Hingard, a vila azul

O reino de Kollor, primeiro reino formado após a separação das raças, localizado no centro de uma planície, ao sopé de uma longa cordilheira de picos congelados, cercado de rios cristalinos que desciam do topo das montanhas era representado por inúmeras aldeias cercavam um castelo com joias incrustadas no topo de cada torre que brilhavam sempre que o sol as atingia.

Cada aldeia exercia um trabalho essencial para manter o reino em harmonia, pescadores, curandeiros, agricultores, fazendeiros e ferreiros, cada um representando uma vila. A nossa historia começa em Hingard, a vila dos pescadores, aonde encontraremos um jovem aprendiz de pescador.

O sol brilhava no céu do reino de Kollor, a tarde quente de verão destacava o verde das arvores, a cor brilhante das flores e o azul intenso dos lagos que cercavam as os limites de Hingard. Na margem de todos os lagos era possível avistar a imagem de pessoas trabalhando, sempre em silencio para não afastar os peixes.

Quando o sol desceu e a lua começou a subir no céu, os hingardianos saiaram dos rios e seguiram para o armazém da cidade, deixando o que fora adquirido no dia estocado para ser distribuído ao redor do reino na alvorada do dia. Para as crianças não foi diferente, ao crepúsculo, saíram da escola e seguiram para suas casas.

As noites em Hingard eram sempre calmas e silenciosas, a luz prateada da lua atingia todos os cantos da aldeia pesqueira fazendo com que todas as correntes dos lagos brilhem majestosamente, porém, está noite as praças e as ruas da vila estavam cheias e barulhentas, todos os moradores se preparavam para o grande festival, um dos eventos mais importantes do reino de Kollor.

A grande lua já estava no ponto mais alto do céu quando as luzes do vilarejo se apagaram, todas as ruas iluminadas pelo lindo brilho da lua. A luz prateada entrava pela janela aberta de um pequeno rapaz de pijama, de cabelos castanhos curtos que encarava fixamente a imagem de um circulo com sete pedras preciosas.

— Steew, ainda está acordado? – uma linda moça ruiva de cabelos cacheados pergunta.

— Estou Miya, não consigo dormir – o jovem responde.

— Ansioso para amanhã? – Indaga a garota – O festival desse ano promete ser o melhor de todos.

— É, ouvi falar disso, mas não sei se vou participar. Nesse instante Steew olha para a janela, o céu está limpo, sem nenhuma nuvem para atrapalhar o brilho da lua e das estrelas, ele ficou ali, olhando para o céu, admirando sua beleza quando avistou uma brilhante luz negro-purpúra.

— Miya, venha aqui, veja essa luz no céu.

— É linda steew– A brisa que vinha da noite fazia os cabelos de miya dançarem na luz prateada. - e parece estar aumentando, é um meteoro?

— Seja o que for, ta se aproximando, rápido de mais. – Diz o menino espantado.

Nesse momento, uma segunda luz aparece no céu, dessa vez vinda das profundezas do rio, a luz reluzia as sete cores do arco-íris e seguia em direção a luz púrpura, as duas colidem no céu em um espetáculo silencioso de cores que dura apenas alguns segundos. Os dois jovens ficaram ali, olhando para o céu durante todo o acontecimento, com uma expressão de admiração e curiosidade espantada em seus rostos.