O clima presente no castelo ficava mais pesado por conta do torneio, estávamos perto da segunda prova e eu não podia imaginar como Harry se sentia. Por puro egoísmo ou respeito pessoal, agradecia à Merlin, Morgana e Helga por nenhum dos gêmeos ter conseguido entrar, ou pela merda que acontecera com o único Potter vivo não tivesse acontecido comigo. Mas ainda sim pedia à todos os bruxos que já existiram em nosso mundo para proteger Harry Potter, porque eu sabia que se acontecesse algo à ele, meu pai entraria em combustão instantânea. 

Por conta disso tudo eu e Fred nos víamos quase todos os dias, conversávamos sobre o que faríamos quando saíssemos de Hogwarts e como seriam nossas vidas, como conciliariamos nossos planos de estarmos, ainda, juntos e nossos planos e vontades profissionais. Ele e George tinham vontade de criar uma loja, onde pudessem vender os itens que criavam. Já eu queria ser jornalista, como minha mãe. Queria trabalhar para o Profeta Diário e trazer aos bruxos as notícias verdadeiras e importantes.

Havíamos combinado de passar a noite no Campo de Quadribol. Faríamos um piquenique e jogaríamos, como sempre fazíamos. Por incrível que pareça aquilo me fazia feliz, por mais simples que fosse. Mas também tínhamos que conversar. Weasley tinha o péssimo costume de sentir ciúmes de Cedric Diggory, o qual eu havia me aproximado nos últimos tempos por conta de pergaminhos e estudos. E na há duas noites eu e Fred brigamos por conta disso, agora precisávamos conversar e arcar com o que tinha acontecido. 

Então passei na cozinha e fiquei conversando por um tempo com os elfos enquanto esperava que eles fizessem os bolinhos e a torta salgada que eu havia pedido, já que eles não gostavam quando qualquer um de nós cozinhamos. Sorri em agradecimento no momento em que coloquei as comidas em minha mochila e enfiei um bolinho na boca, saltitando até onde havíamos combinado.

— Achei que tivesse pensado melhor sobre vir me ver - a voz do ruivo soou rouca assim que eu entrei no campo, com uma mochila nas costas. 

Segurei minha vontade de rolar os olhos, dar meia volta e sair dali. Que Merlin me perdoasse, mas Fred Weasley com ciúme era pior do que Molly Weasley quando descobrira que os filhos haviam roubado o carro de Arthur. 

Ao contrário de seguir minhas vontades me coloquei a caminhar até o ruivo sardentos que me esperava em meio ao campo, já com uma toalha posta e, provavelmente, copos e sucos. Tentei sorrir para ele, mas notei que fiz uma careta quando ele me respondeu com outra e franziu o nariz.

— Está tão irritada assim comigo? - perguntou com um murmúrio assim que eu sentei em sua frente sem lhe cumprimentar com um beijo.

— Você agiu como neandertal comigo - sussurrei ao abrir a bolsa, começando a tirar as coisas que havia pego na cozinha — Não sou obrigada a aguentar seus pitis e vir te beijar quando você quer, Fred - concluí ao ver que todas comidas estavam em cima da toalha e levantei a cabeça, olhando-o.

Pude notar o ruivo engolir seco e suas narinas abrirem e fecharem enquanto seus olhos estavam grudados nos meus. Sorri desafiadora, sabia que ele queria discutir comigo e gritar aos quatro ventos que Cedric tinha uma queda por mim. O que era mentira. Mas Weasley não aceitava que estava enganado sobre meu amigo lufano.

— Eu sinto muito, ok? - sussurrou, passando as mãos pelo rosto — Mas você precisa entender que às vezes eu sinto ciúmes de Diggory.

— Ás vezes? - perguntou com minhas duas sobrancelhas arqueadas, olhando-o da melhor forma me-poupe-de-mentiras.

Ele acenou com a cabeça e eu gargalhei, deixando minhas mãos espalmadas em minha barriga, por cima do tecido fino da blusa de uma banda trouxa de rock que meu pai gostava. Fiquei daquele jeito por um tempo enquanto a carranca de Fred aumentava e eu parei apenas quando senti lágrimas nos cantos dos meus olhos, passei o dorso da mão pelo mesmo e suspirei.

— Tudo bem. Eu tenho ciúme de Cedric. Mas você não pode falar nada! Senhorita dei-um-soco-na-cara-de-Cho-Chang! - ele disse sério, apontando o dedo indicador para mim e eu ri ainda mais, levantando o braço e mostrando o dedo do meio para ele.

— Eu tinha treze anos, Weasley! - grunhi tentando manter a compostura enquanto ria da expressão de Fred — Você é um babaquinha mesmo.

— Repete - o tom de voz dele foi rouco quando ele se curvou para frente, ficando mais perto de mim.

— Eu tinha treze anos - sussurrei, tentando esconder um sorriso divertido que se formava no canto dos meus lábios.

— Repete o que você disse depois disso, McKinnon - ele sussurrou pausadamente de volta.

Eu parei para o olhar, entortei a boca um pouco para o lado esquerdo e levantei as sobrancelhas, fingindo que estava pensando, antes de curvar meu corpo até ter minha boca encostada na orelha dele, sussurrando em seguida:  — Você é um babaquinha mesmo.

Já sabia qual seria a próxima ação de Fred, por conta disso me preparei com minhas mãos grudadas em seus pulsos. Odiava quando ele me fazia cócegas, exatamente por perder o controle do meu corpo, e era o que ele fazia de melhor quando eu estava irritada o suficiente para querer amaldiçoar qualquer um que entrasse na minha frente. Mas ao contrário do que eu pensava, ele apenas roubou um beijo rápido, encostando seus lábios nos meus.

Foi então que eu subi minhas mãos até a gola da estúpida camiseta do time de quadribol do Viktor Krum que o ruivo usava, puxando-o para o beijar de verdade. Deixei que minha língua pedisse passagem, passando-a pelos lábios secos de Weasley e no momento em que o ruivo entreabriu sua boca, deixei que nossas línguas se tocassem e começassem uma dança extremamente viciosa para mim. 

Trocamos outros beijos durante o piquenique. Enquanto comíamos e conversávamos, tentando manter as preocupações sobre qualquer outra coisa longe de nós dois.

— Você me desculpa por eu ser um grande idiota? - a pergunta de Fred me pegou de surpresa e eu o observei enquanto lambia o glacê de meus dedos, com uma sobrancelha arqueada.

— Fred, eu não estaria aqui se não te desculpasse ou entendesse. Só preciso que você confie em mim. 

— Eu confio - o batedor da Grifinória sussurrou, me fazendo o encarar com dúvida no olhar, fazendo-o soltar uma risada suave — Só… Tenho medo. Cedric é incrivelmente bom no que faz e é bonito. Sei lá.

— Ele não é você - respondi, observando-o com um sorriso leve nos lábios — Cedric pode ser bonito, gentil… Um verdadeiro princípe. Ele é meu amigo, assim como o seu irmão é. Quero que você entenda isso.

Notei o olhar do ruivo me avaliando e ele deixou um sorriso pequeno tomar seus lábios, deixando sua mão se aproximar do meu rosto. Fred acariciou minha bochecha com a almofada de seu polegar e suspirou.

— Realmente gosto de você, Lynxie.

— E eu realmente gosto de você, Freddie.

O ruivo sorriu e aproximou seus lábios dos meus outra vez, deixando um beijo calmo sob os mesmos antes de dar início a um beijo profundo, deixando que sua língua explorasse minha boca com vontade. Assim que suas mãos se encontraram em minha cintura, empurrando-me em direção ao chão para que eu deitasse, deixei que meus dedos brincassem em suas costas, arranhando sua pele lentamente por cima do tecido da blusa que ele usava. Subi uma mão até a nuca de Fred, deixando que meus dedos brincassem com os fios ruivos de seus cabelos e sorri contra os lábios dele, retomando o beijo com tanta vontade quanto antes. Nossas línguas se encontravam, demonstrando fome, e os dedos do ruivo deslizaram da minha cintura até o minha coxa, apertando minha pele entre seus dedos calejados. 

No momento seguinte Weasley trilhou beijos por meu queixo, até passar para meu pescoço, deixando algumas mordidas e beijos em minha pele exposta assim que eu inclinei um pouco da cabeça sob a grama, deixando que o ar pesado saísse por meus lábios, em um gemido baixo e rouco. Senti-o sorrir e enrolei seus fios avermelhados entre meus dedos, puxando-os vez ou outra enquanto me aproveitava de todos os sentimentos e arrepios que os lábios de Fred traziam ao meu corpo. 

Aproveitei que os lábios do sardentos estavam ocupados em minha pele e encaixei meus dedos na barra da camiseta dele, puxando-a um pouco para cima a fim de deslizar a ponta de minhas unhas pela pele clara do ruivo, enquanto tentava controlar minha respiração. O ouvi resmungar contra minha pele com o contato de meus dedos gelados e ri baixo, recebendo uma mordida mais forte em meu pescoço como resposta. E então os lábios de Fred voltaram para os meus, beijando-me com mais vontade do que antes. Empurrei o ombro dele e deixei-o deitado na grama dessa vez, me curvando por seu corpo em seguida, sem desgrudar nossos lábios ou acalmar o beijo. 

E dessa vez foram os dedos calejados e frios do gêmeo que encontraram com a pele de minhas costas, por baixo da minha blusa preta, assim que passei minha perna por sua cintura, sentando-me em seu quadril. Em um movimento que poderia ser taxado como combinado forcei meu corpo para baixo e Fred forçou seu quadril para cima, roçando e pressionando nossos corpos ao soltarmos o ar de forma conjunta, um contra a boca do outro. Eu sorri maliciosa e desci minha cabeça, encostando-a no ombro do sardento para poder levar meus lábios inchados até seu pescoço, lambendo e beijou sua pele enquanto o ouvia soltar a respiração de forma lenta e algumas reclamações desconexas para mim. 

Nós ficamos daquele jeito por um tempo, trocando alguns beijos e carinhos até que Fred levantou o tronco e me deixou sentada em seu colo. Ele sorriu quando encostou nossas testas e beijou os cantos de minha boca e depois a ponta franzida do meu nariz. Abri os olhos vagarosamente e acariciei sua nuca com cuidado.

— Eu gosto de ficar assim com você - sussurrou assim que abriu sua boca inchada e eu soltei uma risada baixa, acenando com a cabeça. 

Levantei minhas mãos até meus cabelos e tentei abaixar o volume dos cachos, acariciando-os e Fred levou suas mãos até as minhas, fazendo-me parar.

— Você fica muito mais bonitas com eles assim.

— Enormes? 

— Impossíveis. Como você - riu baixo e roubou um beijo dos meus lábios, calmo e rápido.

Soltei um suspiro e deixei meus antebraços descansarem em seus ombros, enquanto o observava com a cabeça inclinada enquanto deixava pensamentos insanos tomarem minha cabeça.

— Weasley - o chamei com um murmúrio.

— Black - ele respondeu no mesmo tom, enquanto um sorriso divertido brincava em seus lábios.

— O que você acha de ser meu namorado?

A expressão dele se tornou algo relacionado à tédio e eu resmunguei, fechando os olhos.

— Esquece. Você claramente não quer - lamentei baixo, tentando me levantar de seu colo.

— Não é isso, sua louca - o tom de voz de Weasley saiu divertido quando ele segurou minha cintura com firmeza — Queria pedir você em namorado. Sabe. Eu pedir. 

— Muito normal.

— Eu sei, mas era o que eu queria. Tinha até separado um anel e tudo.

— Fred, você não tem dinheiro - respondi com calma, passando a ponta do meu nariz pela dele em um beijinho de esquimó, como tio Ted dizia que os trouxas chamavam aquilo.

— Garota? - me chamou levantando as sobrancelhas e apertou minha cintura, fazendo-me soltar uma risada leve e pisquei os olhos preguiçosamente enquanto prestava atenção no ruivo — É uma anel de plástico, desses de brinquedos. Ia fazer uma surpresa pra você, mas você tem que ser apressada demais - resmungou, entortando a boca.

— Estraguei sua surpresa? - sussurrei e assim que o gêmeo concordou com a cabeça eu ri de sua expressão — Bem feito, babaquinha.

— Você é tãããããããããããão chatinha.

— Vai aceitar ou não, Weasley? Não tenho a noite toda. 

O ruivo reclamou e levou a boca até a curva do meu pescoço outra vez, mordendo minha pele e puxando-a com os dentes, o que me fez arrepiar todos os pelos do braço. Assim que se afastou ele notou os meus pêlos eriçados e sorriu com as sobrancelhas levantadas.

— Eu aceito namorar com você, chatinha - sussurrou ao levar a boca até minha orelha, deixando uma mordida em meu lóbulo.

— Que bom. Ou eu teria que te matar pra fingir que nunca passei vergonha nenhuma na vida - disse, levantando as sobrancelhas e sorri divertida. 

A gargalhada de Fred tomou o campo e ele jogou com calma meu corpo na grama, se ajeitou no meio de minhas pernas e me beijou com vontade outra vez, me fazendo esquecer qualquer comentário que eu gostaria de fazer naquele momento.

Os lábios dele tinham esse feito em mim, derretiam toda e qualquer certeza que eu tinha. Me transportavam para outro plano e tudo o que conseguia pensar enquanto nossas bocas estavam grudadas e seus dedos passavam por meu rosto e meu corpo, era que eu sempre iria querer aquilo. Sempre iria querer mais de Fred Weasley na minha vida.

☾☾☾

— O que você acha de nós voarmos um pouco? - perguntei baixo.

Eu tinha minha cabeça encostada no peitoral do meu, agora, namorado enquanto observavamos as estrelas, tentando lembrar o nome de cada constelação e rindo baixo quando confundiamos os nomes ou seus significados.

— Uma ideia fenomenal, minha cara Lynx. 

— Só tenho ideias espetaculares, caro Fred - sussurrei e me levantei.

Estiquei meu braço para ajudar Weasley a se levantar e o senti puxar meu braço, assim que caí na grama fofa o vi pegar a varinha e chamar a própria vassoura, rindo divertido da minha expressão falsa de ódio.

— Weasley! 

— O que foi, Black? Não consegue me pegar? - perguntou em um tom de voz mais alto, impulsionando seu corpo para começar a voar com a vassoura, começando a dar voltas pelo campo lá do alto.

Soltei um resmungo ainda mais alto e me levantei. Passei minhas mãos pelo tecido jeans de minha calça e peguei minha varinha, que havia enfiado em meu coturno.

— Accio vassoura - sussurrei e levantei o outro braço, deixando minha mãe semi-aberta para receber minha Nimbus, sem tirar meus olhos do borrão vermelho que voava feliz mais a cima de mim.

Subi na vassoura e voltei com minha varinha para dentro do sapato antes de impulsionar meu próprio corpo para que eu voasse em direção a ele outra vez. O ruivo sorriu quando nossas vassouras estavam de frente uma a outra, fazendo-me encarar seus olhos outra vez.

— Você pode ser rápida, Black.

— Eu sou rápida, Weasley.

— Eu duvido - ele respondeu mais alto, levantando as sobrancelhas.

— Você não tem amor nos seus dentes, Fred.

— Nah, todo meu amor está direcionado à você. 

Ele riu da minha expressão de choque a parou a vassoura ao lado da minha.

— Fred…

— Fica quietinha - disse e deixou seus olhos grudados nos meus, me encarando de forma divertida — Eu duvido que você me pega. 

E no momento seguinte Fred Weasley era apenas um borrão para mim. Voando pelo campo enquanto ria baixo da minha expressão de choque. 

Aquele idiota.

Então me curvei contra a madeira de minha vassoura e preguei meus olhos nele, voando até o ruivo, seguindo-o. Toda vez que ele abaixava o voo, eu também o fazia e assim que passamos pelos goles, o ruivo deu uma volta neles e começou a voar de costas, me observando antes de volta a voar em direção as arquibancadas.

Eu grunhia a cada momento que estava perto dele e então o batedor apenas impulsionava mais o corpo. Ele iria realmente me pagar por aquilo.

Ficamos assim por um tempo até que aproximei nossas vassouras o suficiente, comecei a voar com uma mão só e peguei minha varinha apenas por precaução. Coloquei a sola de um dos coturnos no cabo e comecei a me levantar com calma, abrindo os braços para me manter com um ponto de equilíbrio. Foi então que impulsionei meu corpo para cima e pulei em direção a vassoura dele, parando sentada da mesma de forma desengonçada. 

Soltei uma risada alta, passando os dos meus braços por sua cintura e com a varinha mandei minha vassoura de volta ao gramado. Deixei um beijo rápido no ombro de Weasley e levei minha boca até a parte de trás de sua orelha, deixando minha varinha enfiada dentro de meu sapato novamente.

— Obrigada por me pegar - sussurrei e sorri ao ver seus pelos arrepiarem.

— Eu sempre vou te pegar - respondeu baixo e começou a voar em direção ao lago negro — Abre os braços, sei que você quer.

— Ninguém me conhece como você.

E fiz o que ele havia dito. Abri os braços e fechei meus olhos, tendo todas os meus sentidos ampliados naquele momento. O vento batia contra meus cabelos, provavelmente deixando-os mais armados e eu podia sentir a água em nossos pés, com um sorriso bobo preso nos meus lábios.

— Você sempre vai poder confiar em mim, Lynxie. 

— Sei disso. Você sempre vai poder confiar em mim também - respondi ao voltar a passar meus braços por sua cintura, quase fundindo meu rosto com suas costas.

Voamos por um tempo daquele jeito até resolvermos voltar para o campo, sabendo que estava tarde o suficiente para tomarmos detenções por dois dias ou mais, caso fossemos pegos. Assim que Fred fez a aterrissagem, mandamos nossas vassouras de volta e começamos a guardar nossas coisas para voltarmos ao castelo. 

☾☾☾

Caminhávamos com as mãos unidas e nossos dedos entrelaçados pelos corredores de Hogwarts, escondendo-nos atrás das estátuas até chegarmos em minha comunal. Olhei para os barris e deixei que um bico tomasse meus lábios. 

— Você vai me dizer o que significa “todo meu amor está direcionado à você”?

— Significa o que parece - o ruivo me respondeu e deu de ombros — Eu amo você, Lynxie.

Eu o observei por um tempo sem qualquer reação, ouvir aquelas palavras de qualquer pessoa que não tivesse apego fraternal por mim era estranho. Mas Fred já me amava certo? Assim como eu o amava. Nós eramos melhores amigos antes de qualquer coisa, nós já nos amávamos. Como saberiamos que era algo a mais? Como teríamos certeza que era algo além do que já sentíamos antes? 

Provavelmente eu fazia alguma careta, porque as mãos de Fred tomaram meu rosto e ele sorriu para mim, deixando alguns selinhos em meus lábios, provavelmente tentando me acalmar.

— Eu fundi sua cabeça, linda?

— Acho que vou precisar de óleo para que as engrenagens voltem a rodar - sussurrei, fazendo-o gargalhar.

— Fique calma, ok? Eu realmente te amo antes de qualquer coisa que éramos, e vou continuar a te amar independente do que aconteça.

Balancei minha cabeça negativamente e enruguei o nariz.

— Mas é além? É… Sabe, é uma coisa que a gente precisa saber, certo? Conversar sobre e tudo mais - comecei a tagarelar, parando em seguida quando ele apertou minhas bochechas.

— Lynx, respira. 

— Tô respirando! 

— A gente vai só saber, ok? Você precisa parar de ser tão…

— Louca? - o interrompi com um sorriso nos lábios.

— Intensa. 

— Emocionada - o corrigi e fiz o ruivo rir.

— Você é intensa demais. Precisa respirar e deixar as coisas acontecerem ok?

— Igual quando os trouxas dizem para deixar acontecer naturalmente? - eu perguntei baixo com um bico, deixando meu lábio inferior mais para fora.

— Acho que sim? Não tenho certeza.

Apenas concordei com a cabeça e beijei os lábios dele outra vez, abraçando Fred com um pouco mais de força que o usual.

— Eu posso tentar fazer isso.

— Agora você vai dormir e eu vou vender alguns itens da Gemialidades Weasley, ok?

— Se você tomar uma detenção vou rir da sua cara.

— Querida, eu sou perfeito, não tomo detenções por estar fora da cama nesse horário. Nem por explodir bomba de bosta na cabeça de Severus Snape - zombou de mim e apenas revirei os olhos como resposta — Fica bem, ok? Namorada - riu, dando os ombros e beijou meus lábios antes de começar a se afastar.

— Eu te vejo amanhã? - perguntei sorrindo e ele apenas sorriu, acenando com a cabeça — Até amanhã então. Namorado. 

Ri comigo mesma e bati  a senha nos barris, entrando no comunal. Encontrei Hannah e Cedric conversando sobre a próxima prova, junto com uma nascida trouxa de nossa casa e sorri para eles, sentando-me na poltrona para me juntar a conversa. Recebi um olhar de Diggory em meu pescoço e levei a palma da minha até ali, fazendo-o rir em seguida, como resposta apenas mostrei a língua, o que fez Abbott e a outra garota encherem nossa comunal de gargalhadas.

Eu estava feliz e, de certa forma, completa pela primeira vez em muito tempo. E aquilo realmente me enchia de esperança.