A colecionadora de cicatrizes escrita por Triz Quintal Dos Anjos


Capítulo 15
“Você já é como ela.”


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Desculpas pelo atraso, mas esse capítulo me deu um trabalho que, sem or! Reescrevi quinhentas vezes até ficar satisfeita. Bom, Emma estava me bombardeando de informações e eu tive que me virar para escrevê-las sem perder nenhum detalhe, porque cada partezinha é importante.
É aqui que as coisas começam a esquentar um pouco e ondem algumas possíveis dúvidas são esclarecidas. Se não tiverem entendido bem, podem perguntar, juro que não mordo!
Já começo o cap dando spoiller: o título está entre aspas pq foi uma coisa que a Belle disse para a Emma. Já apareceu aqui na fic, quero só ver se alguém lembra e.e
Agora deixa eu dizer uma coisinha que esqueci de dizer no cap passado: A COLECIONADORA DE CICATRIZES RECEBEU A PRIMEIRA RECOMENDAÇÃO! UHUUUUUUUU! Muuuuuuuuuuito obrigada JujubaSwan! Sei que vc é tímida e não gosta de comentar, mas fico muito feliz que esteja gostando da fanfic e que ache que ela mereça ser recomendada! Dedico esse capítulo a você, escrevi com muito carinho! Espero que goste!
Boa leitura pessoal!



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"Três, quatro

Querido, você não vai trancar a porta?

Cinco, seis

Estou farta disso"

— Milk and cookies, Melanie Martinez

                                                      ❤ ❤ ❤

—Senhor, o que houve? – Perguntei engolindo em seco.

  Eu segurava a maçaneta da porta com tanta força que não seria surpresa se ela se estilhaçasse.

  Killian olhava para mim, ele já não gritava, mas o olhar que me dirigia era muito mais apavorante que sua voz retumbante.

—Senhor? – Tornei a perguntar, já com a voz trêmula por causa do medo. – O que aconteceu? Por quê está me chamando?

   Um grito apavorado escapou de minha garganta quando o capitão acabou com a distância que nos separava em dois segundos e segurou meu braço com uma força absurda.

  Agradeci mentalmente por ele já estar curado. Nenhuma ferida teria permanecido aberta com a quantidade de poções que Regina tinha me feito tomar. Aquilo, com certeza, não era apenas medicinal, eu sabia reconhecer magia.

—ONDE VOCÊ ESTAVA? – Bradou Jones.

  Minha garganta se fechou e senti minha visão embaçando, mas respirei fundo e respondi:

—Eu só fui tomar um ar.

—PARE DE MENTIR! DIGA AGORA! ONDE VOCÊ ESTAVA SWAN?!

 _E-eu juro que não estou mentindo! – Desconversei. A essa altura eu já não tinha mais qualquer controle sobre as lágrimas e os soluços que me escapavam. – Por favor, acredite em mim! Eu não estou mentindo! Não estou!

  Mas Killian estava completamente fora de si para me ouvir. Ele não gritou novamente, apenas me arrastou até meu “quarto” e me jogou lá dentro.

  Eu não conseguia entender o que estava acontecendo. Minha mente não parava de girar. Por que ele estava tão furioso? O que eu tinha feito?

  Rezei para que aquilo não tivesse nada a ver com Henry, era melhor que eu tivesse feito algo errado. Pelo menos Regina e o menino ainda teriam uma chance.

  Ouvi o barulho da porta sendo trancada. E então tudo voltou como uma avalanche: as vezes que meu pai havia me trancado, os dias sem água ou comida, todas as vezes que pensei que iria morrer e, até mesmo, a última vez que havia sido trancafiada, pelo próprio Killian.

  Mas agora era diferente. Eu tinha experimentado um pouco da liberdade. Havia experimentado ter pessoas que se importavam comigo ao meu lado durante todo o dia. Tinha experimentado o sabor da felicidade.

  Quando me dei conta estava batendo na porta desesperadamente, implorando para que ela fosse aberta. Eu estava tão farta de chorar, de me sentir presa e com medo.

  Só queria que aquilo tudo acabasse. Que eu acordasse e estivesse apenas com pessoas que me amavam, que toda a minha vida não tivesse passado de um pesadelo.

  Quando finalmente consegui parar de chorar é que percebi que tinha alguém brigando com Killian. Encostei o ouvido na porta, tentando identificar quem era.

—Ela não fez nada! Pare de ser tão injusto!

  Ai meu Deus. Regina. Fechei os olhos com força pedindo para que não tivesse a ver com Henry.

—Não estou sendo injusto! – Jones ralhou. – Ela deveria estar !

—Você é um grande idiota! Emma não estava fazendo nada de errado! Ela não te disse que só tinha ido tomar um ar?! O que mais ela poderia estar fazendo?!

  Então era disso que se tratava. Não tinha nada a ver com Henry, ou com Regina. Era apena Killian sendo ignorante, como sempre.

  Suspirei aliviada e escorreguei até estar sentada no chão, ainda ouvindo a conversa.

—Ela poderia estar tentando suicídio, ou talvez até mesmo quisesse me matar!

  Tive certeza de que Regina estava revirando os olhos.

—Pelo amor de Deus, me diga que nãos está falando sério!

  Não ouve resposta.

—Você é um grande idiota. – Regina falou. Suspeitei que ela estivesse chorando, por causa da voz tremida. – Está julgando-a sem conhecê-la. Emma não é como o pai! Eu não sei o que ele te fez, mas aquela garota não tem absolutamente nada a ver com isso.

  E então sua voz sumiu, assim como a de Killian.

  Me levantei e fiquei caminhando pelo quartinho, sem ter o que fazer.

  Regina tinha me defendido. Ela não conseguiu convencer Killian de que ele estava errado, mas tinha pelo menos tentando. Eu não sabia dizer o porquê, mas aquilo significou tanto para mim.

  Foi só então que me dei conta do que estava acontecendo. Eu tinha feito novos amigos. Claro que minhas poucas experiências com a “amizade” não tinham sido muito bem sucedidas, exceto por Ruby e sua avó.

   Tinker e Lily ainda tinham um lugar em meu coração e, apesar de tudo, continuariam tendo até que ele parasse de bater.

   Isso é uma das coisas esquisitas sobre a amizade. Mesmo depois que ela acaba, as pessoas que cativaram seu afeto nunca serão esquecidas. E os motivos daquela relação tão linda ter acabado simplesmente vão sumindo da sua memória. Porque o modo como acabou simplesmente parece algo insignificante diante de todas as coisas boas que foram cultivadas e compartilhadas.

  Suspirei, deitando-me no chão e sentindo o leve balanço do Jolly Roger.

  Eu não queria me lembrar, realmente não queria, mas lembranças, infelizmente ou felizmente, não podem ser evitadas. Principalmente quando estão sob a forma de sonho.

   De repente eu estava de volta àquela cozinha. O cheiro de grama empesteava o ambiente risonho do lugar. Naquela época, eu ainda lembrava com clareza, a vida não parecia tão ruim. Ainda havia esperança.

  Eu estava feliz, falando idiotices com Ruby, Granny e as outras cozinheiras.  Foi quando  Tinker entrou no lugar, acompanhada de alguém que eu jamais imaginaria algum dia ver em sua companhia. Meu pai.

—Tinker? – Perguntei, ainda sem entender o que estava acontecendo.

  Mas ela apenas dirigiu um olhar hostil.

—Então é isso que você anda fazendo? – Rumple cuspiu. – Se misturando com essa gentalha?!

  O pânico era a única coisa que eu conseguia sentir. Eu sabia o que ia acontecer e não queria que se repetisse pela milésima vez. Mas foi o que aconteceu.

  Foi como se tudo acontecesse devagar demais, numa tortura extremamente dolorosa.

  Em algum momento comecei a ser arrastada por meu pai para o porão, enquanto todas as empregadas gritavam desesperadas. Implorando para que Rumple não fizesse nada comigo. Mas eu não conseguia me prender ao que estava acontecendo ao redor. Só conseguia olhar para Tinker, certamente com uma mágoa gigante no olhar, assim como ela.

  Então eu acordei.

  Me sentei tão rápido que minhas visão escureceu. Por quanto tempo eu tinha dormido? Vinte minutos? Dez? A julgar pelos feixes de luz que entravam pela janelinha arredondada, provavelmente a noite toda.

  Como eu odiava aquela lembrança. Até hoje me afetava de uma forma inimaginável.

   Nós éramos amigas! Eu e Tinker éramos amigas e mesmo assim ela contou meu maior segredo ao meu pai! Ela sabia que ele iria me punir por estar aprendendo a cozinhar.

  A verdade é que eu nunca soube exatamente porquê ela tinha feito aquilo. Talvez por isso me doesse tanto. Porque, ao meu ver, ela tinha feito apenas por fazer.

   No dia eu estava tão entorpecida que não entendi uma palavra sequer de meu pai, não senti quando ele me bateu e o tempo que passei sem comer não me incomodou. Porque eu não tinha fome, ou qualquer vontade de continuar viva. Minha amiga tinha me traído.

 Para uma garotinha de treze anos que se sentia sozinha, ser traída pela amiga era a pior coisa do mundo.

  Provavelmente para a Emma de dezoito anos também. Sem dúvidas.

  E se Regina fosse como Tink? E se, no fim das contas, eu não pudesse confiar nela?

  Não, não, não e não. Ela tinha me defendido. Estava ao meu lado, assim como Smee e Mike. Eles gostavam de mim de verdade. Sim, eu estava apenas abalada pela lembrança. Apenas isso.

  Ouvi duas batidas na porta e vi Regina entrando com uma bandeja – Ou o que quer que fosse aquilo – com o que deduzi ser o meu café da manhã.

—Como você está? – Foi a primeira coisa que ela perguntou, parecendo realmente preocupada.

—Estou bem. – Respondi, o que não era de todo mentira.

  Regina não pareceu ter acreditado. Ela sentou de frente para mim e largou a bandeja ao seu lado.

—Ah Emma, me perdoe, isso é tudo minha culpa! Se eu fosse uma mãe melhor você não teria ficado preocupada e ido lá para baixo! Eu sou uma amiga horrível! Nunca devia ter deixado que você ficasse lá, tinha que ter te obrigado a subir!

 Ela começou a chorar, fazendo com que eu me arrependesse de ter duvidado de sua amizade.

—Não, não, não! Você não é culpada de nada! – Falei, chacoalhando-a pelos ombros. –  Regina, você é uma ótima mãe e amiga, tudo bem? E sabe que eu não ia te deixar sozinha e desesperada ontem.

  Regina fungou enquanto assentia.

—Eu tenho uma coisa para você.

  Antes que eu pudesse perguntar o que era, ela tirou de uma bolsa que eu não tinha notado até o momento um livro razoavelmente grande e com uma capa marrom.

—Por que me trouxe um livro?

  Ela abriu um sorrisinho que logo sumiu, dando lugar a uma feição pensativa. Por fim ela apenas deu de ombros e disse:

                 

—Eu não sei. Você tem cara de que gosta de livros. E eu também achei que seria um bom pedido de desculpas.

  Sorri para ela e apertei o livro contra o peito.

—Eu adorei.

  Me senti emocionada, não me lembrava da última vez que tinha ganhado um presente. Um que fora dado com amor.

  Regina suspirou.

—Sei que o que Killian fez não foi nada justo. Mas tenha paciência com ele, sabe Gancho é um cara legal de vez em quando.

  Revirei os olhos.

—Falando assim parece até que estão juntos. – Soltei.

  Regina arregalou os olhos e colocou a mão sobre o peito.

—Minha nossa Emma! Nós somos amigos, só isso! Na verdade nem isso sei se somos, espero que sim.

  Sacudi minha cabeça em uma negativa.

—Eu só estava brincando, não se preocupe. Aliás, Killian estava mesmo alterado ontem, não deve ter sido um dia bom para ele. Talvez só estivesse estressado. Enfim, não estou magoada com ele nem nada, se é isso que quer saber.

—Sinceramente, espero que as coisas deem certo para você Emma.

  Não soube o que responder, então apenas a abracei.

—Eu tenho que ir, mas Killian disse que deixará você sair ainda hoje. Na verdade ele ia fazer isso agora, mas ainda está exaltado como ontem e eu achei melhor te dar algum tempo de paz. Sei que ficar aqui não deve ser muito confortável, esse também foi um dos motivos de eu ter trazido o livro. Se preferir posso falar com ele e você sai agora.

  Olhei diretamente para os olhos castanhos de Regina.

  Eu não queria ver Killian tão cedo. Não aquela versão doida dele. Ficar mais algum tempo comendo e lendo meu livro parecia uma alternativa ótima.

—Não precisa se preocupar, eu estou muito bem acompanhada. – Apontei para o livro. – Vou ficar bem.

—Então está bem.

  Regina se despediu e saiu, trancando a porta novamente.

  Puxei a bandeja mais para perto e, enquanto comia, comecei a ler o livro.

 Passei a mão sobre o título “Once upon a time”. Parecia interessante, então logo abri.

 O primeiro conto chamava-se “O dragão perdido”, mas não foi somente o título que me chamou a atenção, não. Havia ali um papel dobrado que logo descobri ser uma espécie de carta.

  Querida Emma,

  É bem provável que eu já tenha lhe pedido perdão e derramado algumas lágrimas, sou um pouco emotiva, mas ainda assim estou lhe escrevendo para fazer isto novamente.

  Perdoe-me.

  Você tem sido uma amiga maravilhosa! Juro que estou me esforçando para lhe devolver todo o bem que me faz, mas parece que não está funcionando. Ou talvez eu não esteja me dedicando o suficiente.

  Não importa. O que importa é que não estou conseguindo reverter as coisas.

  Estou tentando Emma, juro que estou. Mas é difícil lidar com Killian, não existe pessoa mais teimosa que esse capitão.

 Ainda tento convencê-lo a desistir disso tudo, a te levar de volta ao seu reino para que possa retomar sua vida e encontrar-se com sua família. Todavia é o mesmo que incentivá-lo a continuar com o plano.

  Estamos quase chegando em Arendelle. Acredito que se Killian não mudar de ideia antes que retomemos nosso rumo para Misthaven, bem, então não haverá volta.

  Se eu não conseguir consertar o que fiz nunca irei me perdoar. Eu deveria ter sido contra isso. Infelizmente não há mais volta.

  Espero que me perdoe por tudo Emma. Estou muito arrependida, espero que consiga me redimir e leva-la de volta ao seu lar.

Minhas sinceras desculpas,

Regina.

  Suspirei.

  Então Regina estava tentando convencer Killian a desistir do meu sequestro?

  Eu não sabia dizer se aquilo era bom ou ruim. Quer dizer, é claro que eu sentia saudades de Ruby, Granny, Belle e até mesmo August, contudo minha antiga vida estava longe de ser boa. Minha casa estava longe de ser meu lar.

  Então era essa a verdade? Eu preferia minha vida pós sequestro?

  Mas eu queria voltar. Queria ver minha mãe e minha amiga. Queria ser mimada com doces esplêndidos por Granny. Queria conversar com August. Queria, até mesmo, poder voltar no tempo e me divertir com Tinker.

  E aí vinha a dúvida: será que eles estariam lá quando eu voltasse? E se meu pai tivesse feito algo?

  Tudo parecia confuso demais...

  Sacudi a cabeça. Não queria pensar em nada daquilo. Nem mesmo em Regina ou em meus novos amigos.

  Então apenas comecei a ler o conto que eu tinha aberto. E estava tudo indo muito bem, de verdade. A história estava ótima até a segunda página, onde uma pequena palavra fez com que todo o ar dos meus pulmões escapasse. Um nome para ser mais específica. Lily.

  Não era possível que fosse a minha Lily. Como ela poderia estar em um livro?

  Por outro lado aquela descrição era muito precisa para que fosse apenas coincidência. Olhos castanhos cheios de determinação, o cabelo era ondulado e castanho e a pele era levemente morena, era o que estava escrito. Talvez fosse coisa da minha cabeça, qualquer garota morena poderia ser descrita daquela forma, não?

  De qualquer forma, lembrei de Lily e da nossa amizade de duas semanas. As duas semanas mais bem vividas da minha adolescência.

                                                 

  Eu corria, corria tanto que não conseguia mais sentir meus pés. A adrenalina percorria minhas veias e eu sequer sabia para onde estava indo. Foi quando algo cruzou meu caminho, fazendo com que eu caísse e rolasse por uns bons dois metros.

—Mas que droga! Olhe por onde anda, por favor! — Ouvi uma voz feminina reclamando.

  Quando consegui me sentar e tirar aquela bagunça loira da frente dos meus olhos é que pude ver que o que tinha passado na minha frente. Uma garota, provavelmente com a mesma idade que eu, usando roupas velhas imundas e com os fios castanhos presos em duas tranças.

—Eu estava correndo. – Retruquei entredentes.

  A menina parou de recolher seus pertences do chão e virou para mim com o rosto vermelho e fumaça saindo pelos ouvidos.

—Pois devia prestar mais atenção!

  Furiosa, levantei-me e caminhei até ela, apontando o dedo indicador para seu peito.

—Escute aqui, a única pessoa que deveria prestar mais atenção é você!

—Eu estava prestando atenção, sua idiota!

—Só estou vendo uma idiota e ela está bem na minha frente! —  Gritei de volta, indignada. –  I-DI-O-TA!

—Eu vou te matar sua... sua...

—Então venha! É um favor que me faz!

  De repente um silêncio esquisito tomou conta da floresta, enquanto eu e a morena nos encarávamos cheias de ódio. E então a garota começou a rir. Mas não era uma risada de escárnio, não, ela estava rindo com vontade.

  Franzi minhas sobrancelhas e fiquei ali parada olhando-a, sem entender absolutamente nada.

—Ai, ai, isso foi engraçado! Ela disse quando finalmente se recuperou do ataque de risos. – Eu sou Lily, muito prazer!

  Olhei para a mão que ela tinha acabado de me estender e apertei, ainda meio hesitante.

—Não vai me dizer seu nome? – Perguntou, sorrindo.

—Emma.

  O sorriso de Lily se alargou tanto que mal parecia caber em seu rosto.

—É um nome lindo!

—Ahn.... obrigada. O seu também é.

  E então me peguei sorrindo de volta, para uma completa desconhecida. Mas a raiva já tinha ido embora, e em seu lugar sobrara apenas a empolgação. Aquela que todos sentimos quando conhecemos alguém que sabemos que irá ocupar um lugar em nossos corações.

                                                  

  Cerca de uma hora mais tarde, lá estava eu lendo avidamente, como se dependesse daquelas palavras para respirar. E talvez eu dependesse.

  A questão é que em cada conto eu encontrava o nome de algum conhecido. E não era só isso! A descrição sempre batia com a aparência da pessoa!

  Como por exemplo, havia um conto chamado “A fada verde”, onde a personagem principal se chamava Tinker Bell, que por sua vez era descrita como uma jovem geniosa de cabelo loiro cacheado, olhos verdes e sorriso radiante que amava a natureza.

  Isso não podia ser apenas coincidência, certo? Principalmente porque acontecia em todo conto.

  Mas e daí? O que significava? Eu não saberia dizer. As histórias eram cheias de magia e aventura, muito diferentes das vidas dos meus conhecidos. Eu sabia que magia existia, claro, meu pai a usava contra todos sempre. Se eu não acreditasse em mágica, achava difícil que alguém poderia acreditar.

  Foi então que cheguei ao último conto e as coisas começaram a me preocupar de verdade.

  Passei a mão pelo título como havia feito ao pegar “Once upon a time” pela primeira vez. A diferença é que agora eu não estava curiosa e sim assustada. Lá estavam aquelas duas palavrinhas me encarando, se é que palavras podem encarar alguém: “A salvadora”.

  Não podia ser possível! Eu conhecia aquele conto, não conhecia?

  Virei a página e comecei a lê-lo, já imaginando o que encontraria, portanto não me surpreendi quando reconheci as palavras escritas. Era o conto que minha mãe costumava ler para mim.

  O que me assustou foi o fato de que havia uma parte que eu nunca tinha ouvido escrita ali. A descrição de uma garota loira, de olhos verdes e coração forte e corajoso, junto a algo que fazia com que minha mente girasse. Meu nome.

                                                    


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Notas finais do capítulo

E então, curiosos? No próximo capítulo tem overdose de CS! (Pelo menos para quantidade de passagens dos dois juntos que vocês, pobres leitores, tem para ler) :p
E aí, vocês já tem alguma teoria? Talvez eu coloque o conto completo no próximo cap, mas quem quiser ler e ver se advinha alguma coisa, lembrem-se que tem metade dele no final do capítulo "A salvadora".
Espero que tenham gostado! E mais uma vez, muito obrigada pela recomendação JujubaSwan!
Até a próxima pessoinhas do meu coração!



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