Ela era a lei escrita por Gabii Vidal


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Alô, alô! Então, eu estava tão ansiosa que não consegui esperar uma semana para postar >< Aí está o segundo capítulo, espero que gostem.



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 -Senti tanto a sua falta pequena...-Ele acariciava os cabelos dela com tanta delicadeza e carinho que mais parecia que eram fios de ouro.

 -E eu então? –Ela ergueu a cabeça e começou a acariciar a barba rala do rapaz. –Só recebi uma carta sua! Imagina como fiquei preocupada?

 -Porque foi apenas isso que me permitiram mandar. Uma carta durante todo o meu serviço.

 -E os seus pais?

 -Não receberam notícias minhas, eu preferi mandar para você. –Ela sorriu e voltou a abraçá-lo, mas ele se distanciou.

 -Pequena, você sabe que não podemos...Se desconfiam de algo eu...

 -Shh –Ela o interrompeu –Não vamos nos preocupar com isso agora. Acho que já passamos tempo demais em segredo...

 -Do que está falando? Querida...Não entendo, você pediu para escondermos.

 -Sim. Mas as coisas mudaram. Meus pais querem que eu me case e...

 -Espere –Foi a vez dele interrompe-la  – O que?! Que história é essa?!

 -Disseram que estou ficando velha, querem que eu me case com o Dr. Suliver... –Ela o encarou nos olhos que lacrimejavam  –Não deixe isso acontecer, eu quero me casar com você, com você!

  -Não vou, quando eu poderei falar com seus pais?  -Ele a segurava pelos pulsos e olhava de um lado para outro para certificar-se de que não havia ninguém.

 -Esse sábado pela noite, faremos um jantar. Meus pais querem comemorar sua volta. –Ele assentiu com a cabeça e ela se virou para ir embora. Mas ele a segurou pela cintura e encarou seus olhos.

 -Espero não me arrepender disso. –E então ele a beijou fazendo com que ela desse dois passos para trás.

 -Você é louco?! –Ela olhava de um lado para outro procurando qualquer sinal de alguém que pudesse ter visto. –Se tivesse alguém aqui nós teríamos problemas!

 -Por isso é divertido –Ele sorriu e se curvou –Até amanhã, pequena.

 -Até amanhã, nobre soldado. –Ela arrumou a gravata dele e saiu discretamente de perto. Agora depois que tudo havia acontecido ela começou a corar, estava tão vermelha quanto as maçãs do pomar de sua casa.

 -Se me veem assim vão querer explicações... –Ela resmungava no caminho de volta para casa mas foi tirada de seus pensamentos quando bateu com alguém.
 -Me desculpe, eu não te vi no caminho...-Valentina limpava o vestido branco que havia se sujado de terra. Ela e Alice costumavam ser amigas bem próximas, mas quando o pai de Valentina morreu em um tiroteio ela acabou se tornando enfermeira voluntaria, e desde então tem pouco tempo para ela mesma.

 -Tudo bem, eu quem não estava prestando atenção. – Angie sorriu e estendeu o braço –Há quanto tempo, Valentina. Como vai a vida?

 A garota apertou a mão de Angie e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha.

 -Vai bem. Consegui um bom marido –Ela apontou para a própria barriga –E logo seremos uma família. Acho que meu pai ficaria orgulhoso!

 -Oh céus, Valentina! –A garota sorriu e abraçou a amiga –Meus parabéns!

 -Muito obrigada! –Valentina riu –E você? Está casada?

 -Ah, não...Mas meus pais estão providenciando isso. –Angélica respondeu com amargura na voz.

 -Seus pais? É uma pena, você deveria poder casar-se com quem realmente quer.

 -Se tudo correr como o planejado eu irei, minha amiga.

 -Do que está falando?

 -Nada, besteira minha. Agora preciso ir, até mais tarde.

 -Tchau, depois marcamos de nos encontrar.

 Despediram-se e Angélica voltou para casa onde encontrou Ruby varrendo a sala principal. 

 -Boa tarde. –A empregada cumprimentou.

 -Boa tarde, Ruby. Meus pais estão?

 -Não senhorita. –Ela encostou a vassoura em um canto da parede e pegou um velho pano –Eles saíram, coisas de trabalho. Seu pai tem um encontro com um chefe e vai almoçar com ele.

–Então almoçaremos só nós duas? –Angélica sentou-se no sofá e pegou um livro na pequena mesa no centro da sala.

 -Sim, se não se importar de eu utilizar a cozinha.

–Não quero comer sozinha, e além do mais, você é da família, não deve almoçar nos fundos.

 -É que seus pais não gostam, querida. E se ficarem nervosos?

 -Não irão. Ninguém irá contar. –A garota deu uma piscadela e Ruby riu.

 -Está bem, mas só dessa vez! –Concluiu e começou a esfregar o chão.

 Angélica então passou a concentrar-se na leitura.

 -“O pequeno príncipe” –Leu o título em voz alta e folheou rapidamente. –É, parece interessante.

 Leu por uns 10 minutos até que Ruby a interrompeu.

 -Vou preparar o almoço. Quer algo específico?

 -Não estou com muita fome. Mas tenho sentido vontade de comer frango.

 -Está bem, não estão muito grandes, mas matarei um mais gordo.

 -Obrigada, Ruby. Pode ir.

  A empregada saiu e Angélica voltou a leitura. Mas depois de algum tempo os seus olhos pesaram e ela acabou dormindo.

 Acordou apenas com o grito de Ruby vindo da cozinha.

 -Angie, está pronto!

 A garota levantou-se meio zonza.Não sabia que horas eram, mas sua sua barriga roncava como o motor de uma locomotiva.

 Chegou na cozinha e sentou-se a mesa junto com Ruby. A sua frente havia um belo frango assado. Cheirava maravilhosamente bem e a garota salivou.

 -Estou faminta! –Comentou enquanto servia uma coxa no prato com arroz e uma salada.

 -Entendo. –A empregada concordou – Mas coma devagar. Terei problemas se você tiver dor de barriga.

 -Não irá acontecer nada, fique tranquila. –E voltou a comer apreciando a raridade que era um frango naquela mesa. –E, Ruby, Que horas são?

 -Aproximadamente 13:30. Por quê?

 -Nada de importante. Só para saber.

 -Saíra com ele novamente hoje?

–Não temos nada planejado –Ela suspirou melancólica – Mas amanhã teremos um encontro.

–Angie – A empregada sorriu e segurou as mão da garota – Acho tão lindo esse jovem amor!

 -Ruby, assim parece que você é velha! –Angélica riu e afastou as mãos.

 -Pois perto de você eu sou sim! Me lembro que tinha a sua idade quando me casei.

 -E como vai a família? Você conhece a minha toda, mas nunca me falou da sua.

 -Angie...-A empregada encolheu-se e balançou a cabeça. –Não gosto de falar disso.

 -Por que não?

 -Sua família é incrível, mas infelizmente Deus não me abençoou com isso.

 -Ruby, do que está falando? –Angélica sentiu o coração acelerar e um aperto no peito –Conte-me.

 -Meu marido morreu com um tiro no peito quando voltava do serviço...E meu filho está extremamente doente. Sem homens na casa, tudo depende de mim e da minha filha de 12 anos que também tem que trabalhar de doméstica. –Os olhos de Ruby lacrimejavam– Ia tudo tão bem...Mas então começou essa maldita guerra e minha felicidade foi jogada no bueiro!


 -Sinto muito, eu não sabia...-Angélica aproximou-se de Ruby e abraçou-a –Como eu posso ajudá-la?

 -Não pode, querida. Agora é só um milagre...

 -É claro que eu posso! Espere aí.

 Angélica foi até o quarto e abriu o porta-joias. Tirou de lá um par de brincos de Rubi e entregou para a empregada.

 -São seus. Penhore-os e use o dinheiro para cuidar do seu filho e pagar as contas.

 -Senhorita Angie...Eu não posso aceitar. –Ela devolveu os brincos para a garota.

–É um presente. E é muita falta de educação recusar um presente.


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Notas finais do capítulo

Então... Esse capítulo ficou maior ^^ Espero mesmo que tenham gostado, vejo vocês nos comentários.



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