Finding Love escrita por MayMay_Miau


Capítulo 15
12 Hours - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Voltei com um novo cap! Dividi ele em 2 só porque eu quis ^_^
Obrigadérrima a quem acompanha e deixa review e quem acompanha, bem, mas nao deixa review! Amo todos vocês!!



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- Miau. Parece que a gatinha está nervosa! Anne está muito bem comigo.

- Me diga onde ela está!! Eu juro... se você encostar em um único fio do cabelo dela... – ameacei. Liese não merecia passar pelo que eu tinha passado.

- Se quer se encontrar com ela, terá que se encontrar comigo primeiro – Miguel cantarolou, o tom de vitória enchendo sua voz. Era arriscado? Era. Eu me importava? Nem um pouco.

- Me fale quando e onde – resmunguei.

- Me encontre na Rua Himmel. Hoje. Vou estar te esperando no galpão 13. – sua voz saiu séria – Se eu souber que um amiguinho vem junto, vou fazer questão de encarregar-me de dar um presentinho inesquecível para Anne. Adeus minha princesa. Beijos.

E desligou. Meu coração batia descompassado, mas a determinação não tinha passado, muito pelo contrario, tinha se juntado com uma coragem atroz, que fez sentir-me ansiosa. Agora, tinha que sair dali despercebida, sem que Theo ou Kiro me vissem.

Tinha uma porta de saída na boate, e ninguém me viu saindo. Peguei um taxi, usando todo o dinheiro que achei dentro dos bolsos. Não era muita coisa, mas o suficiente para percorrer mais da metade do caminho. O taxista velhinho e simpático, ainda percorreu mais um pouquinho do caminho.  Agradeci a ele, e fui andando. Orientei-me pelas placas e pelas pessoas da região, até que cheguei a uma rua. A Rua Himmel.

Eram apenas milhares de galpões, sem nada em especial. Um lugar perfeito para Miguel. Ninguém suspeitaria.

28... 23... 19... 15... 13. O galpão 13 era o que parecia ser mais velho.

Uma figura recostava-se ali. Era Miguel. O mesmo sorriso sarcástico e superior. Perguntava-me o que aconteceria hoje. Qual seria a reação de Shin quando soubesse, isso é claro, se soubesse. Será que Lux choraria? Eles ficariam tristes por mim? Queria ter tido pelo menos a chance de me despedir.

- Gatinha! Você chegou rápido... Estava com saudades de mim? É isso? – a voz mansa dele se aproximava.

- Vamos logo ao que interessa Miguel! – ralhei – O que você quer?

- Que violência, tisc, tisc. Meninas más merecem castigo – ele chegou ainda mais perto, agarrando minha cintura possessivamente. O afastei, com asco. – Volte aqui linda, a partir de agora, sou eu que controlo o jogo. – com uma velocidade quase desumana, Miguel colocou algo em meu nariz. O cheiro era forte, parecido com de enxofre. Minha mente se apagou...

- Sah! Sah! Por favor, acorda! – uma voz disse baixinho, minha mente clareando.

Ãnnn? Onde eu estava?

- Vamos lá Sah! Me desculpe por não ter acreditado em você! Acorde! Eu preciso de você! – a voz se tornou mais clara, ao passo em que minha cabeça se organizava.

Himmel... Telefone... Anneliese... Miguel!

Agora eu sabia o que acontecia. Levantei a cabeça rapidamente, avaliando o lugar. Tentei me levantar, mas não consegui. Permanecia amarrada em uma cadeira, em uma posição desconfortável.

- Liese? – indaguei a encontrando no mesmo estado que eu. Mas... Tinham cortado seu cabelo. O lindo cabelo loiro dela agora estava na altura dos ombros.

- Sempre soube que eu gostava de cabelos curtos, né gatinha? Por que eles encontram-se tão grandes então? – Miguel apareceu, brincando com uma tesoura. Meus cabelos foram puxados com força. – Que cheiro bom – ele grunhiu. Barulhos de metal se chocando foi ouvido no espaço.

Quando meu cabelo foi solto, foi como se eu pesasse menos. Olhei aterrorizada para o chão, onde um bolo negro e roxo jazia. Não! Meu cabelo sempre foi minha forma de parecer com mamãe! Longos e cacheados!

- Assim é melhor – ele riu gargalhadas monstruosas. – Agora... Você me magoou, saindo com aquele merdinha... – um barulho me vez gelar. Eu conhecia muito bem o som.

- Não. – murmurei. Sentir aquilo de novo – Não!

- Não? É uma pena... – ele, me inclinou com força para frente. O tecido da minha blusa rasgou com um puxão. Um barulho forte, seguido pelo impacto.

Dor.

O chicote tinha me acertado. A dor absurda me fez gritar. Algo quente escorria pelas minhas costas. Ele tinha acertado uma das cicatrizes, a abrindo. Lágrimas escapavam de meus olhos.

- SAH! Meu Deus, por favor... Solte-nos – rogou Anneliese aos soluços. Foi ignorada.

Outra vez. Mais forte.

- Grite para mim gatinha. Quero que sofra tudo o que eu sofri.

Era impossível me manter quieta. A dor era tal, que se eu persistisse em me calar, ela piorava. Meu colo estava molhado pela mistura de lágrimas, suor e sangue.

Continuou, até que eu fosse incapaz de raciocinar. A dor já não me afetava, eu estava a deriva. Não tinha nem mesmo força para levantar minha cabeça.

- Aprendeu pequena? – Miguel ficou na minha altura, agachado. Tirou os fios molhados do meu rosto e depositou um selinho em minha boca. – Amo você. – acariciou meu rosto. – Descanse um pouco.

Saiu.

- Sah! Sah! Sah! – era Annelise que me chamava? – Você está bem? Meu Deus! Sah!

Tentei falar algo, mas não encontrei voz.

– POV Autora –

Kiro estava beirando o desespero. Sua amiga tinha sumido. Não atendia ao telefone, e ninguém parecia a ter visto nas 2h30min que estava a procurando.

Horas atrás, tinha ficado com uma menina, e depois saíra à procura de Sabrina, para que pudessem ir embora. Ela devia estar perdida e aturdida.  Demorara meia hora, até finalmente dar de cara com um rapaz alto e moreno, que perguntou onde estava Sabrina.

Depois de ver a evidente confusão nos olhos do baixista baixinho, o rapaz, que se identificou como Theo, explicou toda a situação para Kiro, com calma, coisa típica de si. Claro que antes teve de responder como sabia que o pequeno conhecia a menina. Sabia quem era o namorado dela, conhecia a banda e era evidente.

Os dois rodearam toda a boate, parando a alta música do local e perguntarem para TODOS, se não tinham visto uma garota, de aproximadamente 18 anos, morena de mechas roxas e pequena. Mas parecia que a menina tinha simplesmente desaparecido.

Kiro, já não aguentando mais a condição em que se encontrava, fez a única coisa que podia. Ligou para os amigos.

Em menos de 20 minutos, Shin tinha chegado, já de semblante transtornado. Minutos depois, foi à vez de Strify aparecer com Yu, Romeo e Lux. A mulher estava como Shin, totalmente atordoada.

Theo se apresentou direito para eles, começando:

- Escutem até o final, por favor. Entrar em transtorno não vai ajudar em nada. É o seguinte: Minha amiga, Anneliese, a loira do shopping, sabem? Então, ela está sumida há dois dias e eu suspeitava que tinha algo errado. Encontrei Sabrina nessa boate, a favorita de Liese. Concluímos que tinha Miguel enfiado nessa história, e Sabrina me pediu um tempo para pensar no que íamos fazer. Ela foi para o banheiro e sumiu. Já se passaram quase 3h e estou começando a me desesperar, assim como o amigo de vocês – ele apontou para Kiro, finalizando.

Foi o fim. O alvoroço começou. Shin parecia que ia enfartar, de tanto desespero, misturado com zonzeira, tonteira, medo, aflição, ansiedade, agonia. Lux já estava a beira do choro.

- Sabrina vai fazer alguma coisa. – ultimou Romeo.

- O quê? – Shin beirava o descontrole.

- Sabrina vai fazer algo – Romeo repetiu. – Provavelmente foi atrás de Miguel.

Arfaram de horror. As lágrimas agora já saiam dos olhos de Lux, manchando seu rosto com a maquiagem. Agora sim Shin enfartava.

- Mas que garota estúpida! Como ela pode pensar em fazer algo assim? Ainda mais sozinha! – Yu falou em um tom desesperado, enquanto tentava consolar Lux.

- É típico dela... – Lux sussurrou, afundando o rosto no peito de seu namorado.

- Argh! Menina louca! – Strify passou a mão em seu cabelo bicolor, tentando raciocinar alguma solução. Lacrimejava.

- É culpa minha! Se eu fosse mais atento! – culpou-se Kiro, enterrando as mãos no rosto.

- Cale a boca! – berrou Shin – A única pessoa que tem alguma culpa é aquele desgraçado! – ele disse se referindo a Miguel. Chorava.

Os minutos foram se passando. O suficiente para eles se aclamarem um pouco. Logo, decidiram olhar as redondezas. Nada. O desespero começou a querer voltar.

Fizeram então a ultima coisa que pretendiam. Comunicaram a polícia. O delegado McAdams, logo pôs patrulhas para vistoriarem as ruas, todas com uma foto de Sabrina, que pegaram do celular de Shin.

Depois de 4 horas de busca, as patrulhas voltaram, sem nenhum sucesso. Shin, já não aguentando mais, contou para o delegado sobre Miguel, o que ele tinha feito, e o que podia estar fazendo. O delegado buscou em seu computador informações sobre o garoto, em um banco de dados especial e mundial. Ficou surpreso.

- Esse garoto é perigoso. Mais de 27 queixas contra ele. 16 acusações de sequestro, tortura e violência, mas todas retiradas em época de julgamento. – McAdams lia a ficha de Miguel pasmado, assim como todos os outros – Foi julgado apenas uma vez, por agressão física, justamente pela amiga de vocês, Sabrina. Como ainda era menor, foi mandado para um reformatório e foi sujeito a tratamento psicológico. Saiu há seis meses.

- Na época em que Sabrina o processou, o pai de Miguel tentou suborna-la e subornar a mim, além de usar ameaças. O desgraçado aprendeu em casa a ser daquele jeito – Lux falou, com ódio transbordando de cada palavra.

-... – Shin permanecia sem palavras, pensando. Onde sua menina poderia estar? Em qualquer lugar, até mesmo fora de Berlin. 7 horas era tempo o suficiente para isso. Ela poderia estar machucada, ou até mesmo... Morta. Contraiu-se. Miguel não faria isso. Ele nutria uma obsessão por sua namorada, e nunca a mataria. Pelo menos, era o que Shin esperava.

- Vamos falar com a mídia. Talvez se divulgarmos isso em publico... Alguém tem que tê-la visto. – Kiro sugeriu.

- Me parece uma boa ideia garoto, mas acho melhor esperarmos mais um pouco. Minhas patrulhas estão olhando novamente alguns pontos, e desta vez, tenho um pressentimento de que vamos encontra-la. – McAdams deu sua palavra final – Sente-se e tenham paciência.

– POV Sabrina –

Eu não sabia a quanto tempo estava ali. Algumas horas talvez. Minhas costas doíam e queimavam, mas o sangue tinha parado de escorrer. Minha garganta estava seca, e eu podia sentir o liquido escarlate impregnado em toda sua extensão. Anneliese estava desacordada, Miguel tinha feito com ela o mesmo que comigo, muito mais leve, mas ainda sim.

- Vejo que está acordada gatinha. Bem... Que tal tirarmos esse sangue seco das suas costas e limpa-la? – Miguel se aproximou, segurando uma toalha branca, um potinho e uma bacia de água, de onde uma fumaça saia. Engoli o seco. Sabia o que iria ocorrer.

Ele afrouxou tranquilamente as cordas farpadas que me seguravam. Sabia que eu não tinha forças para reagir. Os cortes feitos pelos arames em minha cintura descoberta ardiam, mas nem se comparam com os nas minhas costas.

Miguel me virou de forma que eu ficasse de frente para o encosto da cadeira e me amarrou daquela forma. Pegou outra cadeira e sentou-se atrás de mim, começando a limpar. A água queimava minha pele, apenas piorando a situação de meus ferimentos.

Meus soluços de dor acordaram Anneliese, que demorou um pouco para perceber o que estava acontecendo, antes de começar a gritar, pedindo para Miguel parar. Isso só alimentou sua vontade, que começou a esfregar a toalha com ainda mais força. Pedia para parar, doía demais.

E a pior parte chegou. Pegou o potinho e virou-o sobre minhas costas. Uma mistura pastosa de sal e álcool. Isso me fez gritar. Parecia que tinham botado fogo em minhas costas. Tentei me soltar, debatendo-me na cadeira. Não adiantou nada, muito pelo contrário, fazer isso abriu mais cortes de arame.

- Menina teimosa! – Miguel meio que se irritou. Jogou ainda mais daquela mistura em meu dorso, só que esfregando furiosamente. Penetrou em minha pele.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHH!! – o grito simplesmente saiu. Estava meio dormente. Comecei novamente a chorar.

- Isso! Chore, chore, chore! – cantou Miguel e mesmo de costas, pude visualizar seu sorriso de puro prazer. A sensação conhecida de náusea me invadiu. – Se você for uma boa garota, acabar com o merdinha que chama de namorado e voltar comigo, eu vou ser gentil e parar de te machucar.

Nada podia ser mais tentador. Naquele momento, tudo o que eu queria, era que a dor passasse. Queria que ele parasse. Mas nunca voltaria com ele, muito menos terminaria com Shin. Isso seria como o apocalipse para mim.

- Nunca! Você não chega nem mesmo nos pés de Shin! Seu doente psicopata! Tenho nojo de você – cuspi as palavras entaladas na minha garganta, vendo o sorriso sádico de Miguel desaparecer, dando espaço para uma carranca de puro ódio. Ele me soltou abruptamente, me jogando no chão gelado e me chutando.

-... Sah... Pare... Não... Sah... Sah... Por favor... – consegui ouvir a voz de Anneliese no fundo, minha mente embasando. Ainda sim, a dor ainda se fazia presente.


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Notas finais do capítulo

BOAS FESTAS PRA TODO MUNDO!!
Vou tentar postar antes do Natal, porque depois, mais de 1 semana sem o meu pc!
Cara, o Miguel já tá me deixando p*** da vida!!
Cara chato!!
Deixem Reviews! Até quem nao gostou!
Küsses e
Itekimasu!