Davi junto aos ceiferos param em frente á uma fonte que Davi nunca tivera visto.

-Espere aqui – diz um dos ceiferos – Logo os Juizes chegarão.

Davi assente com a cabeça levemente. Entendia a desconfiança deles. Mais não se importou, iria fazer apenas o que tinha que ser feito.

Três dos seis ceiferos somem. Iriam tomar providências em relação á Davi. Outro ceifero distancia-se, tomando uma posição meio ofensiva.

Davi observa a movimentação dos ceiferos. Espera que a sua estratégia desse certo, caso contrario era um alquimista morto.

Observa os minutos escorrem lentamente.

Logo os Juizes aparecem, imponentes e tenebrosos.

Davi os olha abismado. Os Juizes não pareciam ter mais de 24 anos, as feições eram muito parecidas, apesar dos olhares de cada um ser diferente do outro e a postura também.

-E então? – indaga Ryuku olhando para os ceiferos – Qual é a urgência?

Todos indicam com olhares Davi.

Os Juizes o olham de cima abaixo.

-O que um aspirante á anjo quer conosco? – pergunta Thael aversivo

-Quero propor uma escolha á vocês – responde Davi serio.

-Escolha? – sibila Ryuku o olhando indagativo - Que escolha?

-Me aceitem como novo Diabo – responde Davi solene

Surpresa aparece no rosto de todos. Um semi-anjo queria ser o novo Diabo? Impossível!

-Tenho tudo que vocês precisam, não melhor, o que vocês querem – argumenta Davi.

Os Juizes o olham. Tinham que reconhecer que Davi até onde sabiam era bastante habilidoso. Mais precisavam testar uma única coisa.

-Entendemos – diz Thael – Mais você teria a frieza de...

Os três ceiferos de antes que tinham sumido retornam trazendo Abdul e Selim. Davi fica surpreso enquanto Thael dá um sorriso sádico e diz:

-...Matar seus companheiros.

Davi olha Abdul e Selim que tinham leves arranhões. Suspira pesado. Se teve coragem de matar Fábrica que era uma semi-anjo igual á ele. Não teria muita dificuldade em matá-los. Assim pensa Davi.

Num girar de calcanhares, Davi utiliza-se da areia existente no chão e cria varias estacas. Abdul e Selim desviam-se com facilidade.

A frieza emanava de todos os Lincans

Abdul bate palmas, leva a mão esquerda ao chão. Havia minerais que podia utilizar. Cria vários cristais.

Davi desvia-se. Destrói um poste, utilizando de sua composição o ferro para criar obstáculos entre Abdul e Selim. A idéia era separá-los.

Sabia como acabar com eles. Selim seria o primeiro.

Num solavanco, encosta-se em Selim que bloqueia seu ataque com o braço direito, recua.

Davi tinha uma faca na mão esquerda. Tinha que ser rápido logo Abdul estaria ali. Inclina-se para Selim e sussurra:

-Sua irmã está morta.

Selim o olha chocado. Não podia ser possível, sua amada não podia estar morta. Mais também sabia que Davi não mentia. Em quê acreditar?

-Ela está morta, Selim – repete Davi numa voz sem emoção.

Selim desaba.

O alquimista do sangue de ferro pela primeira vez estava abalado.

-Me mate – diz Selim quase sussurrando

Davi o olha. Sabia que a única coisa que o mantinha em pé era o fato de saber que sua irmã estava viva. Agora que ela estava morta. Não tinha razão para continuar vivo.

-O que está esperando? – pergunta Selim – Vamos, me mate!

Davi respira fundo. Segundo estagio da alquimia, decomposição.

Davi leva sua mão ao peito de Selim, no exato lugar onde sabia que havia um fragmento da pedra filosofal ligada ao seu corpo. Desmembra-a e a destrói.

Selim olha-o enquanto caía. Davi não tinha mais piedade e disso gostava.

Abdul acerta um soco em Davi que se desequilibra um pouco. Davi o olha opaco enquanto limpa o filete de sangue que escorria de sua boca.

Abdul o olha frio, mais por dentro estava perturbado.

O que acontecera com Davi? Por que ele queria os matar?

Dos Lincans só restavam eles dois e Gantz.

Ele iria matar todos?

Não sabia. Estava confuso. Não entendia o comportamento de Davi. Não entendia nada.

Davi avança contra ele. Tinha que matá-lo, não havia escolha. Ele feri Abdul no ombro direito, quase atravessando a escápula. Abdul leva uma das mãos ao ferimento. Doía.

Davi sem mais delongas atinge seu diafragma no exato lugar onde residia o fragmento da pedra filosofal. Era o fim de Abdul.

Davi volta seu olhar para os Juizes que o olhavam chocados. Tinham enfim achado o novo Diabo.

Os Juizes mandam os ceiferos espalharem a noticia: Davi era o novo Diabo.

Os Lincans chegavam ao fim.