Irmãs escrita por Garota de Capricórnio


Capítulo 2
Sofrendo


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas,
Voltei com mais um capitulo da história e queria agradecer a Maria Carolina pelo comentário :*
Espero que gostem e nos vemos lá embaixo....



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Eu não consegui me mover, a única coisa que conseguia  fazer era chorar incansavelmente, nem eu sabia que era capaz de derramar tantas lágrimas daquele jeito. Eu só queria acordar naquele momento desse pesadelo e ver a minha irmã tagarelando as mesmas coisas sem sentido de sempre, com aquele sorriso que conseguia me animar e aquela alegria de viver característica dela. Porem as frias gotas de chuva que caiam sobre a minha pele me faziam perceber que eu não estava sonhando, aquilo tudo era completamente real e a Manuela não estava mais comigo e com a nossa família como antes. Eu me sentia totalmente culpada pelo que aconteceu, eu devia ter tido mais paciência com ela, tentar conversar ao invés de só gritar, mas quando eu me lembrava de tudo o que aquele homem fez a minha mãe e irmã sofrerem eu perdia a razão e saia atropelando tudo pelo caminho sem pensar nas consequências de meus atos.

Eu sentia que algo nele era falso demais e não costumo me enganar quanto a isso, mas ao mesmo tempo eu queria estar errada sobre ele só para não ter que ver o sofrimento que isso causaria a Manu. Eu nunca admitiria em voz alta, mas eu sou capaz de tudo para ver a minha irmã feliz, o sorriso dela era a coisa mais importante pra mim, eu amava aquele ser tão parecido e ao mesmo tempo tão diferente de mim de um jeito que eu não conseguia explicar. Ela foi a primeira pessoa que considerei família depois de Orlando, o nosso laço era mais forte que qualquer outro que eu já havia experimentado na vida e eu era incapaz de funcionar direito sem a minha irmã por perto. Eu ainda chorava encolhida na calçada quando uma luz que percebi ser um farol de carro iluminou a rua, a chuva havia passado, mas a tempestade dentro de mim ainda não. Eu me sentia fraca e quente, mesmo com o frio da noite. Ouviu as portas do carro baterem e logo me senti erguida da calçada, eu queria gritar pensando que as mesmas pessoas que levaram Manuela voltaram para me buscar, porém eu não conseguia proferir uma só palavra, e em meio a confusão do que estaria acontecendo tudo escureceu.  Acordei sentindo que alguém me cobria e lutei para abrir os olhos, eles pareciam pesados demais, eu me sentia completamente cansada e meu corpo inteiro doía. Remexi-me na cama encontrando os olhos preocupados de minha mãe.

—Filha? – ela me chamou baixo e eu tentei responder, mas saiu apenas um gemido dolorido – Você sente dor meu amor? – eu assenti e ela aproximou-se da cama colocando a mão na minha testa – A sua febre já baixou e logo essa dor vai passar também.

Ela sorriu triste e eu percebi que sua preocupação não era apenas meu estado, foi então que eu me lembrei de tudo que aconteceu e me desesperei ao ver que já havia amanhecido.

—Cadê a Manuela? – eu perguntei com a voz falha e minha mãe desviou o olhar – Vocês encontraram a minha irmã?

—Isabela você precisa descansar – minha mãe desviou do assunto enquanto arrumava o meu cobertor – Depois falamos sobre isso, eu vou buscar algo para você comer.

Ela saiu do quarto e eu deixei que algumas lágrimas descessem pelo meu rosto, eu sentia uma mistura de medo e desespero que me sufocava. Olhei em volta do quarto encontrando a cama de Manuela perfeitamente arrumada como na noite passada e meus olhos marejaram novamente, aquele quarto ficava triste e vazio sem ela. Se no inicio a ideia de dividir o quarto com ela me deixava descontente, agora eu não conseguia mais me acostumar com sua ausência. Ouvi a porta do quarto se abrir e enxuguei as minhas lágrimas rapidamente, eu precisava ser forte pela minha mãe, mas minha pose de forte se desfez ao me deparar com Téo.

—Isabela? – ele me chamou baixo – Você está acordada?

—Estou sim Téo – eu respondi com a voz falha – Pode entrar.

—Eu soube do que aconteceu – ele disse enquanto sentava-se na minha cama calmamente – Fiquei muito preocupado com vocês.

—Eu estou bem, mas a minha irmã – o nó que se formou em minha garganta ao pensar no que poderiam fazer com ela me calou e eu abaixei a cabeça.

—Ela vai ficar bem Isa – ele pegou em minha mão – Logo ela estará de volta e tudo vai estar resolvido.

—Foi minha culpa Téo – eu disse começando a chorar novamente – Eu disse coisas horríveis para ela ontem, ela saiu correndo e elas a pegaram. – minha voz já falhava naquele momento – Eu já sinto tanto a falta dela que dói demais.

—Eu também já sinto falta dela, mas não diz isso – percebi que a voz dele também estava entrecortada e ao levantar os olhos vi que ele derramava algumas lagrimas – Você não tem culpa de nada do que aconteceu, eu tenho certeza disso.

—Eu causei o sequestro da minha irmã – eu tentei fazê-lo entender o meu ponto de vista – Toda a minha família tá sofrendo por minha culpa, a Manuela pode esta sofrendo horrores porque eu não consigo controlar o que eu digo.

—Eu não sei o que você disse Isa, mas não pode ser tao grave assim. A Manuela deve...

—Estar me odiando nesse momento porque eu disse para ela com todas as letras que não queria que ela tivesse nascido – eu o interrompi e ele me olhou surpreso – Eu sou um monstro Téo – eu disse enquanto chorava novamente – E você não tem noção do tamanho da culpa que eu to carregando aqui dentro.

—Você não é um monstro Isa – ele me abraçou enquanto tentava em vão me consolar – Eu sei disso e a Manu também, ela te ama demais para te odiar.

—Depois do que eu disse sinceramente não consigo acreditar que ela ainda me ame do mesmo jeito – dizer aquilo doeu muito – Eu senti Téo o quanto aquilo a magoou.

—Como assim Isa?

—Irmãs gêmeas sentem a dor uma da outra – eu expliquei calmamente – E na hora que eu deixei aquelas malditas palavras saírem da minha boca eu senti a dor que a minha irmã sentiu ao ouvi-las. – eu disse tentando controlar o choro que queria reiniciar – E eu nunca vou consegui me perdoar por isso.

—Isa eu sei que não é fácil pra você aceitar isso, mas você não é culpada – ele desfez o abraço e tentou sorrir pra mim – Você não poderia adivinhar o que aconteceu, e eu sei que mesmo magoada a Manu já te perdoou e não quer que você fique se culpando desse jeito.

—Eu só vou parar de me culpar quando a Manuela estiver aqui do meu lado sã e salva – eu suspirei – E quando eu ouvi da minha irmã que ela me perdoou.

Ele me abraçou novamente e deixou que eu chorasse em seu ombro, eu me sentia a pior das criaturas naquele momento e apenas uma coisa ocupava a minha mente: eu vou salvar a minha irmã, nem que pra isso eu tenha que ariscar a minha própria vida.

 


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Notas finais do capítulo

Bom? Ruim?
A opinião de vocês conta muito.
Beijos e até o próximo...



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