POV Benjamin (Dois anos antes)

O Choro ecoa pela babá eletrônica avisando que o Thomás está acordado, Daiane se aconchega os meus braços.

—Ele não podia dormir pelo menos mais duas horas? Ela sussurra

Olho o relógio na cabeceira ,marcando Cinco horas.

—- Podíamos usa-lo como despertador , ele tem pontualidade britânica.

O choro aumenta

—Acho que ele não gostou. Ela sorri

—Eu vou tira-lo de lá. Eu beijo seus lábios, seus cabelos castanhos espalhados pelo lençol um sorriso em seu rosto.

— Eu amo você. Ela diz

—Eu acho que também te amo. Sorrio

—Acha? Questiona indignada.

Antes que eu perceba, um travesseiro voa na minha direção e eu saio do quarto.

—Eu tenho certeza, grito do corredor.

—Eu acho bom. Ela responde

Sigo para o quarto do thomas, seu choro cada vez mais alto, O choro é substituído por um sorriso quando ele me vê

—Papa. Ele sorri

—Ei garotão, pronto pra saí dai? Eu o pego nos meus braços, ele vai com as mãozinhas em direção  ao meu cabelo ,ele adorava puxar o meu cabelo.

—Papai já disse que não pode puxar o cabelo.

Ele parece não entender que está levando uma bronca e abre um sorriso cheio dentes pra mim.

— Vamos ver o estado dessa frauda?

—Bubu . Ele chama

Pego seu ursinho preferido e lhe entrego, dando uma distração enquanto troco sua fralda. Saímos do quarto e Daiane já estava de pé, preparando o café.

—Mama. Thomas balança suas mãozinhas para a mãe.

—Oi Príncipe. Ela sorri

Ela o pega no colo, senta no sofá lhe dando mamadeira.me sirvo com uma xícara de café e sinto seu olhar sobre mim.

— Eu estava pensando em parar com a pílula. Ela solta de repente

Eu respiro fundo, tomo um gole do meu café, ganhando tempo. Ela me olha em expectativa.

—Daiane, meu amor. O médico nos disse eu outra gravidez poderia trazer riscos pra você e para o bebê, é muito arriscado.

—Mas Bê, você sabe que eu sempre quis ter uma menininha.

—Nós podemos adotar, há tantas crianças que precisam de uma família.

— Eu quero uma menina com seus olhos, o seu sorriso e com a sua bondade. Ela me da um sorriso triste

—Você sabe que não é seguro, isso não está aberto a discussão.

—Mas...

—Sem mas Daiane. Eu não vou discutir isso. Nos temos o thomas e estamos felizes com ele.

Ela concorda em silêncio

—Eu não quero brigar. Ela sussurra

—Eu também não.

—Eu sinto muito.

— Eu também.

Ela vai com o Thomas em direção ao quarto dele.

— Você vai  leva-lo a creche?

—Claro. Sorrio

Cerca de uma hora depois nos saímos do apartamento para nossos respectivos carros, antes de entrar, ela me olha.

—Eu amo você. Ela diz

Eu passo a mão em seus cabelos, puxo seus roto próximo ao meu, depositando um beijo e seus lábios.

—Eu amo você.

Uma dor me tira do transe , thomás estava puxando o meu cabelo novamente

—Não pode puxar o cabelo do papai, thomas. E ele me brinda com outro  sorriso.

Daiane lhe dá um beijo.

—Tchau Princípe.

—De tchau, a mamãe. Digo  e ele balança suas mãozinhas gordinhas pra  mãe que se derrete.

POV Catherine

Estávamos abraçados na cama, meus braços em volta do seu corpo, sua mão acariciava meu cabelo, eu sentia o ritmo da sua respiração sob mim. Toda vez que ele falava o nome da esposa e do filho eu sentia o orgulho e o amor que carregava. Estava claro que ele amava a esposa e possivelmente ainda ama, mas o filho era maior, ele falava com devoção.  Ele havia se calado, como se tomasse coragem para continuar. Eu queria dizer para não continuar se não quisesse, mas sentia que ele precisava disso, ele precisava desabafar. O Único indicio de que estava acordado era a sua mão passeando por meus cabelos.

—  Essa é a ultima lembrança que tenho dele. Ele continua depois de um longo silêncio. – Eu acordei dois depois no hospital, meu filho estava morto, e eu não havia conseguido me despedir. Daiane não foi ao hospital e passou a me ignorar. Éramos como estranhos dividindo uma casa .Eu a vi a depressão a tomar e a  destruir, nos dias bons nós trocávamos cumprimentos, nos ruins eu a via chorar por horas até dormir, sem que eu  pudesse fazer nada. Eu passei a buscar conforto em bebida e exercício. Eu corria por horas e quando não aguentava mais eu bebia até esquecer. Aquele dia tinha sido um dos ruins, ela gritou comigo, faziam cinco horas que eu havia saído de casa.

Ele se cala novamente, respira fundo.

—Ela estava deitada em posição fetal abraçada a o urso preferido dele. Não havia nada mais que fosse feito .Eu não me orgulho das decisões que tomei depois que ela se foi, mas eu lutei ainda estou lutando.

—Eu sinto muito. Digo com sinceridade.

—Eu sei que é pedir muito mas eu queria você comigo, você me faz bem.

—Você me faz esquecer. Repito suas palavras

Ele  cessa o carinho no meu cabelo, puxando meus rosto em encontro ao dele.

—è muito mais que isso, eu falei a verdade quando disse que estou apaixonado por você.

—Obrigado.

—Por estar apaixonado por você? Ele questiona

—Por me contar a sua história. Você não precisava fazer isso.

— Eu estou aliviado que fiz,  e obrigada por não me olhar com pena, você é a única que sabe da história que não o fez.

Ele me da um beijo preguiçoso, doce cheio de promessas.

— Você quer namorar comigo? Ele sussurra no meu ouvido

Ele sorri diante da minha cara de espanto.

—Diante das nossas possibilidades, claro.

—Sim. Não contenho meu sorriso bobo.

Ele me beija outra vez dessa vez mais urgente, abandonando meu lábios somente quando oxigênio foi extremamente necessário. Ele apoiou seu corpo em um dos braços, e me olhou como se fosse uma obra de arte.

— Você é linda, Anjo.

—Anjo? Questiono

Ele me aconchega em seus braços, nos deixando em posição de conchinha.

—Meu Anjo. Ele sussurrou no meu ouvido;

Nada mais foi dito, não era necessário.