Hoje é um grande dia para a Fairy Tail, o exame anual de admissão de magos – ou, como é mais conhecido, Torneio Dos Grandes – começará em alguns instantes. Devido a superlotação por conta da popularidade e fama da guilda, Makarov se viu obrigado a fazê-lo. Nele, todos os magos que querem se tornar membros lutam entre si em uma arena improvisada nos fundos da construção, ao mesmo tempo, até que sobrem apenas dois, estes, por sua vez, serão os novos membros. Porém, às vezes, o Conselho Fairy – constituído pelos magos mais fortes da guilda, formado recentemente para evitar confusões e ajudar com a burocracia – intervém afirmando que aqueles dois não são bons o bastante, ou, muito raramente, que determinado grupo – de três a cinco pessoas – mostra potencial exemplar e os deixa entrar. Entretanto, isso não acontece há bastante tempo, já faz dezesseis anos.

A guilda toda estava envolta em uma atmosfera eletrizante e festiva, dava-se para ouvir a algazarra a quilômetros de distância. O prédio de cores alaranjadas acomodava em seu salão principal mais e mais pessoas vindas de longe e de muito perto só para assistir ou participar do torneio. Muitos sabiam que não durariam nem sequer cinco minutos em batalha, contudo queriam ao menos ter a chance de participar, para se divertir. Outros, já tinham no rosto a expressão campeã estampada para quem quisesse ver.

O Mestre Makarov apareceu no topo das escadas trajando uma roupa quase inteiramente branca com uma capa prateada – que em qualquer outra pessoa viraria um babador fofinho –, logo tudo oque se ouvia eram os sons das mãos de Mira Jane batendo freneticamente, implorando por silêncio.

— Como todos aqui já devem saber, – começou o pequeno líder – em alguns minutos irá começar o evento de maior importância para a Fairy Tail: o Torneio Dos Grandes, e lá, futuros companheiros, vocês irão dar seu suor e sangue para ter isto em seus corpos – levantou a mão da Heartphilia ao seu lado, mostrando o brasão cor-de-rosa da guilda. – Não posso me sentir mais honrado do que já estou. Porém, o objetivo real não é derrotar todos os oponentes em questão de segundos, é mostrar seu desejo de ser uma Fairy através de seu estilo de combate, transmitir suas emoções para nós. Mostrar-nos coragem, força, habilidade, astúcia! – Fechou a mão em punho como se estivesse contendo tudo isso em sua palma. – E, apesar de tudo, se divertir, pois é isso que nós fazemos, levamos alegria onde quer que estejamos. Porque somos a Fairy Tail, a guilda mais festeira de Fiore! Agora mexam essas bundas para fora e comecemos torneio!

Cobertos de palmas e comemorações, o mestre e alguns conselheiros conduziram os espectadores para as arquibancadas –, é claro, protegidas por uma parede mágica semivisível –, enquanto os participantes permaneceram ali para ouvir todas as regras e advertências. Mais alguns instantes e todos já estavam no centro da “arena”.

Com o soar agudo de um apito começaram as explosões. Alguns dispunham de espadas e lutavam frontalmente, outros tentavam manter-se longe com magia de longo alcance. Em questão de minutos apenas seis ainda permaneciam de pé. Uma alta de cabelos rosados era erguida por uma coluna maciça de fogo e atacava veementemente um garoto baixinho de visual punk que desviava com habilidade usando Guns Magic para impedir a aproximação de um manipulador de água que usava armas de gelo. Mais ao fundo, somente parada invocando objetos com sua magia, como se estivesse brincando com os oponentes, uma garota de olhos dourados vibrantes faz aparecer duas espadas e assim derrotando, com apenas um golpe, dois de uma vez. Quando restavam apenas quatro a batalha paralisou, ninguém conseguia derrubar ninguém.

De repente, o mesmo apito soa e Makarov se põe a falar:

— Há muito tempo não temos concorrentes tão fortes. Se deixasse essa batalha continuar só iria acabar daqui uma semana em empate! – A plateia dá alguns risos e aqueles na arena permanecem impassíveis e ofegantes, esperando o resultado. – Por isso, agora declaro vocês meus mais novos “filhos”. Bem vindos a Fairy Tail!

As comemorações ensurdecedoras só cessaram quando eles já estavam alinhados, prontos para receber o tão querido prêmio, a marca da guilda. Mira Jane se colocou rapidamente a frente deles, o manipulador de água deu um passo a frente e mostrou o peito. Ao receber o brasão, virou-se para onde estava o conselho e também Makarov e disse, confiante:

— Eu sou Aoi Fullbuster! – Em coro, pode-se ouvir a tão famosa pergunta: “E agora é...?”. – Um mago da Fairy Tail!

Mais comemorações. Mira apressou-se ficando cara a cara com a rosada das chamas.

— Elizabeth D. Heartphilia! – Com a marca nas costas do ombro recebeu a mesma pergunta. – E agora uma Fairy!

E assim se sucedeu com a menina dos olhos dourados, sempre séria:

— Azumi Scarlet. Maga da Fairy Tail. – Girou a cabeça mostrando a parte lateral do pescoço, com a marca.

E com o punk baixinho que, aparentemente, era um demônio sádico, mas que corou ao falar:

— A-Aki Redfox! Mago da Fairy Tail! – Na palma de sua mão jazia aquele belo brasão.

Seria esse o início de uma nova hera nessa tão querida guilda?