In your dreams escrita por JM


Capítulo 23
XXIII - Always


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente!
Aqui estou eu, com um presentinho de natal, ainda que um pouquinho atrasado, pra vocês, o ultimo capitulo dessa história que eu amei escrever, e da qual foi extremamente dificil me despedir.

Esse final nao está com muita cara de final, acho que está mais para um recomeço, que é o que a história fala em essência não é mesmo?
Enfim, espero que eu possa encantar e surpreender vocês uma ultima vez, espero superar expectativas e dar um fechamento tão bom quanto vocês esperavam.
Antes do capitulo, gostaria de fazer um agradecimento. Quero agradecer imensamente a todos e a cada um de vocês que me acompanharam durante essa jornada, que leram, comentaram, se envolveram, riram e choraram com nosso casal favorito.
Espero que de algum modo essa história tenha chegado ao coração de vocês! De verdade, muuito, muito obrigaada por tudo, foi por causa de vocês que essa história se tornou o que é, e espero que vcs reconheçam um pedacinho de cada um de voces nesse final!

Uma ultima coisa antes do capitulo: vou deixar aqui o link e a sinopse da minha nova fic, meu novo projeto maluco. Deem uma olhada lá se quiserem, vou adorar encontrar vocês por lá também!
Link de "Page 23": https://fanfiction.com.br/historia/719248/Page_23/

Sinopse: "E se ao invés de fugir do bar no qual Tinker a levara, Regina tivesse resolvido entrar?
E se ela e Robin tivessem se conhecido naquela época?
Teria o amor deles sido forte para mudar o curso de maldições e planos de vingança?
A Rainha e o ladrão teriam conseguido viver o amor para o qual estavam destinados?
Essas sao algumas das perguntas que essa humilde fic tenta responder, a visão de uma autora apaixonada por OutlawQueen sobre o que teria acontecido se tudo fosse diferente."

Boa leitura a todos!!



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Então era assim a felicidade. Um sentimento que te tomava por completo, preenchendo cada mínima parte sua, que o tomava de tal forma que todo o resto se tornava obsoleto, pequeno, sem nenhuma importância.

Agora Robin conseguia verdadeiramente entender o significado daquela palavra de 10 letras. Ali, deitado em uma cama de um quarto de hotel em Nova York, envolvendo Regina, ainda adormecida, em seus braços, o loiro podia dizer a quem o perguntasse que se sentia plenamente e irrevogavelmente feliz.

Sim, eles haviam passado por muitas coisas. Palavras haviam sido ditas, desaforos trocados. Venceram distancias e conflitos. Lágrimas foram derramadas e sorrisos distribuídos, mas agora que tudo havia passado, Robin se dava conta de poderia ter passado por tudo aquilo de novo. Dava-se conta de que não se importaria em enfrentar todos os antigos problemas e também novos que surgissem, apenas para ter Regina ao seu lado, apenas para fazê-la feliz, para vê-la abrir mais um daqueles seus magníficos sorrisos, tão brilhante quanto as estrelas.

Ao pensar no sorriso luminoso da linda morena que naquele momento descansava a cabeça em seu peito, ainda perdida em seu mundo de sonhos, um largo sorriso brotou nos lábios do loiro, que se inclinou um pouco e depositou um terno beijo nos cabelos macios dela.

Os minutos se arrastaram, silenciosos e preguiçosos, parecendo não quererem que a hora avançasse, como se fizessem de tudo para que aquele instante de paz e tranquilidade durasse pela eternidade.

Robin, por seu turno, não moveu um único musculo que fosse. Continuou exatamente onde estava, velando o sono de sua amada, que ainda dormia a sono solto, uma expressão de tranquilidade estampada no rosto.

Ao notar a tranquilidade que Regina apresentava enquanto dormia, o loiro sentiu um pequeno nó de preocupação se desatar em seu coração. Pelo menos aquela noite ela havia conseguido dormir sem ser assolada por pesadelos.

Com tudo que acontecera aos dois, a morena havia passado por um período conturbado, no qual o sono se tornara seu maior inimigo. Quase todas as noites, ela acordava no susto, o coração aos saltos e as lágrimas rolando por suas faces, assustada com o que vira em seus sonhos, na maioria das vezes relacionados aos horrores que eles haviam enfrentado por conta de Daniel e Marian.

Todas as noites nas quais a morena acordava daquela forma, Robin estava ali ao lado dela, procurando fazer de tudo para que ela se acalmasse, tentando ao máximo tranquiliza-la com suas palavras e seu abraço. Em algumas noites não era tão difícil acalma-la, mas em outras essa se mostrava uma tarefa um pouco mais complicada.

Felizmente, aquela era a terceira noite seguida na qual Regina não sofria com pesadelos, o que para Robin era uma verdadeira vitória. Ele simplesmente odiava vê-la sofrer e chorar, e constatar que a morena estava aos poucos deixando que os fantasmas e medos se afastassem dela era realmente muito bom.

O loiro foi tirado de seus devaneios por um movimento de Regina, que lentamente despertava da noite de sono. Parecendo não querer realmente acordar, a morena rolou para o outro lado da cama, escondendo o rosto em um travesseiro, o que fez com que Robin soltasse uma gostosa risada ao perceber a relutância da morena em acordar.

— Bom dia morena! Já tava na hora da dorminhoca acordar, a senhorita não acha não? – falou, sem esconder o divertimento em sua voz ao se aproximar de onde Regina estava, puxando-a para perto de si e enterrando o rosto no pescoço dela, aspirando o perfume inebriante que ela exalava.

— Nãaao.....eu quero continuar a dormir. – murmurou a morena em uma voz arrastada e sonolenta, virando-se na direção do loiro, ainda de olhos fechados.

— Eu não ia querer isso se fosse você. – respondeu o loiro, e um tom de voz divertido e misterioso.

— E porque não? – voltou a perguntar Regina, ainda sem abrir os olhos e aproximando seu rosto do dele.

— Porque...eu acho que você iria gostar de se arrumar antes de sairmos. Mas se não quiser tudo bem, nós podemos ir de pijamas, ou robes, não tem problema nenhum. – falou o loiro, sorrindo e a beijando de leve.

— E onde nós vamos? – questionou a morena, a curiosidade finalmente vencendo seu desejo de voltar a dormir.

— Casar. – foi à resposta de Robin. Uma única palavra que foi capaz de despertar Regina por completo, fazendo com que a morena levantasse a cabeça do travesseiro e fixa-se seu olhar nos oceanos azuis que tanto amava.

— O que? – perguntou a morena, em um tom surpreso, sentindo seu coração se acelerar de imediato, tamanha a curiosidade e ansiedade para descobrir o que o loiro estava planejando.

Fazia pouco mais de uma semana que Robin a tinha pedido em casamento, um pedido feito da forma mais incrível e romântica que ela poderia ter imaginado. E é claro que sua resposta fora sim, claro que ela queria se casar com ele. Robin era tudo pra ela, seu maior amor, o dono de seu coração, e ela não pensara duas vezes antes de dar sua resposta. Mas casar assim, do nada? Sem planejamento, vestido ou bolo?

Regina não queria nada de luxo, nenhuma festa grande com um monte de convidados, afinal de contas ela não tinha ninguém a quem quisesse realmente chamar para o seu casamento, mas definitivamente não esperava acordar com uma noticia daquelas, simplesmente não estava esperando que Robin decidisse que aquele, um dia comum como outro qualquer, era o dia perfeito para o casamento deles.

Já imaginando os questionamentos e a surpresa que passavam pela mente de sua linda morena, o loiro tratou logo de começar a explicar o que tinha em mente, intimamente torcendo para que desse tudo certo, para que ela aceitasse aquele pedido inusitado, para que dissesse sim para sua ideia maluca.

— Isso mesmo. Quero casar com você morena, quero que nosso casamento seja realizado hoje. Sei que você tá surpresa, mas pensa comigo: nós não temos dinheiro para realizar uma festa grande, e acho que mesmo que tivéssemos não teríamos quem convidar para ela, não é? Além disso, eu quero muito que nossa união seja completa, e pra sempre. Tudo o que eu quero é que seja um momento perfeito, o nosso momento perfeito, e acho que qualquer dia vai ser igualmente bom para que a gente se case, inclusive hoje. – falou, sua voz exalando alegria e expectativa enquanto fitava os olhos castanhos da morena, ainda divididos entre a hesitação e contentamento. – E então, o que me diz? Você aceita realizar nosso casamento hoje?

Por um momento Regina permaneceu em silencio, pensando o que deveria responder. Assim como Robin, ela queria que o casamento deles fosse perfeito, e tinha algumas duvidas sobre se um casamento feito assim, sem nenhum planejamento, poderia realmente se tornar uma boa recordação, um dia especial.

A hesitação da morena, no entanto, não durou mais do que alguns poucos segundos, durante os quais se tornou claro para ela que nenhum planejamento ou detalhamento seria necessário para que seu casamento fosse tudo que ela sonhara, afinal, para que isso acontecesse, tudo que ela realmente precisava era que Robin estivesse ao seu lado.

E no fim das contas, o loiro tinha razão não é? Eles não tinham ninguém que se importaria em comparecer a seu casamento. Sua família a muito fora esquecida, enterrada nas cinzas de seus respectivos passados, e eles não haviam levado para suas novas vidas os pretensos amigos do passado. Não, tudo que tinham eram um ao outro, e isso já era mais do que o suficiente.

— Tudo bem amor, podemos nos casar hoje. – a morena pronunciou as palavras de forma vagarosa, notando o sorriso nos lábios de Robin aumentar a cada palavra que ela dizia. – Mas temos dois problemas pra resolver antes que esse possa se tornar o nosso dia inesquecível. – continuou a falar, notando de imediato o olhar intrigado que o loiro lhe lançou.

— E quais são estes problemas? – questionou Robin, repentinamente preocupado que tivesse deixado escapar algum detalhe, alguma coisa que poderia atrapalhar seus planos.

— Não tenho um vestido de noiva. E também não temos alianças. – respondeu a morena, em um tom divertido.

Antes de responder, Robin não conseguiu conter um suspiro de alivio que lhe escapou pelos lábios. Então era isso. Vestido e alianças. Para o primeiro problema, ele realmente não tinha uma solução, mas duvidava que Regina não conseguisse encontrar algo que servisse para a ocasião, já que eles não iriam realmente realizar uma cerimonia pomposa e ela ficava simplesmente deslumbrante com qualquer roupa que vestia; já quanto às alianças, ele sabia perfeitamente bem que elas haviam deixado de ser um problema.

No dia anterior, enquanto Regina estava no banho, ele saíra do hotel e se dirigira a uma joalheria que havia a poucas quadras dali, decidido a encontrar o par de anéis perfeito. Seu orçamento era ligeiramente curto, mas depois de alguma procura, conseguiu encontrar exatamente o que estava procurando.

Eram alianças de ouro simples, mas elegantes. Em uma delas, a que pertenceria a Regina, havia uma pequena e delicada pedrinha de diamante. Depois de comprar os anéis, o loiro mandara que fosse gravado, na parte interna de seus aros os nomes dos dois, e na parte externa uma única e singela palavra, mas que representava perfeitamente bem o relacionamento deles e o profundo amor que nutriam um pelo outro. “Always”.

Sorrindo ao se lembrar de sua ida furtiva a joalheria, Robin se desvencilhou de Regina com delicadeza e se levantou da cama, dirigindo-se a cadeira na qual havia pendurado seu casaco na noite anterior, enquanto a morena acompanhava seus movimentos com um olhar cheio de expectativa e confusão, já que o loiro ainda não havia lhe respondido.

Depois de um momento procurando em um dos bolsos de seu casaco, os dedos do loiro se fecharam em torno de uma pequena caixinha de veludo negro. Ele a retirou dali e voltou para onde Regina estava, uma expressão de interrogação estampada em seu rosto, os olhos confusos fixos nos de Robin, perguntando-o sem a menor necessidade de palavras o que tudo aquilo significava.

Robin voltou a se sentar na cama,  ainda guardando silencio, e estendeu a pequena caixinha na direção da morena, que a aquela altura estava sentada na cama, não se aguentando mais de tanta curiosidade.

Quando a caixinha já estava segura nas mãos de Regina, o loiro finalmente voltou a falar, quase sem conseguir conter a animação em sua voz: - Olha morena, quanto ao problema do vestido eu não tenho uma solução, mas sinceramente, você vai ficar linda com qualquer coisa que decidir vestir. – diante daquele comentário de Robin, Regina sentiu seu coração se aquecer, e suas bochechas esquentarem, corando imediatamente. – Já quanto as alianças, bom...veja você mesma. Espero que goste.

Surpresa e emocionada com mais aquele gesto de delicadeza e carinho de seu amor, a morena desviou o olhar de seus amados oceanos azuis para o negro da caixinha de veludo, sentindo seu coração bater com maior força e intensidade, parecendo tão curioso quanto ela.

— Robin, amor, eu....- Regina começou a falar, mas simplesmente não conseguiu completar seu pensamento, os olhos ainda fixos na pequena caixa fechada que tinha em suas mãos. O que ela queria dizer a ele? Queria agradece-lo, dizer o quanto o amava, o quanto agradecia por tê-lo em sua vida. Queria que ele soubesse o quanto era especial e único, que ele tivesse certeza do tamanho e da força avassaladora do amor que nutria por ele, mas simplesmente sentia que palavras não seriam suficientes.

Por isso, sentindo o quanto suas palavras eram ínfimas diante da avalanche de sentimentos que a invadiam naquele momento, a morena continuou em silencio, sem conseguir organizar em palavras todas as suas confusas e efusivas emoções.

Finalmente parecendo conseguir se lembrar do que tinha em suas mãos e também de todos os significados que aquela pequena caixinha representava, tomando coragem para abri-la. Quando o fez, deparou-se com um par delicado e elegante de alianças de ouro.

Pegou uma delas nas mãos, a que tinha uma pedrinha, e a girou nos dedos, analisando os detalhes da pequena e tão importante joia. Quando finalmente conseguiu desviar seus olhos do anel, encontrou  os olhos azuis de Robin, brilhando de expectativa, uma pergunta muda e desesperada tempestuando os geralmente calmos oceanos azuis.

— E então, você gostou? – perguntou o loiro, sem conseguir conter sua curiosidade, desesperado para saber a opinião de sua amada morena, para saber se tinha acertado na escolha dos anéis, para saber se tinha conseguido surpreende-la.

— Eu não gostei Robin. – começou a responder Regina, notando de imediato a expressão de decepção do loiro. – Eu amei meu amor! Elas são perfeitas, são lindas! – completou, abrindo um largo sorriso e deixando que as lágrimas de emoção que estava contendo até aquele momento, fluíssem por suas faces.

Antes que o loiro pudesse dizer qualquer coisa, a morena guardou a aliança de volta a caixa e a fechou, colocando-a sobre a colcha branca da cama e se aproximou de Robin, cobrindo rapidamente a pouca distancia que havia entre eles.

— Obrigada. – sussurrou, quando seus rostos já estavam extremamente próximos, as respirações aceleradas se misturando uma a outra, enquanto os corações começavam sua própria melodia, unindo suas batidas como se fossem um único instrumento.

Robin não respondeu, ao menos não com palavras. Ao invés disso, selou seus lábios aos de Regina, abraçando-a pela cintura e colando seu corpo contra o dela. Quase que instantaneamente, sentiu os braços da morena envolverem seu pescoço, e ela o puxou para ainda mais perto, o beijo que começara calmo rapidamente se tornando uma avalanche ardente e descontrolada, suas bocas executando uma intrincada coreografia enquanto um se perdia no toque do outro, deixando que apenas o amor fosse seu condutor, seu guia.

—------------

Estou nervosa.— confidenciou Regina em seus pensamentos, sentindo como se as borboletas em seu estomago levantassem voo todas ao mesmo tempo, desesperadas para estarem ao ar livre novamente.

Estavam agora na porta do fórum, e apenas algumas horas haviam se passado desde que Robin apresentara a ideia de eles se casarem naquele dia, e bom, agora eles estavam ali, prestes a formalizar aquela união.

A morena sentia seu coração descompassado, ansioso para descobrir o que veria a seguir. Aquele era o ultimo dia do casal em Nova York, depois eles iriam embora, construir sua vida em outro lugar, desconhecido para ambos, a bela e ensolarada Flórida. E este último dia estava prestes a se tornar um dos mais importantes e especiais de toda a sua vida, o dia de seu casamento.

Não fique, vai dar tudo certo. Eu prometo.— a voz de Robin chegou a mente de Regina, despertando-a de seus devaneios e fazendo com que ela se virassem para olha-lo nos olhos.

Ao fitar aquele belo par de olhos azuis, os seus amados e encantadores oceanos azuis, a morena sentiu seu corpo relaxar de imediato. Sentiu a tensão e o nervosismo que haviam se acumulado nos últimos minutos deixar sua mente, que foi inteiramente ocupada pela alegria e a felicidade que sentia só de estar ali, do lado de fora de um fórum de Nova York, só de estar na presença da pessoa que mais amava no mundo. Robin tinha razão, ia dar tudo certo. Aquele era o momento deles.

De mãos dadas, o casal adentrou ao prédio do fórum e procurou informações de como poderiam realizar o casamento ainda naquele dia. Foram orientados de eu havia um horário livre dali à 1h, e que se quisessem poderiam aguardar no saguão ou voltar em alguns minutos. Por conta do calor que assolava Nova York, os dois optaram por permanecer por ali, e foram se sentar em umas cadeiras que estavam dispostas na sala de espera.

— Posso te contar um segredo? – falou Robin baixinho, perto do ouvido da morena, depois de alguns minutos de um silencioso ansioso.

— Você sabe que sim. – foi a resposta de Regina, que se virou na cadeira para encarar o futuro marido, enxergando em seus olhos o mesmo nervosismo e a mesma ansiedade que sentia em seu próprio interior.

— Também estou nervoso. Muito nervoso, pra dizer a verdade. – confidenciou, abrindo um tremulo sorriso para a morena, que ao constatar que estava certa em suas suposições quanto ao que o loiro sentia, se limitou a soltar uma leve gargalhada.

— Eu sabia. – respondeu simplesmente, em um tom divertido, levando uma de suas mãos ao rosto de Robin e lhe fazendo um afago carinhoso enquanto repetia as palavras que há poucos minutos o loiro havia lhe dito: - Não fique nervoso meu amor. Vai dar tudo certo. Eu prometo.  

Diante das palavras de Regina, confiantes na mesma medida em que eram temerárias e ansiosas, confortaram o coração de Robin, que segurou delicadamente a mão da morena que ainda estava em seu rosto e a levou aos lábios, depositando ali um beijo terno e caloroso, que fez com que ela sentisse como se uma corrente elétrica deslizasse por seu corpo, arrepiando-se com o contato dos lábios de Robin em sua pele e com a intensidade do olhar que o loiro lhe dirigia, que parecia dizer tantas coisas sem que nem uma única palavra precisasse ser dita.

Os minutos que completavam a hora de espera passaram devagar para o casal, que estava a cada momento mais ansioso para se tornarem marido e mulher, para dar mais aquele laço em sua união, já tão forte e verdadeira.

Finalmente, depois do que pareceu ser uma pequena eternidade, foram avisados de que seriam os próximos a estarem diante do juiz de paz que formalizaria seu casamento.

Com uma das mãos entrelaçadas a do outro enquanto a outra carregava alguns papeis que eram necessários, a maioria consistindo em documentos de identificação, Robin e Regina foram conduzidos a presença do juiz, que logo descobriram se tratar na realidade de uma juíza, que esperava por eles de pé atrás de um tablado, sorrindo de forma acolhedora.

— Boa tarde! Prontos para o casamento? Vocês trouxeram testemunhas? – começou a falar a juíza, em um tom animado que colaborou para que o casal se sentisse ligeiramente mais a vontade diante da presença da magistrada.

— Boa tarde Excelência. – responderam em uníssono, se entreolhando, ligeiramente nervosos ao se darem conta de que precisariam de testemunhas. Eles não tinham nenhuma, afinal, quem poderiam chamar para ocupar tal cargo?

Percebendo o desconforto do casal e notando que não havia mais ninguém com eles, e que portanto, provavelmente não teriam testemunhas, a juíza voltou a falar, tratando logo de desfazer o mal estar que se instalara: - Se não tiverem testemunhas, não precisam se preocupar. Podemos chamar dois serventes daqui para desempenharem este papel, se vocês não se incomodarem.

— Isso seria ótimo, excelência, nós realmente não temos ninguém para nos servir de testemunha. – respondeu Regina, falando pelos dois ao expressar em palavras o alivio que sentiu ao notar que a falta de testemunhas não seria um empecilho.

Com aquelas palavras da morena, a juíza pediu que dois de seus assistentes, de nome Emma e David, fossem as testemunhas.

Agora que estava tudo acertado, a juíza pediu que Robin e Regina se posicionassem diante do tablado para que se desse inicio ao cerimonial do casamento, e assim foi feito. Ainda de mãos unidas, os corações descompassados e os sorrisos colados nos lábios, o casal ouviu as palavras da juíza, que de inicio lhes explicou o que o matrimonio significava e também o que juridicamente os dois se tornariam a partir daquela data.

Por fim, a magistrada dirigiu aos dois palavras de incentivo e alegria, desejando que a caminhada deles a partir dali fosse formidável e cada um estivesse sempre ao lado do outro, independente da situação ou da adversidade que a vida colocasse diante deles, e pediu que cada um assinasse nos locais indicados.

Após a assinatura de noivos e testemunhas, a juíza os instruiu a trocar alianças, e foi naquele momento que Robin e Regina voltaram a ficar um de frente para o outro, azul e castanho se unindo novamente em uma mistura perfeita.

Ao se deparar com a figura da linda morena a sua frente, Robin sentiu seu coração martelar no peito, sentindo que a cada momento que passava ficava mais perdido na tempestade castanha que eram os olhos dela. Regina estava deslumbrante, linda como sempre, mas com um brilho especial no olhar, um brilho que parecia resplandecer sua figura diante dos olhos do loiro, que se sentia o homem mais sortudo do mundo por tê-la ao seu lado.  

Com olhar ainda preso ao da morena, Robin pegou a aliança que era destinada a ela, colocando-a com delicadeza na mão de Regina e levando a mão dela aos lábios em um gesto carinhoso, que apenas evidenciava o amor que sentia por ela, enquanto sua mente falava com a dela, não pela primeira vez muito feliz por conta da ligação que compartilhavam: - Pronto morena, agora estamos casados. Agora somos oficialmente um do outro, e para sempre seremos assim.— falou, dando vasão a paixão e ao amor que sentia.

Agora as posições estavam invertidas, e era Regina quem colocava a aliança no dedo de Robin, um sorriso bobo e extremamente alegra dançando em seus lábios pintados de vermelho. – Não amor, não foi o casamento que nos uniu, foi o destino. Mas numa coisa você está certo: você é meu, meu e de mais ninguém, e pra sempre. Eu amo você!

Eu te amo!— foi à resposta do loiro, que ao ouvir da juíza que estava autorizado a beijar a noiva, não esperou por um novo convite, cobrindo a distancia que o separava da morena, enlaçando-a pela cintura e colando seus lábios aos dela em um beijo apaixonado, que arrancou aplausos dos presentes, o que só fez com que o casal risse, ligeiramente envergonhados, quando finalmente se separaram.

—-------

O vim de tarde descia preguiçosamente pelo céu, tingindo de tonalidades de rosa e laranja o céu azul, criando um por do sol digno das melhores fotos. Sentada na areia, Regina apreciava a vista, observando a dança sutil que ocorria no céu com aquela troca de cores.

Seu coração estava leve, sentia-se em paz como nunca imaginara que pudesse se sentir. Estava completa, tudo que poderia pedir, tudo que jamais sonhara em ter. Por alguns anos de sua vida, ela imaginara que o branco havia se tornado sua cor, pensara que nunca mais voltaria a ter cores vibrantes em sua vida, que não voltaria a se sentir realmente viva novamente, mas isso mudara.

Agora, tudo que havia em sua vida eram cores, cores vibrantes e intensas, cuja principal fonte era o azul, tão intenso e cristalino quanto azul que ela agora encarava enquanto observava as ondas do mar se quebrarem diante da areia.

Sentindo-se relaxada, Regina deixou seu corpo cair na areia e fechou os olhos, concentrando-se no som das ondas do mar e permitindo que aquele som preenchesse sua mente, levando-a para longe dali, para as doces lembranças de tudo que havia vivido nos últimos meses, os primeiros de seu casamento com Robin.

Enquanto as cenas dos momentos vividos foram voltando a sua mente, Regina deixou que sua mente vagasse, revivendo alguns dos felizes momentos que havia vivido naqueles meses, até que um sono leve acabou por arrasta-la, embalado pelas ondas do mar que pareciam cantar em seus ouvidos.

Robin caminhava com os pés na beira da arrebentação, admirando o por do sol que escorregava pelo céu, tingindo a paisagem de um sem numero de cenários diferentes. Enquanto caminhava, sua mente vagava livre, tendo como único objeto  de convergência a bela morena que lhe roubara o coração.

Desde que haviam se mudado para a Flórida, a vida dos dois tinha se tornado uma rotina de momentos felizes, e a cada dia os dois descobriam um novo detalhe sobre o outro, uma pequena descoberta que era acrescentada ao tonel que o amor deles formava.

Seu relacionamento com Regina fora um grande presente do destino, um presente que ele pretendia guardar e conservar consigo para sempre. É claro que a vida deles não era perfeita, como todo casal, eles tinham problemas.

A maioria de seus problemas no entanto, não tinha como razão o relacionamento deles, não, eles se entendiam muito bem, e nas raras vezes em que discutiam a briga rapidamente explodia em risadas, cada um cedendo um pouco para ver o outro feliz.

Não, seus problemas consistiam basicamente em enfrentar os fantasmas do passado, em aprender a lidar com os monstros que habitavam seu interior, aprender a deixar para trás o que havia ficado no passado. Não era uma tarefa fácil, com toda a certeza não era, mas era uma tarefa com a qual eles estavam aprendendo a lidar. Juntos.

Os devaneios de Robin foram interrompidos quando ele notou a figura de sua linda morena, deitada na areia da praia e parecendo profundamente adormecida. Aproximando-se devagar, o loiro constatou a expressão tranquila e alegre que o rosto dela ostentava, e se perguntou com o que ela estaria sonhando.

Decidindo-se por deixa-la descansar e ir dar um mergulho, Robin começou a se afastar na direção do mar, mas teve seus passos interrompidos por Regina, que surgiu a sua frente tão rápida e silenciosamente que ele estremeceu de leve, ligeiramente assustado com a aparição súbita dela.

— Então quer dizer que você ia tomar um banho de mar sem mim? Que ia me deixar lá na areia, tostando feito um camarão? – perguntou Regina, sua voz dividida entre a zanga e a brincadeira. Ela tinha um sono leve, e os passos de Robin, ainda que leves, tinham sido o suficiente para desperta-la.

— Uou morena! Você me assustou! – começou o loiro, um pouco sobressaltado. – eu não quis acorda-la. Você estava tão linda dormindo...além do mais, achei que você precisava descansar. E acredite, eu ia continuar te amando, mesmo que você ficasse tão vermelha quanto um camarão – terminou, se aproximando dela enquanto falava.

Com um sorriso brincalhão em seus lábios, Regina recuou um passo, enquanto voltava a falar com o loiro: - Que coisa mais feia de se fazer Sr.Locksley, deixar sua mulher jogada na areia enquanto vai tomar um banho de mar.

Entrando na brincadeira, Robin voltou a avançar para perto da morena, também sorrindo, ainda que ostentasse uma expressão de falsa culpa em seu rosto. – Me desculpe milady. Prometo que não vou mais desgrudar de você, nem por um segundo. – disse, em um tom que misturava pedido de desculpas e zombaria.

— Isso é bom, mas não é o suficiente. Para me provar que está mesmo arrependido, você vai ter que conseguir me alcançar primeiro! – respondeu à morena, que desatou a correr logo em seguida, sentindo o vento em seu rosto e ouvindo os passos de Robin em seu encalço.

Por alguns momentos, permaneceram naquela corrida desenfreada, ora sobre a areia e ora sobre as águas do mar, suas risadas altas e descontraídas ecoando por toda a imensidão da praia, como se aquele cenário paradisíaco tivesse sido montado apenas para que aquele momento acontecesse, apenas para que fosse o palco da sublime mistura de azul e castanho.

Finalmente, Robin conseguiu que seus dedos roçassem o tecido do vestido branco e leve que Regina usava, e ele não perdeu a chance para se aproximar, virando a morena para que esta ficasse de frente para ele e a prendendo em seus braços.

— Consegui! – falou, sorrindo de forma vitoriosa.

— Você sempre consegue não é? Sempre me alcança, não importa o quanto eu corra, sempre acabo aqui, presa em seus braços, e essa é a melhor parte. – respondeu Regina, abrindo um grande sorriso.

Bem devagarzinho, pegou as mãos do loiro, soltando-as de sua cintura e enlaçando seus dedos aos dele. Ainda mais devagar, começou a andar na direção do mar, fazendo com que o loiro a acompanhasse, parecendo hipnotizado, enfeitiçado por ela.

Quando a água já batia na bainha de seu vestido curto, Regina parou de andar, e permaneceu ali parada, perdida não nas águas, mas nos seus oceanos azuis favoritos, os olhos daquele que lhe roubara o coração.

— O que você faz comigo hein morena? – perguntou Robin, aproximando-se dela novamente e a abraçando, sentindo-se de imediato inebriado com o perfume que só ela tinha, uma mistura perfeita de maçã e canela.

— O mesmo que você fax comigo. Me tira de órbita. Me tira o chão. Me faz flutuar, esquecer de tudo. Esquecer do mundo. E me concentrar apenas em você, em nós.- falou Regina, soltando-se do abraço e aproximando seu rosto do rosto do loiro, roçando sua pele contra a dele.

Os lábios se encontraram sem esforço, encontrando o caminho mais certo, o caminho que seus corações gritavam. O beijo começou leve e tranquilo, mas rapidamente ganhou intensidade, passando de uma leve valsa para um tango ardente, que suas bocas executavam com perfeição enquanto os dois sentiam que poderiam facilmente se fundir um ao outro, se tornar o que realmente eram, apenas um.

Quando o ar finalmente se fez necessário, eles se separaram, mantendo testas unidas e corpos colados, o olhar e o sorriso preso na pessoa que estava a sua frente.

—Esse é o meu lugar favorito no mundo, o meu pequeno infinito particular, e espero que ele esteja sempre aqui pra mim, pronto a me receber...- falou a morena, quando conseguiu que sua respiração o suficiente para conseguir falar.

— Sempre. – foi à resposta de Robin, que voltou a colar seus lábios sobre os de Regina, sentindo naquele momento que todo o resto não existia, nem mesmo o barulho das ondas. Tudo fora silenciado, desligado, para que o único som que restasse fosse o ritmo de seus corações, descompassados e unidos.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam do final?
Gostaram?
Odiaram?
Se surpreenderam?
Se decepcionaram?
Aguardando ansiosamente por reviews!!
Beijoooos