Borboletas No Aquário escrita por LaryLeo


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo, pessoas. Primeiro contato... Espero que gostem! Está meio meloso, mas é de coração ♥



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Hudson. 

Eu sou simplesmente fascinado por esses momentos pós-show. É a parte mais divertida do meu trabalho e, por mais incrível que pareça, é de onde vem a minha inspiração. De vez em quando, a minha família se esforça para participar. E temos gente nova na nossa comemoração algumas vezes. Nesta noite em especial, a minha família dá atenção redobrada a uma morena em particular (que tenho um bom palpite de quem seja), enquanto suas amigas mantêm uma conversa animada com os donos do estabelecimento em que tocamos.

— Quem é essa? – diz a minha melhor amiga quando se aproxima.

— Essa é a Rachel Berry, não sei se já ouviu falar. Muito famosa na sua área de trabalho, aliás.

— Ah, já ouvi falar sim.  Só não sabia a cara da pessoa que desmanda e manda nos escritores mais badalados do momento. Ela é tão baixinha, né? –ela fala, segurando o queixo de forma pensativa.

—Ah, não tinha reparado ainda.

—Nossa, Finn, você é meio lesado mesmo. Olha ela perto do Kurt... Meu Deus, ela parece até um Hobbit.

Dou uma risada pela comparação.

—Eu sabia que você ia arrumar um jeito, Snixx.

Essa é Santana Lopez, a minha melhor amiga. Ela tem um jeito meio perverso e particular de ver o mundo, mas tem um coração de ouro. Quando estávamos no colégio, Santie me ajudou muito e acabei perdendo a virgindade com ela (não que isso seja relevante)... Porém, parou aí mesmo. De lá para cá, a latina ao meu lado mudou muito e amadureceu como todos nesse lugar – aposto – mas alguns velhos hábitos nunca mudam. No final, nos divertimos muito e temos carinho especial um pelo outro. A Srta. Lopez sofreu muito na escola e eu dei uma força, além de ter me ajudado em uma fase difícil.

— Dá para acreditar? – ela me pergunta com desdém. – Faz quanto tempo que estamos aqui? Nem uma hora? E o Puckerman já está dando em cima da bonequinha, ela realmente parece uma.

— Ao que parece, ela vai dar um fora nele. Isso sim – eu digo rindo um pouco da situação que já é comum entre meus melhores amigos, mas isso é história para outro dia.

— Já gostei dela – a latina diz abrindo um sorriso malicioso.

—Snixx ataca novamente? – Pergunto achando graça.

—Não, é a Santana mesmo – minha melhor amiga fala, levantando a cerveja como se sugerisse um brinde, e vai de encontro á “bonequinha”.

Por outro lado, permaneço no sofá bebericando a minha garrafa. E é neste momento que a melodia, as letras e tudo mais começam a fluir em minha mente. Observo cada detalhe do cenário: como cada um ali funciona parecendo parte do mesmo corpo e como me fariam falta se não estivessem aqui.

Agora, estamos fazendo parte de algo tão especial e único, que se tornará lembranças boas e será eterno dentro de cada um de nós. Mas não só isso. A magia e a beleza de se estar vivo no meio dos seus e saber como querem o seu bem, você o deles... Isso é impagável. E só de estar vivo e de ter encontrado meu lugar nesse mundão, ter finalmente entendido o que significa isso, já fico muito animado. Sei que parece conversa de maluco, mas ver a beleza do que se tem é a melhor coisa que faço desde o incidente e de todas as outras coisas que deixei para trás. 

— Você deve ser o Finn – uma voz feminina afirma ao meu lado.

Eu a olhei e, de perto, é mais bonita ainda. Ela está sentada no sofá a alguns centímetros de mim e posso perceber que alguma coisa em seus olhos ou nas franjas a deixa doce.

— Isso. E você deve ser a Berry.

— Exatamente – ela diz, estendendo a mão com um sorriso casual.

     Apertei sua mão e senti aquele tipo de firmeza que pode dizer muito dela e que demonstra que ela pode não ser tão doce quanto seus olhos dizem.

— Você sempre se isola assim? – Ela indaga com certa curiosidade.

— Digamos que sim.

— Hm, curioso – ela toma um gole de sua cerveja.

— O quê? Eu me isolar? – Pergunto achando mais curioso ela ter vindo se sentar ao meu lado.

— É. Você tem uma banda e, teoricamente, é mais fácil se for sociável.

— Ah. Mas eu sou sociável, ainda mais com esse pessoal que me conhece muito bem.

— É engraçado. Eu não quero chegar assim do nada falando de alguém que mal conheço, mas acho que justamente por eles conhecerem você muito bem que te deixam um pouco isolado – ela arrisca a dizer.

— Interessante seu ponto de vista e de certa forma, correto. É verdade que eu sempre tenho os meus momentos de isolamento.  Já que começou, arrisque-se... Sabe por quê?

— Não faço ideia – ela se interessa, querendo saciar sua curiosidade.

— Aposto que todo mundo já viu aqueles quadros antigo com muitas cenas pintadas e que somente se forem observados por mais de 5 minutos, as pessoas conseguem capitar cada pequeno detalhe e a emoção de todos que fazem parte das cenas. É assim nessas confraternizações e tenho quase certeza que era assim que os pintores compunham suas obras tão harmoniosamente, cor por cor. É assim que componho as minhas músicas e essa é a minha paisagem.

— Uau – ela está surpresa. – Agora faz todo sentido as suas músicas serem tão cheias de sentimentos, tão intensas e delicadas ao mesmo tempo. Você que as compõe, pelo o que entendi. Certo?

— Isso mesmo. Grande parte delas, sim. Mas é claro que às vezes está meio cru e essas coisas. Aí tenho ajuda do pessoal – eu acho graça na reação dela.

— Acho isso muito bacana, de verdade. Parece que vocês colocam a alma de vocês na música.

Quando ela pronuncia isso, me olha: os olhos brilhantes como duas bolas de gude. Apesar de toda a postura séria e causal, aquelas duas janelas castanhas a traem sendo um contraste. A Berry parece uma pessoa bem durona, mas alguma coisa dentro daquele olhar me diz que Rachel não é tão focada somente em trabalho como todos falam. Diferente.

— Um exemplo do que eu te disse – eu falo quebrando o silencio que começa a ficar estranho. – Está vendo aquela latina com a sua amiga? A partir de agora, tudo o que ela faz pode incomodar aquele cara de moicano. Ou aquela loira alta que veio com você que parece conhecer todo mundo aqui há mil anos e se sente à vontade. Ou até mesmo nós dois que estamos isolados de todo mundo e que hora ou outra, um olhar nos observa.

— Ah, temos um bom detetive aqui, um observador. Quer dizer que não se trata de sentimentos e tudo mais, mas sim de investigações. Ou pior, fofoca... – Ela acusa e dá risada.

—Bom, também não é assim, vai. Seja justa com o que ouviu há uma hora – digo rindo.

—Hm, é, você deve ser um dos últimos poetas da nossa geração negócio.

— Sabe qual é a magia disso tudo? – Indago depois de alguns segundos.

— Qual? – Ela pergunta com simpatia.

— Estamos todos aqui, juntos e em situações diferentes, com objetivos diferentes. Mas unidos, bem e nos divertindo.

— Você é estranho - ela se permite dizer, rindo.

— Acredite, é recíproco.

— Como eu sou estranha? Sou normal até.

— Você aceitou a proposta do meu irmão. É maluca igual a ele.

— Bem, achei que ele se sentiria mais à vontade.

— Não deixa de ser trabalho - eu pronuncio, dando de ombros. -Estranhamente interessante.

Rachel parece um pouco desconcertada, mas não desvia o olhar.

— É recíproco mesmo.

Ambos sorrimos. Ela, percebendo que eu penso com os meus botões, me olha sem entender e eu a olho de volta.  Ficamos nos fitando por alguns minutos e é surreal. Talvez essa situação tenha me feito perceber como ela é inexata e misteriosa. Esquisito mesmo é sentir que temos coisas em comum. Sempre me senti fora de órbita por causa da minha visão do mundo e pelas pessoas acharem que sou meio maluco (exceto a Santana). No entanto, não com a Berry, tanto que contei as minhas perspectivas do mundo sem nenhum problema. Bacana, bacana mesmo.

— Elas são suas amigas? – Perguntei, observando as duas loiras desconhecidas. 

— Sim. São... – Ela começa.

— São realmente bonitas – eu a interrompo. – Eu teria chance?

— Nós sempre temos uma chance em tudo o que queremos, sr. Hudson - ela parece levemente confusa.

— Concordo com você. Acho que meu amigo está muito interessado em te conhecer também - eu informo, meio atrapalhado.

— Não estou aqui para isso – a morena se limita a dizer, rindo nervosamente.

— Ah, essas coisas acontecem quando menos esperamos – segredo a ela e é inevitável não reparar na sua reação.

Ao contrário de antes, a morena parece apresentar certo embaraço.

 - Bom, desculpa qualquer coisa. Você me encoraja e eu vou falar com sua amiga – falo e seguro a mão dela por alguns segundos. – Obrigado.

       Levanto-me do sofá e vejo Rachel indo até Mike. Percebendo que seu olhar não me seguia, fui até o barzinho da área VIP. Pedi uma dose de cachaça, que bebi rapidamente, juntando coragem para desviar o olhar da Srta. Berry a festa toda e falar com a loira alta.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Contem o que esperam desse primeiro contato. :v



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