Cor do Pensamento escrita por Monique Góes


Capítulo 2
Capítulo 1 - Fairy Nest




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Capítulo 1 – Fairy Nest

Drake acordou sentindo como se fosse morrer.

Os olhos amarelos se abriram, sentindo então o pulsar odioso de ambos os lados de sua cabeça. A claridade vinda da janela era o suficiente para querer arrancar seus olhos e ver se aquilo apaziguava a enxaqueca que o acometia.

Claro que não iria.

Sua mão foi automática para a escrivaninha, pegando o vidro “salvador de vidas”.

Estava vazio.

— Droga... Acabou no México e eu esqueci... – bufou, enterrando a cabeça no travesseiro.

Tinha duas opções agora: levantar, tomar café e ir ao orfanato para pegar mais com Papillon, ou ficar deitado esperando sua cabeça explodir.

Do nada, todos os CDs de sua estante voaram, caindo do outro lado do quarto para lhe lembrar de porque não poderia ficar com a opção menos trabalhosa.

Gemeu antes de se levantar. Não queria levantar. Queria ficar deitado. Mas se ficasse deitado, suas coisas começariam a voar pelo quarto sozinhas e as coisas da sala e da cozinha se moveriam a La poltergeist e sua tia não ficaria feliz com ele. Principalmente se ele quebrasse alguma coisa.

Se arrastou para o andar de baixo como um completo zumbi, a musiquinha de Dora Aventureira soando dez vezes mais alta em seus ouvidos.

— Bom dia! – Jean começou, mas ao ver a sua cara, mudou o tom. – Bom dia para o zumbi tomando controle do corpo do Drake. Ai, toma café logo que eu te levo no orfanato. A Papillon deve ter se divertido essas férias.

Automaticamente foi até o armário da bancada, pegando a caneca de unicórnio, voltando, sentando-se à mesa. Jean parecia estar segurando o riso, mas não disse nada.

Respirou fundo. “Pegue a jarra de leite sem fazer a televisão voar. Ou nada voar. Ou o Jean voar. Qualquer coisa voar”.

A primeira tarefa foi feita com sucesso. Jogar achocolatado também. Tinha certeza que estava com a mesma expressão que acordara quando seu primo lhe pôs um prato de panquecas de banana, decoradas com a cara dos Minions à sua frente.

Franziu o cenho.

— É alguma ocasião especial hoje?

— Maisie estava nervosa porque a vovó vai assisti-la hoje no teatro. – o mais velho deu de ombros. – A Millie não reclamou.

Olhou para o prato, então decidiu não reclamar quanto a ter que comer a cara de um Minion. Normalmente conversaria sobre planos do dia ou algo assim, mas não estava exatamente disposto.

Jean pegou a caixa de cereal quando ela começou a flutuar.

— Certo, termina isso logo, porque se você quebrar o vaso feio da mamãe de novo, ela vai ter um ataque.

— Ela não foi levar a Maisie no teatro...?

— O ensaio geral foi ontem, priminho.

Oh, certo. Isso. Maisie estava mega animada para o seu papel de Wendy. E ele e Jean não iriam assisti-la porque da última vez que haviam tentado assistir uma peça da garota, acabara ocorrendo uma comoção na frente do teatro porque aparentemente todas as adolescentes da proximidade de algum jeito descobriram que Jean e Drake do Magick iriam para lá.

Acabou de comer tão rápido quanto pode, então foi tomar um banho e parecer remotamente humano para poderem sair de casa. Quando foram sair, sua tia estava assistindo desenho com a caçula, e depois de falarem onde iam, ela se despediu rapidamente.

A claridade estava horrível. Fingiu que não viu uma garota com uma câmera atrás de uma moita. Se ela não falasse com ele naquele estado, estaria tudo absolutamente maravilhoso. Na verdade, que falasse, desde que não viesse gritando.

Ela não fez nada, assim entraram no carro e saíram pacificamente.

— Você viu a garota? – Jean questionou.

— Vi. – Respondeu. – A dona Sunshine provavelmente vai chamar a polícia de novo. Ou o Strong vai se divertir hoje.

O mais velho riu. Seu cabelo vermelho e encaracolado quase lhe batia nos ombros.

Sunshine, a vizinha da frente, era de longe, a idosa de sessenta e cinco anos mais demoníaca e violenta que Drake já vira na vida. Desde que o Magick havia começado a fazer sucesso, já tivera tantas ocasiões dela chamando a polícia por fãs e paparazzi desavisados se escondendo no jardim dela que Drake já até perdera a conta.

Quando ela não chamava a polícia, ela soltava um dogue alemão maior do que o garoto sobre os “invasores”. Strong não era agressivo, mas ele adorava brincar, e qualquer pessoa em sã consciência que visse um cachorro do tamanho de um touro correndo para cima dela, com certeza fugiria o mais rápido que poderia.

Mas o movimento perto da casa dos membros estava bem menor depois que um grupo conseguira assustar Tristan, o irmão de quatro anos de Will. O menino estava se recuperando de um braço quebrado e quando viu todas aquelas pessoas correndo para cima dele e do irmão, se jogou no chão e começou a chorar.

No caso, pensou que Will iria soltar os cinco cachorros que tinha, mas ele só carregou a criança e saiu atropelando todo mundo. Só de verem a expressão dele, souberam que tinham dado mancada. O caso ainda deu repercussão porque tinha gente filmando e achou bonitinho postar uma criança chorando de medo na internet.

Não demorou muito para chegar ao Fairy Nest. A construção tinha a típica fachada de orfanatos de filme que começam com crianças sendo abandonadas na frente, mas ele não poderia ser mais diferente pelo simples fato que todas as crianças de lá eram bruxas. Drake tinha saído de lá quando tinha cinco anos.

Jean estacionou e logo estava apertando a campainha. Quem abriu a porta não foi Papillon, e sim Jessica, uma das supervisoras do orfanato.

— Jessica...? Seu cabelo está queimando... – Foi a primeira coisa que conseguiu dizer.

— O quê?! Ah! – ela saiu correndo, o fogo se espalhando pelo seu rabo de cavalo.

 O silêncio que seu primo fazia quase gritava consigo. Toda vez, alguma coisa acontecia com Jessica. Sempre e apenas ela. Teve uma vez que conseguiram deixar todo o cabelo dela em pé por uma semana.

Marilia, outra supervisora, apareceu pouco depois. Ela já estava lá no tempo em que Drake era residente. Ela parecia ter uns cinquentas anos, e parecia muito com a Muriel de Coragem, o Cão Covarde. Tanto que ela fora apelidada de “Tia Muriel”.

— Drake! – ela exclamou e foi lhe dar um abraço com seus braços gordos. Ela o apertou com força suficiente para doer. – Me deixa adivinhar, seu remédio acabou e você veio atrás da Papillon, não foi.

— É isso mesmo.

— Tch, vai ter que esperar um pouco. Dois adolescentes vieram aqui, ela está falando com eles. Vocês sabem onde podem esperar. Olá Jean! – ela deu um abraço em seu primo também. – Eu vou indo para ter certeza que ninguém pule da escada tentando voar!

— Orfanatos de crianças bruxas são assustadores.

— Acontece. É quando estamos descobrindo melhor os nossos poderes, então...

— Fogo no cabelo e crianças pulando de escadas.

— É.

— Me surpreende que não tenha uma alta taxa de mortalidade infantil entre vocês.

 Deu de ombros. No seu caso, era ele que fazia as pessoas voarem. Papillon só permitia que crianças já totalmente cientes e com controle sobre sua magia fossem adotadas, por isso, a idade variava bastante. Muitas vezes, os pretendentes a pais que apareciam ali não eram bruxos, e por isso teria que dar um tempo até contar para eles as habilidades que possuíam.

No caso de Drake, mesmo com tanto tempo se passando, as coisas foram desastrosas.

Foram se sentar num sofá na entrada. De vez em quando esfregava os olhos ou massageava as próprias têmporas quando elas pulsavam demais.

—... Adolescentes vieram aqui? – o ruivo perguntou depois de um tempo.

— Acontece de vez em quando. Atrás de irmãos perdidos ou coisas do tipo...

Nesse momento, Papillon passou por eles num rompante.

Com o cabelo em uma juba de cachos e os óculos, saias de estampas gritantes e esvoaçantes, ele sempre a achava muito parecida com Sibila Trelawney, de Harry Potter. Ela passou falando sozinha antes de perceber os dois primos sentados no sofá.

— Drake? Drake! – ela puxou o garoto do sofá pelos braços. – Ótimo, ótimo, veio pegar o seu remédio? Aqui!

Antes que ele pudesse falar qualquer coisa, ela o arrastou para a sala onde ela mantinha o armário de remédios trancado por magia. Jean os seguiu, até ela abrir a porta do armário com força, ainda falando sozinha, antes de pegar quatro vidrinhos vermelhos escuros que ela sempre colocava o remédio de Drake dentro. Ela separava os medicamentos que fazia para ex-moradores por cores, e aquela era a sua.

— Aqui, toma, rápido. – Ela praticamente enfiou um copo de água em sua mão. Como sua enxaqueca estava o matando, acatou o pedido, pegando uma pílula gelatinosa dourada e a tomando. Fora quase imediato, a dor e a pressão em sua cabeça começaram a passar, lhe rendendo um suspiro de alívio. – Tomou, passou? Ótimo. Drake, você tem uma irmã gêmea.

Cuspiu a água, fazendo Jean pular para trás.

— O quê?!

— Ei, ei, espera. – Jean o pegou pelos ombros e o puxou para trás. Os olhos castanhos do ruivo estavam brilhando. – O deixe pelo menos terminar beber água.

— Ah sim, claro, claro. – ela começou a andar de um lado para o outro. Obviamente não deixou o assunto morrer. – Irmã gêmea e irmão mais velho, eles vieram aqui hoje, que coincidência vocês aparecerem aqui hoje...

— Você está dizendo que... – balançou a cabeça. Era adotado e fora adotado velho o suficiente para lembrar-se do processo. – Como assim?!

— Conveniente eles aparecerem depois do Drake ficar famoso. – Jean disse num tom cético.

— O quê? Não! Não! Escuta! – Papillon girou o garoto, quase o fazendo cuspir sua água de novo. – Hã... Dois anos atrás, o seu pai, tipo, o ver... Não, pai é quem cria, enfim, o seu pai biológico entrou em contato comigo. Foi antes de a banda começar.

Não sabia o que responder. Nesses casos, normalmente seu primo fazia as perguntas que interessavam.

— E... Porque eles só vieram aparecer agora?

— Pois então! Ele parecia estar com muita vontade de lhe conhecer, só que na época em que ele entrou em contato, foi quando você estava mudando de casa em tudo mais. Eu pedi para ele esperar um pouco até você estar melhor. Só que... Ele nunca mais entrou em contato.

Viu seu primo cruzando os braços.

— Os jovenzinhos vieram aqui hoje, e me contaram que ele morreu três semanas depois da última vez que nos falamos.

Era... Convincente. Sua cabeça ainda não absorvera a notícia.

— Eles dois disseram que só encontraram onde ele guardava todos os contatos e tudo mais há umas... Duas semanas? É isso? Como o telefone quebrou, eles vieram procurar informação aqui, e olha só, você chegou!

Drake deveria estar a encarado com a mesma expressão de quando havia cuspido a água. Ele tinha o costume de congelar.

— Espera, você está dizendo para o Drake ir... Falar com eles?

— Ora, ele está aqui e eles dois estão aqui, não estão? – Papillon disse em seu tom rápido e nervoso.

— Eu... Não acho que encontros funcionem assim ou coisa do tipo...

— Bobagem! – Ela rodeou seus ombros com o braço e começou a andar, arrastando-o com ela de novo.

— Papillon, deixa o garoto onde ele está! – Jean puxou-o pelo braço, e por um segundo os dois brigaram pelo adolescente antes dela o soltar. - Você tem certeza de que eles são realmente irmãos do Drake?

— Sim! – ela pulou à frente e apertou ambas as bochechas do garoto, amassando-as até sua boca formar um bico. Ele odiava quando ela fazia isso. – Ele e a garota têm praticamente a mesma cara, e até quando eu fiz isso nela eles ficaram iguais. Ela tem até uma franjinha parecida com a sua!

Jean estava com o cenho franzido. Às vezes, ele cumpria muito bem o papel de mãe.

— Deixe-me ver, deixe-me ver... Ele e a garota são bem iguais, ela é baixinha, pequenininha, parece uma bonequinha...

— Eu não sou baixinho. – protestou.

— Ele é mais alto do que eu. – Jean concordou.

— O rapaz, nossa, que rapaz... – Ela riu, se abanando. – Ele é chave de cadeia. Alto, forte, nossa!

Não precisava saber daquilo. Sinceramente, não precisava, principalmente se era supostamente seu irmão. Ele não sabia se Jean a olhava ceticamente – mais uma vez -, se ele queria rir ou se queria olhar para ter certeza. Para Drake, a situação era como vendo a sua tia solteirona tentando flertar com um cara muito mais novo.

... Principalmente levando em conta que Papillon tinha uns setenta anos.

— Eles trouxeram as cartas que eu troquei com o pai deles também. Quer dizer, de vocês.

— Que seria...?

— Abner Hayles.

— Abner Hayles...? – Jean perguntou. – Não era aquele repórter, jornalista, sei lá, famoso que foi assassinado uns dois anos atrás?

Papillon piscou, depois tirou uma foto do bolso de sua saia.

— Esse aqui.

A foto era de um homem carregando dois bebês com pijamas, um azul e um lilás. Drake reconheceu os próprios olhos amarelos nos do homem, que tinha um cabelo castanho bagunçado e barba rala. Os dois bebês tinham cabelo da mesma cor, e... Um deles era ele. A porcaria dos olhos amarelos era a coisa mais reconhecível em si, e eles estavam lá no bebê de pijama azul.

Seu primo se aproximara para ver a foto também. Ele apontou para o homem.

— Ele era um âncora de jornal, tenho quase certeza. E... É. Esse bebê é parecido demais com o Drake para ser coincidência.

— Viu, eu disse! Vamos indo!

Ela puxou Drake antes que seu primo pudesse salva-lo. Eles atravessaram o hall de entrada e Papillon o levou direto para a sala que ela usava para conversas e tudo mais. Drake não estava pronto para aquilo!

Tarde demais, ela abriu a porta num rompante – como sempre fazia – e acabou assustando os dois que já estavam lá dentro.

— Aqui! – ela o segurou pelos dois ombros, puxando-o para dentro. – Este é o Drake! Ele veio pegar uma coisa aqui no orfanato então está fazendo uma visita. Conversem!

E ela fechou a porta atrás de si. Papillon era uma péssima assistente social ou o que quer que ela fosse...

O silêncio constrangedor que tomou conta do recinto fez os joelhos do adolescente tremerem. Sim, ele já encarara estádios lotados de pessoas, mas aquilo era completamente diferente da perspectiva de encontrar alguém de sua família biológica, ainda mais assim, do nada!

Acabou olhando para os dois, que também não pareciam saber o que falar.

A garota era como Papillon dissera. Ela era pequena, magrinha, e estava usando um vestido azul claro de bolinhas brancas e sapatilhas da mesma cor que faziam com ela aparentasse ter uns treze anos, com o cabelo liso até o meio das suas costas e uma franja reta na altura de suas sobrancelhas. Mas segundo a mulher, eles eram gêmeos...? Se bem que Drake também dominava a arte de parecer mais novo do que realmente era.

O cara parecia o típico astro de filme adolescente que provavelmente faria o papel do cara mais popular e tudo mais. Ele tinha o cabelo castanho avermelhado arrumado naqueles topetes da moda, olhos verdes e era bem visível que ele era alto e musculoso. Também era bem visível porque Papillon estava babando por ele.

Tirou aquele pensamento da cabeça.

— É... Oi? – a garota começou. Era claro que ninguém sabia o que falar. Deu para ver ela chutando a canela do maior, que pulou.

—... Oi? – respondeu com toda a incerteza do momento. Drake tinha ido ao orfanato para pegar um remédio para sua enxaqueca, e terminara ali. Como conseguia se por em situações como aquela, como?

— Ok, hã... Isso é esquisito. Você é o Drake, certo?

— Não é como se não houvéssemos visto fotos nem nada. – A garota pareceu entrar em um estado de desistência com o outro. – Meu nome é Claire, esse é o Joshua.

Quase respondeu “eu sou Drake”, mas como eles já sabiam seu nome, aquilo soaria... Idiota, retardado, qualquer coisa. Depois de um tempo plantado ali em pé, acabou indo se sentar no sofá em frente a eles.

Decidiu ir para o começo.

— Certo, isso é esquisito, mas a Papillon me explicou as coisas muito enroladas á fora antes de me trazer para cá. Vocês podem... Desenvolver melhor?

Claire olhou para Joshua. Ele pareceu levar um segundo ou dois para formular tudo.

— Nós três somos filhos de Abner Hayles – ele pareceu hesitar por um segundo. -, ele era um jornalista e morreu há dois anos. Ele...

Os dois trocaram outro olhar.

— O que houve?

— Para explicar toda a história, é... Coisa demais. Então, tipo... Nós acabamos de nos conhecer, e não acho que too mundo goste de ser recebido com informação demais.

Drake respirou fundo.

— Ok, vamos por isso de uma forma simples pelo que eu já entendi. Nós somos filhos do mesmo cara, estou assumindo que do mesmo casal, e eu e Claire somos gêmeos, mas por algum motivo eu fui abandonado no orfanato enquanto ela continuou com vocês. Tem que ter um motivo para isso.

Ele assentiu com uma expressão não muito boa.

— Bem, você é um bruxo. Sabe a organização de casas nobres bruxas, não sabe?

— Sim, mas o que isso tem a ver?

— Nosso pai era... Um membro banido da casa Guiscard.

Guiscard?

A família que todo mundo sabia que eram os espiões do rei?

Mas hein?!

— É. Realmente, é uma looonga história. Resumindo-a um pouco, nosso avô era elitista, e eu sou filho do primeiro casamento dele com uma nobre. Ele ficou viúvo um pouco depois e quis ficar com uma mulher normal, não mágica e tudo mais. E... Foi assim que ele terminou banido.

Já viu o rumo que aquilo estava tomando.

— Deixe-me ver, ele simplesmente não deixou ele ir embora e ser feliz.

— Claro que não. – Claire murmurou.

— E terminou comigo sendo abandonado no Santuário de Alim?

—... É. Resumidamente.

Que coisa para descobrir do nada.

— Eu não sei como eu devo reagir.

— Eu também não sabia quando ele me contou. – Claire respondeu. – Não foi na melhor situação possível e depois encontramos as cartas, documentos e tudo mais do nosso pai para procurar melhor. – ela acabou dando uma risada sem graça.

— O que foi?

— É que no dia do meu aniversário, eu comprei um CD do Magick. E eu peguei o mesmo avião para o México com vocês, tanto que eu passei a viagem conversando com o Will. Mas na época eu não fazia a mínima ideia de que tinha um irmão gêmeo também.

“Está brincando, não é?” foi o que passou na cabeça dele. Taek passara os primeiros três dias no México enchendo o saco de Will por ter vindo a viagem inteira conversando com alguém, o que era extremamente raro para o loiro, que quase nunca saía de sua conchinha. Era ela?

Joshua olhou para ela como se a viagem para o México fosse um assunto delicado.

— É, e foi uma das nossas preocupações quanto ao fato de você ser famoso e tudo mais. Nós não estamos aqui, tipo, querendo dinheiro nem nada, ok?

— Posso sobreviver com isso. Já fui bombardeado de informações mesmo, melhor que isso, só a notícia que os príncipes Rockstones apareceram pousando na capital montados em dragões.

Joshua prendeu o riso, mas Claire ficou absolutamente séria. Deu para ver que ocorrera uma piada interna ali, e que a garota não gostava muito dela.

—... O que foi?

— Depois eu te conto. Eu tenho a minha própria dose de coisas inacreditáveis acontecendo comigo também.


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