Protegida por um Anjo escrita por Moolinha


Capítulo 37
Trinta e Sete


Notas iniciais do capítulo

Hey! Pensa que acabou?! NÃO!!! ♥ ♥ Últimos capítulos, não percam!!!
Ainda existem umas coisinhas a serem resolvidas (se é que me entendem)

Respondam também, vocês leriam um segundo volume da história? Ou eu devo parar por aqui?

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A luz fosca e amarela batia nos meus olhos quando eu finalmente os abri.

Enxerguei o teto branco acima de mim e tive uma louca vontade de me levantar daquela cama e espreguiçar todo o meu corpo. Era como se eu estivesse enferrujada há anos, como se nada do meu corpo funcionasse bem.

— Oi, e aí? Como vai? — Alguém do meu lado disse alto o bastante para que eu pulasse quase um metro de altura.

Bocejei e pisquei algumas vezes, tentando enxergar a criatura que sorria para mim.

Era Jack.

— Vamos lá! Dormir três dias não foi o bastante?

— Eu dormi três dias? — Perguntei, tentando abrir meus olhos.

— Sim. Você dormiu três dias. — Ele arregalou os olhos para mim, brincando. — Acordou poucas vezes, não falou com ninguém além da enfermeira. — Ele riu alegremente, olhando para meu rosto inchado.

Quando ele sorriu, enxerguei o rosto dele perfeitamente.

Era Jack! Meu Jack, vivo! E não Jack morto!

Me sentei na cama rapidamente e coloquei minhas mãos em volta do pescoço dele, repleta de felicidade.

— Você está vivo! Ah, Jack! — Eu disse a ele, abraçando-o forte.

Suas sobrancelhas se ergueram e ele encaixou meu pequeno corpo em seus braços, apertando-me contra seu peito duro.

— É, bem. — Ele riu, meio abobado. — Você também. — Fingiu grande empolgação e depois ri.

Dei um leve soco no ombro dele.

— Não sei como. — Admiti, sentando-me na cama e espreguiçando-me.

— Nem eu. — Ele levantou sua calça e mostrou o enorme curativo em sua perna.

Agora eu me lembro perfeitamente do que Jimmy disse na noite em que caímos do prédio: “ele vai ficar bem”. Será que Jimmy era algum vidente ou mágico quando vivo, porque havia tanta certeza em suas palavras, mas tanta certeza que na hora eu fiquei até mais tranquila. Mas como ele caiu do quinto andar de um prédio gigantesco e não quebrou nem um dedo? Isso não existe. Só se Jack for de ferro.

— Como isso é possível?

— O quê? — Ele tirou os olhos de sua camisa e olhou para mim.

— Você não quebrou nada... Nada aconteceu com você, Jack.

Ele olhou para a parede verde atrás de mim e sorriu misteriosamente, como se tivesse uma pessoa lá.

— Então, primeiro, me explique como você está inteira. — Ele sorriu para mim.

— Posso ser diferente. — Propus, sorrindo de volta para ele.

— Eu também posso ser diferente. — Os olhos dele brilharam ao dizer isso.

— Ah, claro. — Concordei, indo ao banheiro e me olhando no espelho. — Ah, droga! Preciso de uma maquiagem urgente.

Meu rosto não tinha ficado tão distorcido como das vezes em que Harry me espancou, mas eu digo que não estava nem um pouco bonito com alguns inchaços e olheiras.

— Louise fez isso ontem, enquanto você dormia.

Olhei para meu pulso e lembrei dos apertos que Harry me deu, e tentei acabar logo com minha curiosidade, que quase me sufocava.

— O que aconteceu com Harry? Ele morreu? Fugiu? Foi pra cadeia?

— Porque a dúvida?

— Aconteceram tantas coisas comigo que eu não duvido de mais nada, Jack.

Isso o fez rir.

— Então, para sua eterna felicidade, sua história com ele acabou. — Ele pausou e me deixou digerir toda a história. — Está morto, Belatriz. Morreu na explosão.

Sorri.

— Olha, eu odeio rir da desgraça dos outros, mas eu adorei o final de Harry. — Suspirei. — E agora me diga, não é doce o sabor da vingança? — Tentei imitar uma risada maléfica, mas minha voz saiu rouca e completamente estranha.

— Ele mereceu. — Jack voltou a sorrir para a parede atrás de mim.

Havia alguma coisa que Jack insistia em esconder de mim.

De que forma absurda Jack tinha se safado de uma queda de cinco andares e não ter quebrado ao menos um osso, e nem um dente! Será que ele tinha um amortecedor junto ao seu corpo ou até mesmo um anjo da guarda? Só que, bem... Isso seria impossível.

— Está com fome?

— Ah, é claro. Passei três longos dias sem comer e sinto como se meu estômago fosse um buraco vazio e sem fim.

— Você comeu aqui.

— Quer que eu descreva como é a comida de um hospital? — Fiz uma careta.

— Não. — Respondeu, rindo. — Então, o que vai querer?

— Pode ser um hamburger? — Lambi meus lábios.

— Vou até uma lanchonete. Mas, não deixe seu pai saber disso.

— Certo. — Sorri.

Fiquei cerca de mais dois dias no hospital.

Tive uma verdadeira vontade de esganar meu médico, mas era impossível porque um dos meus braços estava impossibilitado devido a fratura. E deixe eu te contar que ficar sentada em uma cama de hospital, ouvindo Louise falar de como sentiu minha falta não é nada cansativo e insuportável, mas confesso que nunca senti tanta saudade da minha casa e do meu quarto.

Faltavam exatamente duas semana para o baile da Academia Nicolau Glover.

Não é nenhum baile do estilo de Hollywood, mas segundo Louise, os veteranos e todo o resto da escola se reúnem para comemorar o final do período letivo em grande estilo, com tudo o que temos direito. Estava tudo quase certo, só faltava uma pessoa para me deixar inteira e completamente feliz.

Afinal, porque ele faz isso?

Disse que me amava, que não me deixaria sozinha, mas como foi capaz de mentir? Porque quanto maior é a ausência dele, maior se torna o que eu sinto por ele. E por mais que ele diga que não podemos ficar juntos, por mais que ele insista em nos separar, o que sinto por ele continua o mesmo. Não é só um birra que vai me tirar isso.

Nesses meses em que passamos juntos, desenvolvemos um afeto tão forte e recíproco, que acredito que nem mesmo depois de meses sem o ver, eu ainda sentiria o mesmo. Ele fugir de mim só tornaria isso pior, pois o que sinto por ele se tornaria um amor não vivido e amores não vividos são os piores, ficam em nossas mentes e nos fazem lembrar o quanto poderíamos ter sido felizes. O quanto ele poderia ter me feito feliz, mas preferiu se afastar de mim. Porém, eu sei que ele sabe, que eu sou inteiramente dele.


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