Protegida por um Anjo escrita por Moolinha


Capítulo 38
Trinta e Oito


Notas iniciais do capítulo

Pensa que acabou?! NEGATIVO!! Para a felicidade dos leitores e recalque dos inimigos kk (brinks) O próximo volume da fic está no link que será divulgado semana que vem em um novo capítulo :)

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Passei o dia inteiro em um salão com Louise.

As coisas tinham voltado aos verdadeiros eixos e percebi que eu estava voltando a ser a mesma de antes, com tudo normal. Passei a andar sozinha pelas ruas de Nova York tranquilamente, claro que com algumas exceções, mas eu não me preocupei se teria um maníaco me perseguindo. Porque ele estava há sete palmos da terra, morto e enterrado para minha grande e eterna felicidade. Depois dos últimos acontecimentos com Harry e eu, meu pai passou a dar mais atenção. Passou a ser mais protetor, mas amigo e passou a ter mais diálogos comigo em vez de brigar. Só que meu melhor amigo e primo, Jack estava dificultando as coisas. Sério, ele estava diferente.

Como o convívio com ele é grande, eu sei que há alguma coisa que ele é capaz de esconder de mim, quando olha para a parede sorrindo, ou nas vezes em que ouço vozes em seu quarto. Ele não é maluco! Quando pergunto qual o problema ou se está tudo bem com ele, ele só balança a cabeça, sorri misteriosamente para a parede e diz “não”. Sei que existe algo, e pode até não ser agora, mas tenho certeza que posso ser capaz de descobrir.

Durante a tarde, eu e Louise pintamos nossas unhas, arrumamos cabelos, compramos vestidos e sapatos como adolescentes normais.

Nosso gosto é exatamente igual: eu a ajudei a escolher seu longo vestido preto, tomara-que-caia, com corte de sereia. Ela, por sua vez, me ajudou com meu vestido salmão com corte evasê amarrado na minha cintura— que valorizou minha silhueta fina e meu quadril largo.

Combinamos de nos encontrar na frente da escola. Louise iria com um nerd que sempre estava nos nossos trabalhos de biologia e eu iria com o amigo dele, o qual nem sei o nome.

Dei uma última olhadela em mim antes de ir. Não quero me gabar nem nada, mas eu estava realmente bonita. Eu estava diferente, adorando a sensação de uma coisa nova.

O cabeleireiro tinha feito um milagre no meu cabelo que estava ressecado. Ele alisou meu cabelo preto, que ficou pouco mais abaixo dos meus ombros, e nas pontas fez cachos perfeitos em espirais, o que deu uma leveza no meu cabeço. Mudei o estilo e cortei a franja outra vez, deixando-a de lado, com alguns fios caindo sobre minha testa. A maquiagem era mais simples possível: um olho esfumaçado e destacado, com um brilho avermelhado nos lábios e um pó rosa claro nas minhas bochechas. O resultado? Bom, na minha opinião, foi excelente.

Imaginei essa noite com Jimmy. Sei que seria um sonho mais quando se sonha demais acabamos nos decepcionando. Então me poupei disso, por conta dos sumiços dele, recusei-me a pensar demais nele.

Peguei minha bolsa, suspirei e prometi a mim mesma que eu ia aproveitar a noite como se fosse a última da minha vida. Eu adoro dançar, suponho que o nerd com que eu vá na festa não saiba dançar, mas acho que posso dançar sozinha, se esse for o caro.

Abri a porta do banheiro e lancei meu olhar até a poltrona, esperando ver Jimmy. Só que não estava. Caminhei até minha janela e percebi, verdadeiramente, como seriam as coisas de agora em diante.

— Pensei que você nunca fosse sair daquele banheiro. Já disse que você é devagar?

Balancei minha cabeça negativamente.

Eram apenas palavras da minha mente. Puro delírio meu.

— O que foi? Não vai falar comigo?

Fechei os olhos, fazendo meu corpo ficar imóvel onde estava. Era apenas minha imaginação. Apenas minha imaginação.

— Valeu a pena esperar todo esse tempo.

Falhei e me virei.

Então eu o vi, e reconheci as normais sensações que tenho quando vejo Jimmy: a pulsação rápida do meu coração, os arrepios familiares por toda parte, a imensa vontade de estar nos braços dele, sentindo o gosto do gostoso hálito refrescante dele.

— Cansou de se esconder?

Ele me olhou com certa curiosidade e admiração e se levantou da minha cama, onde estava sentado.

— É, cansei. — O canto de seus lábios se arqueou. — Sabe por quê?

— Porque você cansou? Ou porque vai continuar aparecendo e me fazendo acreditar que nós temos futuro juntos?

— Porque acha que estou aqui, Bells?

— Eu não sei. — Revirei os olhos, sentindo estranhas borboletinhas se agitarem no meu estômago.

Ele se aproximou vagarosamente e deixou seu corpo a poucos centímetros do meu, de forma que eu pude sentir sua respiração lenta.

— Eu juro, Bells, eu tive de me afastar. Eu não queria, mas tive que criar essa distância entre nós dois.

Fiquei calada e deixei-o falar.

— Eu me recusei a acreditar no que eu estava sentindo, nos meus próprios sentimentos! Antes eu não acreditava nesse nosso vínculo entre anjo e humana.

— Você se recusou a acreditar na verdade, Jim. — Respondi.

— Não. — Sorriu com ternura. — Eu me recusei a acreditar em nós.

Passei a ficar mais atenta a nossa conversa, vendo onde iríamos chegar.

— Jim...

Ele aumentou seu tom de voz um pouco mais e puxou meu rosto um pouco mais para cima, de forma que eu pudesse olhar para os olhos dele.

— Eu não sumi porque eu quis, Bells. Foi necessário. Eu não podia ter algo com você. Não podíamos nos relacionar mais.

— Já repeti isso milhões de vezes. Eu não ligo para nada.

— É por isso que eu voltei. Você me provou isso, Bells.  Eu te amo e quero ficar contigo. Você me mostrou que quer ter algo comigo e agora eu estou demonstrando, verdadeiramente e desajeitadamente, o que eu sinto por você, e se for assim, não vou largar do seu pé nenhum minuto.

Jimmy sorriu radiante para mim. Não do seu jeito normal, mas cheio de vida, malícia e verdade.

Não evitei e sorri de volta para ele.

— Posso acreditar nisso?

Ele riu de leve e sorriu um pouco mais, se tornando convincente.

— Eu quero você, Bells. Parei de pensar sobre essa droga de ficar longe de você, porque não dá mais.

— Eu disse isso tantas vezes para você, Jim. — Sorri, meio abobada.

— Eu sei, eu sei. Não sou nada bom com declarações, Bells, mas me dá um desconto, porque eu só me importo contigo.

Suas mãos se firmaram na minha cintura, puxando-me delicadamente para encontro do seu corpo. Senti o desejo e o calor no meu corpo ao me aproximar cada vez mais do corpo dele.

— Me desculpe. — Sussurrou no meu ouvido. — Por tudo.

Coloquei minha mão na nuca dele e passei meus dedos levemente em sua pele, com um sorriso bobo e vitorioso no rosto.

— Eu só tive paciência. Você sempre diz que eu sou impaciente. Mas e agora, o que acha? — Olhei para os olhos dele, brincando.

Jimmy riu de leve e não respondeu, e sim fazendo uma carta, acoplando nossos corpos naquela perfeição que sempre descrevo.

— Eu te amo — ele disse outra vez, prendendo meu corpo entre a parede e seus braços.

Então ele me beijou e demonstrou seu amor, numa perfeita sintonia que fez meu sangue ferver nas minhas veias, causando aqueles sintomas que toda garota apaixonada sente.

Passei a mão pelo braço dele e senti que não era a textura da sua jaqueta. Era um tecido mais delicado, liso. Ele estava de terno, e quando o reparei de verdade, olhei bem para ele e não pude conter o riso.

— Para que o terno?

Ele olhou para baixo e sorriu sem graça.

— Não entendeu minha ideia?

— Entendi. — Olhei nos olhos dele e dei um sorriso sincero.

— Eu quero que você se lembre dessa noite, Bells.

— Eu vou me lembrar. Tenho certeza. — Afirmei.

— Certo, acho que sempre vou me lembrar porque me sinto como um palhaço. — Ele riu.

— Vou me lembrar disso também, Gasparzinho. — Sorri, provocando-o.

— Eu quero fazer essa noite valer a pena, Bells. — Respondeu sério, deixando um perfeito sorriso se aflorar em seus lábios.

X X X

Acordei com o fraco sol da manhã batendo no ombro nu.

Pisquei algumas vezes até enxergar meu quarto totalmente e vi a face pálida de Jimmy bem ao meu lado. Não tenho certeza se anjos dormem, mas ele não parecia nem um pouco estar apenas de olhos fechados. Estava tão calmo e pacífico que parecia até vivo.

Ao analisá-lo, lembrei-me da noite passada e desejei profundamente vivenciar tudo outra vez. Não sei o que aconteceu com o nerd que iria me acompanhar, não sei quem foram o rei e a rainha e não conversei muito com Louise, porque ela estava envolvida demais com o líder do conselho escolar.

Para mim, na noite passada, pequenos detalhes fizeram total diferença. Senti-me como Amanda Bynes em um de seus filmes românticos perfeitos. Eu sabia que eu e Jimmy não estávamos ali para protagonizar um filme de conto de fadas e nem um casal a mil maravilhas, só que eu nunca achei que eu fosse me sentir tão realizada em uma única noite. Foi tudo compensado pelo sofrimento que passei nas mãos de Harry. Foi tudo tão real, como se Jimmy não estivesse morto, como se fosse um garoto normal.

Porque em cada toque, cada “eu te amo” sussurrado em meu ouvido e cada beijo, Jimmy, pela primeira vez em nossa história, prometeu o que disse: que eu nunca iria esquecer aquela noite, porque simplesmente eu tive tudo o que eu necessitava e mais um pouco: felicidade, verdade e amor.


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