Remember Me escrita por GabiHerondale2


Capítulo 8
Capítulo 8




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O carro está estacionado, malas estão prontas, mas que tipo de coração não olha para trás
No brilho confortável da varanda, o único que ainda chamarei de seu?
Todas aquelas palavras se perderam e agora eu não sou mais a única
Enfrentando os fantasmas que decidem se o fogo aqui dentro ainda queima

Tudo que tenho, tudo que preciso, ele é o ar que eu mataria para respirar
Mantém meu amor em suas mãos, ainda estou procurando por algo
Sem fôlego, sou abandonada esperando que algum dia vou respirar novamente

Vou respirar novamente

Breathe Again - Sara Baireilles

Pov Eadlyn

Meus olhos não acreditavam no que estavam vendo. Era o Kile. Aquele menino pobre, que não tinha onde cair morto. Agora, estava andando de carro, usando roupas de marcas. Nem parecia mais aquele Kile, que eu conhecia. Ele nos olhou, e deu um sorriso, um tanto sínico, antes de vir em nossa direção, meu coração começou a bater mais forte, não saberia como agir, quando ele estivesse perto o suficiente, para ter que olhar em seus olhos. Kile logo chegou até nós e deu um abraço em Ahren. Eu apenas fiquei observando, não me sentia segura, para fazer ou falar qualquer coisa.

— Ahren, quanto tempo. - disse sorrindo para Ahren, que apenas retribuiu o gesto. Kile logo se virou para mim, ele estreitou os olhos, como se me analisasse, eu apenas retribuía o olhar a altura. Ele logo deu um sorriso, frio. - Oi Eadlyn. - Será que só eu percebi que esse sorriso foi frio? Bom, mas foi melhor do que eu esperava. Porque, eu esperava que no mínimo ele iria me ignorar.

— Oi Kile. - sorri, mas ao contrário do sorriso dele, foi verdadeiro. O sorriso do Kile desapareceu, e sua expressão fria, caiu por um instante ao olhar o meu sorriso. Fiquei imensamente feliz, por ainda causar algum efeito nele. Logo ele recuperou a postura fria, e desviou seu olhar de mim. Estreitei os olhos, desconfiada da atitude dele. Mas logo esqueci esse assunto, tinha que focar no real motivo de eu ter saído de casa com Ahren. - Você ainda vem comigo Ahren? - perguntei para Ahren, que estava um pouco distraído. Ele virou para mim, e sorriu meio sem jeito, e assentiu.

— Bom, Kile eu tenho que ir com a Eadlyn. - falou para Kile, que franziu o cenho, em confusão. - Depois eu passo na sua casa. - Kile assentiu, minimamente, seu olhar repousava sobre mim, analisando cada movimento meu, eu já estava ficando constrangida, e minhas bochechas esquentaram, deveria está parecendo um tomate. Kile percebeu e deu um sorriso debochado, desviando o olhar logo em seguida. Cachorro. Ele fez de propósito.

— E vão aonde, posso saber? - perguntou, olhando para Ahren, a espera de uma resposta. Não entendi o porque da pergunta, ele não deveria está tão interessado na minha vida. Olhei para Ahren que também me olhava com uma expressão: "Posso falar"? Estreitei os olhos com raiva para ele. 

— A farmácia, preciso comprar um remédio. - disse, antes que Ahren falasse, alguma besteira. Foi recompensada, com um olhar de preocupação do Kile, sorri internamente com isso, ele ainda se importava comigo, mesmo depois de tudo o que eu fiz ele passar. Fiquei triste com esse pensamento, mas, era verdade, eu humilhei o Kile e o fiz sofrer muito, mesmo sabendo que ele me amava, ele deveria me odiar, mas ainda sim estava preocupado comigo.

— Você está bem? - o tom de preocupação era nítido em seu tom de voz, mesmo ele querendo disfarçar com a frieza, era perceptível. Olhei para ele com as sobrancelhas arqueadas, e ele pareceu perceber o que estava fazendo, limpou a garganta, e ignorou a própria pergunta. - Bom, vou para casa da minha mãe, depois nos encontramos lá, Ahren. Tchau. - sem dar chance para resposta se virou e foi para a casa de Marlee. Eu virei para Ahren, que me observava, e o vi dando de ombros, sem sinal de confusão. Apenas deixei esse assunto para lá, e segui até a farmácia, com Ahren, tinha assuntos mais importantes para tratar.

Chegando na farmácia, pedi para farmácia, não queria que ele visse eu comprando um teste de gravidez, e muito menos alarma-lo. Teria que primeiro descobrir se estava realmente grávida. Entrei na farmácia, deixando Ahren do lado de fora, fui até o balcão, e falei com a atendente - ainda bem que era mulher -, e pedi um teste de gravidez. Ela perguntou qual marca eu queria, eu disse a melhor marca, que desse um resultado mais preciso. Ela me deu um, em uma sacola, e eu paguei, saindo dali o mais rápido possível. Do lado de fora, Ahren se encontrava encostado na parede da farmácia, impaciente e com uma expressão entediada. Assim, que me viu, suspirou, e olhou para mim, meio que perguntando: " Podemos ir"? Assenti, e ele virou indo logo na frente, com certeza estava louco para ir se encontrar com o Kile. Ok, essa frase ficou meio estranha. 

Ahren apenas me deixou em casa, e logo saiu. Diretamente para casa Marlee, apenas balancei a cabeça negativamente o observando de longe. Mas assim seria melhor, se estivesse sozinha, teria mais privacidade, e poderia fazer o exame tranquilamente. Ok, não tão tranquilamente assim, porque eu estava uma pilha de nervos. Fui direto para meu quarto, entrando no mesmo e trancando a porta. Entrei no banheiro, e fiz tudo o que pedia nas instruções.  Esperei cinco minutos, enquanto isso fiquei pensando. E se desse positivo? Bom, eu com certeza não tiraria essa criança, até porque ela não tem culpa de nada. Também não contaria nada para o Kile. Ele é o pai, mas ele pode dizer que eu estou mentindo, que isso é apenas um golpe do baú, agora que ele - aparentemente - ficou rico. Se o Ahren perguntar, digo que o pai, é outro cara qualquer, o que seria um mentira, isso nem teria chance de acontecer. Já que Kile foi o único com quem eu transei.

Se desse negativo - que era o que eu realmente esperava - eu ficaria imensamente feliz, e ninguém além de mim, saberia que já pensei está grávida algum dia. Não me levem a mal, mas eu tenho apenas dezenove anos, sou muito nova para ser mãe, seria praticamente, uma criança cuidando de outra criança. Deu os cinco minutos, eu estava tão absorta em meus pensamento que nem percebi. Peguei o teste, minhas mãos estavam ligeiramente trêmulas, meu coração parecia que a qualquer hora iria sacar pela boca, estava suando frio. Fechei os olhos, respirando fundo, me preparando psicologicamente para saber o resultado. Olhei o resultado meus olhos encheram de lágrimas, não sabia exatamente porque, talvez fosse por, alegria, tristeza, medo, frustração, tudo junto.

Positivo!!!

E agora? Eu estava realmente grávida, o que eu iria fazer? Tantas perguntas rondavam a minha mente. Estava tão confusa, lágrimas escorriam pela minha face. Me olhei no espelho, e alisei minha barriga, ainda não dava para perceber, afinal, e só estava com um mês, pelo menos eu acho. Fui para sala, pensando em mil e uma formas de contar para o Ahren, mas nada vinha a minha mente, tudo estava branco. Senti uma tontura, foi tão forte que tive que me apoiar na parede. Fechei os olhos,tentando manter o equilíbrio, mas estava difícil, depois tudo o que eu senti, foi o baque do meu corpo contra o chão.

Pov Kile

Depois de conversar com a Ahren e a  Eadlyn, vim direto para a casa da minha mãe. Tinha que ser muito forte perto da Eadlyn , mas confesso que estava difícil, quando ela sorriu parecia que o mundo inteiro tinha acabado, e estava apenas nós dois. Aquele sorriso, fez eu perder a minha máscara de frio por um instante, mas logo me recuperei, tinha que ser forte, e me fazer de indiferente, como se ela não me importasse, mas era mentira, quando ela disse que iria até a farmácia, comprar um remédio, uma sensação ruim me invadiu. Parecia que alguém abria o meu peito e arrancava meu coração aos poucos. Respirei fundo, não gostei de saber que a Eadlyn ainda causa algum efeito em mim. Mas eu não vou desistir da minha vingança, doa a quem doer, vou fazer a Eadlyn sofrer e passar por tudo o que eu passei, nem que eu tenha que sofrer junto com ela, por isso.

Depois de pensar mil barbaridades, resolvo entrar na casa da minha mãe. A casa estava um silêncio, e só então percebi que ela não estava em casa, suspirei frustrado, justo quando eu venho ela não estava em casa. Você deve está se preguntando, Kile como você conseguiu entrar na casa? Simples, eu tenho a chave. Sentei no sofá e olhei ao redor, a casa em que eu cresci, tantas lembranças, tanto boas quanto ruins. Sorri, ao lembrar de como conheci a Eadlyn, eu tinha onze anos. E ela tinha nove, ela já era tão bonita. Mas desde que ela falou aquelas coisas, eu percebi uma coisa. A verdadeira beleza está dentro e não fora. Se a Eadlyn fosse bonita por dentro como é por fora, talvez tivessem dado certo entre a gente. Mas não, a única coisa, que ela merece de mim, é nojo, repulsa. E nada, nem ninguém me fará mudar de ideia em relação á isso. Alguém bate na porta, com certeza é Ahren, penso enquanto vou em direção a porta, abro e descubro que estava completamente certo.

— Ahren, entra. - digo, me afastando, dando espaço suficiente para ele passar. Fecho a porta e vou para o sofá me sentando. Ahren já estava lá, esparramado no mesmo. Folgado, pensei balançando a cabeça negativamente. - E como estão a coisas? - pergunto, não me referindo á algo específico.

— As coisas estão bem. - ele diz essa frase, com a voz cheia de sarcasmo. Estreito os olhos, indignado por ele está pensando que eu estava perguntando sobre ela. - Então, como é ser rico? - pergunto, sorrindo malicioso, e então percebo que sua pergunta tem duplo sentido.

— Legal. - digo, me fazendo de indiferente. Ser rico era legal, mas também era chato. Você a todo tempo cercado de pessoas falsas, que apenas se importam se você tem dinheiro ou não, ou então fazem tudo para você, e ficam puxando o saco. Mas eu também não podia ser hipócrita, era divertido principalmente nas noitadas. - Ahren. - chamo, mas nem dou a chance dele responder. - A Eadlyn tem saído com alguém depois que eu fui embora? - juro que essa pergunta saiu sem querer, porque eu tinha que perguntar isso. Ahren me olhar com as sobrancelhas arqueadas, e sorri debochado.

— Não. - diz sorrindo, mas logo sua expressão fica triste. - Você ainda gosta dela, né? - pergunta, cautelosamente, com medo da minha resposta, confesso que até eu estava.

— Você nem imagina o quanto. - digo me levantando do sofá, bruscamente. Suspiro frustrado, passando as mãos em meus cabelos, bagunçando os mesmos. - Mas, eu não queria Ahren, não queria me importar com ela, não queria ama-la do jeito que eu amo, não queria desejá-la. A Eadlyn me fez sofrer muito, e quero faze-la sofrer do mesmo jeito, mas está sendo difícil, pois cada vez que eu machuca-la, estarei machucando a mim mesmo. - Ahren me olhou com olhar reconfortante, não era pena e sim tristeza, como se ele entendesse a minha dor, e ele realmente entendia, Ahren melhor do que ninguém entendia.

— Vamos lá para casa? - perguntou, cautelosamente. Olhei para ele, e mordi meu lábio inferior, em dúvida. - Se você quer se vingar da Eadlyn, saiba que eu não vou impedir. A Eadlyn é minha irmã, e eu sei o quanto ela te fez sofrer. Mas você tem que saber se essa vingança vai ter fazer bem, se a resposta for sim, você tem que enfrentar a Eadlyn  e mostrar para ela, que ela perdeu o melhor homem que poderia ter a seu lado, tem que olhar nos olhos dela, e dizer eu não te amo mais. Você tem que enfrentar. Como você vai se vingar, se você nem consegue olhar para ela, sem perder a sua postura de homem frio? Pensa que eu não reparei o jeito como você ficou quando a Eadlyn sorriu? - ele parou de falar, e parecia está querendo recuperar o fôlego. Reflito em suas palavras. Ahren está certo - como sempre -,tenho que enfrentar, pois só assim conseguirei êxito em minha vingança.

— Tudo bem, vamos para sua casa. - Ahren sorriu, e eu retribui. Fomos para casa dele, o caminho inteiro conversando sem tocar no assunto "Eadlyn". Chegando na casa do Ahren, estava rindo de uma coisa que esse maluco falou. Meu sorriso logo se fechou, com uma cena que nem em mil anos eu gostaria de ter visto. Eadlyn estava no chão, estava tão pálida quanto um fantasma, seu peito oscilava fracamente, o que significava que ela não estava respirando direito. Fui até ela, e medi a pulsação estava normal, tão calmo como se ela estivesse dormindo. Olhei para Ahren, ele parecia está congelado no lugar, seu rosto não esboçava nenhuma expressão, parecia não acreditar no que via. Peguei Eadlyn no colo, cuidadosamente, e a levei até o meu carro, sendo seguido por Ahren que não disse uma palavra sequer.

Coloquei-a deitada no banco de trás, entrei no banco do motorista, Ahren já estava no banco do passageiro, dei partida até o hospital particular mais próximo dali, óbvio que não iria leva-la a um hospital público. Depois de alguns minutos chegamos, sair rapidamente do carro e dei a volta, pegando a Eadlyn novamente no colo - ela era extremamente leve -, e entrando logo em seguida no hospital. Logo que nos viram pegaram um maca na qual eu coloquei a Eadlyn e a levaram. Não deixaram nem eu, nem o Ahren passar. Passaram-se uma hora e ninguém veio nos dizer nada sobre a Eadlyn. Eu já tinha feito de tudo, passava a mão no cabelo, arrancava alguns fios, ruía as unhas, andava de um lado para outro. Uma coisa que você tem que saber sobre mim, eu ODEIO esperar.

— Eadlyn Schreave. - falou um médico, eu e Ahren nos levantamos na mesma hora, e o médico veio em nossa direção. - Algum de vocês é o namorado dela? - o médico perguntou, olhando de um para outro. 

— Eu. - me pronunciei, pode acreditar estou tão surpreso quanto vocês. Pelo canto do olho pude Ahren me olhar com as sobrancelhas levantadas e uma expressão de: " O que? ", sem acreditar, na verdade nem eu estava acreditando. O médico virou para mim e sorriu, não sei porque mas eu não gostei muito desse sorriso.

— Meus parabéns. - disse, seu sorriso se alargando, eu apenas franzi as sobrancelhas, confusa. - Você vai ser pai.

— O que? - pergunto, incrédulo.

PUTA.QUE. PARIU.


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Notas finais do capítulo

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