“Não importa o quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso”

                                                                          Willian Shakespeare

Tânia havia apenas fraturado o braço, nada muito serio, ela bem que mereceu, Donna era minha, e os únicos que a montavam era eu e Alice. Não sei por que, mas ela nunca aceitou mais ninguém.

- Bella! – Edward adentrou minha casa gritando furiosamente.

- Edward? Mas... O que...

- O que pensa que esta fazendo? Querendo tirar Tânia de minha vida? – ele dizia em um só fôlego – Você concordou em sermos apenas amigos, e agora na primeira oportunidade, quando começo a seguir em frente com minha vida, você quer arruiná-la? – Edward estava furioso.

- Do que você esta falando Edward? Eu não fiz nada! – gritei exasperada, levantando do sofá e encarando-o.

- Você não aceita que eu não lhe queira mais e por isso quer acabar com minha felicidade, que finalmente reencontrei nos braços de outra mulher!

Isso me pegou de surpresa, ele a amava? Mas... Não! Ele disse que eu era única, que ele jamais amaria outra!

- Você disse que gostava de mim! – disse nervosa.

- Bella, eu não preciso de você! – ele disse olhando em meus olhos, aquelas palavras me doeram.

Lutei contra as lagrimas que insistiam em querer cair de meus olhos.

- Eu não fiz nada! – disse com a voz embargada – Edward, Donna sempre foi assim você sabe!

Meus olhos ardiam, eu já chorava.

- Bells, me desculpe... Acho que perdi a cabeça e que Tânia e muito importante... – ele disse parecia estar sendo sincero.

- Não o culpo Edward, afinal você a ama, só a esta protegendo. – murmurei.

Edward não disse nada simplesmente saiu de minha casa, batendo a forte com uma força exagerada.

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“Bella eu não preciso de você!”

Aquelas palavras sondavam minha mente, a quem queria enganar? Eu a havia perdoado, pois queria que ela fosse minha amiga, eu a amava e sempre a amaria, mas não me envolveria de novo, não suportaria se fosse traído novamente.

Como pude culpá-la pelo ocorrido com Tânia, eu sabia que ela não tinha feito nada, como ela mesmo disse “Donna sempre foi assim”, medo! Senti medo por tentar novamente com outra mulher e não dar certo, eu a culpei, sendo que a culpa era minha por não conseguir deixar de amá-la e seguir em frente!

Com Tânia teria que dar certo, ela era minha ultima chance de ser feliz, eu a agradaria e demonstraria meu afeto por ela, sim afeto, jamais poderia amá-la, assim ela jamais iria me trair, iria fazê-la a mulher mais feliz do mundo.

- Amor, já chegou? – Tânia perguntou sonolenta quando adentrei o quarto.

- Sim... – murmurei.

- Você estava a onde? – ela perguntou abrindo seus olhos verdes e fitando-me.

- Fui falar com Bella... – disse incerto. – E depois fui caminhar!

- Bella? Assim a veterinariazinha... – Tânia disse indiferente.

- Não fale assim dela, ela é da família... – disse frio, assumindo meu papel protetor sobre Bella.

- Okz, desculpe. – ela murmurou.

Tânia era doce e gentil, tinha um bom papo, meu pai gostava dela, apesar de não ter gostado muito quando lhe dei a noticia de que Tânia viria morar conosco, segundo ele estávamos indo rápido de mais.

Dormi mal, pela manhã fui ao estábulo, iria ver se Zuke estava em bom estado para uma cavalgada, ainda distante vi Bella com ele, aproximando-me lentamente percebi que Zuke estava no chão e Bella ao seu lado, debruçada sobre ele. Aumentei as passadas.

- Edward... – ela murmurou. – Me desculpe, eu não sei o que aconteceu, ontem ele estava bem e...

- Zuke... – murmurei incrédulo, ele estava morrendo. – O que você fez? – perguntei mantendo o tom calmo.

- Eu... Eu... – ela buscava por palavras enquanto chorava.

Não acreditaria naquelas lagrimas falsas, ela havia feito algo, ontem ele estava bom, o que mais poderia ter acontecido?

- O que deu a ele? – perguntei com frieza.

- Edward! Eu não fiz nada! – ela gritou levantando-se.

Também levantei.

- Não você nunca faz nada! E sempre a inocente na historia! – gritei sem controle. – Sempre é a vitima!

- Você acha que eu poderia fazer algo assim? Matá-lo? – ela perguntou tristemente, sem olhar em meus olhos.

Não iria cair de novo, ela sempre se fazia de inocente para que eu me sentisse culpado e me desculpasse.

- Pegue suas coisas! Tem até a manhã para ir embora! Antes que cause mais danos! – disse frio me retirando do estábulo.

Zuke não era um simples cavalo, minha mãe havia me dado, ele era meu companheiro estava comigo há quatro anos e agora simplesmente morreria.

Convidei Tânia para fazer um lanche e depois a levei até a cidade.

- Daqui a alguns dias voltaremos à cidade, iremos a pizzaria... – disse para descontrair o clima tenso.

- Por quê? – ela perguntou.

- Por que logo chegara a ultima sexta feira do mês – disse indiferente.

Ela fez cara de desentendida.

Todo fim de mês Bella, Alice e eu íamos à pizzaria, era um dos nossos lugares favoritos na cidade, Alice adora e era meio que um trato para ela, se a levássemos a pizzaria toda ultima sexta feira do mês ela iria comer as verduras.

- É para Allie comer as verduras, ela não comia de jeito algum... – disse lembrando-me de alguns momentos nossos na pizzaria.

- Eu não como pizza, isso engorda! – ela fez cara de nojo e apontou para sua barriga. – Além disso, Edward, Alice é bem grandinha não precisa mais disso... – disse indiferente, enquanto acendia um cigarro.

- É tem razão! – respondi.

Alice já era bem grandinha, entenderia que é importante comer verduras, havia proposto esse trato quando ela tinha apenas seis anos, logo completaria nove.

Chegamos a casa, Tânia foi tomar um banho enquanto eu fui ver Zuke, estava torcendo para que ele melhorasse, mas o que eu não esperava era ver Bella, ainda debruçada sobre ele, com a mesma roupa de manhã, Alice estava ao seu lado, ambas dormiam sobre Zuke.

Agachei para pegar Alice, ventava muito e estava frio, os olhos de Bella estavam inchados, ela deveria ter chorado muito, na certa estava triste por seu plano não ter funcionado, amanhã ela iria embora para sempre de minha vida e em fim poderia seguir em frente com Tânia.

Bella se mexeu, e apertou-se mais contra Zuke, ela se encolheu procurando se aquecer.

Suspirei. Que saudade de vê-la dormindo em meus braços, observei-a mais um pouco antes de me retirar do estábulo com Alice nos braços.

- Adeus Bella... – murmurei antes de sair.

Fui dormi se não acabaria voltando atrás e pediria para Bella ficar, eu a queria por perto, mas também queria seguir em frente, mas ao mesmo tempo não conseguiria fazer isso com ela aqui, sempre tramando algo.

Senti algo apertando meu braço durante a noite, abri meus olhos para fitar Alice, ela chorava, rapidamente me levantei para pega-la em meus braços, mas ela desviou e me puxou a janela.

Tive a visão do inferno, o estábulo pegava fogo, os cavalos saiam correndo, alguns de meus empregados tentavam apagar o fogo jogando água, o que não estava ajudando.

Mas Bella não saia de lá, por que ela não saia? Desesperado sai do quarto sem me importar se acordaria Tânia ou não.

Logo me vi dentro do estábulo, desviando das chamas para chegar a Bella que gritava com uma Viga sobre suas pernas.

Aproximei-me dela rapidamente, o estábulo não agüentaria.

- Bella! Bella! – gritava enquanto forçava a viga para cima.

- Edward! – ela gritou.

Com sorte consegui tirar a viga de sua perna a pegando no colo e saindo rapidamente do local, nos tossíamos muito.

Já fora do local, deitei Bella na grama, ela estava desacordada.

- Acorde, por favor! Por favor! – sussurrava ao pé de seu ouvido. – Não me deixe!

- Não conseguiria... – ela murmurou ainda fraca. Dando um sorriso fraco.

- Edward! Edward! – Tânia vinha gritando – Solte-a não vê que ela esta fingindo!

Fitei Bella novamente e encarei seu corpo, seus braços estavam com queimaduras embora não parecesse muito graves ela deveria ir ao medico.

Ignorei Tânia.

- Ela precisa ir ao médico! – gritei – James traga meu carro!

PDVB

Abri meus olhos com dificuldade uma forte luz estava sobre mim, instantes depois percebi onde estava, pelas cores brancas e pela cama constatei que era o hospital.

- Bella? Você esta bem?- Edward perguntava nervoso.

- Estou – murmurei indiferente e virando meu rosto.

- Bella... Eu bom...

- Então como nossa paciente esta? – o medico adentrou a sala interrompendo Edward.

- Ela parece bem doutor – Edward respondeu.

- Bom, pela manhã ela poderá ir embora, já lhe informei os cuidados Senhor Cullen?

- Sim.

- Então está tudo bem...  Até – o medico disse saindo da sala.

- Bella... Você ficará em casa até que...

- NÃO! – gritei.

- Como não? Você precisa de cuidados!

- Eu não quero ir! Quero ir embora daqui e nunca mais voltar!

Edward se calou e o silencio pairou por um tempo.

- Bella – ele suspirou – Você vai voltar para a fazenda até que se recupere, depois pode ir para onde quiser!

Desta fez não rebati.

- Bella, mas por que você não saiu daquele maldito estábulo? – ele perguntou- Você tinha tempo!

Fitei-o ele parecia preocupado.

- Estava tirando os cavalos de lá... – murmurei.

- Ah, então você preferiu salvar a vida de cavalos em vez de a sua? – ele perguntou.

- Não fale assim! Não poderia deixá-los lá... Eles iriam morrer! Isso é cruel!

- Desculpe... – ele murmurou.

- Mas é que só de pensar que você poderia ter morrido eu...

- Eu? – perguntei incentivando-o a continuar.

- Esquece – ele disse – Alice quer ver você.

Logo em seguida ele saiu pela porta me deixando sozinha para chamar Alice que não demorou a vir, a pequena me deu um forte abraço.

Na manhã seguinte fomos para casa, Tânia estava com a cara fechada, ela não havia gostado nenhum pouco sobre Edward querer cuidar de mim.

- Bella você ira ficar na casa principal – ele me fitou – Preparei um quarto para você no andar de baixo, você não pode ficar subindo escadas com a perna engessada... – Edward disse quando paramos em frente a casa.

Tânia bufou no banco da frente e Alice sorriu.

Não disse uma palavra, ao adentrar a casa e a empregada me indicar onde seria meu quarto fui até lá me trancando, caindo na cama e desatando a chorar.

Eu estava a ponto de explodir e não iria dar esse luxo a Tânia, naquela noite eu iria embora.

PDVE

Bella ficou o dia todo no quarto, desde manhã ela parecia quieta demais.

Tânia dormia ao meu lado na cama enquanto eu estava sentado ao seu lado tentando ler um livro, mas meus pensamentos sempre caiam sobre Bella.

Fichei o livro desistindo de ler e apaguei o abajur me preparando para deitar.

Um barulho que presumi vir do andar de baixo me chamou a atenção, alguém teria entrado na fazenda?

Fitei o relógio já se passava da meia noite.

Apressei em descer cautelosamente, fechei a porta fazendo silencio para não a acordar Tânia.

Da ponta da escada avistei Bella tentando com sua perna engessada puxar sua mala, mas o que ela estava fazendo?

- Quer uma ajuda? – perguntei descendo as escadas.

Ela me fitou arregalando os olhos, ela havia pensado que não iria ser pega?

- Não obrigada!- ela murmurou virando-se e novamente começando a arrastar sua mala.

- Bella você vai acordar a casa toda desta forma... Onde pensa que vai? – perguntei.

- Embora! – ela disse seria.

Meu corpo ficou rígido e me apressei a ficar frente a frente a ela.

- Desculpe? –perguntei.

- Vou embora – ela disse lentamente.

- Ah você não vai! – disse parando-a.

- Vou!

- Não!

- Vou!

- Pare com isso Bella, por que isso?

- POR QUE EU ODEIO VOCÊ! – ela gritou, torci para que ninguém tivesse acordado.

Meu corpo parou fiquei atônito diante de suas palavras.

Bella fitava o chão e esperava que eu saísse de sua frente.

Levei minha ao seu queixo e o ergui. Seus olhos estavam cheios de lagrimas.

- Como?

- Eu te odeio! – ela repetiu.

Minha mão que estava em seu queixo escorregou para sua nuca. A puxei trazendo-a para mais perto de mim, encostei minha testa na sua, pude sentir seu doce hálito contra meu rosto.

- Pode repetir?- disse.

- Eu te odeio! – ela disse mais uma vez, mas agora as palavras saíram cortadas devido aos soluços que ela tentava conter, lagrimas rolavam por seu rosto.

Beijei sua testa e desci meus lábios por sua pele, senti suas lagrimas e então cheguei ao seus lábios, depositando ali um beijo, pedi passagem com a ponta de minha língua, senti Bella estremecer e fechar ainda mais a distancia entre nós, seus lábios se separaram e minha língua adentrou sua boca explorando tudo, sentindo seu gosto, o gosto que eu sentia tanta falta, o beijou começou a ficar mais intenso e quando senti sua mão em meu cabelo me afastei.

- O que você estava dizendo? – perguntei com um sorriso em meus lábios.

Ela pareceu um pouco confusa.

- Bella, fique... – disse pegando a mala de sua mão.