Irmãs escrita por Garota de Capricórnio


Capítulo 4
O cair da máscara - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Hey peoples
Desculpas imensas pela demora, mas as provas finais me roubaram muito tempo.
Finalmente férias, então muitos capítulos virão :)
Espero que gostem e vejo vocês lá embaixo!



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Sai de casa ainda segurando a mão da minha mãe enquanto me dirigia à pensão que aquele homem estava morando, eu sentia que precisava ser rápida ou não o encontraria, mas de repente o meu peito começou a doer e minha cabeça girar tanto que cai sentada na calçada levando minha mãe junto enquanto arfava de dor. Eu nunca havia sentido aquela agonia antes, aquilo era insuportavelmente doloroso. Minha mãe me chamava desesperada, porém eu não conseguia proferir sequer uma palavra, eu perdi a voz e a concentração, a única coisa que queria era fazer aquela dor passar. E do jeito que ela veio ela foi embora, sem avisar e me surpreendendo muito, foi nesse momento que eu percebi que meu celular tocava insistentemente, o peguei em meu bolso encarando o olhar aflito da loira ao meu lado. Era o mesmo numero de antes, porém agora era uma chamada de vídeo.

Achei que não iria atender minha querida — Geraldo disse do outro lado enquanto sorria assustadoramente – Tem alguém querendo falar com a irmãzinha.

Ele virou a câmera e eu solucei de horror quando vi Manuela com alguns cortes pelo corpo que sangravam muito, ela me encarou surpresa enquanto as lagrimas silenciosas desciam pelo seu rosto. Ela não podia falar devido a mordaça que colocaram em sua boca, mas eu sabia, eu sentia a dor que ela sentia naquele momento. Meu coração disparou quando os olhos de minha irmã se fecharam e Geraldo voltou a câmera para si.

Eu avisei que quanto mais você demorasse mais a idiota da sua maninha sofreria — a raiva no olhar daquele que um dia considerei meu tio me assustou – Você tem dois dias ou eu deixo os meus amigos brincarem com essa garota até não sobrar uma gota de vida nela ou traumatiza-la o suficiente para o resto da vida, você escolhe.

E sem esperar minha resposta ele desligou, minha mãe chorava ao meu lado enquanto eu não conseguia me mover. A dor que eu senti anteriormente fazia parte do desespero da minha irmã, ela estava novamente nas mãos daqueles que não tinham nenhuma consideração com o sofrimento alheio e eu tinha que correr contra o tempo para ajuda-la. Levantei-me pronta para ir atrás de Mauricio novamente quando o carro de Otavio estacionou perto de nós, ele saiu do carro e abraçou minha mãe que desabou completamente e eu aproveitei que ela tinha alguém para lhe consolar e continuei o que fazia antes.  Entrei na pensão feito um furacão, eu sabia onde era o quarto daquele homem por já ter ido lá atrás de minha irmã, me surpreendi quando encontrei Mauricio de malas prontas, então ele iria embora assim? Ele ia deixar Manuela sofrer novamente pelo abandono do pai? Toda a raiva que eu já sentia por ele triplicou naquele momento ao ver que ele nunca se importou com o sofrimento da minha irmã. O encarei com o mais puro ódio enquanto ele me encarava surpreso, certamente ele não esperava ser pego no flagra. 

—Vai viajar Maurício? 

—Filha, eu preciso resolver algumas coisas fora do Vilarejo – ele disse tentando parecer bonzinho, mas eu não caia naquele teatro barato dele – Mas o papai vai voltar pra ficar com você e com a nossa família. 

—Primeiro: não me chama de filha – eu disse entredentes – Segundo: se não fosse pela Manuela eu agradeceria muito se você nunca mais voltasse, mas a minha irmã sofreria muito – eu o encarei e ele não se moveu - E terceiro: eu quero o totem de ouro agora! 

—Que totem é esse Isabela? - ele perguntou surpreso – Eu não sei do que você esta falando. 

—Me poupe e se poupe – eu disse sem paciência – A minha irmã tá desaparecida, foi sequestrada pelo Geraldo e eu não tenho tempo para esse seu teatro de bom moço - ele permaneceu impassível e eu estranhei - Você ouviu o que eu disse? A sua filha tá desaparecida! - eu gritei com raiva – E a culpa é sua! 

Nesse momento a minha mãe entrou correndo na pensão junto com o Otávio e me encarou surpresa, já fazia muito tempo que eu não explodia com alguém, mas aquele cafajeste pediu. Percebi que ele também me olhava surpreso, com certeza ele pensava que todos cairiam naquele papel que ele estava interpretando, mas eu já tinha juntado as peças do quebra-cabeças e entendido que aquele homem a minha frente não valia o chão que pisava. 

—Filha? - minha mãe me chamou e eu respirei fundo olhando pra ela – O que está acontecendo aqui? 

—Rebeca a nossa filha acabou de me contar sobre o sumiço da Manuela – o crápula disse fingindo emoção - Eu vou fazer de tudo para encontrar a nossa menina. 

—Para de fingir que se importa – eu quase gritei novamente - Você não se importa com ela, nunca se importou! A Manu foi só mais uma peça que você usou, você tem noção do quanto você iludiu a minha irmã? Você tem noção do quanto ela pode sofrer? - eu perguntei impaciente – Se a Manuela derramar uma lágrima sequer por sua culpa eu acabo com você!  

—Fica calma Isa -  Otávio pediu naquele jeito dele que me acalmava, mas dessa vez não adiantou muito – E explica o que aconteceu. 

—O Geraldo ligou lá pra casa  e disse que tá com a Manu – eu disse tentando manter a calma – Ele quer o totem de ouro em troca da vida da minha irmã. 

—Que totem é esse Isabela? - minha mãe que perguntou dessa vez – Eu nunca ouvi falar nele. 

—Lembra quando a professora Flávia levou o pessoal para escavar no Vilarejo? - perguntei e ela assentiu – Naquele dia a Sabrina achou um totem de ouro e nós resolvemos esconder por não saber o que ele representava. 

—Mas como o Geraldo sabe da existência desse totem? - meu padrasto perguntou confuso – Se nem os adultos do Vilarejo sabiam? 

—Isso vocês perguntem ao Mauricio. 

Ao ouvir o que eu disse o covarde resolveu sair correndo, porém Otávio saiu em disparada atrás dele e eu e minha mãe fomos atrás deles. Ele até conseguiria escapar pela vantagem de ser mais rápido que nós, mas Pedro estava saindo de casa e ao ver a movimentação conseguiu segurar Mauricio a tempo. Levamos ele até  a sapataria e trancamos tudo, ele não escaparia sem entregar o objeto que salvaria a vida de minha irmã. Ele tentou explicar-se só que ninguém ali caia mais no teatro dele, finalmente sua mascara de bonzinho havia caído. 

—Não adianta tentar explicar – eu disse o encarando raivosa – Como o Geraldo sabia desse totem e principalmente por que parece que ele sabe mais coisa sobre você do que a gente? 

—Eu não sei quem é Geraldo – ele disse alterado – Eu não sei nada sobre esse tal de totem, eu nem sabia que esse objeto havia sido encontrado aqui. 

—Para de mentir – eu gritei e todos ali arregalaram os olhos – Aja como homem pela primeira vez na vida e conta a verdade toda de uma vez Mauricio! 

—Me respeita que eu sou seu pai! - ele gritou de volta e avançou em minha direção - Se a sua mãe não soube te educar eu vou ser obrigado a fazer isso. 

Ele levantou mão na minha direção e eu esperei sentir o baque do tapa, fechei os olhos com força, mas não senti nada. Abri os olhos e vi que minha mãe segurava o braço dele e o encarava com uma expressão que eu nunca vi no rosto dela: pela primeira vez na vida eu vi Rebeca Agnes encarar alguém com o mais puro ódio. 

—Não se atreva a encostar a mão na minha filha seu desgraçado - ela disse devagar e com raiva – Nunca mais erga a mão pra Isabela! 

—Se fazendo de forte Rebeca? - ele perguntou debochado deixando finalmente a mascara cair – Você nunca foi forte, sempre foi fraca e burra. 

—Dobra essa língua antes de falar da minha mulher Mauricio - Otávio se intrometeu ficando ao lado da minha mãe – Ou eu vou ser obrigado a quebrar a sua cara! 

—Não seja ridículo playboy - o cafajeste riu enquanto encarava todos ali – Ela pode esta com você agora, mas ela sempre será minha – ele encarou Otávio com nojo - Você nunca será metade do homem que eu sou. 

—Realmente – eu disse e todos me encararam surpresos – Porque pra ser tão mau caráter precisa de anos de experiência não é Mauricio? 

—Pelo visto a Regina te ensinou a ser tão afiada nas respostas quanto ela – ele disse me deixando surpresa – O que foi espertinha? Ainda não ligou os pontos? 

—Do que você está falando? 

—Pra alguém tão esperta você está meio lenta Isabela – ele disse debochadamente – Quem você acha que te vendeu para o Geraldo e a Regina? 

Naquele momento tudo a minha volta sumiu, eu não podia acreditar que aquele que devia prover a minha segurança e bem estar, o homem que tinha o mesmo sangue que eu correndo nas veias tinha sido capaz de ser tão cruel. Eu não podia acreditar que meu próprio pai havia me vendido! 


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Notas finais do capítulo

Altas revelações nesse capitulo.
E vocês o que acharam? Opiniões sempre bem-vindas :)
Beijos e até o próximo...



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