças são sempre tão cruéis? — sua mãe suspirou abraçando a filha. — Elas não deviam ficar te dizendo essas coisas maldosas.

Rin concordou buscando conforto nos braços da mãe, crianças sempre eram realmente muito cruéis.

—Mas eu pensei que talvez... Que talvez se eu mostrasse uma foto de meu pai a elas, elas deixariam de me aborrecer.

—Eu duvido muito disso querida, mas se é isso que você realmente quer... — sua mãe respondeu levando as mãos ao pescoço e tirando dali o cordão de ouro que ela nunca tirava — Esse cordão aqui foi um presente de seu pai.

—É mesmo? — Rin estendeu as mãos para pegar o objeto. — É por isso que você nunca o tira.

—É. — Mariko sorriu — Sabe Rin, Sesshoumaru-kun era realmente uma pessoa muito fria, e para qualquer um que olhasse iria parecer que ele não gostava de mim... Nem de mais ninguém para falar a verdade, por isso não foi uma surpresa, mesmo que tenha me magoado, quando ele foi embora sem dizer nada, mas tanto essa correntinha quanto o pingente são feitos de ouro, por isso eu nem consigo imaginar o sacrifício que ele deve ter feito para conseguir comprar-me isso. — Mariko mordeu o lábio inferior — Mesmo que esse tenha sido o primeiro e último presente que ele me deu, eu imagino que isso significa que ele realmente gostava de mim, não é?

Àquela altura Rin já tinha os olhinhos brilhantes.

—Com certeza mamãe! — respondeu emocionada — Ele sem dúvida gostava muito de você!

Mariko ficou quieta por algum tempo, e quando voltou a falar disse:

 —Rin, você sabe que eu era babá do irmãozinho do seu pai, e por isso passava muito tempo na casa dele, certo?

Rin a olhou de forma desconfiada.

—Sei...

—Bem, então um dia quando ele não estava olhando eu... — ela abriu o pequeno medalhão — Peguei isso.

Em uma das faces do medalhão havia uma foto de sua mãe mais jovem, e Rin surpreendeu-se ao ver que já desde aquela época a mãe já usava aqueles óculos enormes e redondos de aros finos, mas ficou maravilhada a ver na outra face o rapaz de cabelos loiros e lisos e lábios que aparentemente não sabiam sorrir.

—Esse é... — ela piscou. — É meu...

—Seu pai. — Mariko confirmou. — Sim, é ele.

—Mas ele parece tão... Tão...

—Jovem? — Mariko completou. — Eu sei, mas ele com certeza está mais maduro agora.

—Bonito. — disse Rin — Eu ia dizer bonito.

—Ah é? Sim, com certeza ele é. — Mariko concordou — Mas essa é a única foto de Sesshoumaru-kun que eu tenho e... Se você quiser, eu posso deixá-la levar o medalhão para a escola.

Rin ficou tão surpresa que quase deixou à jóia cair.

—Verdade mesmo mamãe?

—Claro. — sua mãe fez uma pausa enquanto prendia o cordão em volta do pescoço de Rin — Mas este me é um tesouro muito valioso Rin, então vai ter que me prometer que cuidará muito bem dele e o trará intacto de volta.

Rin sorriu para a mãe.

—Eu prometo mamãe.

Isso fora em um dos últimos meses bons de Mariko, logo antes dela começar a adoecer e definhar, no entanto ela nunca havia chegado a contar para Sesshoumaru-Sama sobre a existência de Rin, pois, assim como lhe confessara, no fundo apesar de ser uma criatura gentil Mariko era egoísta, e depois que Sesshoumaru se foi ela quis guardar Rin só para si, então era natural que agora ele quisesse um exame de DNA.

Era realmente uma sorte que Rin nunca tivera medo de agulhas.

—Agora, por favor, não se mova. — o enfermeiro pediu — Isso, assim mesmo.

Ela fez o que ele pediu, para que o enfermeiro pudesse recolher seu material genético com a agulha gigante para o exame de DNA, pouco depois o enfermeiro guardou a seringa com o DNA de Rin num vidrinho, pegou uma nova agulha e virou-se para Sesshoumaru-Sama.

—Por favor, senhor. — pediu.

Assim como fez com Rin ele recolheu o sangue de Sesshoumaru-Sama, e pronto, o exame estava terminado.

O exame fora bem mais rápido do que Rin esperava também.

—Isso é tudo o que precisamos senhor Taisho. — o enfermeiro informou retirando as luvas descartáveis — O resultado do exame deve sair em um prazo máximo de até cinco dias úteis.

—Obrigado. — Sesshoumaru-Sama agradeceu levantando-se e vestindo o paletó — Vamos Rin.

“Vamos Rin”, essa era, provavelmente, a frase mais longa que ele dissera desde o dia da visita da senhora Arina, que “ainda era nova demais para ser chamada de vovó”, porque desde a visita da mãe o senhor Sesshoumaru estava muito mais sério e calado, tio Inuyasha dizia que ele sempre ficava assim quando a senhora Arina fazia mais uma de suas aparições surpresas.

E não era pra menos, era suposto que todas as mães amassem os filhos, mas nas poucas horas que estivera no apartamento a senhora Arina parecia não ter encontrado nada de bom para dizer ao filho, apenas reclamações sobre o tamanho do apartamento de Sesshoumaru-Sama, e a escolha de profissão de Sesshoumaru-Sama, além é claro das muitas alfinetadas veladas a respeito de Sesshoumaru-Sama ter desistido da faculdade de direito ainda no terceiro semestre do curso, e também dele ter abrigado em casa o “filho daquela outra mulher” — que era como ela chamava ao tio Inuyasha — enquanto ela e seu ex-marido — o pai de tio Inuyasha e de Sesshoumaru-Sama — viajam mundo afora esbanjando dinheiro.

Tio Inuyasha explicara que as coisas não eram bem assim, Sesshoumaru não o tinha abrigado para que Inutaisho e Izayoi caíssem na gandaia mundo afora, aquela era uma versão que a senhora Arina criara para si mesma e na qual aparentemente acreditava, mas a verdade era que Inutaisho e Izayoi trabalhavam no exterior, e quinzenalmente Sesshoumaru recebia uma pensão — bem gorda — deles, tanto para arcar com os gastos de tio Inuyasha quanto para “suportá-lo” ali, do contrario com certeza ele já estaria no olho da rua.

Mas agora a Senhora Arina tinha mais uma reclamação a por na lista: a irresponsabilidade de Sesshoumaru-Sama por ter se tornado pai aos dezesseis anos e principalmente por nunca ter contado nada a ela.

Sesshoumaru-Sama ainda tentara explicar os fatos segundo o que ele parecia acreditar: a de que Rin não era filha dele.

Mas, assim como todo mundo, a senhora Arina não pareceu ter acreditado em nada disso, afinal, segundo ela mesma, se a menina e ele realmente não tivessem nenhuma ligação por que ela estava morando ali?

Talvez por isso Rin tivesse aquela impressão de que desde então Sesshoumaru-Sama estava mais zangado com ela do que de costume.

—Sim senhor. — ela levantou-se também e colocou a mochila escolar de volta nas costas.

Ele nunca usava terno, mas provavelmente havia decidido que aquela era uma ocasião especial. Será que ele usaria terno para ir buscar os resultados do exame também?  E será que a traria junto no dia?

—Sesshoumaru quem é a criança aqui, você ou Rin?! — Sango-chan reclamou segurando a porta do apartamento quando Sesshoumaru-Sama quase a fechou na cara de Rin — Você não precisa ignorá-la dessa forma!

Rin nem vira da onde ela viera!

—E ela não precisava ter corrido para abraçar minha mãe e chamá-la de vovó. — ele respondeu soltando a gravata e entrando no apartamento sem olhar para trás.

Ela baixou a cabeça, Sesshoumaru-Sama tinha razão, mas ela era impulsiva, essa era sua falha mortal.

—Uau, uma frase com catorze palavras! — tio Inuyasha exclamou lá de dentro — Acho que estamos progredindo aqui!

—Cala a boca imbecil. — ouviu Sesshoumaru-Sama replicar irritado.

Sango-chan colocou a mão em seu ombro.

—Vai ficar tudo bem. — ela lhe assegurou — Ele está um pouco irritado agora, mas vai passar.

Rin mordeu o lábio inferior com insegurança, e angustiada ergueu a mão e fechou-a em torno do pequeno medalhão de ouro pendurado em seu pescoço, mas concordou e entrou.

Naquele momento tudo o que ela queria era ter sua mãe consigo, mas foi Sango-chan quem a acompanhou.

—Poxa Sango, por que não bateu na porta? — Kagome-chan reclamou quando as duas chegaram à sala. — Sempre que um de vocês deixa de bater na porta eu deixo de ganhar 225 ienes. Sabia?

Ela e tio Inuyasha estavam de joelhos no chão terminando o que parecia ser um cartaz feito de cartolina branca em cima da mesinha de centro.

—Você não vai passar fome por apenas 225 ienes a menos Kagome. — Sango-chan respondeu.

—Eu insisto que tem algum tipo de trapaça nisso.tio Inuyasha reclamou balançando cuidadosamente um pincel e fazendo respingar tinta vermelha no cartaz.

—Só porque você é um péssimo perdedor. — Sango-chan afirmou afastando-se de Rin e sentando-se entre Kagome-chan e tio Inuyasha. — Como estamos indo aqui?

—Quase terminado. — Kagome-chan respondeu usando um pedaço de giz amarelo no cartaz. — Olhe só o efeito que esse giz dá, a lua cheia ficou ótima!

—E os meus “respingos de sangue” então? — tio Inuyasha vangloriou-se — Eles são o toque final.

—Hum... — fez Sango-chan analisando o trabalho da dupla — É, ficou realmente muito bom.

Rin aproximou-se.

Na parte inferior do cartaz havia um enorme precipício negro com o que parecia ser um lobisomem em cima, uivando para a lua cheia amarelada de Kagome, aos pés do precipício havia um cemitério arruinado com zumbis saindo de suas tumbas, e no canto oposto ao precipício havia um “close” de um típico fantasma japonês, com cabelo negro oleoso sobre o rosto, havia “respingos de sangue” por toda a cena, e acima de tudo aquilo enormes letras “sangrentas” anunciavam: “O Labirinto do Terror!”.

Tudo — com exceção dos respingos de sangue, da lua cheia e das letras sangrentas — havia sido pintado de preto, o que passava a sensação de que eram apenas sombras, iluminadas pela lua cheia.

—O que vocês estão fazendo?

—O mural que vai ficar em frente ao nosso labirinto do horror, para nossos visitantes assinarem. — Kagome-chan respondeu apontando para o enorme espaço vazio que ficara entre o cemitério e as letras sangrentas — Assim teremos uma base de mais ou menos quantos visitantes recebemos.

—Labirinto do horror? — franziu o cenho.

—É. — tio Inuyasha ergueu os olhos, quando terminou com seus “respingos de sangue” — Nós vamos fazer um no festival cultural da escola nessa sexta-feira, como conseguimos a quadra de basquete queríamos aproveitar bem o espaço.

—Um festival cultural?! — Rin animou-se.

—E por falar em espaço, eu não acho que nosso pai e Izayoi me paguem o bastante para além de ter que aturar você convivendo comigo no meu apartamento e ainda ter que aturar seus amigos o invadindo. — era seu pai que ressurgia à porta da sala, ele olhou a cena por um momento, e então perguntou: — E onde está o quarto? Acabei de vir da cozinha então sei que ele não está assaltando minha geladeira.

—Miroku está na escola fazendo o labirinto com o resto do grupo que ficou encarregado da tarefa. — Sango-chan respondeu — E por falar nisso, eu estava saindo para ir me reunir com o grupo da confecção das fantasias, quando Miroku me mandou uma mensagem, ele quer saber o que vocês dois estão fazendo que ainda não apareceram e nem retornaram as ligações e mensagens dele.

—Esqueci meu celular em casa. — Kagome-chan respondeu.

Tio Inuyasha franziu o cenho e, ainda sentado no chão, esticou-se para pegar o celular em cima do sofá... Só para descobri que ele estava completamente sem bateria.

Sesshoumaru-Sama girou os olhos e saiu.

Tio Inuyasha suspirou.

—Diga a ele que nós sairemos daqui a um minuto. — ele olhou para Rin — Tampinha, tudo bem para você se eu deixar o nosso mural secando na minha cama?

—Tudo. — respondeu.

É claro que era meio estranho pedir permissão para usar o próprio quarto e cama, mas mesmo assim tio Inuyasha concordou pegou o mural e passou cuidadosamente pela porta.

Kagome-chan levantou-se alongando os músculos.

—Pois é. O trabalho nunca acaba, até depois Rin. — completou bagunçando os cabelos da menina e saindo junto com Sango da sala — Inuyasha, nós estamos indo sem você!

—O QUE?! — Tio Inuyasha gritou do quarto. — Bruxa idiota me espere!

A única resposta foi o som da porta da frente batendo, e logo depois tio Inuyasha passou correndo pelo corredor para sair às pressas do apartamento.

Ainda sentada onde estava Rin apertou os punhos sobre as coxas e mordeu o lábio inferior.

—Senhor Sesshoumaru. — chamou. — Sesshoumaru-Sama?

Nenhuma resposta, engolindo em seco ela levantou-se e foi em busca dele, ele não estava na cozinha, e sendo aquele um apartamento tão pequeno só havia mais um lugar aonde procurar... Resignada a menina parou em frente à porta do quarto do pai.

Voltou a engolir em seco, e pensou em desistir, mas ao invés disso permaneceu ali, e levou mais uns bons sete segundos até ter coragem o bastante para erguer o punho e bater na porta.

—Sesshoumaru-Sama? — chamou, nenhuma resposta, ela voltou a bater e insistiu — Sesshoumaru-Sama? — nada, Rin franziu o cenho e continuou a bater — Sesshoumaru-Sama eu sei que o senhor está aí então abra logo, por favor, o senhor sabe que eu não vou embora até...

A porta abriu-se tão repentinamente que Rin quase caiu para dentro do cômodo.

Aquela era a primeira vez que ela via o quarto do pai, ele era todo branco e cinza e tão imaculadamente arrumado que a fazia se questionar se alguém realmente dormia ali — apesar de saber que seu pai dormia — ela também não conseguiu deixar de pensar que seria um problema se alguém derramasse algo em qualquer canto daquele quarto.

E gelado. O quarto era muito, muito gelado.

Mas acima de tudo aquele quarto a fazia pensar no inverno, não o inverno bom no qual as crianças brincavam de jogar bolas de neve e esperavam ansiosamente pelo Papai Noel, mas o outro, aquele mais duro e cruel, no qual as pessoas se perdiam em nevascas e nunca mais eram encontradas.

Rin engoliu em seco.

—Você vai ou não dizer o que quer de uma vez antes que eu feche a porta na sua cara?! — seu pai perguntou de forma impaciente.

Ela olhou para o alto.

—Sesshoumaru-Sama. — chamou mais uma vez, e calou-se por uns poucos segundos enquanto reunia coragem — O senhor poderia me levar ao festival escolar do colégio do tio Inuyasha?

Sesshoumaru-Sama arqueou uma sobrancelha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É só eu ou vocês também acham os capítulos com as lembranças da Rin sobre a mãe um pouco mais tristes?
E quanto ao Sesshoumaru hein? Alguém ficou com raiva da forma como ele se comportou nesse capitulo? E será que ele vai ou não aceitar levar Rin ao festival escola da escola do Inuyasha?
Até a próxima o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "De Repente Papai" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.