O Último Suspiro escrita por Aldo Walisson


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Azul



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A hora da festa se aproximava, o sol já esta se pondo, minha mãe e minha irmã já estão se arrumando, talvez elas estejam mais animadas que qualquer outra pessoa, meu pai fica só vendo TV, e eu faço a única coisa que sei fazer na vida, passar o dia todo no PC, um dos motivos de passar o dia todo no PC, são aqueles que eu posso chamar de amigos virtuais, geralmente são melhores que amigos reais, pelo fato de não os conhece-los.
      Tenho duas amigas que sempre me ajudam a passar o tempo, e até hoje não sei o que elas querem de mim, porque as pessoas só se aproximam de você quando elas querem alguma coisa, e logo depois que conseguem, elas somem, desaparecem, e pisam em você. 
       Conheço a Penelope a uns dois anos, ela é uma daquelas pessoas de sorte, com seus 30 anos, ex-modelo e formada em Direito, eu sempre tento ouvir os seus concelhos por ela ser experiente nessa coisa de vida. 
        Minha outra amiga é a Lucia, ela tem alguns problemas parecidos com os meus ''Achar alguma razão na vida'' algo normal nos seus 16 anos de idade.
        As duas um dia também foram amigas, mas as duas discutiram por terem moral diferente uma da outra, as pessoas são assim, amam umas e odeiam outras, dizem que o ódio é ruim, talvez estejam errados, o amor destrói mais pessoas do que o ódio todos os dias, e o ódio é apenas uma forma de se proteger de algo que não entendemos, a verdade é que amor e ódio andam lado a lado. 
         Me dirijo ao banheiro para tomar um banho, sempre que entro no banheiro lembro de quantas vezes passei a madrugada sentado embaixo do chuveiro, refletindo em frente a uma parede Azul... Azul Turquesa, geralmente eu fazia isso quando estava mal, porque ali era como se eu estivesse olhando para dentro de mim, era como ver a dor, e aquele Azul Turquesa da parede era como um espelho e ali eu podia ver toda dor, porque aquela cor esteve em todos os momentos de tristeza, ela estava lá na blusa da minha mãe enquanto ela chorava a morte da minha tia, ela estava lá quando meu avô tentou suicídio, e ela também estava lá no seu enterro, em cada pétala de flor... Esteve também em cada parede da sala, cozinha e quarto da casa na fazenda da minha avó, enquanto eu crescia, na companhia da minha avó cega, apenas ouvindo o barulho que o vento fazia nos altos das árvores, e de animais que estavam ali sempre agindo pelo seus extintos, e sempre que a noite chegava ali, a alma daquele garoto se retorcia enquanto era espremida em meio a paredes Azul Turquesa.
       Entrei no banheiro, liguei o chuveiro e coloquei o shampoo e simplesmente ignorei toda a beleza da parede Azul Turquesa.

— Mãe qual roupa eu vou? — Perguntei
— Coloquei uma no seu quarto. — Ela respondeu.
— Ué, pai você não vai?
— Tenho que trabalhar amanhã cedo — Ele respondeu.
 
       Não sei porque perguntei, meu pai sempre prefere ficar em casa do que socializar, acho que esse meu jeito eu herdei dele.
       Entrei no quarto coloquei a roupa, arrumei o cabelo, e então estávamos todos prontos para ir a festa, então o Marcos meu amigo de infância, chegou para irmos, nós dois saímos primeiro que minha mãe e minha irmã. 
         O caminho não era longe, fomos a pé, jogando conversa fora, a paisagem ao redor não era grande coisa, casas e mais casas, grandes e pequenas, havia um grande Outdoor brilhante era o que mais chamava atenção. 
          O Marcos parecia esta bastante animado para a festa, ele não parava de falar sobre a garota que ele tava afim, e convenhamos eu não sabia muita coisa sobre o assunto, então eu agia como se soubesse e fingia também esta animado. 
           O local tinha 232 metros quadrados, havia talvez 5 mil pessoas ali, a decoração não era lá essas coisas, havia alguns balões, luzes que piscavam em várias cores, e um grande palco, assim que chegamos não sabíamos o que fazer então saímos andando esbarrando em várias pessoas, a procura de algum conhecido, eu estava seguindo  o Marcos de cabeça baixa, então levantei a cabeça involuntariamente, e naquele momento eu vi aquele rosto que não me deixou dormir.
 


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