Minutos depois Mike entrou no quarto, eu terminei de limpar minhas lágrimas enquanto ele se aproximou da minha cama um pouco preocupado, eu me ajeitei para ficar sentado, então ele tentou me dar um beijo, eu virei meu rosto em seguida.

— O que foi? - Ele perguntou ao ver minha reação

— Eu ouvi você conversando com Peter agora a pouco - Falei com a voz um pouco tremula, Mike arregalou os olhos

— Espera, Jack meu amor, o que você ouviu...

— O que eu ouvi foi o suficiente - Eu o interrompi

— Jack.. me perdoa

— Eu te perdoo Mike, com todo meu coração. Mas não quero voltar a te ver nunca mais, vai viver sua vida a sua maneira e seja feliz, desejo do fundo do meu coração que você encontre a felicidade

— Mas Jack, não posso desistir de você

— Você já desistiu Mike, só não admite isso pra si mesmo. Eu vou ficar bem é sério, mas por favor, se ainda resta algum sentimento por mim ai dentro, vai embora, não quero voltar a te ver 

  Mike deixou uma lágrima escorrer no canto dos olhos, ele não disse nada apenas se levantou e se aproximou de mim e me deu um beijo na testa. Em seguida o garoto saiu cabisbaixo do quarto e me deu um último olhar antes de fechar a porta. 

  Eu me senti mal é claro que chorei, mas eu não poderia ficar com uma pessoa como ele, eu passei muito tempo o procurando buscando saber onde ele estava depois de tantos anos. Eu tive a sorte de encontrá-lo mas esse Mike não era mais o mesmo garotinho que cresceu junto comigo no interior. Ele agora era alguém bem sucedido, mas ao mesmo tempo mal caráter, uma pena saber que alguém que eu gostei tanto, tanto na verdade tinha esse defeito, um defeito que eu não pude notar antigamente pois éramos muito novos, mas agora eu podia ver com clareza.

— Vamos pra casa - Disse Minha mãe entrando no quarto toda feliz com a alta que o médico deu

— Finalmente - falei suspirando aliviado, foram alguns dias ali naquele hospital, precisava da minha casa 

  O Médico disse a minha mãe que eu estava melhorando muito e que estava me curando aos poucos, o tratamento estava dando resultados, claro que ela me deu essa noticia com muita alegria e eu é claro não podia ficar mais feliz ouvindo isso.

  Quando chegamos em casa, eu ainda estava dentro do carro, notei que Peter estava jogando uma carta na porta de casa, ele se assustou quando me viu chegando, então resolveu esperar. Assim que desci do carro ele foi a meu encontro, nos abraçamos e eu o convidei a entrar. Estava com o tempo escuro, vinha uma chuva por ai. Minha mãe nos deixou a vontade e foi para o quarto dela enquanto eu fui para o meu. Peter ficou sentado na minha cama enquanto eu tomava um banho. Assim que sai do chuveiro eu me sentei ao lado do garoto com a carta na mão.

— Então era você que escrevia as cartas não é? - Perguntei, Peter deu um suspiro e um sorriso

— Bom, sim... foi eu quem escrevi - Ele respondeu agora se entregando

— Porque não me disse? Porque deixava escrito '' Admirador Secreto''?

— Bom, porque eu admiro você Jack, e tinha de ser secretamente, não queria estragar nossa amizade

— Pelo contrario, você não estragaria nada, mas me faz gostar cada vez mais de você

  Quando eu me aproximei para um beijo Peter se esquivou e se levantou da cama rápidamente

— Não Jack.... tem o Mike, não quero...

— Não existe Mike, eu e ele terminamos, Peter foi você quem ficou do meu lado, você mostrou que pode amar de verdade, me incentivou várias vezes a não desistir. Peter eu quero você

  Falei me levantando e me aproximando do garoto que ficou pálido, eu segurei sua mão, estava gelada, em seguida ele me olhou nos olhos e sem perder tempo me puxou para seus braços, nós nos beijamos como nunca antes eu tinha beijado alguém, era um beijo muito intenso, nós caímos na cama e aos poucos arrancávamos nossas roupas, eu só percebi isso quando nós dois estávamos de cueca, Peter em cima de mim me fazia carinho e eu admirava aquele corpo malhado e gostoso.

— Você tem certeza? - Perguntou Peter fazendo carinho em meu cabelo e me beijando pelo rosto todo

— Nunca estive mais certo na minha vida - Respondi o beijando e mordendo de leve seus lábios

  Peter foi carinhoso do começo ao fim, eu senti medo sim e na verdade doeu pra caramba, até sangrei, foi minha primeira vez. Mas apesar de tudo foi maravilhoso, Peter era um cara gostoso e tinha todas as qualidades que eu mais buscava em alguém. Romantico, carinhoso e ao mesmo tempo selvagem.

  Depois do sexo nós ficamos deitados, eu estava deitado sobre o peito de Peter que fazia carinho nos meus cabelos enquanto contava algumas histórias de sua vida. Eu escutava e ria das coisas que ele falava, era ótimo ficar ali. Meu medo era morrer, mas agora acho que se eu morresse eu morreria feliz, eu estava finalmente vivendo um amor como eu sempre sonhei. 

    Peter me acompanhava em todos os exames e todos os tratamentos, era ótimo ter ele por perto. Sempre que nós saíamos do hospital ele me levava ao shopping, cinema, jogar boliche. Depois de alguns meses minha mãe voltou ao interior, eu já estava bem, os médicos deram as melhores notícias e ela ficou menos preocupada. Ela também confiava muito em Peter que passou a morar comigo des de então.

  Tudo estava bem, até a noite em que eu e Peter estávamos montando nossa árvore de Natal. Recebi uma ligação, era Mike. Ele estava aos prantos e disse que iria cometer uma loucura, eu não podia deixar isso acontecer, por mais que ele tenha dito aquelas coisas horríveis e me traído, eu ainda o amava como um amigo e não podia deixá-lo sozinho. Peter também concordou, ele passou muito tempo ao lado do rapaz, ainda tinha um sentimento por ele mesmo depois de tudo.

  Então eu e Peter saímos de carro até o hotel onde Mike estava. Não conversamos muito no caminho, estávamos nervosos. Mas o hotel já estava perto, assim que chegamos entramos correndo no elevador e subimos até o andar onde era o quarto de Mike, a porta estava aberta o que era muito estranho e estava tudo apagado, estava muito escuro quando de repente as luzes se acenderam de uma só vez...