Desenhando Futuros escrita por R_Che


Capítulo 24
Capitulo 24


Notas iniciais do capítulo

Desculpem, fiz mal as contas, agora é que faltam 3...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/712823/chapter/24

Os dias foram passando e Rachel nunca mais falou para Quinn. A designer, a muito custo, não voltou a enviar nenhuma mensagem nem procurar a estilista. Quinn respeitava o silêncio de Rachel embora se sentisse culpada desde aquela noite no hotel. Muitas vezes se arrependeu de ter feito aquela cena, na sua opinião infantil, mas que marcou um ponto de viragem na relação dela com Rachel. 

Já tinha comprado casa e escolheu uma que lhe mostrou a mesma pessoa que Rachel tinha recomendado. As mudanças estavam a ser feitas e estavam quase concluídas. Com George estava tudo na mesma, mas realmente ela tinha começado a sair mais com o rapaz. 

Apresentou a sua nova casa a Russell, que a apoiou mais do que ela estava à espera. E era exactamente no salão da casa que estavam ambos. 

 

— Isto já está composto. - diz Russell sentando-se no sofá. Quinn segue-o e faz o mesmo. 

— Sim, pelo menos até ao fim da semana já deve ficar tudo arrumado. 

— Tens de dar um jantar de inauguração. - Quinn sorri concordando. - Não te esqueças de convidar os Berry e a Rachel. - Quinn move-se desconfortável. 

— Não sei se convidar a Rachel é muito boa ideia. - responde ela sem filtro. 

— Porquê? - pergunta Russell com surpresa e preocupação. 

— Porque ela não fala comigo há imensos dias. 

— Pode estar ocupada. - Quinn baixa a cabeça e Russell percebe que há mais qualquer coisa além de George. - Eu vou tratar disso. - a loira assusta-se. 

— Não faças nada pai. Não há nenhum problema. - Russell ignora-a e muda de assunto, mas com a certeza de que alguma coisa fará. 

 

—x-

 

— Hiram! 

— Russell! 

— Está tudo bem? - diz Russell com diversão ao telefone. 

— Está tudo em ordem, e convosco?

— Também, mas estou a ligar para vos fazer um convite. No Domingo vou dar um almoço de família para celebrar a casa nova da Quinn. 

— Ah que bem. Ela já mudou?

— Está já em mudanças, ainda falta um bocadito. Ainda não é lá, é cá na minha caso, mas ela depois dará um lá. 

— O que é que tu estás a planear? - pergunta Hiram a rir-se. 

— Eu?! Por quem me tomas? - diz ele divertido. - Anda lá, convence o Leroy que eu vou ligar já de seguida à tua filha. 

— Ui, boa sorte. 

— Sim, já percebi que preciso. 

 

—---

 

— Olá meu amor. 

— Olá Rei de Espadas! Estás bem? - diz ela com amor. 

— Estou bem, mas vou ficar melhor depois de aceitares o convite que te vou fazer. - Rachel solta uma gargalhada. 

— Vi logo que este telefonema trazia água no bico. Ainda por cima foste logo direito ao assunto. 

— Estou entusiasmado. Mas antes... conta-me como estás? - disse Russell agora com carinho e mais calmo. 

— Estou bem, estou concentrada no trabalho porque tenho imenso. 

— Nunca mais te vi. 

— Sim, não tenho tido tempo nem para me coçar. 

— Certo. Então estou a ligar para mudar isso. Vou dar um almoço cá em casa no Domingo, já falei com os teus pais e eles já aceitaram, faltas tu. 

— Russell desculpa mas eu estou... - ele não a deixou acabar. 

— Não! Não é assim que se começa uma resposta que vai acabar bem. Reformulemos por favor... - e ela acaba por se rir com ele. 

— A sério que vai ser muito difícil poder dizer-te que sim. 

— Eu sei que é difícil querer dizer que sim, mas poder é perfeitamente possível. - disse ele com carinho. 

— Qual é a o evento?

— Livrei-me da minha filha! Comprou casa. - disse ele com diversão. Rachel soltou uma gargalhada sonora com ele. 

— E isso é para te sentires menos sozinho e deprimido? - respondeu ela com a mesma diversão. 

— Ok, descobriste-me. Está a custar-me um bocadinho, mas não lhe digas nada. - disse ele sabendo que ela não o faria principalmente agora. Rachel sentiu um aperto estranho no peito. - É preciso continuar a implorar, ou vais dizer já que sim? - e ela sentiu-se na obrigação de o fazer. 

— Está bem, conta comigo. - disse derrotada. Ele ficou muito feliz e despediu-se da estilista com a certeza de que ela iria estar presente nesse almoço. 

 

—---

 

— Pai? - atendeu Quinn com estranheza. 

— O que foi? Não te posso ligar?

— Podes claro, mas estiveste aqui há duas horas. O que se passa?

— Não marques nada para Domingo. Vens cá almoçar. E não é discutível. 

— Pai, o George convidou-me para almoçar com a família dele este Domingo. - disse ela com medo.

— Sim, percebo que seja mais interessante que almoçar com ele, mas marca isso para outro dia. Domingo vens almoçar cá a casa e não é uma pergunta. - Quinn revirou os olhos. 

— Posso ao menos convidá-lo para ir também?

— Podes. Aliás, eu faço questão que ele venha. - disse Russell com um sorriso maldoso nos lábios. Quinn estranhou mas concordou. 

 

—x-

 

— Bom dia Russell. Obrigado pelo convite. - diz George cumprimentando o patriarca quando ele abre a porta para recebê-lo a ele e Quinn. Ela revira os olhos quando vê o ar irónico do pai a receber George. Depois cumprimenta-o com um beijo na cara mas é surpreendida com um abraço pela parte do homem, o qual ela devolve com carinho. 

Quando entram na sala de estar da família, Quinn surpreende-se ao ver os Berry ali sentados. Russell não tinha dito nada acerca do assunto e os nervos apoderam-se dela. A designer ainda olha em volta à procura de Rachel enquanto George cumprimenta efusivamente os homens, mas desilude-se ao perceber que ela não está. Só que a sensação de desilusão, por outro lado, veio acompanhada de alivio, porque chegar acompanhada por George seria uma situação desconfortável.

Cumprimentou Leroy e Hiram e nem se deu conta de que a campainha tocou e Russell cheio de felicidade foi abrir a porta. 

Ao abrir a porta Rachel abre-lhe um sorriso e depois tranca-o enquanto aponta para ele para dizer: 

— O Kurt costuma dizer que eu sou a melhor do mundo! - diz ela em advertência e Russell entoa uma gargalhada de felicidade por ela estar ali. Rachel ri-se e abraça-o com muita força. 

— Confia em mim e mostra-te o mais feliz possível. - diz ele sussurrando ao ouvido dela. Rachel percebe logo que George está no almoço e preocupa-se, mas não por ela. 

— Por favor, não deixes a Quinn desconfortável. - pede ela em súplica. 

— Não penso fazer mais nada o almoço inteiro. - diz ele soberano. Ela ri-se mas olha para ele em tom de aviso. - Com a minha filha os paninhos quentes não funcionam. - Salta à memória de Rachel como viu Quinn naquela noite e ela volta a insistir com ele. 

— Por favor Russell, não compliques a vida à tua filha. - diz ela com honestidade. 

— Ela não precisa de mim para fazer isso, consegue sozinha. - diz ele despreocupado enquanto acompanha Rachel até à sala. 

Quando Quinn pousa os olhos em Rachel perde a noção do tempo e do espaço. Quando viu pela primeira vez o filme "Orgulho e Preconceito", na cena em que a Lizzy e o Mr. Darcy estão a dançar numa sala cheia de gente e de repente desaparece toda a gente e estão só os dois, nunca imaginou que essa sensação pudesse ser real. Rachel devolveu-lhe o olhar por segundos mas depois concentrou-se em cumprimentar todos os presentes. Quinn prendeu a respiração e não soube como é que o sangue continuou a correr pelas suas veias. Quando a morena chegou perto dela esticou-lhe a mão e Russell sorriu. Quinn pensou que o cumprimento ia ser como quando se conheceram, mas Rachel surpreendeu-a levando as costas da mão dela aos lábios e depositando um beijinho carinhoso. Quinn sentiu o chão fugir-lhe e agradeceu que ela a tivesse largado no mesmo momento e tivesse dado um abraço a George com um sorriso gigante, fazendo jus ao que lhe tinha pedido Russell. 

Não percebeu em que momento é que teve de baixar a cabeça para conter as lágrimas que lhe queriam saltar pelos olhos, e realmente não conseguiu conter uma delas que terminou por sair e ser limpa no mesmo momento. 

Quinn discretamente saiu da sala e dirigiu-se à cozinha para respirar fundo. 

Aquele almoço prometia. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Agora sim... está quase quase!

Beijo* obrigada