Desenhando Futuros escrita por R_Che


Capítulo 27
Capitulo 27 - Final


Notas iniciais do capítulo

E chegamos até aqui. Obrigada a quem chegou até aqui comigo, que acompanhou, de comentou e que leu.
É maiorzito este, e sei que a que tenho paralela a esta (que postei há dois dias) não tem nada a ver, mas também vou acabar até porque me falta escrever 2 capitulos. Tenho uma ideia de outra, dentro do meu género normal, e devo pô-la em prática depois do "Te espero a ti", mas não prometo nada.

Espero que o final esteja à altura de tudo o que leram até aqui, mas tenho a consciência que os finais não são as melhores partes.

Vimo-os lá em baixo.



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Na noite anterior, não tinha havido tempo para fechar as persianas do quarto, por isso o mesmo inundou-se de luz pela manhã. Mas foi quando um raio de sol bateu nos olhos de Rachel que ela despertou e se deu conta de que não tinha sonhado. Esboçou um sorriso gigante ao ver Quinn deitada no seu peito e começou a distribuir beijinhos pelo rosto da loira. Ela acabou por acordar e ser atacada por uma felicidade plena que lhe encheu o peito, mas que durou pouco. Uma luta interna começou a nascer-lhe, e ela tinha a certeza de que não tinha capacidade para a enfrentar. As suas feições mudaram e o seu corpo começou a tensar-se. Rachel percebeu de imediato e em vez de lhe dar os bons dias, sorriu e descansou-a. 

— Não penses nisso agora. - sussurrou antes de lhe dar um beijo nos lábios que a fez sorrir e ter vontade de chorar ao mesmo tempo. - Eu amo-te e por agora isso chega. 

— Eu também te amo Rachel, mas não tenho a mesma capacidade que tu de enfrentar a sociedade. Factos são factos. - diz ela séria e a mover-se na intenção de se sentar na cama. Rachel agarra-a e não deixa. 

— Quinn pára. Sossega por favor. Não penses nisso agora, não é importante. Vamos fazer isso juntas quando quiseres e te sentires confortável, a única preocupação que deverias ter é a familia, mas nem isso é problema pelos vistos. - diz a estilista enquanto esboça um sorriso gigante. Quinn devolve-o mas mais pequeno. - Eu não tenho pressa de nada, esperei a minha vida toda por isto, já te disse que não me importo de esperar o tempo que for preciso. Além disso, o que eu faço contigo dentro de casa nunca vai ser público. - e agora solta uma gargalhada que acaba por descansar Quinn no momento. 

— Tenho de falar com o George. - diz a loira com preocupação. 

— Pois tens, e tens de ser honesta com ele. 

— Não sei se consigo contar-lhe...

— O que quero dizer é que tens de lhe deixar claro que não vale a pena guardar esperanças. - diz Rachel enquanto Quinn esboça um sorriso malandro como se fosse brincar com o que ela disse, mas a morena adianta-se. - Escusas de vir com a conversa do "quem é que disse que eu não mudo de ideias" porque não vais mudar. - acrescentou confiante. Quinn riu-se muito. 

— Em relação ao que sinto não vou de certeza, até porque não consigo. Ainda gostava de saber o que raio é isto que está entranhado em mim como se fizesse parte do meu corpo. - Rachel puxou-a para ela, encostou os lábios nos dela e sussurrou. 

— Chama-se amor. - depois beijou-a, e depois beijou-a de novo, e depois outra vez, e depois beijou-a e depois continuou a beijá-la pelo corpo todo até à hora em que precisaram de comer qualquer coisa e decidiram levantar-se. 

 

—x-

 

Passaram dois dias naquilo e Quinn tinha adiado ir trabalhar nesses dias com a mesma desculpa das mudanças, mas não pôde mais. Ligou a George a pedir-lhe que fosse ter com ela à empresa porque precisava de falar com ele com alguma urgência. O rapaz convidou-a para almoçar e falarem melhor mas a designer não aceitou porque achou que ficava tudo mais claro se se sentassem a conversar sobre isso numa sala só os dois. 

Quando George chegou Quinn estava em pé em frente à janela a olhar para o exterior. George aproximou-se dela e deu-lhe um beijo na cabeça. 

— Como estás? - perguntou ele com calma. 

— Bem, e tu? -respondeu ela com cuidado. 

— Estou bem, mas pelo teu tom não sei se vou ficar quando sair daqui. - George tinha percebido perfeitamente que não ia gostar da conversa. 

— É provável que não seja a melhor conversa do mundo, mas não acredito que seja para que fiques mal ao sair daqui. Podemos sentar-nos? Quero muito falar contigo para tirar este peso de cima de mim. 

— Sim, claro. - os dois sentaram-se no sofá do lounge da sala de Quinn e ela depositou as mãos em cima dos joelhos e fixou o olhar nele. George inspirou e esperou que ela começasse. 

Quinn não percebeu de onde saiu o que ela disse, foi sem filtro, sem pensar e sem querer. 

— Estou apaixonada pela Rachel. - a cara de George era um poema. Quinn sentiu o mundo cair em cima dela no momento em que percebeu que tinha verbalizado aquela afirmação e o desconforto e a vergonha apoderaram-se dela. O rapaz, que a conhecia há imenso tempo, percebeu perfeitamente a luta interna que lhe brilhava nos olhos e esboçou um sorriso tranquilo. 

— Menos mal. - disse ele com calma. Quinn olhou para ele confusa. - Perder-te para a Rachel é ter a certeza que não podia ter feito melhor. Se fosse outra pessoa qualquer, eu ficaria a culpar-me por poder ter feito as coisas de outra maneira. - e o sorriso do rapaz tornou-se carinhoso. Quinn sentiu as lágrimas subirem-lhe aos olhos e baixou o olhar. 

— Tu és o meu melhor amigo George, e deus sabe o quanto eu tentei sentir outra coisa por ti. Teria sido tão mais fácil... 

— Não digas isso, isso é um disparate. Eu percebo perfeitamente que a tua cabeça seja uma confusão e que a pessoa que és não te permite assumi-lo como uma coisa normal, mas acredita em mim... toda a gente está apaixonada pela Rachel, ou se apaixonou em algum momento da sua vida. - disse ele agora a rir-se do facto de inclusive ele ter tido a Rachel como o seu amor impossível de toda a vida. - Se é reciproco Quinn, deixa-me dizer-te que não tens noção de quantas pessoas invejarão a tua sorte. - George agarra a mão de Quinn e continua. - A Rachel é especial, e eu sei que se tu assumires isso, ela vai fazer de tudo para que sejas a mulher mais feliz do mundo. Ela esperou por ti a vida toda. - Quinn revirou os olhos e riu-se com as lágrimas a escorrer pela face. 

— Já sei disso. Parece que vou ter de me habituar ao facto de ela ser cobiçada por toda a gente. Não entendo que raio de feromonas é que ela desprende que encanta toda a gente... até o meu pai! - e voltou a rir. George bate com a mão na testa de automaticamente como se se tivesse esquecido de algo. 

— Como raio é que eu não percebi?! E o Kurt?! Oh deus... - disse ele enquanto se dava conta de todos os momentos em que não percebeu que o universo conspirava contra ele claramente porque todos sabiam que existia qualquer coisa que ligava Quinn a Rachel. - Sou mesmo parvo. Se eu me tivesse dado conta Quinn... 

— Não digas o que vais dizer. Teve de ser assim. De outra maneira não creio que acontecesse. - George riu-se. 

— És mais teimosa que preconceituosa. O orgulho não te paga as contas. - diz ele a rir-se com descontração, mas depois ficou sério só que com carinho. - Está tudo bem Quinn, eu agradeço que me tenhas dito a verdade e não me tenhas mentido ou omitido. Vai ser bem mais fácil assim, e eu prometo que podes estar descansada quanto ao facto de que eu não vou compartir com ninguém a tua vida pessoal. - Quinn respirou fundo e George sorriu. 

— Agradeço-te tanto por isso. 

— Somos amigos, lembraste?

— Lembro, és o meu melhor amigo, e isso não vai mudar. - Quinn abraçou-o e George devolveu o abraço apertado. Antes de ir embora deu um beijinho na testa de Quinn e desejou-lhe força para enfrentar a sua cabeça e muita sorte para viver aquela relação com Rachel. Quinn agradeceu mentalmente ter tido a coragem de lhe dizer a verdade, mesmo que não tivesse a intenção de o fazer em primeira instância. 

 

—x-

 

Quando chegou à porta do Imperial, a designer não esperava ser inundada por aquele sentimento. Era novo, nunca o tinha sentido e isso assustava-a mas ao mesmo tempo enfurecia-a. Rachel estava com um sorriso rasgado com as suas mãos a agarrar as mãos de Valentina e de repente dá-lhe um abraço com carinho. Quinn não teve tempo de se mover de onde estava antes que Valentina se levantasse e se dirigisse à saída, onde estava a loira, porque o tempo parou e o seu discernimento fugiu-lhe. 

— Olá Quinn. - disse a modelo com calma. - Eu sei que pode ser estranho, mas quero pedir-te desculpa e informar-te que não vou ser mais um problema a partir daqui. Vou viver para Barcelona, consegui um contrato através de uma amiga... bom... - Valentina baixou a cabeça envergonhada. - na realidade é minha namorada. - Quinn impassível estava e impassível ficou. Valentina sussurrou um "desculpa" baixinho de novo e saiu sem dizer mais nada ao perceber que não ia receber resposta. A designer inspirou fundo e caminhou até Rachel que abriu um sorriso cheio de amor quando a viu, mas que rapidamente percebeu que se devia ter cruzado com Valentina à saída pela sua cara. Quinn sentou-se ao lado da morena e Rachel decidiu falar num tom de voz mais baixo. 

— Olá meu amor. Estás bem? Não vais sequer dar-me os bons dias? - disse ela com calma e a rir-se do óbvio. - Quinn deu-lhe um beijo na cara e sussurrou um "olá" chateado. - A Vale estava a dizer-me que vai viver para Barcelona com a nova namorada e que está feliz e não vai voltar a incomodar-nos. Foi só isso, e não acho que seja para tanto. - Quinn olhou para ela e revirou os olhos. 

— Era preciso agarrar-lhe nas mãos e abraçá-la? Não podias ter dito só "boa viagem"?! - Rachel riu-se com alguma calma mas não foi de felicidade. 

— Amor, sempre assim fui e não vou mudar quem sou. Sabes que sou uma pessoa física, eu toco nas pessoas e gosto que as pessoas se sintam confortáveis comigo. - Quinn fixa o olhar nela e acaba por esboçar um sorriso cansado. 

— Vou ter de me habituar ao facto de que toda a gente está apaixonada por ti. 

— Eu acho que tens de te habituar mais ao facto de que eu estou apaixonada por ti. É preferível... - Quinn olha à volta de repente e Rachel percebe o seu medo, mas ainda assim baixa a cabeça com alguma tristeza e a loira nota-o. 

— Desculpa. - sussurra Quinn. Rachel levanta a cabeça olha para ela com amor e responde. 

— Desculpa eu. Queres o mesmo do costume? - desvaloriza a morena enquanto chama o empregado de mesa para fazer o pedido de Quinn. Depois de fazê-lo e recebê-lo, a designer conta-lhe a conversa que teve com George. Rachel termina por dizer que George é da melhores pessoas que conheceu e que o provou nessa conversa. Quinn concorda. 

 

—x-

 

— Rachel! Que feliz surpresa. - disse Russell enquanto abria a porta. Rachel abraçou-o com um sorriso gigante e muito carinho. - A Quinn não está cá. 

— Eu vim falar contigo. 

— Ah que bom! Estava mesmo aqui sozinho a pensar o que fazer. A Judy foi ver uma casa de uma amiga que anda em redecorações. Andam há meses de volta daquilo, já nem pára em casa. - Rachel riu-se. 

— Não existes. 

— Desde que a Quinn mudou de casa que tenho reaprendido a viver aqui. - disse ele honesto. - Não é que me fizesse muita companhia, mas sei lá... 

— Mas o passarinho fugiu do ninho e o pai percebeu que o tempo passa a correr. Eu sei, percebo. - disse ela divertida. Russell revirou os olhos a rir-se e confirmou. 

— Vamos tomar qualquer coisa no jardim, está um sol gigante e bonito.  

— Sim, vamos tomar um chá de camomila, pode ser? - disse ela no mesmo tom divertido. Russell estranhou e Rachel percebeu que ele não tinha entendido. - Para te manteres calmo com o que quero falar contigo. - Russell esboça um sorriso gigante e Rachel solta uma gargalhada em compreensão. 

— A sério? 

— Mas deixas-me contar ou queres adivinhar tudo?

— Vou já ligar à Judy para começar com os preparativos. - disse ele entusiasmado e Rachel desmanchou-se a rir. 

— Calma, não chegamos a tanto ainda. 

— Eu sabia filha... eu sabia que ela acabaria por ceder. 

— Na realidade eu vinha cá agradecer-te a influência que tiveste nela. A Quinn contou-me que tiveste uma conversa com ela, e embora ainda não seja oficial, e pelos vistos ainda vai demorar um bocadinho, eu não conseguia seguir a minha vida sem te agradecer por tudo. 

— Que disparate tão grande. Eu só quero o melhor para vocês, sabes que gosto de ti como se fosses minha filha. - Rachel abraça-o com força.

— Livra-te da Quinn saber que eu tive esta conversa contigo. - diz ela encostando o dedo no nariz dele. Ele desmancha-se a rir. - Mas também te prometo uma coisa... vai ser o meu único segredo com ela. - Russell abraçou-a de novo e conduziu-a ao jardim. Estiveram a conversar duas horas até que Rachel acabou por ter de ir embora.

 

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Duraram alguns meses com aquela relação só compartida com a familia. Criaram uma colecção inteira e trabalharam com muito carinho para chegar ao dia do desfile. Como tinha acontecido no anterior, Rachel vestiu Quinn e Quinn acabou por desenhar o conjunto de jóias de Rachel. Mas agora a vida delas era diferente, e a estilista tinha pedido para fabricar a lengerie. Quinn riu-se quando recebeu as peças e prometeu usá-las mais que uma vez. Rachel podia considerar que era muito feliz ao lado de Quinn. Embora a loira continuasse com dificuldade em assumir publicamente aquela relação, a verdade é que estava mais descontraída em público.

Ninguém esperava menos do que um sucesso, mas de facto as colecções desprendiam inspiração e magia. Era notável que havia amor investido naquela arte. 

Kurt estava feliz por Rachel e dava-se estranhamente bem com Quinn. Inclusive chegava a ir beber café só com ela, a morena adorava essa parte. Hiram e Leroy estavam felizes e Russell e Judy orgulhosos. 

No final do desfile, como era normal, ambas subiram ao palco, e desta vez o palco era maior porque tinham tido mais tempo. Rachel fez o seu discurso de agradecimento que foi muito aplaudido no geral, e depois Quinn o seu. 

— Antes de qualquer coisa quero agradecer a vossa presença, de facto é a vossa lealdade que faz destas colecções os sucessos que têm sido. Agradecer naturalmente aos nossos pais porque estiveram sempre na linha da frente e tiveram esta visão de negócio muito bem recalcada. Foram eles que insistiram para que fizéssemos esta segunda demanda e de facto tinham muita razão. Vocês são sempre uma inspiração. - todos aplaudiram mas Quinn continuou. - E por último, mas não menos importante, pelo contrário, agradecer à Rachel que foi quem montou a magia neste desfile, e na minha vida. - Rachel sentiu um murro no estômago de surpresa, e olhou para ela com o semblante que o demonstrava. Quinn sorriu-lhe com carinho e continuou. - Acho que este tipo de parcerias podem vir a ser feitas num futuro, mas este é o único momento em que faz sentido agradecer-lhe dado que é o presente e está a acontecer. Não sabemos o dia de amanhã. - De repente parou de falar nela na terceira pessoa e dirigiu-se a ela directamente. - Sabes que a tua força e vitalidade é o que faz o mundo girar, e aprendi a perceber que isso acontece com mais pessoas e não só comigo. Tenho um pedido de desculpas a fazer, e quero torná-lo público, por isso decidi fazê-lo aqui. - Rachel tinha a respiração contida e Quinn percebeu que seria melhor despachar-se não fosse ela morrer-lhe ali. - Desculpa que tenha demorado tanto tempo, realmente podia tê-lo feito há uns meses atrás mas os meus planos só se concretizaram há poucos dias. - retirou do bolso do casaco uma caixinha do tamanho de um anel e abriu-a. Aquele não era negro, era ouro branco e era uma peça única desenhada por si. À primeira vista percebia-se que era portadora de imensos quilates e Rachel sentiu-se tonta com o brilho que desprendia a peça. - É por isso que peço desculpa, por ter esperado tanto tempo para fazer isto. - Sem medos e temores, pôs o joelho no chão e disse num tom confiante. - Rachel Berry, queres casar comigo? - Rachel sentiu as lágrimas escorrerem-lhe pelos olhos e levou a mão à boca. Só conseguia dizer que sim com a cabeça mas ajoelhou-se ao mesmo nível dela e depositou-lhe um beijo casto nos lábios. Quinn sorriu e perguntou num sussurro. - Isso foi um sim?

— Sim. Vou-te matar por me teres feito passar por isto, mas é lógico que sim. - respondeu ela no mesmo tom criando uma enorme gargalhada em Quinn. Todos aplaudiram e assobiaram, como seria normal, mas foram Russell e Hiram que trocaram um olhar paternal um com o outro. 

 

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Era Domingo à tarde, os almoços de familia em casa dos Fabray tinham-se tornado semanais e estavam todos sentados no jardim a conversar. Quinn estava de pé a ouvir a conversa entre Rachel e Russell e a rir-se dos disparates da morena. 

— E quando a obrigaste a ir comigo ao cemitério em Paris? - disse Rachel a Russell divertida. Russell gargalhou. 

— Eu não queria que fosses sozinha. 

— E eu escolhi o cemitério porque achei que ninguém ia querer ir e eu podia fugir para passear em Paris de braços abertos como uma miúda pequena. Depois tive de ir ao cemitério porque ficava mal. 

— Mas porque é que não disseste? - perguntou Quinn a rir-se. - Eu não tinha feito questão em ir ao cemitério. 

— Dizes isso agora, mas na altura eu tinha medo que fugisses e por isso preferi ir ver os mortos. - Russell riu-se. 

— Eu mandei-a contigo de propósito, e acredites ou não, foi quando me dei conta que estava a empurrá-la para ti descaradamente. 

— Ninguém percebeu. - disse Rachel despreocupada na brincadeira. 

— Só tu, né?! - respondeu Russell e Rachel afirmou com convicção. 

— Eu percebi logo, mas também porque nunca vi em ti o que diziam que eras. 

— O Russell não era assim antes. - acrescentou Hiram com a concordância de Leroy e Judy. Rachel desvalorizou o assunto. 

— Mas agora é. - e abraçou-o com carinho. Quinn sorriu com amor e cruzou os braços. 

— Eu agradeço todos os dias que vocês tenham contribuído para a minha mudança. - afirma o patriarca dos Fabray.

— A tua filha também. - respondeu Rachel divertida e Quinn gargalhou. 

— Estou ansiosa por preparar esse casamento. - diz Judy contente.

— O casamento é um contrato. - respondeu Rachel com um sorriso torto. Quinn percebeu e esboçou um igual mas comentou. 

— Aviso já que não gosto de assinar contratos iguais com mais de uma pessoa. 

— E eu recuso-me a deixar-te fazê-lo, descansa. - diz a morena divertida enquanto se levanta e a abraça com força e a beija. Quinn ri-se com vontade e puxa-a para ela. 

— E se estamos numa de promessas, eu prometo que vos vou proteger sempre. - diz Russell enquanto sorri a olhar para elas. Hiram acrescenta com muita intenção: "Vamos!" 

 

—x-

 

— Não via a hora de chegar a casa. - disse a loira enquanto se deixava cair de costas em cima da cama.

— Não sei porquê, foi um dos melhores almoços que tivemos. 

— Dizes isso todas as semanas. - disse Quinn enquanto se apoiava nos braços para ter ângulo de visão sobre Rachel que estava aos pés da cama à luta com o fecho traseiro do vestido. Quinn sorriu com malícia. - Queres ajuda meu amor?

— A despir-me? - perguntou ela com um sorriso carinhoso, e Quinn foi obrigada a rir-se com amor. - Queres ajudar-me?

— Quero, posso? - e começou a levantar-se na direcção dela. 

— Podes. - respondeu Rachel enquanto fechava os olhos ao sentir os lábios de Quinn no seu pescoço. Mas a loira não continuou, abraçou-a por trás em frente ao espelho e recostou a cabeça com o queixo no seu ombro enquanto olhavam ambas para o espelho. 

— Posso despir-te todos os dias?

— Não é o que tens feito nos últimos meses? - fixaram o olhar uma na outra e Quinn concluiu. 

— É. Mas posso fazê-lo para o resto da vida?

— Deves! 

 

E é disto que se trata o amor, de planos e de rotinas. Ambas sabiam que precisaram de prender a respiração muitas vezes para aguentar, mas se a consequência era perderem-na todos os dias uma com a outra... valeria a pena.  

 

FIM


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Notas finais do capítulo

Espero não ter desiludido. Acho que tentei não deixar nenhuma ponta solta.
Obrigada de novo pela vossa ajuda com os comentários, que são o que sustenta a tua força de vontade para continuar a postar.
Obrigada de coração.
Já agora, se não fosse pedir muito... o que acharam deste final?

Beijooooooooo eterno!

p.s: se pudessem dar uma oportunidade ao "Te espero a ti", eu prometo que vai ficar melhor.