Peculiaridades escrita por Renata


Capítulo 4
Ganache


Notas iniciais do capítulo

Mais 84 anos depois, um novo capítulo, mesmo que o título não tenha ficado muito bom. Desculpem qualquer coisa, falou valeus.



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Olívia estava atendendo uma cliente, Cecília, muito tagarela e que havia se tornado frequentadora assídua da loja. A jovem estava rindo das observações feitas pela mulher a respeito de um livro que ela tinha comprado e adorado, apesar de achar que o mocinho não era tão bom para a mocinha e que o vilão sim é que seria um bom par para heroína.


— Acredite em mim, eles tinham muito mais química juntos! - A mulher passou o dedo indicador sobre as lombadas dos livros recém chegados.- Eu aposto que você concordaria comigo se lesse. Oh, espera. Eu te dei spoilers!

 


—  Sem problemas! - Olívia disse.- Eu não costumo ler romances de época, apesar de amar Jane Austen. E o Sr. Darcy é claro. E eu confesso que já shippei um casal impossível na mesma configuração heroína x vilão, mas era literatura fantástica.


—  Se o Sr. Darcy fosse real,eu o teria roubado de Lizie Bennet.

—Eu iria adorar ter meu próprio Sr. Darcy.


    As duas riram novamente enquanto Cecília continuava a buscar um novo romance nas prateleiras. Olívia viu com o canto dos olhos Heitor fazendo uma careta discreta para a conversa das duas, sentado atrás do balcão, enquanto folheava um atlas geográfico.


— Acho que você iria adorar uma série que eu vi no mês passado! É sobre um cara que foi pra guerra de independência americana e depois volta como herói para a Cornualha, na Inglaterra. É um pouco antes do contexto histórico dos livros da Austen, mas tem aquela pegada de costumes sociais que aparecem nas obras dela. É um livro também, vou anotar o nome pra você!


Olívia estava animada com a conversa e Cecília parecia feliz em poder compartilhar suas impressões sobre livros com a moça. A mulher carregou uma pilha de quatro livros novos para o balcão e esperou ansiosa para que Olivia finalizasse a venda.


A jovem registrou todos os livros e ficou surpresa como último da pilha, um livro com uma capa que ela conhecia bem, uma obra de Diana Wyne Jones.


—  Esse é muito bom. - Olívia exibiu um sorriso enorme. - Quando terminar de ler venha me contar o que achou.


A garota terminou de registrar a venda e colou uma nota fluorescente e adesiva na capa de um dos livros com o nome da série como havia prometido.


— Prontinho! - Olívia exclamou entregando a sacola para Cecília.


— Obrigada! - Cecília se despediu com um grande sorriso e antes mesmo de se virar para a saída o sino no topo da porta tocou.


A expressão de Olívia caiu e quase que por meio segundo, se tornou uma carranca completa. Marco entrou na loja (usando a porta dessa vez) com o mesmo sorriso presunçoso de sempre estampado no rosto. Ele segurou a porta para que Cecília passasse e a mesma agradeceu com o mesmo entusiasmo de antes.


Assim que ela saiu pela porta Marco se esgueirou para o balcão. Olívia resolveu ignorá-lo assim como Heitor, que continuou olhando o atlas com um interesse maior do que antes.  


—  Ah, okay. - ele disse com ar indignado.- Então vocês combinaram me ignorar.


Olivia levantou uma das sobrancelhas e apanhou o celular em cima do balcão. Heitor nem se moveu.

Marco com indignação ainda maior gesticulou com a mão esquerda fazendo com que uma lufada de ar passasse perto de Olívia e atingindo em cheio o atlas, que se fechou e flutuou até o mago.



Ela arregalou os olhos admirada. Nunca ia superar o fato de que magia era real e sentiu a ansiedade começar a tomar conta de si, mas mordeu o lábio antes que disparasse a falar sobre o quanto aquilo era legal, pois sabia que uma briga iria irromper em questão de segundos.


— Fala sério Marco! - Heitor puxou o atlas de novo. - Como você é chato cara!


— Falou o adolescente mais bem humorado da cidade. - Marco retrucou.


Olívia resolveu voltar sua atenção ao celular. Aquilo não era da conta dela e não queria ter que se meter na discussão dos dois.


—  O que você está fazendo aqui hoje? - Heitor finalmente tomou o atlas novamente e se jogou esparramado na poltrona onde estivera antes.- Pensei que estava de eu folga hoje. Você não tinha trabalho para fazer?


— Eu tinha, mas já terminei tudo. Fiquei entediado e vim ver vocês. E é assim que me recebem.- O falso tom acusatório fez Olívia encarar o jovem mago a sua frente, que tinha se inclinado sobre o balcão e estava revirando seu penal* com formato de monstrinho cor de rosa.


— Aí!- Marco resmungou quando Olívia bateu em sua mão e guardou sua caneta favorita novamente e tirou o estojo do alcance do mago.- Até tu, Liv?

— Só não mexa nas minhas coisas e tudo fica ok.


—  Eu achei que era o maior conjunto de traduções que você tinha recebido em meses. - Heitor largou o Atlas aberto em uma página com o mapa da América do sul pintado em cores vibrantes.


— E era.- Marco endireitou a postura.- Mas já terminei e eu estou pronto para o próximo.

Olívia abaixou o celular e encarou Marco curiosa.


— Eu trabalho com traduções de encantamentos e livros de magia antigos. - Ele disse devolvendo o olhar de Olívia.


— UAU.- Olívia deixou escapar. - Sem sarcasmo. Isso parece demais.


— E é. - Marco disse com um sorriso genuíno.-


—  Então esse é o seu trabalho como mago?


—  E nas horas vagas eu ensino práticas de magia para esse mal agradecido. - Ele apontou para Heitor que ignorou o primo mais velho.


—  Mas hoje você não vai. - Heitor disse finalmente.- Eu estou ocupado, olhando esse atlas.

 

— Eu não vou te ensinar nada hoje. Qual a parte do eu vim ver vocês que ainda não ficou clara?  Eu trouxe até bolo! - Marco fez um sinal com os dedos da mão esquerda e uma caixa de papel se materializou no ar e flutuou até o balcão.

 

Olívia ergueu umas das sobrancelhas e guardou o smartphone no bolso do casaco. Heitor pousou o atlas no balcão, bem ao lado da caixa recém conjurada e continuou analisando o mesmo, quando de repente Marco revirou os olhos e colocou o dedo sobre o mapa, bem em cima do ponto mais extremo sul do continente.


—  Aqui. Terra do Fogo ou Tierra del Fuego se preferir. É o que você está procurando, não é? Eu sei que anda pesquisando. Mas não é cedo demais? Você nem terminou o ensino médio, muito menos conseguiu sua certificação.  


—  Eu não acho cedo demais. E eu quero estar preparado. Quanto antes eu começar a pesquisar, mais informações seguras eu vou conseguir.


Olívia olhou de um mago para o outro sem entender.


— Eu quero fazer isso. Não é uma coisa que você possa ir contra ou me fazer mudar de ideia. Você foi para o Peru e ninguém disse nada, nem mesmo quando você provocou aquele dragão minúsculo e que devora gente.

 

—Isso foi sem querer. Não foi minha culpa.E ele não é minúsculo se quer mesmo saber, o fato de os dragões peruanos serem a menor espécie de dragão não significa que eles sejam realmente pequenos.- Marco se defendeu.- E eu consegui resolver o problema sem ajuda de ninguém, só recebi uma notificação.

 

—Espera! É muita informação para processar.- Olívia interrompeu- Eu não sei se fico chocada por dragões existirem ou por ter descoberto que o senhor perfeição cometeu um erro.

 

—Senhor perfeição?- Marco indagou.

 

— É o apelido que eu e Heitor elegemos pra você. Na verdade eu acho você irritante e os seus sapatos sempre brilham demais.- Olívia respondeu.- Quem consegue ter sapatos tão limpos assim? Eu sempre lustro minhas botas e elas sempre estão opacas...

 

Marco ergueu um dos pés e encarou o coturno que estava calçando aquele dia. Estava mesmo reluzente. A garota voltou a digitar em seu celular, sem prestar mais tanta atenção nos dois magos, pois estava travando sua própria discussão com os colegas de faculdade.

 

—Então vocês falam pelas minhas costas e ainda inventam apelidos para mim?-Marco parecia ofendido.

 

—Ah, tem Mestre dos Magos também.- Heitor disse.- Mas nós já discutimos sobre o fato de que o Mestre dos Magos sempre desaparece na hora que a galera mais precisa e você meio que faz o contrário, você literalmente se materializa e nem sempre é na hora que a precisamos.

 

Olívia olhou de relance para Heitor e deu uma risadinha e então o garoto começou a rir também.

 

Marco fechou a cara, agarrou a caixa que trouxera e marchou em direção à escada.

 

—Acho que pegamos pesado demais.- Olívia disse.

 

—Não.- Heitor deu de ombros.- Ele vai superar.

 

***

 

Olívia passou o resto da tarde atendendo os clientes que entravam e saiam da pequena loja, sendo ajudada por Adelaide, que voltara de uma de suas andanças para resolver os assuntos mágicos que sempre surgiam. A maga estava contando animada que uma grande remessa de tapetes deveria chegar na próxima semana e estava ansiosa para que Olívia pudesse vê-los.

 

O resto da tarde passou depressa e Olívia mal reparou em Heitor que continuou sentado com o atlas ao seu lado enquanto fazia anotações em um pequeno caderno sem pautas e Marco havia desaparecido desde a discussão anterior e nenhum barulho era ouvido do andar de cima. A jovem continuou seus afazeres enquanto conversava sobre assuntos aleatórios com Adelaide, imaginando que o mago tivesse resolvido ir embora.

 

Enquanto guardava algumas peças novamente em seus devidos lugares, Olívia percebeu alguém passando pelo corredor com a cara amarrada. Era Marco óbvio. O rapaz tinha passado o restante da tarde enfurnado no segundo andar e não dera as caras até então. Ele havia tirado o casaco e em suas mãos trazia um refratário com um enorme bolo de chocolate em cima.

 

O bolo era lindo. Tinha uma cobertura de ganache brilhante e estava decorado com frutas vermelhas espalhadas na superfície. Olívia ergueu uma sobrancelha como de costume e acompanhou com o olhar Marco (e o bolo) se dirigirem para uma mesa de canto do outro lado da loja.

 

—Mas que maravilha!- Adelaide exclamou.- Você está ficando realmente muito bom nisso.

 

Heitor se inclinou para enxergar melhor o que estava acontecendo e contorceu as feições quando encarou o primo mais velho sentado junto ao bolo.

 

Adelaide passou ao lado do rapaz que se servia de uma das fatias e apertou uma de suas bochechas e se dirigiu para a cozinha.

 

—Vou preparar um chá!- Ela gritou do cômodo para os três.

 

Olívia continuou a recolocar os objetos nas prateleiras correspondentes, enquanto espiava Marco cortando uma fatia generosa do bolo e se servindo. A expressão em seu rosto se suavizou um pouco assim que levou a primeira garfada até a boca, mas depois de um tempo, suas sobrancelhas estavam quase unidas no meio da testa.

 

“Ele realmente ficou bravo”. Olívia pensou, enquanto sentia o celular vibrar no bolso do casaco.Mais uma onda de mensagens de seus colegas de classe. A garota suspirou e resolveu ignorá-los dessa vez. Quando guardou o celular novamente percebeu Marco a encarando, enquanto cortava mais um pedaço do bolo.

 

—Eu trouxe bolo pra todo mundo.- Ele disse espetando um morango fugitivo com o garfo.-Dá pra vocês pararem de me ignorar, pelo menos na hora do chá? Os dois.

 

Olívia deu de ombros, ajeitou o último vaso de cerâmica na prateleira e foi se sentar à mesa.  Ela puxou um dos pratos coloridos da pilha e se serviu com uma fatia coberta pelo ganache e várias frutinhas vermelhas.

 

—Muito bom!- Ela colocou o garfo de volta no bolo, cutucando o ganache.- Onde você comprou?

 

—Eu não comprei!- Marco disse, meio exasperado- eu mesmo fiz.

 

—Sério?- Olívia terminou de mastigar um dos mirtilos.- Mentira!

 

—Você não acredita em mim?

 

—Ah…- Olívia resolveu aceitar a informação.

 

Heitor jogou o atlas em cima da mesa e se deixou jogar na cadeira ao lado de Olívia, que puxou o próprio prato para abrir espaço para o garoto.

 

—Opa.- Heitor disse quando colocou o atlas no apoio debaixo da própria cadeira.- Foi mal Liv. E dessa vez você se superou Marco, tá quase parecendo aqueles bolos de reality show de confeiteiros.

 

—E então?- Marco recomeçou.- Agora vocês querem partilhar da minha presença?

Olívia e Heitor se encararam.

 

—Vocês sempre podem me comprar com bolo. - Olívia disse, levando mais uma garfada à boca.

 

—Eu também. -Heitor concordou.  

 

Marco rolou os olhos parecendo mais uma vez indignado, mas não comentou nada. Heitor cortou um pedaço do bolo e se absteve de comentários também. Depois de alguns poucos segundos, Adelaide chegou com o bule de chá e serviu os três jovens, fazendo com que o perfume de flores silvestres preenchesse o ambiente. A mulher também se serviu de uma fatia de bolo e foi se sentar ao balcão, onde se alternava em uma beliscada em seu próprio lanche e a análise do catálogo com novos pedidos para a loja.

 

O celular de Olívia vibrou mais uma vez no bolso do casaco, dessa vez fazendo um barulho contra o apoio do braço da cadeira. A garota suspirou e puxou o celular mais uma vez. Ela bateu com a palma da mão no meio da testa e soltou um muxoxo.

 

—Algum problema?- Heitor perguntou, passando o garfo por cima do ganache de sua nova fatia de bolo.

 

—Faculdade… então eu acho que sim.- Ela respondeu, olhando novamente para o celular.-Temos um trabalho para entregar na outra semana, já temos pelo menos uns 90% pronto mas agora o pessoal entrou em desespero e decidiu ir para a biblioteca do campus ainda hoje. Eu só queria ir pra casa.

 

A garota fez uma expressão de desgosto ao conferir o horário.

 

—Bom, eu termino meu expediente em menos de 10 minutos, então é isso. Partiu mais um alegre período no campus!- Disse irônica.

 

A mesma se levantou e andou em círculos no meio da loja. Depois foi até o balcão, onde Adelaide estava para pegar sua mochila e guardar seus pertences: o estojo com todas as suas canetas e o bloco de notas decorado com unicórnios multicoloridos.

 

—Você vai pegar um ônibus Liv? - Adelaide que ouvira os desdobramentos da conversa perguntou.

 

—Não, uma amiga vem me buscar com o carro dela. O que é uma sorte, olha esse clima nublado! Acho que vai cair uma chuva.- Olívia ajeitou o casaco nos ombros.

 

Adelaide sorriu para a garota que estava colocando a mochila nas costas.

 

—Boa sorte hoje e boa sorte amanhã!- Adelaide disse piscando um dos olhos.- Te vejo na outra semana.

 

—Obrigada!- Olívia deu um sorriso enorme. -Eu vou mesmo precisar de sorte.

 

—Não fique nervosa.

 

—Você não vem amanhã? - Heitor disse, se aproximando das duas, novamente com o atlas em mãos.

 

—Eu tenho teste prático amanhã, no meio da tarde.- Olívia disse, fazendo uma expressão preocupada.- Então Adelaide me deixou livre.

—Ah é, verdade. Você está quase conseguindo sua carteira de motorista.

 

—É.- Olívia disse parecendo nervosa.-Quase lá.

 

—Boa sorte então e bom final de semana.- Heitor disse finalmente.

 

Marco apareceu ao lado de Olívia e cutucou seu ombro para depois apontar para a vitrine, onde era possível ver os rostos ansiosos de três outros jovens: duas garotas, uma loira em um casaco roxo pastel que fazia parte de seu uniforme de uma loja de doces famosa,  outra de cabelos tingidos de rosa, vestindo roupas no melhor estilo hipster e um rapaz alto vestindo um moletom da universidade. Olívia girou nos pés e correu para a porta, dando um tchau coletivo e acenando freneticamente. Seus colegas a cercaram assim que ela colocou os pés na calçada.

 

—É aqui que você trabalha?- A garota  de cabelos cor de rosa mais baixa perguntou.- Que demais.

 

—É sim, muito legal né?-  Olívia disse animada.

 

—Você tem calda de chocolate no queixo.- O rapaz comentou.

 

—Sério?- Olívia esfregou o queixo.

 

—Amiga…- A garota loira deu risada.- E olha que sou eu que trabalho no Mundo Doce.

 

Olívia bufou, e continuou a esfregar o queixo enquanto se dirigia ao carro estacionado do outro lado da rua.


***

 

Mais tarde, naquele mesmo dia, depois de escreverem a parte final do seu trabalho, o grupo resolveu ir comer alguma coisa na cantina da universidade. Olívia abriu a mochila para procurar sua carteira quando se deu conta de ter visto uma coisa que não estivera lá antes. Ela tinha certeza, pois havia jogado todo seu material na mesa da biblioteca quando estava procurando seu estojo de canetas. Um pote retangular de plástico fosco com um bilhete e um garfo fixados. Três caligrafias diferentes. A garota puxou o pote pra fora da mochila e deu um sorriso.

 

“Achamos que ia precisar de mais bolo”.

“Dom mandou lembranças e boa sorte”

“Os tapetes chegaram assim que você saiu, estou ansiosa para mostrá-los! Um beijo”

 

“Definitivamente, coisa de magos”.— Olívia pensou.

 

—UAU.- Carolina, a garota de cabelos cor de rosa se sentou ao lado de Olívia.- Seu bolo humilhou minha fatia de torta.

 

Os demais concordaram, fazendo caras e bocas.

 

Olívia riu e provou o ganache.


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Notas finais do capítulo

Não é como se alguém realmente se importasse, mas aqui está mais um capítulo. Se você leu até aqui, espero que tenha valido a pena, porque reescrevi ele algumas vezes e a partir de agora a história não vai se focar em tantos capítulos soltos, mas sim uma narrativa com sequência e capítulos interligados. A boa notícia é que tenho mais dois capítulos quase terminados e um deles deve sair no dia das bruxas.



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