Striker - A Bruxa, Os Deuses, Anjos & Mortais. escrita por Lucas Chroballs


Capítulo 3
Xeque-Mate nas Casas Civis


Notas iniciais do capítulo

ATO 1 - CASA DE BONECAS



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"Depois da Guerra Santa, um anjo e um demônio se viram novamente no dia do meu nascimento"

 

Em um lugar totalmente branco e monótono, um homem de terno bicolor com ombreiras de penas pretas e uma mulher de vestido branco longo de penas brancas; andam até uma mesa de xadrez que há no local. Cada um deles puxa uma poltrona, se senta e depois olha para o outro por um tempo, até esboçar um sorriso.

— Senhor Christian, aceitaria jogar comigo? – Disse a Coruja, sorrindo maliciosamente para o seu oponente.

— Será um prazer desfrutar deste momento de prosa com a senhorita. – Disse o Corvo, se servindo de uma xícara de chá que ele conjurou na sua garra esquerda, apoiada na poltrona.

— Que vença o melhor. – Coruja termina sua frase e peças de xadrez aparecem na mesa.

Corvo move a primeira peça.

— Cavalo na H3.

Ao fazer este movimento, dois homens, um encapuzado e outro de maleta, se encontram em um beco escuro e sujo de Vanilla. Um deles coloca uma maleta no chão e ambos se encaram logo em seguida.

— Trouxe o que eu pedi? – Perguntou o homem de chapéu.

— Acha que eu trairia nossa amizade? – Respondeu o homem da maleta, que a abre, mostrando varias seringas com um "S" escrito nelas.

— Excelente! – O homem de chapéu dá um tiro no outro, pega a maleta e entra no seu carro. – Me leve de volta a Margon!... Você me ouviu? Ah... – Ele toca no ombro do seu motorista, que cai para o banco do passageiro, mostrando um buraco de bala em sua testa.

O homem sai do carro, olhando para os lados, até que vê uma mulher de roupas vermelhas e cabelos loiros do outro lado da rua. Ele saca sua arma e aponta para ela.

— Meu bispo derruba seu cavalo. – Disse Coruja.

A mulher desvia dos tiros, pula por cima do carro e enfia seus dedos nos olhos dele. Ela o joga contra a parede com um chute na barriga e pega a maleta caída no chão

— Obrigada pela caridade! – Ela desaparece em meio às sombras do beco.

— Menos dois peões... Está ficando enferrujado. – Diz ela, enquanto acaricia sua coruja de estimação.

— Eu só estou montando minha linha de ataque... – Disse ele, aproximando suas garras até o bispo e o movendo. – Meu bispo derruba a sua torre!

No mesmo momento, um homem, aparentemente casado, entra em um quarto com uma prostituta em uma casa noturna de Vanilla. Ele desabotoa a calça, enquanto ela o beija incessantemente.

— Esse vai ser nosso segredo? – Perguntou o homem.

A prostituta sorri e responde.

— Claro!

Quando o homem coloca sua mão sobre o seio dela, a casa noturna inteira explode e pessoas próximas ao local correm desesperadas.

De volta ao xadrez, Corvo encara o tabuleiro somente com o seu olho esquerdo aberto.

— Um movimento grande demais, não acha? – Perguntou a Coruja.

— Em momentos ousados, você sabe a verdadeira intenção do homem... – Ele abre seu outro olho.

— Verdade, mas em momentos estratégicos a mulher se sobressai... Meu cavalo derruba seu bispo.

Quando o bispo cai no tabuleiro, uma freira que cuidava da igreja central de Vanilla começa a ter um infarto e cai agonizando no chão até morrer.

— Sabe o que pretendem? – Perguntou a Coruja.

— Aparentemente, elas querem criar um novo mundo... um mundo longe da "raça podre". – Disse o Corvo, bebendo seu chá.

— Já ouvi isso de alguém. Mas o que a rainha tem haver? – Ela também pega uma xícara de chá e bebe.

— Ela as criou, mas não adotou suas ideologias. Em breve, um caos será instaurado... Escolheram a melhor época para agirem.

— Caos e ordem... Esta revolução será tão... pitoresca.

— Não tente entender a mente humana, ela fomenta guerras... Somos nós a desculpa de suas guerras... – Cada lado do rosto dele esboça um sorriso e uma expressão diferente.

— Acham graça no que pode acontecer, não é? Em breve, o maior deles cairá dos céus como um meteoro... E resta a todos decidir de que lado ficaremos. – encarando os dois lados do rosto do Corvo.

O rosto do Corvo se normaliza e eles voltam a jogar.

No Fast Les Sex em Vanilla

Striker e Kim comem hambúrgueres do "Fast Les Sex" no telhado de uma casa abandonada.

— Vai largar a escola? – Perguntou a Striker.

— Lá não é pra mim... Enquanto a política dessa cidade continuar desse jeito, não tenho esperanças para ter um futuro. Fora que vocês precisam de mim e eu preciso de vocês! Simples! – Diz Kim, enquanto come.

Naquele momento, o telefone da Striker toca.

— Alô? – Perguntou ela.

— Alice, tenho uma noticia pra te contar. – Disse o Observador.

— Conta. – Disse ela, colocando o celular no modo viva-voz.

— A Madame Prime desapareceu desde aquele incidente de ontem.

— E?

— Suspeitei que acharia estranho... Ela abandonou o blog, sua casa e seus amigos acabaram de notificar a polícia local... Ninguém sabe onde ela está.

— Ah, e eu vou saber onde ela se encontra? Eu não sou a carrocinha pra ficar procurando cadela e levar no abrigo. – Disse a Striker.

— Não exatamente, mas talvez interesse que ela não relatou sobre o ocorrido de ontem. Só escreveu uma carta aberta dizendo: "Chegou a hora da revolução" – Disse ele.

— A maior revolucionária que você respeita. Bom, parece que alguma coisa está acontecendo.

— Exatamente... Ela não tem família aqui, mas garanto que seu sumiço não tenha sido notificado. Vou me manter informado sobre os check-ins do aeroporto, assim saberei se ela foi a algum lugar. – Disse o Observador.

— Então, depois da entrevista fracassada, ela se sentiu envergonhada e foi embora? Que peninha... Passa o barbecue?

Striker passa o molho para a Kim e se levanta em seguida.

— Acha que há possibilidade de repressão por parte da Igreja? – Perguntou Striker.

— Pouco provável... Vou procurar mais detalhes e depois te ligo! – Ele desliga.

— Bom, já temos o que fazer hoje... Vamos encontrar a Madame Prime! – Striker levanta-se, pula do telhado até o chão e sai comendo.

— Espera, vaca albina! – Kim faz um guarda-sol cinético e pula, pousando no chão e a seguindo.

De volta à Dimensão Branca.

Corvo e Coruja estão com suas últimas peças no tabuleiro.

— Um exército? – Perguntou a Coruja.

— Não um exército, mas algo como... uma sociedade secreta... Se ela pretende encontrar respostas para o seu passado, vai precisar de ajuda! – Respondeu o Corvo.

— Tem mais alguém para acrescentar ao nosso jogo?

Eles olham para o tabuleiro e veem que faltam duas peças de cada lado. O Corvo pega a dama e faz um movimento.

— Que tal... Uma deusa! – Disse Corvo.

Naquele momento, uma jovem bate no apartamento da Striker e o Jaison a recebe.

— Quem é você e como chegou aqui? – Perguntou o Jaison.

— Eu sou Loop... Eu recebi esta carta que dizia que deveria vir para cá. - Ela mostra uma carta com um selo preto e branco de um corvo e uma pomba em seus respectivos lados.

Ele a olha de cima a baixo, depois para os lados do corredor e a deixa entrar.

De volta ao xadrez, Coruja faz seu movimento com a dama.

— Poderia ter também... Uma rainha! – Disse Coruja.

No mesmo momento, um homem sai correndo de uma livraria no centro da cidade. O vendedor corre atrás dele, mas cai na calçada.

— Polícia! Ladrão!! – Disse o Vendedor.

O homem vira a esquina e bate de frente com uma mulher. Ele cai no chão e o livro e a sacola de dinheiro caem aos pés dela.

— Ai, sua puta! Recolhe tudo antes que eu meta uma bala nessa tua cara! – Disse o meliante.

Ela olha para ele e o pega pela camisa, arremessando em direção a uma delegacia e fazendo-o atravessar dez carros no trajeto.

— Huh... Roubando livros... E quem tem tempo de ler hoje em dia? – Disse Aine.

Ela pega o livro e a sacola, mas só devolve um deles para o vendedor.

— O livro senhorita... – Disse o vendedor com olhos trêmulos para ela.

— Guerra dos Tronos? Vou levar! – Ela paga o vendedor e sai andando.

No hospital.

A menina que foi salva pela Striker recebe a visita de seus pais e seu noivo.

— Alexia, você está bem? – Pergunta sua mãe.

Ela continua com os olhos fechados.

— Enfermeira, algum problema com ela? – Perguntou seu pai.

— Ela reclamava de muita dor em seus ouvidos, então a sedamos para darmos uma olhada, mas não podemos dizer ainda se ela está surda ou não. No momento ela está só dormindo. – Disse a enfermeira.

Seu noivo se aproxima e coloca a mão sobre seu rosto.

— Você vai ficar bem! Eu vou estar aqui fora esperando você, meu amor. – Ele dá um beijo na sua testa.

De volta ao xadrez.

Corvo sorri e faz uma jogada.

— Xeque-mate!

Naquele momento, do outro lado do mundo, a princesa de Hong Kong sofre um infarto dentro de seu quarto.

Em um prédio sujo e abandonado, a mulher de roupas vermelhas aparece com a maleta e a coloca em cima de uma mesa em cima de uma mesa. Então, outra mulher, trajando uma capa verde-água redonda de comprimento médio, se aproxima e a abre.

— Acha que isso a deixará realmente feliz, Cynthia?

— É só o que eu achei. Não sei quantas eles fazem disso. – Respondeu Cynthia.

No meio da escuridão do ambiente, olhos de esclera azul e pupilas vermelhas brilham.

— Calma, garotas. Tudo está em seu devido eixo... Para evitar que eles cheguem à casa da vovozinha... faça um atalho! – A voz semelhante a de Madame Prime abriu um sorriso no rosto das outras duas mulheres.

Na Ilha de Margon

Um representante governamental de Vanilla entra no salão da Cúpula da Guerra com um envelope cheio de documentos sobre a Striker e seus parceiros.

— Peço licença aos senhores, mas gostaria que dessem uma olhada nisso.

Ele repassa para um secretário que dá em mãos para um dos Senadores.

— O que irei encontrar aqui? Pode me adiantar? – Perguntou o Senador, enquanto tirava as coisas do pacote.

— Acho que já devem ter ouvido falar que Vanilla tem moradores incomuns. Então eu gostaria que o senhor, Senador, desse uma olhada nestes documentos com fotos e relatos sobre a bruxa, o demônio e a gótica que significam um grande problema para o nosso povo e para vocês também. – Disse ele sorrindo.

— Audácia demais vir aqui e pedir ajuda depois de impedirem a nossa intervenção na ilha há dois anos. – O Senador coloca seus cotovelos sobre a mesa e as mãos na boca, em um gesto de pensamento. – Porque ajudaríamos vocês?

— Use seu bom coração, não quer que ela mate sua família e filhos, quer? Imaginei que não. Nos ajudar também ajudará vocês. Menos uma aberração no mundo para nos preocuparmos, e claro... Evitará os olhos das demais nações sobre este arquipélago. O que me diz?

O Senador joga os papéis na mesa.

— Entraremos em contato amanhã com a nossa resposta.

— Obrigado pela atenção, Senador.

O homem sai do salão com um sorriso no rosto, mudando para uma forma feminina ao passar por uma janela.

 

 

"Creia em sua fé sem um humano para guiá– la" – Disse Coruja.


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Notas finais do capítulo

Curiosidade: A Dimensão Branca é uma criação da Coruja após ela trair o Paraíso Celestial, um lugar ondem nem mesmo Deus pode encontra-la.



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