A Rainha de Nárnia escrita por PrincesadeTres


Capítulo 5
05


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura... ^^



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Quando saímos daquela ala sombria e adentramos as que tinham vida – me refiro a ver pessoas andando, os guardas parados em posição e etc. –, um alívio tomou o meu peito por não estar mais sozinha com Thranduil. Isso, porque não acho bom termos uma aproximação tão curta assim, visto que eu era prisioneira a dois dias e de repente, me torno a protegida do rei.

Sabia muito bem que as pessoas comentavam curiosas e outras, invejosas. Não que eu me esnobasse por ser intima de Thranduil, mas infelizmente as pessoas viam e não quero nem saber o que pensavam a respeito, elas que fiquem com seus pensamentos obscuros e malicioso para si mesmos.

— Cansada? — Perguntou Thranduil quebrando o silêncio.

— Mais ou menos. — Respondi incerta.

— Pode caminhar pelo reino se quiser, só não se afaste das alas com guardas e muito menos fique sozinha... é perigoso demais e não posso acompanha-la a todos os lugares, tenho um povo para cuidar. — Ele sempre falava com tom sábio, mas sua arrogância inibia isso.

— Sim... papai. — Bufo, andando a passos largos e me afastando dele que não se importa em ficar para trás.

Criança. — Ele murmura e ouço claramente. Quando me viro para lhe dar uma bela resposta, o rei some do nada e fico sozinha naquele longínquo corredor onde o chão parecia se mover, mas isso era efeito do que acabei de presenciar naquela sala, ainda não me acostumei os olhos para ver coisas além do inexplicável.

— Shara? — Enquanto fico vagando pelos corredores, um Ashafe muito bonito e coisas roupas de guerreiro, vem na minha direção com sorriso estampado na cara.

— Quem é você e o que fez com meu melhor amigo? — Brinquei e ele apenas riu da piada.

— Sou eu mesmo, sua boba, apenas mandaram eu e Théo colocar essas roupas, para ver se temos alguma habilidade que seja útil na guarda real. — Ele diz orgulhoso, mas vejo um olhar inseguro nele. — Dizem que toda a ajuda é bem-vinda, e os elfos parecem estar recrutando muitos para as batalhas.

Cerro os dentes, lembrando do que Légolas disse: “Perdemos muitos na guerra” ou algo assim, mas tanto faz, não queria ver Ashafe colocando sua vida em risco e comecei a cogitar a possibilidade de talvez, aceitando quem eu seja, ninguém precisará guerrear novamente.

— Você não tem cara de guerreiro e não quero te ver jogar a vida para os ares, em uma batalha que não é sua. — Confesso.

— Mas estamos aqui em Nárnia e sinto que preciso ajudar em algo. — Ele esclarece. — Hoje andamos pelos vilarejos ajudando as pessoas e fiquei espantando com tantas pessoas passando fome, crianças sem abrigo, porque essa tal de Rainha das Sombras com suas irmãs, destroem tudo sem piedade. — Ashafe estava irritado, ele cerrou os punhos ao lembrar das cenas que viu, fui até ele e coloquei a mão em seu ombro, consolando.

— A culpa não é sua... Nárnia vem travando essa batalha a séculos. — Não sabia o porquê de eu ter dito aquilo, mas me lembrei do meu Eu preso dentro de mim, talvez fosse ela.

O que me irritava mais ainda, porque não era eu que estava sendo sábia, mas ela.

— Eu sei, mas... — Ashafe parecia abalado, nunca precisou passar por uma situação dessas e eu estava me odiando, porque no fundo, o fato dele estar aqui com os outro, era total responsabilidade minha.

— Tudo bem, depois conversamos sobre isso, vamos ver os outros. — Sugiro, dissipando todo aquele ar de melancolia e tensão.

Um Ashafe meio cabisbaixo, caminha do meu lado, e o pior era que o ver desse jeito, apertava o meu coração.

Ashafe, para de ser besta, cara! Ergue a cabeça e vai na força!

— O que você disse? — Ele perguntou.

— Nada, porque? — Não compreendi.

— Porque eu ouvi você falar comigo, alto e claro, mandando eu parar de ser besta.

Arregalo os olhos para ele. Como assim ouviu? Eu pensei tão alto assim?

— Mas eu apenas pensei... como assim? — Me defendi.

Ashafe encolheu os ombros, nem ele sabia o que estava acontecendo, muito menos eu.

— Eu não sou a pessoa que tem poderes aqui, sou normal... eu acho. — Ele parecia mais perdido do que, havia incerteza em seus olhos e compreendia porquê.

Não só a minha vida, mas de todos ao meu redor, também ficou do avesso. Não é todo dia que se afunda num mar, acorda numa praia, é atacado por aranhas gigantes e ainda descobre raças fantásticas. Um mundo fantástico. E o que mais mexia comigo, era o fato de que eu fazia arte dele, e não os meus amigos... na verdade, agora não tinha mais tanta convicção assim.

— Confessa, você também não tem tanta certeza assim, porque eu não falei apenas pensei e você ouviu. Se fosse normal, não era para ouvir. — Falei meio rude, mas ele não se incomodou.

— O que? Vai falar agora que leio mentes, é isso? — Ashafe buscava alguma explicação. Eu não tinha.

Mas talvez o meu Eu tivesse. Porém, o problema que ela está presa dentro de mim porque eu não aceito ser aquilo que todos querem. Porcaria!

Ashafe, seu trouxa!

Meu amigo me olhou mortalmente, não gostando do apelido que me referi a ele, significando que ele sim, ouvia meus pensamentos.

— Você pode chamar a minha atenção de outra forma, não com ofensas. — Ralhou comigo.

Fiz uma carinha inocente e ele suspirou.

— Tudo bem, vamos tentar descobrir o que está acontecendo, entretanto, até agora você, sim, ouve os meus pensamentos, mas e dos outros? — Ashafe pensou. Um guarda caminhou na nossa direção e dei um olhar sugestivo ao meu amigo.

Tenta.

Ele ouviu ao me ver meio desesperado.

— Senhor, senhorita. — O guarda nos reverenciou. Aparentemente éramos importantes, mas isso não vem ao caso. Quando o elfo se afastou ao ponto de não ouvir as nossas vozes – o que significa que ele estava bem longe mesmo. —, puxei a mão do meu amigo o encostando na parede e mandei ele sussurrar no meu ouvido.

— Fala. — Mandei.

— Não. — Ashafe protestou.

— Porque não?

— Porque ele pensou coisas desnecessárias e isso ficou na minha cabeça, sinta-se culpada por estragar meu dia. — Ele parecia irritado.

— O que ele pensou? — Insisti.

— O que acabei de falar, Shara? — Lançou-me um olhar impaciente.

— Há, por favor, faz esse favorzinho. — Supliquei docemente.

— Não.

Ashafe me deu as costas e caminhava na minha frente, dando leves tapinhas na cabeça como se realmente aquilo o tirasse dos nervos. Eu estava bastante curiosa em saber o que era, então iria usar das minhas táticas. Precisava ser rápida! Corri atrás dele, o chamei pelo nome e quando meu amigo se virou, coloquei a mão na sua testa.

Um monte de pensamentos insanos foi transmitido para mim e o pior, agora éramos os dois com ódio do elfo-tarado que pensou coisas obscenas comigo. Por isso, Ashafe ficou tão irritado, ele é tradicional e duvido se teria coragem de assistir qualquer cena comprometedora que os adultos de hoje, assistem. Ele não gostou e pela sua expressão séria, faltava pouco para não dizer poucas e boas aquele cara, mas não valeria a pena, porque até explicar como meu amigo leu os pensamentos deles, já estaremos no buraco.

— Porque você fez isso?! — Ele elevou a voz.

— Para saber o porquê da sua fúria. Oras!

Ashafe não iria discutir comigo, ele não gostava de discussões e, por isso mesmo, se afastou de mim o mais longe possível para esfriar a cabeça. Não tive como ir atrás dele, porque meu amigo precisava de um minuto para processar as informações. Deixei-o em paz.

Continuei andando pelos corredores, quando passava por um que o lado era arco sobre colunas, sempre prestava atenção na paisagem e se havia alguma nuvem negra no céu. Quando perguntei a Thranduil se havia voltado no tempo, ele disse que não, que passamos horas ali dentro e ele ficou me esperando do lado de fora, porque foi transportado quando conversei com o Meu Eu Rainha.

Já estava anoitecendo e antes de ir jantar, queria ver como minhas amigas estavam.

Não sabia ao certo para onde ir, também não queria perguntar a algum daqueles guardas, só se fosse necessário, porque eles eram muito sérios e pareciam nem piscar. Os ignorei e continuei a caminhar.

Onde estão minhas amigas?

Pensei por alguns segundos, desejando profundamente encontra-las, mas como não sabia muito bem o que estavam fazendo. No final das contas, estava perdida.

Se ao menos eu tivesse um guia.

Magicamente, vários pontinhos de luz enfileirados iam acendendo um de cada vez. Certifiquei de olhar para os guardas, para ver se eles estavam tão surpresos quanto eu, mas nada, era como se não estivessem vendo e constatei que, apenas eu podia enxergar aqueles pontinhos luminosos.

Nárnia, até que gosto de você.

Um sorriso pretencioso dança em meus lábios. Caminhando seguindo a trilha das luzes que a cada uma que eu passava, ela se apagava atrás de mim. Fui indo até chegar em uma biblioteca aonde os guardas abriram as portas para eu entrar. Já estava ficando de noite e apenas as tochas iluminavam os corredores, junto da luz natural da Lua.

O barulho das portas chamou a atenção das meninas que estavam lá dentro, era Amanda e Milena que decidiram ajudar na biblioteca do reino.

Milena estava em uma escada alta, organizando os livros nas prateleiras, enquanto Amanda permanecia sentada atrás de uma mesa, lendo alguns.

— O que estão fazendo? — Perguntei.

— Estou lendo um pouco sobre Nárnia, sabe como é né? Morar aqui sem saber de absolutamente nada, é horrível. — Ela estava certa.

— E eu organizando os livros. — Milena continua o serviço.

— Vocês... não... falaram nada, não é mesmo? — Hesito.

— Claro que não, acha mesmo que iriamos dizer? — Milena reclama. Ela desce da escada e caminha na minha direção. — Desse jeito me ofende.

— Concordo. — Olhamos para Amanda que se aproxima. — Pensou que contaríamos para todo mundo... — Uma figura obscura saí de trás das prateleiras. — ... que você é a rainha de Nárnia? Por favor amiga!

Fecho os olhos segurando a minha vontade de gritar com ela. Eu e Milena encara a nossa amiga.

— Que foi? — Ela pergunta inocentemente.

— Ora... ora... ora. — Era o homem da capa cinza. — Olha quem encontrei aqui. — Ele diz.

Estava bem arrumado, com roupas limpas e os cabelos penteados, o rosto branco e oval, com olhos escuros que brilhavam no toque da luz, também tinha barba para fazer. Ele era... bonito.

— Para trás seu assassino de uma figa! — Ele riu com a minha ofensa.

— Crianças... são tão medrosas.

— Epa. — Falei. — Quem você está chamando de medrosa? — Avancei um passo, mas as meninas me pararam.

— Não era para valentias. — Milena cochichou com o medo estampando no rosto.

Calma Shara... respira.

— Então. — Ouvimos uma voz atrás da gente e viramos nossos rostos, para ver uma jovem de cabelos escuros, olhos verdes profundos e um sorriso maligno nos lábios. Usava uma capa verde que cobria seu corpo, mostrando apenas o rosto. Mas ela era sem dúvidas... linda. — Você é a tãoooo majestosa e poderosíssima... rainha de Nárnia?

Ela debocha com uma franqueza que me ferve o sangue.

— Não passa de uma garotinha mimada e inútil. — Avancei, mas as meninas me seguravam. — Olha, mas também é bastante valente, apesar de não ter capacidade nenhuma de conseguir me derrotar. — Sorriu vitoriosa.

— Você é... a feiticeira verde. — Afirmei vendo em seus olhos.

Ela esboçou um sorriso de canto.

— Você pelo menos tem inteligência, algo que sua mãe não teve.

— NÃO FALE DA MINHA MÃE! — Me exaltei com as palavras.

Nunca conheci a minha mãe biológica, mas pelo que todos diziam, ela se sacrificou para salvar o próprio povo e a mim. Ninguém tem direito de falar mal dela.

— Você me irrita.

A Feiticeira Verde ergueu a mão direita para o alto e de repente, senti um tremor debaixo dos meus pés que foi se alastrando pela biblioteca. Os livros começaram a depredar nas prateleiras até saltarem delas e cair no chão. Seu nome já dizia tudo, ela tinha poder sobre a terra e estava prestes a romper o chão com a ajuda dela.

— Shara! — Amanda grita e a vejo ser erguida do chão por um cipó. Ela fica de cabeça para baixo e é balançada no ar como um boneco sem vida.

— Meu Deus! Ela vai matá-la. — Milena estava pasmada, suas pernas pareciam travadas e eu estava mais assustada do que ela.

Não era uma brincadeira, mas sim questão de VIDA OU MORTE! Eu precisava fazer alguma coisa, antes que perdesse a minha amiga. Ela não tinha culpa das minhas escolhas estúpidas e nem do meu egoísmo, precisava impedir que morresse.

Pensa... Pensa... Pensa...!

Estava entre o medo e o nervosismo. Não havia tempo para pensar ou refletir em algum plano, a qualquer momento essa bruxa mal-amada iria mandar Amanda para o paraíso e por hora, só eu podia impedir isso.

— SHARA?! — Amanda gritou.

Fechei meus olhos e deixei fluir a energia dentro de mim. Senti meu coração acelerar e a respiração arfava à medida que o poder ia se libertando da prisão que eu o deixava. Ele vinha rápido, ágil e bastante feroz. Não tinha certeza se iria aguentar, mas precisava tentar.

— Diga adeus a sua amiga... — A Feiticeira Verde murmurou ironicamente e quando ela lançou Amanda pelos ares, teve uma surpresinha.

— Quem que é inútil agora, sua estúpida? — Apareci atrás dela em um segundo, sem ela ter tempo para processar e a lancei para bem longe naquela biblioteca, fazendo os livros caírem em cima dela. — Que as forças do vento salvem a minha amiga. — Ergui a mão e quando Amanda estava prestes a se esborrachar no chão, um redemoinho se formou abaixo dela, até a mesma colocar os pés no solo sem perigo.

— Você está bem?! — Milena correu na sua direção, desesperada.

Olhei para o cara da capa cinza, ele corria com a espada na direção das minhas amigas e estiquei a mão na sua direção, com a força do vento eu o lancei para trás apenas gesticulando de longe.

Ele e a bruxa tinham sido nocauteados.

— Pra cá! — Chamei as meninas que vieram correndo na minha direção, mas vários cipós agarraram as mesmas nas pernas e só se ouvia os gritos de desespero e medo. — Meninas!

A feiticeira verde conseguiu se recompor e dessa vez, colocou mais vigor nos seus poderes. Tudo começou a tremer com muito mais intensidade e não só os livros caiam, mas as prateleiras enormes que estavam pregadas na parede, se soltaram e iriam esmagar quem estivesse no seu caminho. A bruxa pegou na mão do cara da capa cinza e os dois desapareceram numa fumaça negra, escapando da cilada que colocaram para mim e as meninas.

Amanda e Milena estavam machucadas, porque os cipós estavam apertando suas canelas e havia espinhos neles, faltavam pouco para perfurarem a pele das meninas, sorte que usavam botas. Olhei angustiada para elas e os livros estavam caindo sobre elas, logo seria as prateleiras.

— Shara?! — Um misto de espanto e terror se encontrava nos olhos de Légolas que apareceu somente agora, com seu pai e os guardas, principalmente Tauriel.

— Meninas! — Mary estava ali e avançou para ajuda-las, mas rapidamente criei uma barreira a impedindo.

Tudo estava desabando sobre as minhas cabeças e percebo que os cipós envolvem as meninas como múmias e estavam a sufocando. Meu Deus! Se eu me revelar agora, todo o plano vai por água baixo.

Olho para as meninas, depois prateleiras, depois o pessoal ali e volto para as meninas.

Quem saber? Não tô nem aí pra NADA! Eu vou salvar as minhas amigas,

Respiro todo o ar para os meus pulmões e fecho os olhos. Me conecto com Nárnia por alguns segundos, ouvindo os estalos das prateleiras se soltando das paredes e prestes a cair; os cipós engolindo as minhas amigas e os choros desesperados das meninas, também os guardas se debatendo contra a barreira.

Seja o que Deus quiser.

Abro meus olhos e sinto uma enorme força dentro de mim. Meus cabelos escuros se tornam brancos como a neve e voam no ar, sinto meus pés não tocarem o solo e quando volto para o chão, que estava partido no meio pelas raízes de árvore que a feiticeira verde invocou... tudo começa a voltar ao normal.

A luz que emana de mim, desce do meu corpo como água e cobre o chão, as paredes e logo todo o cômodo. Tudo brilha intensamente e as meninas são solta pelos cipós. Ouço um gemido de dor vindo de Samara, compreendo que seja porque Amanda e Milena estavam vermelhas e inconscientes, quase mortas. Direciono minha mão nelas e gesticulo, fazendo seus corpos se erguerem no ar e virem voando na minha direção.

Elas ficam próximas a mim, deitadas no ar e toco suas testas, puxando a energia que havia restaurado toda a biblioteca – como se nada tivesse acontecido, ficando até bem mais bonito que antes –, e transmiti a elas, curando suas feridas e não permitindo que morram.

De longe, ouço as batidas fortes de seus corações, após isso, a barreira desaparece e os elfos entram vasculhando a sala. Légolas por sua vez, para a minha frente com uma expressão de dúvida no olhar, mas evito olhar para ele e continuo a observar minhas amigas que voam.

— Amanda! Milena! — Anny corre na direção delas, mas não permito que se aproxime, aquele poder era muito forte e somente poderia aguenta-lo. Ele podia matar minha amiga.

Minhas servas aparecem e olho intimidade para elas.

— Levem-na para seus quartos e não permitam que ninguém se aproxime até que elas acordem, entenderam?

Nerwen, Mirimiel e Artanis nem pediram permissão ao rei, apenas acompanharam os corpos das meninas que ia voando em direção ao quarto delas.

— Você está bem? — Thranduil me questionou, se aproximando majestosamente.

De repente eu estava prestes a cair, quando Légolas foi mais rápido por estar à minha frente e me carregou em seus braços. Sentia a respiração arfante e meus olhos encontraram os dele, pareciam tristes ao mesmo tempo, aliviados por me ver bem.

— Légolas... me desculpe. — Murmurei baixinho, afundando o rosto em seu peito.

— O importante é que você está bem. — Ele sorriu e tentei sorrir também, mas apenas saiu um meio sorriso fraco. — Vou leva-la ao seu quarto.

— Obrigado. — Respondi fraca.

Légolas caminhou comigo em seus braços, de longe observei os olhos decepcionados de Théo sobre mim, mas estava cansada demais para dizer algo. Simplesmente o ignorei.

— Você é a rainha de Nárnia. — Légolas afirmou.

Estávamos no corredor sozinhos e sem ninguém à vista, somente os guardas em posição na parede encostados.

— Infelizmente sou obrigada a aceitar esse fardo.

— Fico feliz que seja ela.

— Porque?

— Porque agora tenho como acordar todo dia esperançoso em ver o povo um dia livre.

Um sorriso brotou em meus lábios. Só ele para fazer isso comigo.

Só ele.

Quando entramos no quarto, o príncipe me repousou na cama e prestes a sair, segurei-o pela túnica, impedindo que fosse embora. Ele me encara curioso.

— Você sabe que sua memória será apagada, não é mesmo? — Hesito.

— Porque não posso me lembrar?

— Porque é perigoso e para sua proteção e dos outros, isso irá acontecer. — Lamento.

— Por isso não quer que eu vá?

Eu fiquei em silêncio, porque não era exatamente por isso que eu não queria que ele fosse, mais sim porque me sinto mais segura ao seu lado.

— É porque não quero ficar sozinha. — Confesso.

Segundos depois, Légolas se senta na beirada da cama e fica me observando.

— Então ficarei aqui até você dormir, mas depois estarei no corredor vigiando.

Eu esboço um sorriso.

— Obrigado.

— De nada, majestade. — Brinca e eu dou lhe um chute leve nas costas.

Fecho meus olhos, e sinto Légolas se aproximar de mim, ele deposita um beijo na minha testa e minutos depois, quando pensa que dormir, ele se afasta e de costas, recito algumas palavras:

O que aconteceu, agora se esquecerá.

Para sua proteção, não pode se lembrar.

Que assim ocorra contigo e todos aqueles

Em que a memória se recordar.

Tive que me esforçar para que todos tivessem suas memórias apagadas e quando isso ocorreu... dormir.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando... ^^ Beijinhos e não esqueça de voltar para mais!



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