Apenas por hoje escrita por Bee


Capítulo 3
Apenas pelo resto da minha vida


Notas iniciais do capítulo

Olá vidas minhas. Bom, o que posso falar além de desculpas pela demora eterna? Bom, diversos problemas me cercaram, para começar, meu PC estragou, depois começar a trabalhar, depois a vida. Mas chega de reclamar dos problemas, não é? Vamos ao capítulo. Esse é o último capítulo, por isso espero que vocês gostem, porque eu escrevi com tanto carinho.
Droga, eu tava apegada demais com essa fic. Mas hora de dizer adeus, meu amor. Bom, mas leiam, e por favor, me digam o que acharam.
Eu quero comentários dizendo como vocês odiaram a fic ou amaram, ou só fizeram Blé, mas vocês podem falar, ok?
Boa leitura.



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Sam olhava para trás a cada passo que dava. As mãos pesando com as duas malas enormes que ela estava levando. Carly e Brad a levaram até o aeroporto, mas tinham uma festa da empresa para ir. Então quem ela procurava incessantemente naquele aeroporto vazio? Ela procurava os olhos castanhos que estavam sempre em sua mente.

Mas o que ela realmente esperava? Uma grande cena romântica? Freddie largando a noiva e correndo encontrar Sam quando ela estivesse prestes a embarcar no avião? Ele diria belas palavras e ela desistiria do seu futuro por aquele que dominava seu coração? Freddie não fará isso, ele tem noiva e uma vida perfeita, você por outro lado está ferrada, sua voz interior, tão irritante e consciente gritava. Ligou a música no celular para apagar aquela voz na sua cabeça. Péssima ideia.

Samantha havia adquirido um habito estranho enquanto morou com a sua amiga Cat e com Jade depois, um hábito de ter diferentes playlists, algumas eram bem animadas, como a que ela usava quando ia tirar fotos, e outros eram deprimentes. A que ela havia escolhido nesse dia em especial era deprimente até demais. Ela notou isso quando ouviu Big girls don’t cry da Fergie tocando melodicamente.

O caminho que estou trilhando, eu devo seguir sozinha/ Eu tenho que dar pequenos passos até estar amadurecida/ Contos de fada nem sempre têm finais felizes, não é?/ E eu prevejo a escuridão à frente se eu ficar. Aquela música era perfeitamente o que ela sentia, não era? Filmes românticos tem muito disso, ela se sentia no momento exato quando a mocinha partia sozinha em direção a um futuro promissor, e seu amado surge com um buquê de flores, ou palavras doces. Mas ela não tinha um príncipe encantado para fazer isso, ela tinha um cavalheiro de armadura dourada que iria se casar.

E foi com esse pensamento que ela embarcou no avião, pronta para seguir em frente e deixá-lo para trás finalmente. Seu coração estava quebrado novamente, mas ela era uma garota crescida, e garotas crescidas não choram. Ela se sentou no seu assento, na janela. Outra cena clichê, ela encarou a janela com lágrimas nos olhos, a sua trilha sonora agia como um equalizador do seu passado.

Não iria estragar o relacionamento perfeito de Freddie, por mais que amasse ele, não poderia destruir o futuro promissor dele. Mas ela sentiria falta dele, e do cheiro que ficou no quarto em que ele havia dormido com ela.

— Tem alguém sentado ai? – um homem perguntou todo grave. Ela ignorou, era claro que não tinha ninguém sentado ali, se o assento estava vazio.

Freddie voltou ao apartamento da Sam quando percebeu que havia esquecido seu celular. Mas quando chegou lá, ela não estava. Então seguiu para seu próprio apartamento com um discurso pronto na ponta da língua. Um discurso que acabaria de vez com um relacionamento fadado ao fracasso. Havia mais de três meses que ele estava dormindo no sofá, havia mais de três meses que ele não falava com sua noiva, e fazia mais de três meses que eles estavam se preparando para a separação.

Ele tirou a chave do bolso, e quando mexeu o braço novamente sentiu o cheiro do amaciante de roupas que Sam usava. Aquele era também o cheiro dela, como se fosse o cheiro de talco com um perfume adocicado, talvez morango. Ele era péssimo para diferenciar cheiros. Aquilo lhe deu mais força de vontade para fazer aquilo. A chave girou sem dificuldades, talvez rápido demais. E ele abriu a porta. Se deparando com a noiva vestida com um vestido rodado, e um avental por cima. No melhor estilo dona de casa dos anos 50.

— Precisamos conversar. – foi a primeira coisa que ele disse enquanto fechava a porta.

Você acha que mesmo com um noivado em ruínas Jessica recuaria e decidiria pelo bem da relação quando Freddie a alertou que estava terminado com ela? Não, uma mulher controladora nunca recua facilmente. Ela se levantou, a face virada em uma mascara de raiva. Seus olhos claros estavam escuros como a noite, ela parecia ter sido possuída.

— É por causa dela, não é? – ela gritou com o dedo em riste apontando para ele. – Você tá me traindo com aquela piranha gorda?

— Do que você está falando, Jessica? – ele perguntou calmo, não havia feito nada de errado para temer. Apenas um beijo maravilhoso com Sam, e uma ereção espontânea, ou duas.

— Eu sei que você não dormiu em um hotel essa noite, seu mentiroso. Você tava com aquela piranha loira. – ela pegou o celular de Freddie e jogou para ele. – Você deveria ser mais cuidadoso, ou achou que eu não perceberia?

— Você é maluca! – ele gritou a encarando. – Você estava me seguindo?

— Cuidando do que é meu.

— Eu não sou seu, nunca fui. E principalmente nos últimos meses não sou seu mesmo. – ele se levantou se dirigindo para o quarto e com uma caixa e uma mala ele jogou tudo que o pertencia lá dentro. – Você é igual a minha mãe. Obsessiva, eu nunca mais quero te ver na minha frente.

Jessica havia facilitado as coisas para ele, e aquilo era o certo. Como ele nunca havia notado? Não podia ficar com uma mulher que agia daquela forma. Era impossível. E nojento. Após juntar o que pode, ele a olhou nos olhos.

— Pode ficar com o apartamento. Venho buscar minhas coisas quando você tiver saído. – ele disse de um folego só, temendo um ataque da mulher. – Adeus, Jessica.

Freddie fechou a porta e assim que entrou no elevador pegou o celular. Muitas mensagens piscavam na tela, havia mais de 50 mensagens. Ele imaginou que fossem de trabalho ou de Jessica, mas quando abriu se deparou com o número de Carly.

“O que você fez? Me liga”, “Você estragou tudo, foi?”; “Freddie, me liga de uma vez, eu estou morrendo”; “Se você não me ligar vou contar para sua mãe sobre o que você fazia lá em casa com a Sam”. Freddie não terminou de ler as mensagens, e vendo a urgência da morena, ele ligou para ela.

— Alô? – Carly falou agitada – Freddie, é você?

— Sim, o que foi? – ele perguntou agitado da mesma maneira colocando sua bagagem no porta-malas.

— O que você fez? – ela gritou, Freddie se perguntou se era com ele que ela estava gritando – Sam chegou aqui falando sobre você, e sobre alguém aparecendo no apartamento dela, e agora ela... – Carly se calou de repente.

— Carly, ela o que? – ele gritou entrando no carro, e dirigindo até o apartamento de Sam, ou melhor, correndo em direção ao apartamento. Sabia que ia levar uma multa, mas não se importava.

A ligação caiu, sem ele obter mais informações. Quando chegou ao apartamento de Sam ele ainda tentava ligar para a morena. Tocou todos os botões do interfone, e esperou alguém ser burro o suficiente para abrir.

— Sam, é você? – ele ouviu a voz metálica de Andrew.

— Não, é o Freddie, amigo da Sam. Aquele que veio com ela ontem à noite. – Freddie falou alto. – Você sabe onde a Sam está?

— Ela meio que deixou as plantas dela aqui, então acho que ela foi viajar. – Andrew respondeu, mas Freddie já estava a caminho do carro.

— Freddie, a Sam tá falando que vai para o Japão. – Carly gritou pelo celular. – Ela falou alguma coisa de...

— Jessica, não é? – ele completou o pensamento da morena. - Você pode me dar mais informações, Carly? Eu não posso deixar ela partir. Não de volta. – ele implorou, seus cílios molhados por lágrimas. Ele não poderia perder Sam, ele a amava. E nem havia falado isso ainda.

— O que você tá ouvindo? – o companheiro chato de viagem não parava de falar. Sam ignorou e fechou os olhos.  – Por que uma moça tão bonita tá fugindo?

Do que Sam estava fugindo? Talvez nos últimos anos Sam tenha se descoberto boa em fugas, mesmo que não quisesse. Sempre que algo acontecia, ela fugia. Não queria o emprego no Japão, não sabia nem ao menos falar japonês. Só precisava fugir, pensar, seguir em frente. Mas nem acreditava mais que aquilo fosse o melhor.

Ela havia perdido aquele que amava tantas vezes, e na maioria das vezes por ter fugido. Por ter medo, justo ela quem havia dito tantas vezes que nada temia. Um Puckett nunca sente medo. Quem se importa se Freddie estava noivo? Ela não se importava mais, ela não iria para um país onde não conhecia ninguém.

Samantha Joy Puckett não iria mais fugir. E por isso ela se levantou, e correu para fora sobre os protestos das comissárias de bordo. Sam gritava alguns “me processem” para elas enquanto corria para fora com sua bagagem de mão.

— Moça, tudo que eu preciso é da minha bagagem. – Sam falava rapidamente – Eu não posso pegar esse avião. Tenho medo de aviões. – mentiu com um sorriso amarelo. – Eu estou quase enfartando.

— Tudo bem. – a moça suspirou pegando seu comunicador, e pedindo aos carregadores que pegassem as bagagens de Sam. – Você sabe que não haverá reembolso, não é?

— Quem liga para dinheiro? – Sam brincou pegando suas malas, e gritando um adeus para a moça correu em direção à saída do aeroporto.

Porém agora Sam não sabia para onde ir. Queria ir atrás de Freddie, dar um belo tapa na cara daquela mulherzinha com quem ele se relacionava, e beijá-lo com todas as suas forças. Mas isso era loucura, não poderia fazer isso. E por isso ela deu um sinal para que um taxi parasse ali. E ela embarcou. Sem fugir. Pediu que o motorista a levasse até o apartamento dela. Mas não esperava encontrar lá o que encontrou.

O apartamento estava como ela havia deixado, exceto por um moreno sentado no sofá. As mãos cobrindo o rosto, um sinal da devastação. E o coração da loira estava batendo tão forte que ela pensou ser audível a grandes distancias. Ela pensou em dizer algo engraçado, mas nem um ruído saia de sua boca.

— Vai ficar ai por quanto tempo? – ela ouviu a voz embargada dele, parecia que ele havia chorado por horas.

— O-O-O que você tá fazendo aqui? – droga, ela gaguejou. Por que ela havia gaguejado?

— Sam? – Freddie pulou no sofá, e se virou para encará-la e ter a certeza de que não estava alucinando. – Achei que era a Carly para me jogar na cara o quão ridículo eu sou.

— Por que ela faria isso? – Sam perguntou o encarando, a cara de susto dele foi o ápice do dia dela – E por que aqui?

— Não sei, eu liguei para ela. Eu cheguei muito tarde no aeroporto, o avião tinha acabado de partir, e eu só vim para cá. Queria sentir o teu cheiro, queria sentir você por perto mais uma vez. E eu simplesmente, droga, eu fiquei com tanto medo de te perder. – Freddie se levantou, e mais do que depressa se aproximou dela, a tomando em seus braços. – Eu fiquei morrendo de raiva de mim mesmo, eu cheguei no portão de embarque na exata hora que anunciaram que ele havia partido. E eu tinha te perdido, novamente. Droga, Samantha, por que você não estava naquele avião?

— Eu só não sei falar japonês. – Sam mentiu com um sorriso, sabia que não precisava falar mais nada. E mesmo que falasse, nunca ia conseguir ser tão fofa como ele. – Onde está a Marissa?

— Minha mãe está na casa dela. – Freddie disse como se fosse obvio demais, porém só então percebeu o que Samantha queria dizer – Eu a deixei, não quero uma mulher que se pareça com minha mãe. Eu... – ele fechou os olhos calmamente, pensando em como aquelas palavras poderiam soar – Eu acho que prefiro ter alguém como você.

— Mas só existe uma como eu. – os claros olhos azuis o encararam, se fixando firmemente nos castanhos dele. – E nem estou falando da Melanie.

— Eu fico feliz em ter esse único exemplar. E também não estou falando na Melanie. – Freddie sorriu, e beijou levemente o nariz de Sam, e depois deu um beijo de esquimó leve nela, como costumava fazer quando eles namoraram. – Me desculpe por não ter corrido atrás de você, e desculpe não mover o mundo para te ter naquela época. Mas sei que agora eu faria tudo que pudesse para te ter em meus braços.

— Apenas uma coisa é o suficiente. – ela o encarou, um sorriso brincalhão nos lábios. Dito isso ela o puxou, juntando mais os corpos, e aproximando a sua boca lentamente da dele. Começou com um leve roçar de lábios, o que despertou cócegas na boca da loira, antes de se transformar em algo mais.

Eles se beijaram novamente, um beijo bem mais calmo do que aquele que haviam trocado na noite anterior. Sam aproveitou para sentir cada detalhe do moreno, enquanto aproveitava do toque leve dele. Ele se afastou lentamente, deixando as testas coladas, encostando os narizes.

— Droga, você é a pessoa mais incrível. – Freddie sussurrou – Não acredito que ia mudar para o Japão sem falar uma palavra em japonês. – os dois sorriram levemente.

— E essa é a parte mais chocante que aconteceu hoje? Tipo, você desconsidera o fato de que sua ex maluca veio aqui e me ameaçou, ou que eu quase mudei de país para te deixar casar e ser feliz, ou que eu simplesmente abandonei o voo por você? – ela disse levemente, um toque de ironia brincando na sua voz. – Eu sabia que não deveria ter ido naquela festa ontem.

— Eu acho que tivemos um longo e maluco dia. – o moreno disse pegando as malas dela. – Me conte tudo sobre tudo, Sam. Acho que tem muito da sua vida que eu perdi, e não quero deixar mais nada passar.

Quando Freddie se dirigia para o quarto levando as malas, a porta da frente se abriu revelando uma morena com uma sacola parda na mão. Carly encarou Freddie com as malas, e a loira a sua frente com um olhar chocado.

— Acho que preciso achar outro esconderijo para essa chave extra. – Sam suspirou sorrindo para a amiga.

— Isso quer dizer que você não vai se mudar. – Carly comemorou com gritinhos. – Mas amanhã você me conta tudo. – Sam entregou o saco pardo que tilintou quando Sam pegou. – Eu trouxe esse para ele afogar as mágoas, mas vocês podem usar para algo melhor.

Sam olhou as duas garrafas de vinho tinto que tinha no saco, e antes que pudesse agradecer a morena, ela já havia partido. Freddie a encarou com um olhar estranho, parecia suspeito, mas apenas deu de ombros. E pediu que Sam abrisse as garrafas.

— Hoje eu farei com você tudo que deveria ter feito nos últimos 10 anos. – ele comentou quando voltou – Isso quer dizer que eu te devo 3.652 “Boa noite, amor. Como foi teu dia?”, em torno de 3000 massagens nos pés, muitas taças de vinho. E muitos beijos. Se você me aceitar na sua vida.

— Pode me perguntar isso novamente depois que tomarmos um pouco desse vinho. – ela indicou as taças, e se dirigiu ao sofá. – Mas acho que faltou uma coisa nessa lista.

— O que?

— Os 15.000 “Eu te amo” que você não disse. – ela brincou bebendo um gole suave do vinho.

— Devo começar agora? – ele sorriu se aproximando para beijá-la. – Eu te amo.

— Bom saber...

— Eu te amo. – ele disse com outra entonação.

— Eu sempre soube. – ela brincou.

— Eu te amo.

— Seria possível não amar?

— Eu te amo.

— Eu fiz uma ótima escolha ao descer daquele avião.

— Eu te amo. – ele suspirou depositando um beijo no canto da boca dela.

— Eu também te amo. – Foi tudo que Sam disse antes de puxar Freddie para um beijo apaixonado. Ela sentiu falta disso, sentiu falta dele. Mas agora nunca mais o deixaria escapar, assim como ele não a deixaria ir.


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Notas finais do capítulo

E então? Mereço alguns comentários? Sério. Tem muito amor envolvido nessa fic, e eu to bem desmotivada a escrever todas as minhas fanfics porque não há visibilidade. E dependendo desse capítulo, eu posso ou não parar de escrever para sempre.
Desculpa o desabafo.
Obrigada por lerem. Beijos.



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