Os amores de Rose Weasley. escrita por Pudim de Menta


Capítulo 9
17 anos - Scorpius Malfoy


Notas iniciais do capítulo

Olá, conversamos nas notas.



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―Malfoy? ― Lorcan perguntou e por instinto me soltei dele.

―Sim Scamander. ― Respondeu Scorpius e aquilo na voz dele era ciúmes? ― Senti sua falta Rose Weasley.

Ele não me deu chance de resposta, apenas fechou a porta e foi embora.

―Nossa, como ele está diferente. ― Comentou meu namorado.

―Sim ele está mais... ― Parei na hora, eu ia dizer bonito, mas isso seria mal interpretado. ―... Maduro.

Meu coração batia descompassado, minha vontade era de deixar Lorcan ali na cabine e correr atrás de Scorpius, me segurei, eu ia parecer uma boboca.

―Você está bem?

―Sim, por que não estaria?

― Rose, você está muito pálida e está tremendo? O que houve? Parece que viu um dementador.

Na hora o efeito foi pior.

―Relaxe amor, eu estou bem, preciso ir trocar minhas vestes. ― Me levantei logo procurando minha bolsa de mão com meu uniforme de Hogwarts. ― Volto logo.

―Ok mor. ― Ele concordou e pegou uma revista e eu fui para um dos banheiros, troquei minha roupa o mais rápido possível, meu coração estava acelerado e minhas mãos estavam suadas e minhas pernas pareciam feitas de gelatina.

A realidade é que eu tinha ficado com muita raiva de Scorpius, ele tinha me beijado e nunca mandado uma carta, eu admito que pensei várias vezes em escrever, porém eu estava com medo.

Eu lutei por um verão para enterra-lo em minha mente e fingir que ele nunca tinha existido, passei o outro ano beijando um cara que me lembrava muito ele e agora namorava um menino tão doce e estava feliz, então ele aparece me procurando e me olhando com aquele olhar ferido e magoado apenas por que eu segui minha vida, eu estava feliz e não era um fantasma que ia estragar.

Deixei o banheiro com minha mochila nos ombros e de cabeça baixa, no meio do caminho senti um impacto contra mim, cai no corredor, uma mão fria e áspera me levantou e quando olhei para cima contemplei o infinito em orbes cinzas e escuras.

Fiquei meio abobalhada o encarando, como se eu tivesse voltado a ser aquela garota estúpida e inexperiente de 14 anos.

―Está tudo bem Rose? ― Scorpius perguntou e ele havia crescido e muito, sua voz estava com o timbre grave e soava melodiosa.

―Estou. ― Passei a mão no meu uniforme para limpar qualquer eventual sujeira e fui andando de volta para minha cabine que dividia com Lorcan.

Ele ainda lia sua revista, me apoiei no ombro dele e Lorcan me deu apenas um beijinho na testa, por algum motivo idiota eu estava me prendendo ao jeito que Scorpius pronunciou meu nome.

Não era da maneira fofa de Matt, nem carregada de sotaque como de Scott ou Yuri, mas com uma ponta de alguns anos morando na Rússia, nem do jeito vazio de Dylan e Frederick, muito longe do jeito conquistador de Amoux Chalard e nem da maneira carinhosa de Lorcan, era de um jeito totalmente Scorpius, de um jeito tão único que mexia comigo.

Castiguei-me por pensar assim, meu namorado, o cara que estava apaixonada desde inicio do ano passado estava ali do meu lado, Scorpius era apenas passado.

Finalmente chegamos a Hogwarts, eu não estava com fome, me sentei mecanicamente na mesa da Grifinória e lá estava Scorpius do meu lado, continuava branco como vela.

― Como foi em Beauxbatons? ― Ele questionou.

―Foi ótimo. ― Respondi de forma mecânica. ― E Durmstrang?

―Seria melhor com você por lá. ― Comentou o garoto e eu decidi não falar mais nada, fiquei o restante da refeição focada em meu prato e não tentei olhar para Scorpius.

Mas até o perfume dele estava me distraindo, terminei o mais rápido possível e me retirei para os salões comunais, mas me lembrei de que ele era da Grifinória que nem eu, logo me mandei para o meu dormitório.

Fiquei lá a noite inteira, tendo um sono agitado e cheio de sonhos com Scorpius Malfoy.

Na manhã seguinte a coruja da família veio me fazer uma pequena visita e trouxe uma caixa da minha mãe, cheia de panfletos de faculdade.

Abri a encomenda e coloquei os panfletos em minha mochila, a tarde ia dar uma boa olhada nas minhas opções.

Segui para o café da manhã, advinha quem sentou do meu lado? Merlin? Não! Foi Scorpius, hoje seu perfume parecia mais forte, mas isso apenas dava vontade de pular nos braços dele.

Eu tive aula de estudo dos trouxas, que era minha prioridade, já que em breve eu iria cursar Diplomacia Bruxa, dividi minha bancada com Scorpius, ele pareceu tentar puxar conversa, depois fui para DCAT e hoje era o feitiço do Patrono, já que estávamos revisando alguns feitiços do quarto e quinto ano.

Eu segurava as mãos de Lorcan e estávamos em conjunto com a Corvinal.

Repreendi-me, eu tinha um namorado, eu não podia me dar ao luxo de ficar feito uma idiota chorando por ai e eu não me achava tão Corvinal, Scorpius estava um pouco afastado, mas eu ainda podia sentir seu perfume maravilhoso, admito que estava um pouco desconcentrada, segurei forte a mão de Lorcan para afastar o pensamento.

Scorpius me olhou e pareceu desconcertado, tentei ignorar e começamos a tentar produzir um feitiço do patrono decente, ele foi o primeiro a conseguir, todos ficamos deslumbrados, seu patrono era um muito raro, a Fênix.

Lorcan aplaudiu de mau gosto, não entendi a apatia dele a respeito de Scorpius, eles não conversavam antes dele ir para Durmstrang e tão pouco tinham algum contato, para gerar tais sentimentos.

Lorcan logo em seguida conjurou o dele, vi um Leão pairando pelo ar e era um dos melhores Patronos que eu já havia visto.

―Meu pensamento feliz do Patrono é você. ― Lorcan sussurrou baixinho no meu ouvido, no verão isso teria me deixado saltitante, mas agora apenas me deixou com peso na consciência. ― Espero que eu seja o seu.

―É sim. ― Falei mais para mim do que para ele.

Concentrei-me no dia que Lorcan me beijou, ou me pediu em namoro, mas parece que tudo atrapalhava, eu sentia o perfume maravilhoso de Scorpius Malfoy, ele estava ali do lado fazendo sua Fênix se movimentar e Lorcan me encarava com certa expectativa.

Tentei dessa vez pensar nos meus pais, mas junto com o pensamento deles vinha a saudade de casa e apenas um fiapo de luz foi expelido da minha varinha.

Tentei novamente, só que uma ideia louca, lembrei-me do meu quarto ano, as aulas que eu tinha a tarde com a Scorpius, os nossos joelhos encostando um no outro debaixo da mesa e do nosso beijo e o perfume dele também entrou na lista.

Por incrível que pareça deu certo, vi um belo cisne pairando no ar.

―Em que pensou?― Meu namorado sussurrou no meu ouvido.

―O dia em que você me pediu em namoro. ― Menti e ele pareceu ter acreditado, me senti duplamente culpada.

Depois do almoço, eu e Lorcan tivemos tempo vago e junto comigo ele analisava os panfletos que minha mãe mandara e enquanto analisávamos os tais panfletos Lorcan comentou a possibilidade de entrar para o time de Quadribol.

Eu o ouvia enquanto lia os panfletos.

Um pequeno me chamou atenção.

Faculdade Humanas bruxas ― Calgary Canadá.

Cursos:

História da Magia.

Adivinhação.

Estudo dos trouxas.

Diplomacia Bruxa.

Ciências da politicagem bruxa.

Leis mágicas.

Literatura bruxa e trouxa.

Línguas mágicas.

Economia mágica

Administração.

Olhei os preços de cursos, se encaixava perfeitamente na minha poupança de galões, fiquei tão encantada e eu senti como se Merlin estivesse dizendo “Vá para essa faculdade”.

Lorcan parecia interessado em uma local, perto de Hogwarts.

―Rose, achei a perfeita! ― Ele ergueu o panfleto no ar.

―Eu achei a perfeita também. ― Comentei e Lorcan pareceu ressabiado.

―Onde é? ― Lorcan me questionou.

― Canadá. ― Respondi e a empolgação letamente ia desaparecendo da minha voz.

―Canadá? Como assim? Como nós ficamos Rose? ― Lorcan começou a fazer drama.

―Mas Lorcan... É o meu sonho, meus planos... ― Olhei para os meus pés, sem saber muito bem o que dizer.

―Rose... Mas e os NOSSOS sonhos, NOSSOS planos. ― Ele se alterou.

― É apenas um tempo Lorcan, você pode ir até o Canadá, podemos trocar cartas... ― Tentei argumentar.

― E as viagens que planejamos Rose e tudo aquilo? ― Nunca o vi tão agitado, geralmente ele era tranquilo e um exemplo de serenidade.

―Você planejou, em nenhum momento pediu minha opinião! ― Aumentei a voz, não queria discutir, mas não queria ir embora de cabeça baixa ou sem dar uma resposta.

―Você não vai para essa faculdade e ponto final. ― Lorcan deu seu ultimato, desde quando ele havia se tornado tão possessivo?

―Essa decisão não é sua.

―É NOSSA e acabamos de decidir, você não vai para essa faculdade!

―Você decidiu, a decisão é apenas minha, não somos casados e você não é meu pai!

Juntei minhas coisas de forma desleixada e joguei tudo dentro da minha mochila, eu odiava brigar, principalmente com o Lorcan, não tive vontade de chorar e não choraria.

Minha mente apenas dava voltas e voltas, meu doce namorado não era possessivo assim, me apoiava nos meus sonhos, uma parte lá no fundo me mandava terminar, mas aquela minha parte carente implorava para que ele ficasse em minha vida.

Consolei-me, achando que era apenas uma fase ruim, talvez fosse à pressão dos NIEMS, por algum motivo bem torpe eu tentei por semanas justificar o comportamento nada adequado de Lorcan.

Eu vagava pela escola, em busca da sala precisa, até sentir um cutucão no meu ombro.

―Você está bem? ― Era Scorpius, ele estava com o uniforme solto e a gravata frouxa, a maioria dos garotos de Hogwarts ficava estranho com o uniforme desleixado, ele particularmente ficava formidável.

―Sim, por que não estaria? ― Perguntei.

―Você brigou com o Lorcan. ― Ele me respondeu. ― Eu vi e quer um conselho, não devia o deixar tomar as suas decisões, é o seu futuro, não o dele.

―É o nosso futuro. ― Indaguei.

―São palavras dele ou suas?

Não respondi e já estava prestes a mandar Scorpius a catar coquinho, até por que aquele tipo de conversa era aberta demais para alguém que eu evitava há dias.

―Ok, vamos mudar de assunto. ― Ele intermediou. ― Está indo para onde?

― Sala precisa. ― Respondi mecanicamente, talvez ele fosse seguir para o salão comunal.

―Ótimo, estou indo para lá também.

―Não me leve a mal Scorpius, quero ficar sozinha. ― Pedi.

―Não me leve a mal você, não deve ficar sozinha em um momento desses, pode acabar fazendo bobagens e eu conheço uma excelente combinação na sala precisa.

Por algum motivo desconhecido eu topei.

―Venha. ― Ele me estendeu a mão e eu segurei e começamos a correr pelos corredores de Hogwarts. ― Como eu estava com saudades de correr por esses corredores e saudades da adrenalina de me esconder do Filch, que saudade de Hogwarts.

Paramos arfantes na frente da sala precisa e Scorpius fez o rito para entrar e quando eu vi, fiquei maravilhada, a sala era pequena, com o chão gramado e as paredes de vidro mostrando vários lugares do mundo.

No momento mostrava a muralha da China.

―Isso é incrível. ― Comentei, com o meu sorriso enorme não cabendo em meu rosto.

―Olha só isso. ― Scorpius mexeu o braço e a paisagem mudou, dessa vez mostrava um prédio com aparência moderna e eu reconheci como sendo a Faculdade Humanas Bruxa, de Calgary. ― O que acha dela?

―Excelente, como você controla isso? ― Perguntei, incrivelmente eu estava a vontade, mesmo com o meu passado com Scorpius, naquele momento eu decidi ignorar toda a história do beijo e voltar aos velhos tempos que achávamos que existia apenas o sentimento de amizade.

―É simples, eu só preciso ter visitado o lugar. ― Ele me explicou. ― Depois é só mentalizar e mexer minha mão.

―Espera ai, você já esteve naquela faculdade? ― Perguntei.

―Sim, meu pai quer que eu curse administração, sabe, para assumir os negócios da família, mas eu não quero isso.

― Você quer o que? ― Objetei.

― Auror. ― O entusiasmo na voz de Scorpius era visível e eu poderia observá-lo por horas dissertando sobre o assunto.

― E seu pai vai deixar? ― Insisti no assunto.

―Ele diz que tudo bem, mas quando ele morrer ou se aposentar e eu não conseguir administrar bem as coisas, o problema vai ser meu, mas acho que eu daria conta do recado, já o acompanhei diversas vezes e aprendi muito, mas ainda quero aprender a ser um Auror.

Ficamos por horas conversando, até que ele colocou as mãos nos bolsos e tirou uma presilha de cabelo intricada por rosas.

― Eu ia te dar no dia que eu fui embora, mas acabei esquecendo e apenas percebi a caminho da Rússia. ― Scorpius explicou.

― É linda. ― Declarei, era a coisa mais bonita que eu havia ganhado, ela tinha um brilho especial.

Coloquei no cabelo e achei muito bonito o resultado e Scorpius mexeu a mão e a sala transformou-se num grande espelho.

―Gostou Mademoiselle? ― Inquiriu-me.

―Adorei. ― Falei admirando o nosso reflexo no espelho e percebi novamente que o tempo fizera muito bem a Scorpius e por costume verifiquei o relógio e constatei assustada que já havíamos perdido o jantar e eu havia faltado até aulas. ― Droga!

―Tenho que ir para o meu salão comunal agora. ― Exclamei e imaginando o número de trabalhos acumulados que teria que fazer.

―Eu vou passar nas cozinhas, que ir comigo? ― Convidou ele.

―Obrigada, mas eu realmente tenho que ir. ― Não sei de que lugar tirei forças para negar o convite de Scorpius. Talvez do fato que fora das portas da sala precisa tinha um mundo me esperando.

Eu estava brigada com meu namorado e sabia que aquela confusão não tinha acabado, que muita coisa ia acontecer entre mim e Scorpius e que uma parte minha mandava terminar com Lorcan e minha parte carente e medrosa e muito paranoica mandava tentar consertar aquele relacionamento.

Havia faltas no meu histórico e uma porção de trabalhos a serem entregues.

Sai da sala precisa e segui sozinha para o salão comunal da Grifinória e me deparei com uma surpresa, Lorcan me esperava ali na frente, tinha um cordão na mão com um pingente que de longe não consegui identificar.

Assim que me aproximei Lorcan me beijou, estranhei tal atitude, mas continuei a corresponder o beijo.

Apenas parei quando ouvi alguém falar a senha para a mulher gorda e eu reconheceria aquela voz em qualquer lugar, era Scorpius, ele me encarou e deu um sorriso, mas eu conseguiria perceber a Km de distancia o seu olhar ferido e ele entrou no salão comunal.

―Olha Rose, isso ia ser o seu presente de namoro de um ano, é um colar com um vidrinho de amortencia sendo pingente, o mais legal é que dá para abrir e sentir o cheiro. ― Lorcan me explicou e depois colocou o colar em mim.

Abri e senti o cheiro, ela parecia fraca, pois o cheiro do xampu de Lorcan, sanduiches e as flores do dia do pedido de namoro pareceram tão fracas e lá na ponta eu sentia um cheiro que não era de Lorcan, era o cheiro do perfume de Scorpius Malfoy.

―Adorei. ― Respondi mecanicamente.

―Lembra daquela aula de adivinhação? Que você teria várias paixões na vida e um único amor? Tenho certeza que eu sou esse amor.

―É, você é sim! ― Respondi, qualquer pessoa que passasse ali sentiria a falta de firmeza na minha voz.

Mas Lorcan não pareceu notar, se notou, ele preferiu não comentar e então ele mexeu no meu cabelo e passou os dedos pela presilha e pareceu aturdido e tirou ela dos meus cabelos.

― O que é isso? ― Lorcan perguntou.

―Uma presilha.

―Eu sei que é uma presilha, mas eu quero saber de onde ela veio. ― E o tom de voz dele ficou ainda mais ríspido do que na hora da nossa discussão ainda mais cedo.

―Foi um presente. ― Posterguei.

―De quem? ― Ele questionou e suas mãos apertavam firmemente a presilha, ele estava até me assustando, as bochechas dele estavam vermelhas.

―Scorpius Malfoy. ― Revelei firmemente.

―Eu quero que queime isso na lareira e quero você longe de Scorpius Malfoy! ― Lorcan deu seu ultimato e eu não ia segui-lo.

―Eu não vou queimar na lareira e se Scorpius vier falar comigo eu vou falar com ele, antes dele mudar de escola era um amigo muito querido! ― Decretei.

―O que você acharia se eu tivesse “amigas muito queridas”? ― Lorcan apontou seu dedo para mim. ― E estava com ele quando não apareceu no jantar e nem na aula de Runas, eu sabia que Serena Amber estava certa quando disse que viu você o Malfoy se agarrando pelos corredores de Hogwarts.

―Sobre as amigas, eu não ligaria, eu confio em você Lorcan e por que você ouve algo que sai da boca de Serena Amber? Eu não estava me agarrando com ele.

― Ouço por que ela é uma amiga muito querida!

Tentei controlar minha expressão de raiva.

―Quer saber Rose Weasley, eu não estou a fim de brigar, te encontro amanhã depois do teste do treino de quadribol.

Frio e seco, ele foi embora, o que estava havendo com meu doce namorado?

Entrei no salão comunal, Scorpius parecia desolado, sentando em uma poltrona perto da lareira.

Ele tinha um embrulho no colo.

―Trouxe para você. ― Ele me falou, assim que passei atrás dele. ― E um pouco para mim também, sorvete de abobora.

―Maravilhoso. ― Declarei.

―Mas pode ficar com minha parte, não estou mais afim. ― A voz dele vacilava e ele parecia cansado.

― Por favor, Scorpius, pegue um pouco, eu insito, pelos velhos tempos.

Ele pareceu contrariado, mas aceitou mesmo assim e ficamos um de frente para outro, desfrutando de um sorvete de abobora.

O salão comunal estava vazio, exceto por nós dois.

―Amo sorvete de abobora. ― Sorri. ― O Lorcan nunca o trás para mim, ele detesta.

―Desculpe Rose. ― Scorpius levantou-se da poltrona. ― Foi um dia longo e eu não estou a fim de ouvir o nome Lorcan Scamander, vou me recolher para meu dormitório.

―Volte. ― Pedi e ele virou o rosto na minha direção e eu fiquei em pé também, o que estava havendo com ele? Na sala precisa Scorpius estava sós sorrisos e do nada havia ficado retraído. ― Que bicho te mordeu?

― O bicho da paixão. ― Ele explicou e tomou uma atitude inesperada, me beijou.

Por algum motivo eu correspondi, oh céus!

Os beijos dele eram bem melhores do que os de Lorcan, com aquele gosto de menta e eucalipto, os beijos de Scorpius eram os melhores e acho que nunca seriam imitados.

Mas aquela parte minha que ainda prestava e não era uma canalha que beijava outros caras enquanto o namorado não estava por perto, essa parte me fez dar um empurrão nele.

―Desculpa. ― Falei e fui para o meu dormitório, eu devo ter ficado 1h no chuveiro, apenas pensando na série de decisões erradas que eu estava tomando.

Eu me sentia mal, ter uma fase ruim com Lorcan não eram desculpas para agarrar o Scorpius, apesar de que foi ele que me beijou, mas eu correspondi.

Na manhã seguinte Roxanne disse para eu ir assistir o teste de quadribol da Grifinória, era o primeiro dela como capitão do time e Rox precisava de um rosto amigo na arquibancada.

Logo percebi que provavelmente Scorpius ia fazer teste para ser o apanhador, a minha primeira camada ficou nervosa de vê-lo, mas bem lá no fundo eu ansiava por vê-lo voar e ia ser antes do teste da Corvinal e eu já ficaria por lá mesmo para ver o Lorcan.

Depois do fim das aulas me dirigi para a arquibancada e fiquei assistindo o teste da Grifinória, havia outros alunos lá, principalmente alunas, como Serena Amber, chegou o teste de apanhador.

E lá estava Scorpius e novamente me senti no quarto ano, por um tempo a única coisa que eu captava era apenas ele cortando o ar feito um raio.

Mas depois começou os gritos de Serena Amber, dizendo como ele era lindo e maravilhoso.

Serena não podia ser um pouco menos assanhada? Tive vontade de ir lá e pedir para ela ser menos oferecida.

Depois veio um novo e velho sentimento, ciúmes, que droga! Eu estava sentindo ciúmes dele? Eu devia sentir de Lorcan!

O teste acabou e Rox veio falar comigo, agradeceu pelo apoio e depois veio Scorpius, com seu uniforme de quadribol e um pouco suado, a maioria dos meninos (admito que até Lorcan) não ficavam, atraentes suados e com aqueles uniformes ridículos, mas Scorpius Malfoy conseguia ser atraente de várias formas e de uniforme de quadribol era uma delas.

―Desculpa por ontem, primeiramente pela história, do bicho da paixão. ― Ele comentou, com as mãos entrelaçadas atrás das costas. ― Por estar sendo tão direto e pelo beijo, desculpa por isso. ― O tom de voz mostrava nervosismo e ele falava de forma rápida. . ― Desculpe por tudo e você tem namorado, até mais...

Virou as costas e foi embora, assim como o dia no trem, no quarto ano.

Logo em seguida começou o teste da Corvinal, quando Lorcan entrou em campo algumas garotas ficaram gritando como ele era lindo e maravilhoso, Serena veio até me alfinetar.

―Você não se importa com isso? ― Serena apontou para outro ponto da arquibancada cheias de garotas histéricas gritando o nome do Lorcan e dizendo como ele bonito.

―Eu me garanto e quem Lorcan vai beijar no fim desse teste sou eu! ― Declarei e ela foi embora contrariada.

A verdade era que eu nem me garantia, nunca fui do tipo confiante, eu só não me importava, o teste acabou e Lorcan conseguiu a vaga de apanhador e depois veio falar comigo.

Esperei ser recepcionada com um beijo, mas ele não o fez e internamente agradeci, por que Lorcan estava todo suado.

― Por que assistiu o treino da Grifinória? ― Não foi nenhum oi ou “ Olá rainha da minha vida, como você está?” e nada de sonetos apaixonados, mas sim uma indagação.

―Talvez por que eu seja da Grifinória e é o primeiro ano da minha prima como capitão do time e ela pediu apoio! ― Levantei a voz.

―Eu vi você conversando com o Malfoy! ― Objetou o meu namorado e começamos a brigar novamente.

Os dias foram passando e meus desentendimentos com Lorcan apenas iam piorando, paz no nosso relacionamento se tornou rara, eu tentei ficar longe de Scorpius, mas o destino não colaborava, sempre acabávamos juntos nas aulas que fazíamos, até os trabalhos em grupo ou detenções.

Lorcan ficou ocupado demais com o quadribol e os NIEMS, esqueceu o dia do meu aniversário e nosso aniversário de namoro, os sábados que saímos foram ocupados com reuniões do time de quadribol, ou as minhas do comitê de formatura.

Ele odiava essas reuniões, por que Scorpius Malfoy também fazia parte do comitê e volta e meia eu precisava fazer algo na companhia de Scorpius, seja contratando uma banda ou arrumando a decoração.

A poção de amortencia também mudou, o cheiro do perfume de Scorpius foi se tornando mais forte, até tomar o cheiro das flores que sutilmente ia desaparecendo, o cheiro de sanduiches foi substituído por sorvetes de abobora e o de xampu por eucalipto e ela ficou ainda mais forte.

Assim como a poção, Lorcan se tornou outra pessoa, tornou-se ciumento e obsessivo e três semanas antes do baile da formatura tivemos a pior briga.

Eu havia mandando minha inscrição para a faculdade do Canadá, todos meus familiares estavam empolgados, mas Lorcan ficou muito emburrado.

Estávamos num corredor perto da Corvinal e o embate começou, ele fez drama que eu estava me afastando e depois começou a gritar e reclamar do Scorpius.

Eu comecei a gritar também, pouco me importei se o castelo inteiro estava ouvindo, Lorcan tomou uma atitude que eu nunca imaginei, ele tirou a varinha dos seus bolsos e apontou para mim, assustada rapidamente tirei a minha e começamos a duelar.

Eu não sabia o que ele estava fazendo, Lorcan não faria mal a uma mosca, ele era um cara equilibrado e do nada ele estava duelando contra mim, o que estava acontecendo?

Naquela altura do campeonato eu estava chorando e muito e comecei a gritar por socorro, uma figura veio das sombras, era Albus, ele parou do meu lado e começou a duelar com Lorcan.

Ambos o vencemos e Albus passou protetoramente o braço por cima de mim.

― Estamos terminados Lorcan, acabou! ― Gritei.

―Terminamos na hora que eu disser que terminamos! ― Lorcan falou firmemente, mesmo estando caído no chão.

―Seu perturbado! Se ela está dizendo que acabou, ACABOU! ― Albus entrou em minha defesa. ― Vamos Rose.

Saímos dali o mais rápido possível, eu estava confusa e chorava muito, nunca imaginei que um garoto no qual eu namorava ia duelar comigo e seria tão agressivo.

Albus ainda tinha um braço ao meu redor e eu não queria sair daquele abraço tão cedo.

Fomos andando e nos afastando

― O que houve com ele? ― Falei baixinho.

― Ele sempre foi assim. ― Albus comentou.

―Como? Ele sempre foi tão sereno e...

―Rose. ― A voz dele era firme. ― No quarto ano, quando Lorcan não conseguiu resolver uma tarefa de Herbologia ele incendiou o pergaminho de raiva e ele fez isso inúmeras vezes, ele sempre foi possessivo, eu divido o dormitório com ele! Lorcan sempre se vangloriou de uma forma obsessiva de ser seu namorado, era possessivo e sempre falava de forma pejorativa das garotas que ficava e ele já se gloriou muitas vezes no dormitório de ficar com Serena Amber, enquanto namorava você.

Senti-me péssima com tais declarações de Albus, custei acreditar, mas Albus tinha muitos defeitos, mas nenhum deles era ser mentiroso.

Lorcan me traia também?!

―Por que nunca me falou? ― Questionei.

―Você não acreditaria. ― Objetou e fiquei em silencio, apenas chorando.

―Mas por que nunca percebi esse comportamento? ― Questionei em voz alta.

― Por que estava apaixonada e ele sempre disfarçou essas atitudes muito bem na sua frente! ― Albus explicou e fomos andando até o quadro da mulher gorda.

― Não quero ir para o meu salão comunal, não agora. ― Choraminguei. ― Seria pedir muito para você me levar até a torre de Astronomia?

― Levo com o maior prazer! ― Chegamos minutos depois lá, me sentei em uma parede e comecei a chorar, com a confusão que os últimos meses se tornaram, matérias acumuladas, um namoro horrível, um turbilhão de sentimentos, uma formatura para organizar.

Minutos depois Scorpius apareceu na torre.

―Rose... ― Ele parecia assustado, se agachou perto de mim, minha vontade era manda-lo ir pastar, eu queria ficar sozinha, mas o mesmo tempo precisava de companhia.

Comecei a chorar no colo de Scorpius, contei tudo, sobre Lorcan, sobre a pressão escolar.

Tentei deixar mais leve a conversa e comecei a falar da formatura e que agora estava sem par e precisava de um, ele se ofereceu para ser o meu.

No dia seguinte já havia inúmeras histórias sobre meu termino com Lorcan, uns diziam que eu terminei para namorar o Malfoy, outros diziam que Lorcan me azarou, essas eram as versões mais leves, apesar das fofocas Scorpius ficou do meu lado.

Eu odiava comer no salão principal por que Lorcan sempre ficava me encarando, mas Rox e Scorpius disseram que eu não devia me esconder e que eles sempre estariam por perto.

Até Albus, no qual nunca fui muito próxima estava de vigilância, Hugo surtou, disse que jogaria diversos feitiços no meu ex-namorado.

Ele também me fez escrever uma carta com detalhes sobre o ocorrido, para relatar aos nossos pais, meus pais falaram com Luna e o Rolf.

 Lorcan acabou por negar a versão real dos fatos, eles acabaram acreditando no filho e o clima entre as nossas famílias nunca mais foi o mesmo.

Até hoje papai esta furioso com os Scamander.

Scorpius se tornou um excelente amigo, me distraia, não tentará me beijar, nem agirá com segundas intenções, fui grata, eu ainda não estava pronta.

 Eu não era mais apaixonada por Lorcan, mas doeu ver um garoto no qual gostei e admirava se tornar aquilo e doeu ainda mais alguém que dizia me amar apontar uma varinha para mim e começar a duelar.

Doía o fato do meu primeiro namoro ter acabado de forma tão conturbada e doía o fato de ter sido iludida.

O dia da formatura chegou, vendo Scorpius discursar pela Grifinória, que eu percebi que estava apaixonada por ele, naquele dia me senti leve a respeito do assunto “ex-namorado”.

Eu queria esperar antes de embarcar em outra desventura amorosa, mas parecia ontem que eu tinha colocado o chapéu seletor na minha cabeça e eu estava me formando, nós próximos anos eu estaria no Canadá.

Eu não tinha tempo, aquele era a minha chance de algo com Scorpius.

Você lendo isso deve pensar que eu sou uma espécie de desequilibrada, mas colocando minhas decisões dentro de um contexto, eu estava feliz e eufórica e sempre fui muito carente, eu queria alguém.

Em especifico, Scorpius Malfoy.

Depois no baile que teve dançamos e muito, conversamos bobagens e coisas filosóficas, eu estava muito apaixonada por Scorpius Malfoy.

Em certo ponto do evento escapamos para os jardins e perto do lago negro eu beijei Scorpius e falei sobre o que eu sentia, eu esperava um convite para sair ou até um pedido de namoro, menos o dialogo que houve a seguir.

―Rose, eu sei que sinto o mesmo, mas não posso! ― Scorpius declarou, senti como se algo pesado prendesse meu tórax, foi uma das piores sensações da minha vida.

― Por quê? ― Minha voz estava embargada e meus pés se tornaram o alvo dos meus olhos.

―Você vai para o Canadá e eu vou para o meu curso de Auror na Austrália. ― Ele explicou, também encarando os seus pés.

―Existem cartas, lareiras, aparatação, viagem à moda trouxa...

―O meu curso é três anos, isolado, sem comunicação externa, nada de cartas, nada de nada! ― Pareceu que ele havia soltado um grande peso dos seus ombros.  ― Não posso fazer isso com você.

Ele me deu um beijo, não foi nosso ultimo e virou-se e foi indo embora.

―Por que você sempre faz isso? ― Gritei, quando ele estava a 27 passos de distância.

―Isso o que? ―

―Ir embora, fez o mesmo no quarto ano, me beijou e nunca mandou uma maldita carta, fez o mesmo no inicio desse ano e depois apenas foi embora, agora faz isso, sempre me conquista, mas quando as coisas começam a dar certo tenho a impressão que você foge! ―Exclamei.

― Eu tenho medo! Eu sou inseguro, tenho dezenas de rascunhos de cartas que escrevi para você quando eu tinha 14 anos, estão até hoje em um lugar especial, o tempo inteiro quando estive na Rússia pensei em você, eu gosto de você desde os 12 anos, mas você nunca havia dado moral para mim, primeiro foi o Dylan, foi Scott, O Frederick e quando volto para Hogwarts te encontro aos beijos com outro cara, num impulso te dei um beijo no inicio do ano, você era uma garota comprometida, tentei me afastar, mas parece que Merlin teimou em nos deixar juntos, duplas, comitê, detenções, depois veio à confusão do teu ex, apenas dei apoio, você não estava pronta, e eu ainda não havia sido chamado para meu curso de auror, não passei na primeira chamada, a segunda chegou um pouco antes da formatura e eu vi que passei e do nada você pareceu propensa a um relacionamento comigo, agora não posso mais desistir e eu sei que você não vai me deixar desistir de ser auror e eu tenho medo relacionamentos, muito, cresci numa família que meu avô era um péssimo marido, meu pai foi arranjado com minha mãe num casamento, sempre aguardei um relacionamento frio, aprendi não me apegar e você que quebrou essa barreira, mas ainda tenho medo!

Scorpius tremia e muito, fiquei sem saber o que dizer.

―Que tal um acordo? ― Propôs ele. ― Quando meu curso acabar eu vou te procurar, se quisermos, se estivermos solteiros... Tentaremos... Você aceita?

Eu o beijei, como se fosse um sim, mas eu já estava as lagrimas, quando nos separamos ele aparatou e eu também.

Eu só iria encontrar Scorpius Malfoy muitos anos depois.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente, vamos falar sobre o comportamento do Lorcan, manas se um dia uma garoto começar a ficar obsessivo, querer tomar suas decisões, cuidado, ainda bem que Rose conseguiu sair da furada que era Lorcan Scamander.
Ele já mostrou alguns traços assim no ultimo capítulo, como a listinha dele, algumas leitoras ficaram meio assustadas já, ele criava mil planos envolvendo ele e a Rose, mas nunca pedia a opinião dela e ele se vangloriava de uma forma muito possessiva e quase doentia dela ( apesar de não ser mostrado em detalhes para ela).
Sobre o fim desse cap, eu entendi bem a atitude do Scorpius e convenhamos que nenhum dos dois está pronto para um relacionamento.
Percebemos a impulsividade de Rose também, ela havia acabado de sair de um relacionamento conturbado e na formatura dela, Rose simplesmente decide " eu estou pronta!", sim, foi bem idiota da parte dela, uma decisão tomada em um momento de euforia, por isso não estranhem, tendemos a ser assim nesse tipo de momento.
Veremos o que aguarda Rose Weasley.
Pequeno Spoiler, os próximo crush dela já foi citado na fanfic? Palpites? Ele aparecerá sem ser no próximo cap, no outro.
O próximo vai ser um pouco diferente, mas creio que vocês irão gostar.
Eu estou pensando em escrever dois Bônus, um sobre Hugo e Lily ( Na visão do Hugo) e um na visão do Scorpius.
O que vocês acham? Lembrando que eles serão escritos mais para frente, pois vai ter muito Spoiler.
Desculpem qualquer erro ortográfico, esse capítulo estava enorme e eu tenho sérios problemas para revisar capítulos longos, qualquer erro me apontem.
Quero saber também quais as suas expectativas para a fanfic.
Beijos ♥



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