Havia desligado o telefone e voltado pra sala da enfermaria onde Patterson estava. Ela havia acabado de acordar de um cochilo no meio daquela tarde, no qual eu estava feliz em ver ela dormir pois ela estava precisando.

— Algo está acontecendo? — Ela perguntou preocupada.

— Não. Só fui atender um telefonema de Kurt lá fora e não quis te acordar. Eles estão com Rich Dotcom em um caso, mas nada muito grande.

— Ele não está na minha sala não, né? — Perguntou a loira preocupada.

— Jamais deixaríamos Rich perto de um computador seu. — Eu respondi com humor ao ver o riso da loira com ciúmes de seu computador. — Todos eles estão lá pra garantir isso.

— Você pode ir se quiser. Eu vou ficar bem aqui.

— Não vou sair daqui. Desista de sair de perto de mim. — Eu disse com humor.

— Ok. Então vamos conversar. — Ela disse animada. — Aliás, tem algo que eu gostaria de perguntar a você. Como está você e Kurt? Não me dê resposta não convencionais porque já vi vocês dois juntos se beijando no corredor essa semana!

Esse foi o momento que eu corei e ela me olhou com um sorriso.

— Você não precisa ficar com vergonha e nem me dizer se não quiser, mas você precisa dizer como se sente.

— Não é que eu não tenha contado, é só que nunca acho que estou me expressando bem. — Eu disse de repente me abrindo. — Nós temos algo incrível, uma conexão que eu jamais pensei em ter com ninguém, mas eu nunca sei como demonstrar e faz uns dias que quero fazer algo pra expressar isso porque ele tem sido maravilhoso pra mim, mas não sei como.

— Eu não sei se posso te dar conselhos amorosos depois do que aconteceu comigo, mas pela boa experiência que eu tive na vida com David só posso te dizer que se você está com vontade de fazer algo ou dizer algo. Faça isso logo, urgente, porque com a vida que nós temos você nunca sabe o que vai acontecer amanhã que pode te fazer arrepender de não dizer o que você queria dizer ou não fazer o que você queria fazer.

— Ok. — Eu disse bem conclusiva. — Eu sei o que tenho que fazer, só vou esperar você tomar a última dose então você desce e eu vou sair, ok? Se ele chegar a noite você apenas diz que eu estarei onde ele quer que eu esteja, se ele chegar antes você despista até o começo da noite, ta bom?

— Isso tem cheiro de surpresa boa então sim. — Ela disse batendo na minha mão de maneira engraçada

20h24

Já estava impaciente andando de um lado para outro quando escutei o barulho da porta do seu apartamento e logo depois encontrei seu olhar ao meu. Mordi meu lábio inferior ao encontro dos seus olhos tão aquecidos e do seu sorriso cada vez maior. Me aproximei e ele colocou a mão na minha cintura.

— Eu sei que eu devia ter pedido sua permissão embora você tenha me dado a chave desde o dia que nos resolvemos, mas… — Eu comecei, mas ele colocou as mãos em meus lábios.

— Se eu te dei a chave é que você poderia vir quando você quisesse. — Ele disse e me deu um selinho rápido. — E estou feliz que você está aqui hoje.

— Eu até tentei cozinhar. — Eu disse e apontei pra mesa arrumada. — Espero que tenha dado certo.

— Você é tão maravilhosa. — Ele disse me abraçando mais forte. — Posso saber o motivo disso tudo? — Ele finalizou com um sorriso.

— É só que..  —Eu disse e suspirei quando ele entrelaçou a mão com a minha. — Você tem sido tão maravilhoso comigo atualmente e me levado pra jantar, me presenteado com sua presença e seu companheirismo e finalmente eu tenho visto uma luz no fim desse túnel pra mim e pro meu irmão, que no final desse inferno a gente vai poder ter uma vida normal e eu só queria te dizer que eu quero que você esteja comigo desde sempre porque agora eu vou estar sempre com você.

— Eu amo você. — Ele disse e beijou minha testa e depois minha boca.

Seus lábios tão quente faziam todo meu corpo ferver, mas nos separamos quando o forno alarmou.

Eu mordi seus lábios no final do beijo, quando nos separamos.

— Você não me deixou terminar de falar. — Eu disse com humor e ele colocou a mão sob meu ombro.

Era hipnotizante como seus olhos pareciam sorrir pros meus quando ele me olhava e isso era minha luz, o sinal de que no fundo todo esse inferno havia valido e ia valer a pena porque eu havia encontrado naquele olhar o meu lar e naqueles braços a minha fortaleza.

— Eu só ia dizer que também te amo. — Eu disse e ele voltou a me beijar até que o forno voltou a apitar.

Rimos pela interrupção.

— Vamos lá. — Eu disse dando um tapinha em sua bunda em provocação. — Não quero que tenha gosto de queimado a minha primeira refeição pra você.

Ele riu e fomos tirar a torta do forno. Ele me ajudou e levamos a mesa onde já tinha os pratos e as taças, junto com uma garrafa de vinho.

— Só vou aqui no quarto e já volto. — Ele disse e saiu e um minuto depois voltou.

— Eu sei que não ta bagunçado. — Disse com humor. — Eu sei que você é organizado.

Ele riu, de repente parecendo nervoso.

— Fiz algo errado? — Perguntei de repente também nervosa por conta do nervosismo dele.

Ele me olhou rapidamente, colocando sua mão na minha.

— Absolutamente não, vamos comer? — Ele disse deixando o nervosismo de lado. — Estou feliz por ter você em casa.

— Eu estou feliz por estarmos aqui.

Partimos a torta e logo ele colocou em meu prato e depois no seu. Alguns segundos depois provou e aprovou.

— Mais feliz ainda por essa torta. Mais uma coisa que você é melhor que eu agora. — Ele disse com humor.

— A gente pode competir até estourar de tanto comer

— Será um prazer ter você pra cozinhar aqui comigo.

— Falando em prazer. — Eu disse com humor. — Como foi a missão com Rich?

Ele riu e me contou tudo que ele havia aprontado e como ele havia provocado ele por minha causa e toda essa história de encontro dele com Kurt, mas Kurt me disse com humor e como eu estava feliz em ver ele tão suave em casa. Fazia eu me sentir suave também e de repente me vi desejando aquilo todos os dias pra mim. Poder esquecer o inferno que nos rodeava num lugar quentinho perto da pessoa que eu amava.

Terminamos de comer, mas ainda ficamos sentados tomando vinho até que Kurt voltou a ficar sério olhando pra taça.

— Está acontecendo algo? — Eu perguntei olhando séria pra ele e colocando nossas taças em cima da mesa, pegando em uma das mãos dele. — Porque se tiver eu só quero que você me diga porque eu não quero que a gente fique escondendo algo um do outro. Sem mais segredos, ok?

— Droga. — Ele disse e depois me olhou. — Desculpa, eu não quero que você pense isso, é só que… — Ele disse e tirou uma caixinha do bolso.

Trocamos olhares e ele continuou olhando pra caixa.

— Eu comprei isso semana passada e eu estava esperando o momento certo pra te entregar. Eu só estava esperando o momento certo porque eu não estava querendo pressionar você e sinto que esse é o momento certo, mas eu mesmo tempo eu não quero que você pense que isso é só porque você veio aqui. É só que hoje eu vi hoje você cuidando de tudo que tava ao nosso redor e só quero que você possa cuidar assim de mim também assim como eu quero cuidar de você e isso é o sinal de que eu sempre cuidarei de você. Eu não estou entrando pra brincar nesse relacionamento, estou entrando porque quero você sempre na minha vida pra mim e pras pessoas que eu amo. Então, — Ele disse abrindo a caixa, revelando dois anéis de prata — Você quer ser minha namorada, Jane?

Meus olhos já estavam prateados com a maré de emoção que havia invadido. Eu só tive a ação de beijá-lo, de cravar em seus lábios o meu sim, e ele me beijou com o mesmo calor. Nos separamos quando o ar se fez necessário. Ele colocou um dos aneis de compromisso em mim e a outra era exatamente do tamanho do dedo dele e ele colocou nele.

— Como ficamos no trabalho? — Perguntei preocupada por conta de Pellington. — Você sabe que…

— Você não será problema, mas a gente tem que parar de se beijar por lá pra você não tomar qualquer advertência, mas eu espero que você entenda que embora esse seja um anel de compromisso esse também é um convite pra você ficar aqui em casa comigo, ou se você quiser a gente vai atrás de uma casa nova pra gente quando isso tudo acabar.

— Não há lugar que eu gostaria de estar agora. — Eu respondi com um sorriso e ele me beijou novamente.

— Eu nunca vou cansar de ter você aqui. — Ele disse e me trouxe pro seu colo.

Não demorou e eu já estava puxando sua gravata, buscando livrar aquele corpo daquelas roupas. Paramos de nos beijar quando ele se levantou com seu corpo alinhado ao meu, com minhas pernas em sua cintura. Ele me segurou pela coxa e rimos com diversão um do outro quando ele afundava a cabeça em meu pescoço.

— Agora você vai conhecer meu arrumado quarto. — Ele disse com malícia e eu o beijei até que ele abriu a porta.

— Espero que não se importe em me ver bagunçando-o.

— Eu não via a hora de você aparecer pra bagunçar tudo por aqui. — Ele finalizou e me jogou na cama, livrando-se de nossos calçados e voltando pra cima de mim, agora somente em uma cueca.

Ele beijou meus ombros que estavam desocupados e seu olhar encontrou o meu depois de mais um longo beijo.

— Eu sei que não disse antes, mas você está linda nesse vestido branco. — Ele disse me olhando e buscando fôlego e arrastando as mãos pela alça fina do lado esquerdo.

— Acho que você concorda que é hora de tirar ele, porém. — Eu disse de maneira provocativa e ele beijou minha boca concordando e deslizando sua mão direita pelo zíper que havia atrás. Nos separamos quando puxei o vestido para baixo e finalmente estava somente de calcinha.

Ele puxou seu corpo ainda pra mais perto do meu.

— Deus, você é tão linda. — Ele sussurrou e passou a beijar cada centímetro do meu corpo.

Eu me sentia como nunca antes. Amada, contemplada, feliz. Lágrimas de felicidade salpicaram meu olhar até que Kurt passou sua mão sob minha intimidade e percebeu que eu estava molhada. Ele logo afastou a calcinha e passou a brincar com um de seus dedos sob minha intimidade, me fazendo sorrir ainda mais. Eu puxei ele pra mim e voltei a beijá-lo e ele novamente se perdeu como eu havia me perdido em seu cheiro. Logo ele estava novamente com a cabeça em minha nuca e eu me virei pra ele ficar atrás de mim.

Ele passou a beijar ainda com mais delicadeza meu ombro e seu beijo desceu pelo meu ombro, com sua mão sob minha coxa e a outra em meu rosto. Ele voltou a me beijar e deslizou minha calcinha pra fora do meu corpo.

Eu sentia meu corpo se derreter antes mesmo do ápice, mas era de satisfação por ter aquele homem tão maravilhoso comigo. Nesse momento eu só sabia gemer, até que ele se colocou dentro de mim. Estávamos de ladinho, mas confortáveis e a cada vez que ele entrava em mim ele me abraçava mais forte. Logo ele parou de me beijar na boca e voltou a beijar meu pescoço por trás, o que me causava um arrepio ainda maior. Ele parou sua cabeça onde eu sabia que estava a tatuagem com seu nome, e sorri entre nossos gemidos com esse gesto

— Eu sou tão feliz por você ter entrado na minha vida. — Ele disse e senti meu corpo se contorcer ainda mais. Ele passou a entrar ainda mais forte em mim e ouvir o seu gemido se misturando ao meu me fez chegar ao meu ápice.

Eu agarrei seus dedos aos meus, sentindo o sinal de compromisso encostando-se um ao outro pela primeira vez. Sorri e logo ele estava jorrando seu prazer sob mim. Ficamos abraçados um com o outro, minhas costas e seu peitoral suados, mas eu podia sentir sua felicidade. Vire-me para ver seu olhar e vi seu rosto todo sorrindo. Não só seu rosto, mas eu vi estrelas como uma grande galáxia em seu olhar e finalmente pude ver uma lugar para mim, o lugar onde eu finalmente podia me aconchegar.