Desenhando Futuros escrita por R_Che


Capítulo 10
Capitulo 10


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Muito obrigada a todas pelos comentários.
O meu historial como autora tem períodos muito largos sem postar nada, mas quero que não aconteça nesta história. Os vossos comentários ajudam de verdade muito.
Deixo-vos mais um!



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— Consegui finalmente marcar o almoço que tínhamos falado o mês passado. Ficou para este Domingo. - Quinn sentiu uma manada de elefantes no estômago de tal forma que se assustou. 

 

Tinha passado 1 mês desde o episódio da esquadra e nunca mais Rachel lhe tinha ligado. A falta de coragem dela para o fazer também marcou presença nesse mês. Há um mês não sabia de Rachel, há um mês que se sentia deprimida, há um mês que não tinha vida social, há um mês que a inspiração dela estava pelas ruas da amargura. E foi preciso 1 mês sem vê-la para perceber que ela mexia consigo como nunca ninguém tinha mexido. Admitiu a si própria que a morena lhe fazia falta e que era mais feliz quando ela estava por perto. 

— Este Domingo? - perguntou Quinn com a voz trémula. 

— Sim, só não sei se a Rachel vem, porque parece que tem não sei o quê marcado. - disse Russell com alguma pena enquanto jantavam, e Quinn perdeu o apetite naquele instante. 

 

—x-

 

Depois de ter esperado um mês, a semana acabou por passar rápido. Leroy e Hiram chegaram a casa dos Fabray e foram muito bem recebidos por Russell e Judy. Quinn, um pouco mais cordial e tímida, embora simpática, cumprimentou-os também com carinho e deu-lhes as boas vindas. 

— Estás muito bonita querida. - afirma Leroy com orgulho. 

— Obrigada Leroy, e igualmente. Como sempre, aliás. 

Russell manda-os passar e acomodarem-se para perguntar por Rachel. Quinn depositou toda a sua atenção naquela conversa, e um nervoso miudinho cresceu nela. 

— Não faço ideia, ela disse que ia tentar vir mas que tinha qualquer coisa combinada com o Kurt. - respondeu Hiram honestamente. 

— Quinn! Liga para ela a perguntar. - diz Russell em tom de mandamento mas natural. O corpo de Quinn tensa-se de imediato. E antes que ela possa dizer qualquer coisa a respeito, ouve a voz de Judy entusiasmada e acompanhada da de Rachel. E se antes estava tensa, então agora petrificou. 

— Não é preciso pressionar. Já cheguei. - diz a morena sorridente para Russell e de braços abertos. 

— Acho muito bem, ia ficar muito chateado se me fizesses esta desfeita. - diz o homem em tom de brincadeira. Rachel abraça-o e cumprimenta os pais. Quando se dirige a Quinn estende-lhe a mão e a loira obriga o seu corpo a reagir. Quinn esperava que Rachel lhe desse um beijinho na mão, como era costume, mas não aconteceu. 

— Vocês continuam a cumprimentar-se assim? - diz Russell a rir-se. Todos o seguem na gargalhada e Rachel olha para Quinn com um sorriso intimista deixando-a segura de que ela salvaria o momento. 

— Conta-me lá, alguma vez viste a tua filha a cumprimentar alguém de outra maneira? - pergunta Rachel com um sorriso carinhoso. 

— Realmente... - responde Russell pensativo. 

— Agora que estamos todos podemos começar a almoçar. Preparamos uma coisa informal. - interrompeu Judy.

 

O almoço correu muito bem, Rachel estava nos seus melhores dias e Quinn sorriu muitas vezes com os disparates que ela dizia. Russell continuava encantado com a morena e Quinn começava a perceber porquê. Falaram de imensas pessoas que conheciam, de trabalho, de festas sociais, de política e do casamento de Lisa Levert. Não faltaram temas, e inclusive Quinn fez algumas intervenções, mas ficou com um amargo sabor de boca ao ver a indiferença de Rachel durante toda a comida. 

Estavam todos acomodados no salão dos Fabray a tomar um aperitivo, excepto Quinn, que tinha saído à varanda da entrada da casa gigante que possuíam os seus pais. Tinha morrido qualquer coisa nela nesse dia. Ela não sabia bem explicar a si própria o quê, mas inundava-a uma tristeza cortante. Perdeu o olhar no horizonte por alguns minutos, até que a voz de Rachel a acordou da hipnose. 

— Como estás? - perguntou a morena parando ao lado dela e olhando para o mesmo horizonte. 

— Bem obrigada. E tu? - o tom era calmo e sereno. 

— Bem obrigada. - disse Rachel imitando-a. 

Ficaram em silêncio por algum tempo, mas começava a tornar-se incómodo porque existiam imensos temas que podiam ser falados. Quinn segurou-se por perguntar porque é que ela nunca mais a tinha contactado, e Rachel preferiu tocar na ferida directamente. 

— Devíamos falar sobre aquele dia.

— O meu pai não sabe. Aliás, ninguém sabe. - respondeu Quinn com calma. 

— Desculpa. Não imaginei que uma situação destas pudesse acontecer. 

— Não tens de me pedir desculpa nenhuma, não foste tu que a provocaste. 

— Mas pelos vistos fui a causa. 

— Mas isso não é culpa tua. - Rachel olhou para Quinn pela primeira vez e Quinn sentiu o impulso de fazer o mesmo, mas antes baixou a cabeça e só depois concentrou o olhar no da morena. Sustiveram o olhar por poucos segundos quando Rachel olha para as mãos de Quinn com o intuito de as agarrar. A loira percebe e tensa-se, mas são interrompidas por Russell que as chama para que lhes façam companhia. Rachel sorri e assente. 

Aquela conversa minimalista não tinha servido de desbloqueio, mas tinha sido um impulso para que Quinn se sentisse menos sozinha. 

 

—x-

 

Depois de já se terem despedido de todos, e já a entrar para o carro, Rachel ouve Hiram gritar por ela para que esperasse. 

— Amor, amanhã passo no atelier. Preciso de conversar contigo. - disse o homem com carinho antes de dar um beijo na testa da filha e voltar ao seu carro. 

 

—x-

 

E assim foi. Hiram no dia a seguir cumpriu o prometido e apareceu no atelier de Rachel. 

 

— O que é que se passa pai? - perguntou Rachel depois de o abraçar. A curiosidade tinha-a a picado desde que ele lhe disse que queria falar com ela. 

— Nada. - disse o homem descontraído. 

— Como assim?

— O quê? Tinha saudades tuas. Achei que estava na altura de te fazer uma visita para conversarmos um bocadinho. - ela ri-se em tom de quem não acredita minimamente no que está a ouvir. 

— Claro. Então conta-me, como tens andado? - pergunta ela provocando o pai. 

— Ok. Eu vou direito ao assunto.- Rachel solta uma gargalhada. - Tu sabes que eu não gosto de me meter na tua vida, mas ... - Rachel volta a gargalhar. - Pronto, és minha filha, claro que eu tenho de me meter na tua vida. 

— Pergunta de uma vez. - disse ela com diversão. 

— O que é que se passa entre ti e a Quinn? - mas a morena não estava à espera daquela pergunta. Imaginou que o pai lhe queria perguntar alguma coisa referente à sua vida pessoal, ou à escassez dela, assim com fazia Kurt sempre que podia. Nunca pensou que o tema fosse directamente Quinn. 

Rachel podia mentir a Kurt, a si própria e ao mundo inteiro, mas a Hiram nunca conseguiu fazê-lo. 

— Nada. - disse ela com assertividade. 

— Não acredito nisso. - responde ele agora com seriedade mas carinho. 

— Mas podes acreditar, porque é verdade. - e o tom sério de Rachel, mas ao mesmo tempo preocupado convenceu Hiram. 

— E se eu fizer a pergunta de outra maneira? 

— Não se passa nada entre mim e a Quinn. Passa-se comigo em relação a ela. - disse Rachel em voz alta pela primeira vez. Foi instintivo o acto de respirar fundo depois, e entendeu que precisava de dizê-lo. Hiram sorriu com carinho e percebeu. 

— E o que é isso?

— Não sei pai. Mas é muito forte. - a estilista levanta-se da cadeira onde está sentada e continua a falar enquanto caminha pelo atelier. Hiram segue-a com os olhos. - Eu faço um esforço gigante todos os dias para que não seja nada, mas acabo sempre derrotada. Começa a ficar difícil. 

— Mas porque é que lutas contra isso? 

— Porque é o que devo fazer. - e agora sente os olhos aguar e uma necessidade grande de ser abraçada. Deixa de caminhar sem sentido e caminha para perto do seu pai sentando-se no colo dele. Hiram agarra-a e abraça-a. 

— Eu eduquei-te com o exemplo de quem nunca desiste. Não te admito que o faças. Se gostas da Quinn, luta por ela com todas as armas que tens. Tens tantas meu amor. Tens tudo do teu lado. - ela não chegou a chorar, mas estava encolhida nos braços do pai a ouvi-lo. 

— Não tenho assim tantas pai. 

— Tens imensas. Se o fizeres com calma e com cabeça, vais ver que ganhas. 

— Tu não conheces a Quinn. - diz ela levantando a cabeça para olhar para ele. 

— Pois não, mas conheço expressões corporais, e é bastante evidente que tu mexes com ela. Nota-se imenso. 

— O que tu notas na Quinn é desconforto. 

— Tens a certeza?

— Tenho. 

 

Lancharam juntos, e no fim, Rachel foi obrigada a prometer que não desistiria ou Hiram não a deixaria em paz. A morena prometeu, mas deixou claro que seria com muito tacto e muita calma.

— De outra maneira não conseguirias, e eu não esperava outra coisa de ti do que ser suficientemente inteligente para planeá-lo assim. - afirmou Hiram sem pudor.  


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Notas finais do capítulo

1 passo à frente...
Dois passos atrás...
1 passo à frente...
Dois passos atrás...
1 passo à frente...
1 passo à frente...
1....



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