I can see your star escrita por Lina Heartnight


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Uma amostra da minha história louquinha. As coisas vão caminhar devagar... Eu acredito que vou postar nas segundas,mas talvez poste antes se tiver comentários :p



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Lina acordou ao escutar o som de buzinas. Ela levantou tonta, um pouco confusa- sua avó não buzinaria, a menos que precisasse de ajuda com compras, mas ela sempre a acompanhava nas compras- e congelou ao puxar a cortina e ver a velha picape do seu pai estacionada na grama em frente à fazenda de sua avó.

 

—Merda- ela sussurrou- Merda,merda,merda.

 

Ela havia esquecido completamente dele. Não era difícil, considerando o fato que morava com sua avó desde os doze anos e não o via desde então, com exceção dos poucos feriados em que ele havia aparecido. Dez,no total. Ela falava com ele no telefone,mas não era a relação mais calorosa. Ela achava que havia algum problema entre ele e sua avó, mas nunca havia perguntado, e também não se importava há algum tempo.

 

Mas agora ele havia ligado e de alguma forma convencido sua avó a deixar com que ela passasse o fim das férias com ele. E ela não estava contente com isso. Ela amava a fazenda… Amava cuidar dos animais, e amava mais ainda cavalgar e acampar na floresta com seus amigos. O que ela ia fazer na cidade com seu pai, onde não conhecia ninguém além dos seus irmãos distantes?

 

Mas era tarde pra lamentar. Essa batalha ela já havia perdido, principalmente quando sua avó concordou com tudo. Ela disse pra si mesma que era apenas por um mês. Logo ela voltaria. E claro,ela havia esquecido de arrumar sua mala. Ela concluiu que provavelmente não sairia muito… Mas poderia aproveitar pra dar uma renovada no guarda-roupa. É… Ela colocou dois pares de calça jeans, escolheu suas blusas favoritas, dois casacos, um vestido em caso de ter algum evento interessante, seu par de botas favorito e seu tênis, shorts e saias, seu biquíni e então suas roupas íntimas, que nunca eram demais, tudo na sua mochila favorita que costumava levar nas suas acampadas. Então foi ao banheiro tomar um banho rápido e se trocar. Vestiu a sua camiseta rosa favorita, sua calça jeans surrada que melhor cabia, e outro par de botas. Penteou rapidamente seu longo cabelo loiro prateado e começou a guardar o resto das suas coisas, protetor solar,óculos de sol, shampoo... Então jogou a mochila nas costas e desceu pulando de dois em dois degraus. Ela paralisou no último ao ouvir seu nome.

 

—...Ela não merece mais ser deixada no escuro, Emmet- sua avó dizia, com seu jeito brusco de sempre. Ela não fazia parte do estereótipo de avó gentil e doce que faz biscoitos.

 

—Mãe,por favor...Já falamos sobre isso- a voz do seu pai parecia mais abatida que o normal; ela quase não o reconheceu.

 

—Não,você só fica parado aí com cara de idiota. Desde quando esconder as coisas ajuda algo, Emmet? Não sabe o que isso me causou?

 

—As circunstâncias eram diferentes.

 

—Havia uma guerra, e havia um segredo. Me parece bastante familiar.

 

—Por isso estou a levando. Lá ela vai estar protegida.

 

—É claro- ela bufou - Emmet,vou falar só mais uma vez,conte a ela...

 

Lina cansou de ouvir. Ela andou até a sala ricamente decorada da sua avó e cruzou os braços o encarando- Me contar o que?

 

Seu pai a encarou. Ele parecia péssimo. Usava uma camisa que parecia ter mais de vinte anos e uma calça surrada. O cabelo preto estava mais grisalho que ela se lembrava, e usava uma barba por fazer. Ele deu um sorriso cansado ao vê-la -Você cresceu tanto.

 

Era o procedimento padrão. Ela normalmente sorria e esperava acabar,mas não hoje- Me contar o que?

 

Sua avó o encarou com seu olhar penetrante. Ele pareceu culpado- Bem...Você não está indo passar as férias conosco. Está voltando a morar comigo.

 

Lina o encarou em silêncio por um tempo que pareceu interminável- Não está falando sério.

 

—É verdade. Essa distância...Não deveria ser assim.

 

E acha que eu não sei?,ela pensou. Ele havia começado com isso! -É um pouco tarde pra isso.

 

—Nunca é tarde, Angie.

 

—Não me chame assim!

 

—Você tem que morar com seu pai. É o certo.

 

—Eu tenho uma vida aqui! Tenho amigos, escola, tudo…

 

—Pode fazer novos amigos. Eles podem até visitá-la.

 

—Eu não vou mais.

 

—Lina- sua avó a olhou- É melhor escutar seu pai.

 

—Você estava discutindo com ele agora!

 

—Eu não concordo com muitas coisas, mas ele está certo,você precisa conhecer melhor seu pai e seus irmãos.

 

—Não é justo!

 

—Você já uma garota madura, Lina. Faça o que é certo.

 

Seus olhos arderam. Ela odiou o pai,com mais intensidade do que o normal,mas o encarou- Eu vou. Mas preciso passar na cidade primeiro. E arrumar minhas coisas.

 

—Não se preocupe com isso,querida- a sua avó a abraçou- Eu empacoto tudo e mando pro seu endereço.

 

—Está bem- ela resmungou- Não queria deixá-la sozinha.

 

—Sei me cuidar sozinha. Você herdou isso de mim-a avó deu um tapinha em sua bochecha e entregou a ela um envelope- Para suas férias.

 

—Pelo menos há boas lojas na cidade- ela guardou o envelope na mochila irritada.

 

—Na verdade…- o pai dela começou.

 

Isso não parecia bom- O que foi?

 

—Não vamos voltar pra casa na cidade.

—Por que??

          

          -Eu…

 

          -Você perdeu ela numa aposta, não foi?- ele não respondeu, mas a cara de culpado já dizia tudo -Então pra onde…

 

         -Vamos voltar pra ilha, Angie.

 


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Notas finais do capítulo

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