A Rainha de Nárnia escrita por PrincesadeTres


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, perdoem a demora e por ter tirado o livro daqui. Vou voltar com ele de verdade, me desculpem. Estou passando por momento terríveis na minha vida, mas vitória é certa em Nome de Jesus. Outra coisa, não esqueçam de me contarem o que estão achando do triângulo amoroso entre Légolas, Shara e Caspian, okay? Boa leitura e orem por mim.



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Antes que eu pudesse raciocinar, uma enorme árvore foi lançada em minha direção. Com a força dos ventos, eu empurrei Légolas e Caspian para longe, cada um de um lado, e fui atingida.

— SHARA?! — Ouço a voz desesperadora de Légolas. No mesmo instante, a fumaça que me envolve se desfaz e ele se alivia, quando observa que estou dentro de uma barreira de proteção.

Em segundos, o pânico se alastra pelo Festival inteiro e as pessoas correm de um lado para o outro. Preciso ser rápida! Os Trolls avançam com agilidade e de pé, em um deles, está a Feiticeira Verde. Fuzilo-a com meu olhar e antes que ela ataque novamente, dou o meu contra-ataque.

Faço gestos com as mãos e fecho os punhos, junto os dois um do lado do outro e à medida que vou os separando, um enorme cajado brilhante de cor prata se forma. Eu o giro no ar e quando ele toca o chão, um barulho ensurdecedor atinge todos e a terra inteira começa a tremer. Abaixo a cabeça, sentindo as rajadas de vento e um tornado se forma ao meu redor, meus cabelos se tornam brancos e olho para os meus dois lados, Légolas e Caspian estão impressionados com tanta demonstração de poder e sorrio.

Solto uma das mãos no cajado e a ergo diretamente para o céu, nuvens começam a cobrir o azul escuro e elas se escurecem até se tornarem tenebrosas como a noite. Trovões altos e claros assustam os ouvidos daqueles que os presencia e de longe, meus olhos fixam na Feiticeira.

— Minha vez.

De repente, o tornado se desfaz com violência e faço da Feiticeira e os Trolls, os meus alvos. O vento se mescla com os raios e os atinge em cheio. Todos acabam caídos no chão e me aproximo da megera.

— O que faz aqui? — Interrogo, enquanto a observo tentar se recompor.

— E-eu n-não direi nada!

Ela cospe e tem gotículas de sangue em seus lábios. Ela está extremamente ferida.

— Se não fosse tão estúpida, não estaria machucada.

— Freya! — Ela grita e no mesmo instante, o chão se torna gelo e eu levito no ar. Antes que ele atinja as pessoas, dou um estalo com dedo e todas são protegidas e por barreiras.

Uma mulher de cabelos brancos e vestes claras, se aproxima da Feiticeira sentada em um urso polar. Ela parece mais fria que o próprio inverno e a assemelho com a Feiticeira Branca que assassinou meus pais biológicos, mas não é ela.

— Saudações Majestade. — Ela diz. — Creio que a minha irmã destruiu a sua festividade.

Sua arrogância e sarcasmo me irritam. Mas não deixo aparentar isso.

— Poderiam sair daqui, por gentileza? — Peço com um sorriso nos lábios.

— Com toda certeza. — Ela concorda e ergue a Feiticeira Verde do chão. Freya a faz se apoiar no seu ombro e as duas caminham para longe.

— Freya? — Chamo e ela se vira para mim.

— Sim?

— Eu não quero guerra... apenas paz. Então, o que acha de pararmos com nossas desavenças e seguirmos em frente? — Proponho.

— Isso está longe de acontecer.

— Então... não me darão outra escolha a não ser destruir vocês.

Ela ri zombeteira.

— É o que veremos. — No mesmo segundo, ela lança fractais de gelo na minha direção e sou protegida por uma barreira feita por Gandalf. A fumaça que se fez, ao se dissipar no ar, nos faz descobrir que elas fugiram.

— Achou mesmo que elas se renderiam? — Gandalf, o Branco se aproxima, ficando ao meu lado.

— Não. Mas não custa tentar. — Sorrio a ele. — Vamos retomar com a festa.

— Majestade? — Me viro para Gandalf. — Estou muito feliz que esteja conosco.

Sorrio agradecida com o comentário e meu cajado vem voando na minha direção, pego ele na mão e toco-o no chão, tudo volta ao normal, como se nada tivesse acontecido e as pessoas tem suas memórias apagadas. Menos Gandalf, Légolas, Caspian, Reis e Rainhas da Era de Ouro e os pixies. Além dos meus amigos.

Légolas corre na minha direção e ele toca meu rosto, procurando algum ferimento.

— Estou ótima.

— Me preocupei com você.

— Não é necessário.

— Para mim é.

Não o respondo. Abraço-o repentinamente e apenas somos observados pelos outros ao nosso redor. De soslaio, vejo Caspian um pouco desconcertado e isso faz com que... eu me sinta mal.

Ashafe coça a garganta. Me afasto de Légolas para abraçar meus amigos.

― O que aconteceu? ― Samara sussurra.

― Ataque do inimigo. Já dei o meu jeito. ― Respondi, convencida.

― E os nossos pais? ― Ela acrescenta, preocupada.

― Rastreei o calor do corpo de Freya, apesar dela ser mais fria que o próprio inverno.

― E isso significa oque? ― Amanda questiona.

― Que saberei para onde elas foram, e assim, sobre como encontrar nossos pais. ― Garanti.

Samara me abraça com ânimo. Há tempos em que, não a vejo tão esperançosa assim. Não quero destruir sua fé.

― Iremos voltar ao Reino ou continuar no festival? ― Milena questiona.

― Podem aproveitar. Vou dar uma palavra com os Reis e Rainhas da Era de Ouro e também com o atual Rei de Nárnia. ― Cruzo meus olhos com Caspian. Sinto o olhar de Légolas em mim e me viro a ele. ― Légolas, como príncipe-representante da Terra Média, venha conosco.

Ela me reverencia.

― Como quiser, majestade.

― Obrigado.

Meus amigos continuam acompanhados pelos pixies e sigo meu caminho com as outras autoridades em Nárnia. Precisamos ter agilidade e perseverança. Nárnia está em extremo perigo e eu ainda, nem mesmo me conectei com ela totalmente. Necessito de mais tempo, mas quando mais o busco, ele continua correndo pra longe de mim. Não sei mais o que fazer, mas talvez Pedro, Suzana, Lúcia, Edmundo e Caspian saibam. Toda a ajuda é bem-vinda.

Nos transportei para Cair Paravel.

― Como consegue fazer isso? ― Caspian se colocou ao meu lado e perguntou, impressionado.

Caminhamos pela praia, a sós. Enquanto, Lúcia, Pedro, Edmundo e Suzana, observavam os arredores e as ruínas de um antigo castelo.

― Na verdade, nem mesmo as vezes sei. Agora que tudo faz sentindo, parece que nada do que eu vivi, era real. ― Respondi, sendo franca.

― Explique-se, por favor.

― Quando eu era pequena, percebi que podia sentir a natureza e seus elementos ao meu redor, depois comecei a falar com os animais, em seguida a fazer coisas extraordinárias; tudo escondido da minha família. Até chegar ao momento em que, descubro que a realidade é mais dura do que penso. Meus pais biológicos morreram para me proteger. Sou a herdeira de sangue legitima do trono de Nárnia e a única, capaz de evitar uma guerra. Porém, quanto mais tento me conectar com Nárnia, parece que ela se mantém afastada de mim.

Paramos de andar e ficamos frente-a-frente.

― Como me disseram, você é a pessoa mais sábia de Nárnia. Mas possui coisas, que são difíceis de desvendar. Entretanto, será mesmo que você quer se conectar com Nárnia ou, apenas deseja reencontrar seus pais e partir para sempre? ― Ele supôs.

― Como assim? ― Me finjo de desentendida.

― Para se conectar a Nárnia, você terá que abandonar a sua antiga vida para sempre e realmente se tornar a Rainha deste mundo. Enquanto houver resíduos de seu antigo mundo em você, não poderá se conectar a Nárnia, pois ela não permitirá isso. Porque sabe muito bem que, quando isso acontecer e você encontrar seus pais, a sua conexão com ela se cortará no momento em que voltar a sua outra vida, e ela não conseguirá encontrar outra pessoa, que consiga reestrutura-la novamente, porque a escolhida é somente você. ― Caspian diz, me fazendo entender a real situação.

― Como sabe de tudo isso? ― Pergunto, de repente... vejo que o mundo ao meu redor se desfaz e fecho meus olhos. Sinto o cheiro de folhas de outono.

― Abra os olhos.

Ao abrir meus olhos, vejo que estou dentro de um bosque e atrás de mim, está o sol e um belíssimo leão deitado no chão, acima de algumas folhas.

― Só podia ser você. ― Sorrio e caminho na direção de Aslam.

― É bom vê-la, outra vez.

― Onde estão todos? ― Pergunto.

― Adormecidos.

― Porque me trouxe aqui? ― Fico frente-a-frente com ele.

― Talvez, porque você precisa entender algo. ― Responde, firmemente.

― Não entendo.

― Como Rainha de Nárnia, você carrega o povo como um fardo, mas saiba que não precisa aceita-lo, se não quiser. ― Ele diz, sinto uma pequena felicidade no coração.

― O quer dizer? Posso ir embora? Mas acabou de usar Caspian para me alertar sobre isso.

― Antes de seu pai se tornar Rei de Nárnia. Ele também queria ser livre. ― Meu avô se ergue do chão e caminha na direção que eu vim. Águas que brotam do chão, formam um círculo a nossa frente e, imagens são mostradas.

Vejo um homem correndo a velocidade da luz, mais rápido que qualquer animal felino encontrado na Terra. Ele simplesmente parecia ser parte do vento e desaparecia e reaparecia em milésimos de segundos. Mesmo assim, consigo observa-lo lentamente com meus poderes, ele tem cabelos quase acima do ombro, em tom castanho escuro. Seus olhos são firmes, parece não terem medo do perigo. Sua expressão é divertida. Ele quer testar seus limites. Seu sorriso me cativa, quero conhece-lo. Ele é alto e branco. Não está com camisa ou algo do tipo. Seu abdômen a mostra, releva o quanto é forte e musculoso – sem exageros.

Ele me é familiar.

― Quem é ele? ― Pergunto ao meu avô, curiosa.

― Meu filho.

Me espanto.

― Significa... ― Não consigo acreditar. ― ... meu pai?

Aslam não responde, creio que seu silêncio já me o suficiente. Volto a observar meu pai.

― Toque. ― Meu avô olha significativamente para o círculo a nossa frente. Obedeço e de repente, me vejo dentro da memória de meu pai.

― Porque estamos aqui? ― Meu avô aparece ao meu lado.

― Apenas observe. ― Ele instrui.

Observo meu pai se aproximando de uma cachoeira. O clima úmido é gostoso, pois o dia parece bastante quente, talvez estejamos no verão? Não sei ao certo. Ele descansa em uma rocha grande e fica ali, deitado por minutos, até ouvir um galho ser quebrado e rapidamente, se esconde atrás da rocha e observa quem se aproxima do outro lado do rio. É uma mulher, mais linda do que qualquer outra. Seus olhos me impressionam, são num tom azul-safira penetrante e a expressão neles, é de puro mistério. Seu corpo parece ter sido esculpido e a cor, num tom bronzeado, a deixa mais bonita ainda. Os cabelos longos, que descem ondulados até abaixo da cintura e tão negros, como a própria noite. Ela é praticamente perfeita. Com certeza, todos os homens que a olham, ficam de queixo-caído, assim como meu pai que não consegue por um minuto sequer, piscar os olhos.

― Quem é ela? ― Pergunto, bastante curiosa sobre o que dará tudo aquilo, no final.

― Logo verá.

Desteto quando as pessoas me respondem de forma vaga.

A mulher começa a tirar o seu vestido branco, sem perceber que está sendo observada. Ela usa por baixo, um top branco e uma calcinha meio que short. Sei lá, coisa de época eu acho. No fim, mergulha normalmente no rio.

― Por Lothlórien! Que águas mais refrescantes. Se Celebrían estivesse aqui para aproveitar. Pena que minha mãe não permitiu. ― A jovem, comentou.

Lothlórien? Celebrían, minha tia? Essa mulher só pode ser...

― Mã...

Meu pai derruba uma pedra que o releva do seu esconderijo. Rapidamente, a jovem se ergue das águas surpresa e em suas mãos, surge uma espada com desejos de rosas em sua lâmina.

― Quem está aí!? ― Ela pergunta, em tom de ameaça. Se colocando em posição de defesa.

― Não, não, não, não... não precisa ficar nervosa. ― Meu pai se mostra a ela, com as mãos erguidas e tentando faze-la entender que ele, não é perigoso.

― Quem é você, bisbilhoteiro?

― Bisbilhoteiro, não! ― Ele se defende. ― Apenas um apreciador de beleza eterna. Como você, minha cara. ― Ele a reverencia.

Reviro os olhos. Meu pai é um galanteador-descarado.

― Me diz que ele não fez isso. ― Desaprovo aquela cena.

― Seu pai era bom com as palavras. ― Aslam ironiza.

― Estou vendo... ― Entro na brincadeira.

Vejo meu pai dar um passo de aproximação até a beira do riacho, mas a jovem – que suponho ser a minha mãe – se afasta para trás.

― Sou James e você?

― Helena... de Lothlórien.

― O que faz uma mediana nas terras de Nárnia? ― Ele a questiona, confuso.

Mediana? Terras de Nárnia? Como assim?

― A Terra Média e Nárnia eram separadas. Foram unificadas após, o casamento deles dois, seus pais. ― Aslam esclareceu, antes que eu pudesse perguntar.

― Mas porque eram separadas?

― As duas foram descobertas por povos criados por mim, mas os homens são gananciosos e queriam poder, tomar todo o vasto mundo para si. Ocorreram guerras entre as duas fronteiras e acabou que, cada uma foi para seu lugar e se separaram. Os líderes proibiam que estrangeiros entrassem em suas terras. Lothlórien, era a líder da Terra Média e Cair Paravel, a líder de Nárnia.

― Helena de Lothlórien e James de Nárnia. Um amor proibido... ― Agora me caiu a ficha. Meus pais quebraram as leis para se casarem. ― Mas e meus avós? E você? Os povos... como tudo isso aconteceu? Vovô! ― Me exalto com as palavras.

― Tudo em seu devido tempo. Preste atenção... ― Aslam me faz retornar os olhos a James e Helena.

― É perigoso ficar aqui, Helena. Volte para suas terras. ― James alerta, preocupado.

― Não tenho medo dos narnianos, ainda mais porque amo este lugar e não quero me separar dele. ― Helena responde, um pouco chateada.

― Porque não quer voltar? ― James aos poucos se aproxima mais e mais dela.

― Meus pais são Galadriel e Celeborn, Senhor e Senhora de Lothlórien. Sou a filha caçula deles, mas apesar de serem élfos, não nasci como eles e com medo de me machucarem. Eles me proibiram de sair pelo mundo e explora-lo. Encontrei este lugar, quando escapei as escondidas do meu lar. Corria com pressa e acabei tropeçando e caindo numa poça de água, que me transportou pra cá. Depois disso, sempre que desejo voltar a Nárnia, uso esse meio. ― Ela explicou. Realmente, minha mãe era a única élfa que mais se parecia humano. Ela não possuía orelhas pontudas, até mesmo os meio-elfos tinham orelhas pontudas. Como por exemplo, Elrond de Valfenda, é meio-elfo e tem.

― Meu pai é Aslam, Senhor dos Bosques e Criador do mundo em que vivemos. ― James diz.

― Majestade... ― Helena o reverencia. Ela escorrega e caí dentro da água.

― HELENA! ― James pula na água e nada a procura dela, de repente, os dois imergem da água, abraçados e posso sentir o clima rolando no ar. ― Você está bem? ― Ele pergunta, ofegante.

― Porque eu sinto que você... é um sonho que tive? ― Ela comenta.

― Eu não sei como explicar, mas antes de conhece-la, sinto que passaremos a vida juntos. ― James responde, convicto.

― Isso não será nada bom.

― Às vezes, precisamos nos arriscar e deixar a vida nos levar...

Os dois cruzam o olhar por segundos. De repente, começo a sentir a memória se dissipando e fecho meus olhos, quando os abro, estou de pé diante de Caspian. Como se nada tivesse acontecido.

― Shara? ― Ele chama.

― Sim? ― Balbucio.

― Devemos começar a reunião... ― Ele sugere.

De repente, me lembro da situação real que ainda me encontro.

― Ah sim! Espere... ― Me viro para as ruínas do castelo e ergo uma da mãos, de repente, ele começa a ser reconstruído num piscar de olhos e pego na mão de Caspian, voando com ele até lá.

― Isso foi incrível. ― Ele diz, impressionado.

― Obrigado.

― Licença. ― Légolas aparece. ― Precisamos começar.

Ele lança um olhar para minha mão entrelaçada com Caspian e a solto instantaneamente. Passando por ele.

― Espero que não esteja querendo se aproveitar dela. ― Ouço Légolas sussurra a Caspian.

― Uma mulher incrível como ela, não é fácil encontrar. Lutarei se for preciso, Légolas. ― Caspian responde, com firmeza.

― Estamos em guerra, então.

― Com certeza.

De repente, os dois caminham na direção da enorme mesa de pedra a qual, os irmãos Pevensie já estão em seus devidos lugares. Nos sentamos e começamos a conversar.

― Matamos a Feiticeira Branca uma vez, podemos fazer isso de novo, não é mesmo? ― Edmundo fala, olhando para nós.

― Acho que o que Ed quer dizer, é que não devemos temer essas três irmãs, o importante é proteger Nárnia. ― Suzana responde.

― Aslam iria querer que protegêssemos Nárnia, mas que tentássemos evitar uma guerra. ― Lúcia comenta.

― Mas ele não está aqui, Lú. ― Pedro a relembra.

Fico mergulhada em meus pensamentos, relembrando dos meus pais e do quanto eles devem ter lutado para ficarem juntos. Se ao menos eu tivesse ficado mais tempo naquela memória ou visse outras, poderia entender melhor.

― Shara? ― Légolas toca em meu ombro e sou despertada.

― Oi? ― O olho confusa e depois para todos ao meu redor, que tem olhares de estranhamento sobre mim.

― Está prestando atenção, majestade? ― Pedro pergunta.

Eu me levanto da cadeira e repouso as mãos na mesa. Estou cansada. Muito, para falar a verdade.

― Você está bem? ― Caspian e Légolas perguntam ao mesmo tempo.

― Nárnia está machucada e isso me afeta, não muito, porque não estou completamente conectada com ela, mas acaba sendo doloroso para mim, assistir o povo sendo ferido e eu aqui, sem saber o que fazer. ― Esclareço, angustiada.

― Estamos todos juntos nisso, não precisa carregar esse fardo sozinha. ― Caspian comenta, me confortando.

― Vocês não entendem a tamanha responsabilidade que tenho em mim. ― Olho para cada um. ― Sou a única capaz de destruir as três irmãs e restaurar Nárnia aos seus dias de glória, mas isso só acontecerá se eu... ― Travo.

― Se eu...? ― Légolas me olha.

― Se eu oque? ― Edmundo fica impaciente.

― ... me tornar um só com Nárnia. ― Finalizo.

Um silêncio predomina.

― Mas qual o problema disso? ― Lúcia pergunta, inocentemente.

― Helena, a mãe de Shara, tentou fazer isso para salvar Nárnia da palavra execrável da Feiticeira Branca, mas o poder era tão forte que ela não resistiu e morreu no mesmo instante, sacrificando-se por nós. ― Légolas explica, com os olhos fixos nos meus. ― Não permitirei em um bilhão de anos que você faça isso.

― É o único jeito. ― Lamento.

― Deve haver outro... ― Ele quase se gruda ao meu corpo, segurando em meu braço.

― Bem, acho que devemos repensar as opções. ― Pedro fala.

― Não temos outras opções. ― Respondo, firme.

Continuo a olhar fixamente nos olhos de Légolas.

― E-u n-ã-o v-o-u p-e-r-m-i-t-ir isso. ― Légolas bate o pé no chão.

Ele me solta e dá as costas, saindo do salão por uma das passagens de Arcos, que davam acesso a corredores.

― Légolas, por favor... Légolas! ― Ele não me dá atenção. Mesmo o chamando de forma quase desesperada. ― Vou atrás dele. ― Digo aos presentes ali. Corro em busca de Légolas, que já havia desaparecido a tempos do meu campo de vista, encontro-o na praia, observando o mar.

Chego em um segundo e fico ao seu lado. Por algum tempo, permanecemos em silêncio. Eu me viro pra ele e ele pra mim.

― Légo...

― Eu a amo. ― Ele me interrompe.

― Como? ― Fico atordoada com aquela confissão.

― Eu a amo de todo meu coração, por isso não permitirei que se sacrifique pelo seu povo. ― Começamos a discutir.

― Légolas para... ― Peço baixo.

― Não pode fazer isso, não pode morrer!

― LÉGOLAS PARA! ― Gritamos ao mesmo tempo.

Sinto um queimar em meu peito, uma dor angustiante e uma raiva incessante. Não quero magoa-lo, nem machuca-lo.

― Sabe quanto tempo eu esperei por você? ― Ele diz.

― Não... sei... ― Respondo em meio ao choro que me invadiu.

― Tanto tempo que nem consigo mais lembrar. Eu te amo.

― E-eu tam-bém. Eu te amo, Légolas. Muito... e isso está me matando.

― Repete. ― Ele pede e fixo o olhar nele.

― Eu te...

Ele me beija. Ardente, provocante e avassalador. Sinto meu coração explodir de paixão e o corpo queimar com seu toque. Eu o amo. Nos desgrudamos ao perdemos o fôlego. Ele encosta sua testa na minha.

― Por favor, não me faça perde-la. Me prometa. ― Ele suplica, com a respiração ofegante.

― Eu não posso... ― Choro.

― Então, eu não participarei disso. ― Ele me solta e dá as costas, indo para longe de mim, e mesmo eu gritando o seu nome com todas as forças, ele não responde. Apenas se afasta... até desaparecer completamente.

― LÉGOLAS! ― Grito mais e mais, até cair no chão e ficar ali, desolada.

Eu não sei o que fazer...


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo!



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