Sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015 – Eu sei quem você é, meu amor.

Escrito por G. de Oliveira

Sakura conseguia ser extremamente sensível, porém guardava em si um temperamento forte, intenso até demais para alguém como ela que sempre manteve o controle e a frieza nos momentos mais precários. Ele nunca gostou de dizer que a conhecia completa e profundamente, mas sabia que aquela mulher tinha seus dois lados, ou mais.

Sempre gostou de provoca-la e dizer que ela é irritante, e isso nunca a incomodou de verdade, porque o efeito que ela causa nele fica muito acima de qualquer outra coisa. Sakura sabia que essa atitude era apenas um medo dos próprios sentimentos que Ele tem, e Ele sabe muito bem disso — algo que esconde de quase todos.

Eles viviam nos extremos: ela, sendo uma pessoa mais aberta ao mundo, e Ele, completamente fechado; ela, dada a sorrisos e simpatias, e Ele, guarda os seus para os momentos certos e especiais. Alguns diriam que eles são totalmente diferentes, sem uma única característica em comum, mas Ele sempre soube que seus corações estavam conectados por algo que nem mesmo eles poderiam entender.

Quando existe algo fora do visto que liga duas pessoas, dois corações, não é possível entender como isso aconteceu. Claro que existem as várias teorias, mas nada pode explicar como aquelas exatas pessoas foram parar uma no caminho da outra; simplesmente era para ser, e foi, antes mesmo de ser. Era assim com eles e sempre seria. Nunca seriam capazes de adivinhar as respostas para algumas perguntas, porém, nem precisavam; o que tinham bastava.

Então, aquela mulher de temperamento incrivelmente bipolar, era parte de quem Ele era, de quem queria ser e de seu coração. Partes diferentes, extremas, porém se encaixam perfeitamente. Ele não sabia se a conhecia completamente, mas cada dia ao seu lado deixava-o ainda mais intrigado e apaixonado por aquilo que desconhecia e precisava para sobreviver aos terrores com que o mundo adorava lhe sufocar.

Sakura era, simplesmente, a única luz que Ele poderia enxergar, como se não existisse outra, e de fato, para Ele, não havia. Apesar de toda a bagunça que ela causava e das dores de cabeça terríveis pelas quais Ele já teve de passar, ela era o único portal para sua felicidade e crescimento, a ascendência não seria feita apenas por Ele sozinho, já havia acostumado com sua luz guia sempre ao lado.

Ele sabia disso tudo, e sabia mais do que jamais diria ou demonstraria, então guardava para si. Era por saber de muita coisa que Ele a mantinha ao seu lado, especialmente por saber que sua queda, ao ficar sem ela, seria brusca demais, e Ele não queria cair. Nunca mais.

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