Desenhando Futuros escrita por R_Che
Notas iniciais do capítulo
Prometido é devido...
— Decidi ir viver sozinha. - disse Quinn com um sorriso tranquilo enquanto levava o seu Mocca à boca. Rachel sorri contente.
— Não é que eu tenha de achar ou deixar de achar alguma coisa em relação ao assunto, mas parece-me bem. - responde a estilista orgulhosa. - Está na altura de começares a controlar a tua vida. - Quinn acenou com a cabeça em concordância. - Se precisares de contactos, eu tenho. Quem me apresentou a minha casa tem muito jeito para escolher o que mostrar, ela analisa os teus gostos e acaba por fazer um filtro muito interessante.
— Eu agradecia-te. Se me puderes enviar um email com o contacto, eu ligo.
— Sim, mais logo já envio.- respondeu Rachel tranquila, mas a sua tranquilidade acabou no mesmo minuto em que George se aproximou delas.
— Estava há imenso tempo à tua procura. - diz o homem para Quinn com um riso nervoso. Quinn estranha e olha para Rachel, que não devolve o olhar. Pelo contrário, levanta-se imediatamente com uma expressão simpática forçada, deixa um beijo na cabeça de Quinn e dá outro na face de George.
— Eu vou andando, deixo-vos à vontade. Ainda tenho de ir lá em cima buscar uns papéis. - diz a estilista com calma mas pressa. Quinn sente o coração apertar e fica triste pela atitude de Rachel e por ela se ir embora. George nem se dá conta que interrompeu um momento em que ambas queriam estar tranquilas na companhia da outra. - Obrigada por tudo Quinn, pela parceria e pela inspiração. - diz Rachel antes de abandonar o local com uma seriedade que não conseguiu disfarçar. Quinn não teve oportunidade de devolver o agradecimento e George sentou-se de imediato ao seu lado.
— O que é que se passa? - pergunta a loira cansada mas ao mesmo tempo curiosa.
— Queria falar contigo, mas confesso que estou um bocadinho nervoso. - diz o rapaz enquanto tenta descobrir como pousar as mãos.
— O que é que aconteceu com o meu pai?
— Pois, não percebi bem a reacção dele se queres que seja honesto. Mas eu quero falar é contigo sobre isto.
— Diz...
— Sabes que nos conhecemos há imenso tempo... - e faz uma pausa dramática que desperta em Quinn uma sensação estranha. - Quinn directamente e sem rodeios, eu estou apaixonado por ti. Estou há mais tempo do que imaginas realmente. - A designer não expressou nenhuma emoção, faltou-lhe completamente a capacidade de reagir àquela declaração, e George nervoso continuou. - E falei com o teu pai hoje para lhe dizer que te ia pedir em casamento. - Agora ela movimentou-se na cadeira desconcentrada e desconfortável. - Mas ele teve uma reacção que eu não estava à espera, disse-me que por ele não havia casamento nenhum. - E o desconforto de Quinn transformou-se de modo automático em surpresa. George notou na expressão dela e ficou satisfeito.
— Mas o que é que ele te disse exactamente? - não era a resposta que George esperava depois de se ter declarado, mas Quinn estava completamente impaciente para perceber a reacção do pai, coisa que começou a preocupar o homem.
— Ele disse que não estava de acordo, que iria à cerimónia porque és filha dele, mas que não gostaria que acontecesse. Eu confesso que não soube reagir ao que ele disse, fiquei tão surpreso como tu. - Quinn franziu a testa não percebendo a reacção do pai, mas acabou por sentir um alivio esquisito. Sentiu-se na necessidade de responder qualquer coisa ao amigo.
— George, eu não estava à espera disto, como deves calcular. Não quero ser desonesta contigo, mas realmente não sei que te diga neste momento.
— Eu imagino. Não há nenhum problema. Conhecemo-nos muito bem e eu sei que o teu feitio é especial. - ela não gostou do que ouviu mas preferiu não dizer-lhe nada. - Tens todo o tempo para pensar sobre o assunto, realmente é a única coisa que te peço, que penses com carinho antes de me dares uma resposta negativa à pressão. - riu-se ele em tom de brincadeira, mas ela só sorriu achando pouca graça.
—x-
Quinn chegou a casa com a sensação de que lhe tinha passado um camião por cima. Tinham sido demasiadas emoções no mesmo dia e ela não estava com capacidade de processar nem 50% delas.
Ao pousar o casaco no cabide da entrada da casa, viu uma sombra sentada na sala com a televisão acesa e um copo de wisky na mão. Russell estava com uma calma aparente, mas a sua expressão não era propriamente simpática.
— Olá pai. - disse ela com calma.
— Olá. - respondeu ele no mesmo tom. Quinn suspirou e sentou-se no sofá grande. Russell estava sentado na poltrona.
— Este dia foi tão grande que o meu cansaço não me vai deixar dormir.
— Sim, porque é que achas que estou aqui a esta hora? A tua mãe já leva 4 sonos. - disse ele antes de levar o copo à boca. Quinn descalçou-se e cruzou as pernas. Parecia que estava a arranjar a posição mais confortável para sacar o tema, mas antes que ela o fizesse Russell perguntou por Rachel. - Estiveste com a Rachel até agora? Como é que ela está?
— Não propriamente. Estava com ela no Imperial mas apareceu o George e ela acabou por ir embora. - disse a designer com um semblante desiludido. Russell suspirou cansado e com alguma fúria.
— Esse teu amigo é sempre muito oportuno, não é? - e Quinn percebeu o tom incomodado do pai.
— Ele contou-me que tinha falado contigo.
— E pediu?
— Sim. - disse ela enquanto baixava a cabeça.
— Onde? - e agora o homem começou a esboçar um sorriso sarcástico.
— Onde o quê? - Quinn não percebeu.
— Onde é que ele te pediu em casamento?
— Então... eu estava no Imperial com a Rachel quando ele chegou. - a expressão de Russell ficou séria de novo.
— Ele pediu-te em casamento em frente à Rachel?
— Não! - respondeu ela de repente. Só a ideia assombrava-a. - Eu estava com a Rachel e depois ela foi embora e ele ficou lá a falar comigo. - Russell voltou a rir-se ironicamente.
— O rapazito pediu-te em casamente num café... e logo no Imperial. Que atencioso.
— Pai, ele disse-me que tu tinhas dito que não gostavas da ideia. Posso perguntar porquê? - E Russell empalideceu de maneira automática.
— Como assim? Tu estás a ponderar a hipótese? Disseste-lhe que sim? - perguntou ele de repente. Quinn estranhou.
— Não. Ainda não lhe dei nenhuma resposta, ele apanhou-me de surpresa.
— Ah bom.
— Mas não percebo a tua reacção, e ele também não percebeu.
— Não acho que ele seja homem para ti. Mas não quero falar mais nisto. - a resposta de Russell foi autoritária e Quinn percebeu que não conseguiria tirar mais nada do pai naquele momento e decidiu mudar de tema.
— Há outra coisa sobre a qual quero conversar contigo. - disse ela a medo.
— Diz. - perguntou ele curioso.
— Decidi que vou viver sozinha. - não respirou e disse de uma vez. - Estava a falar com a Rachel sobre isso e ela diz que me vai dar o contacto da pessoa que lhe arranjou a casa dela. - Quinn falou em Rachel com o intuito de despertar no pai alguma normalidade já que a morena tinha esse poder sobre ele.
— Acho que fazes bem, se é o que queres parece-me bem. - mas a reacção de Russell foi toda a contrária do que a designer esperava. De uma maneira tranquila, Russell sorriu ao perceber. - Isso sim, acho que deves passar um tempo a viver sozinha antes de te casares. Sair daqui para ires viver com o George seria um erro. Existem experiências que devemos viver para poder julgar as nossas escolhas. - Quinn concordou e sorriu ao perceber que o pai não ia intervir na decisão dela.
O que Quinn não tinha percebido era que Russell tinha visto nessa mudança a possibilidade de adiar a resposta dela a George.
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Ela casa, ela casa, ela casa, ela casa, ela casa... ou será que não?
:)