A Hospedeira 2 - Depois do fim escrita por Camis


Capítulo 19
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Meuuussss amoresss!!! Que saudades!!!
Vim trazer um capítulo novinho para vocês!!! ÊÊÊÊÊÊÊ!!!! Quem leu o aviso que postei?? Quem confiriu o meu outro livro no Wattpad?? Bom, comentem aqui para que eu possa saber!!!
Boa leitura❤



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POV - John

Abro os olhos e vejo que estou assentado na poltrona da sala. Lua. As cenas da noite anterior voltaram a minha mente fazendo-me sorrir largamente. O beijo. Depois da nossa pequena "discussão", que não era uma discussão, ela me beijou da forma mais doce e apaixonada possível. Foi o melhor beijo da minha vida. Lua era a melhor pessoa da minha vida. Eu a amo de forma que nunca amei ninguém nessa vida. Apenas ela foi capaz de desenterrar meu coração de sua cova profunda. Apenas ela. Ninguém mais. A única pessoa que foi capaz de fazer meus sentimentos mortos e esquecidos virem a tona e me fazerem experimentar algo que nunca havia experimentado antes. O Amor. Aquele beijo apenas mostrou que tudo isso é verdade e que eu nunca poderei me separar dela. Eu preciso dela. Preciso dela para viver. Lua faz parte de minha vida. Lua é a minha vida. E estou disposto a tudo que for necessário para fazê-la feliz. Olho em volta e não a vejo. Deve ter ido para o quarto. Me levando ouvindo o estralar de minhas costas e caminho silenciosamente pelos corredores do apartamento. Paro em frente a porta do quarto de Lua, está aberta, adentro o quarto e percebo que a cama está arrumada. Droga! Acendo a luz e começo a vasculhar os armários: vazios. Nenhuma das poucas roupas que ela havia comprado estavam aqui. Nem as roupas dela, nem as da pequena Alice. Esmurro a parede com toda a minha força. Depois de tudo que passamos. Ela prometeu que não me deixaria. Ela prometeu. Eu não posso perder Lua. Não posso perdê-la. Bato as portas dos armários e começo a caminhar por toda a casa procurando algum sinal que ela possa ter deixado. Há algo sobre o balcão da cozinha. Um bilhete. Dela.

Querido John,
 Me Desculpe. Me desculpe por ter ido embora sem avisar. Me desculpe por te fazer sofrer. Me desculpe por aparecer em sua vida e depois desaparecer do mesmo modo. Me desculpe por amar-te de maneira tão intensa. Me desculpe por ser essa pessoa que sou. Me desculpe.
 Você deve me odiar por ter fugido assim mas, posso explicar. Desde quando acordei na estação de cura, pude sentir algo dentro de mim que, absurdamente, me puxava para o passado. O passado em que vivi, ou melhor, o passado em que Peregrina viveu. Essa força enorme que me puxava para longe é a mesma força enorme que enlaça a você: o amor. O amor que sinto pela família desconhecida de humanos que adotei como minha, a família que preciso conhecer. Por quê, você deve se perguntar. Eu preciso devolver Peg a sua antiga vida. A sua antiga família. Aos seus antigos amigos. Ao seu antigo amor. Essas pessoas precisam dela. E ela precisa dessas pessoas. Ainda existe um elo muito forte que liga a nós duas. Alice. Eu tenho que devolvê-la a sua mãe verdadeira e ao seu pai verdadeiro.
 Estou voltando para minha casa. Não sei como vou ser recebida, mas, de qualquer forma, preciso tentar. Estou voltando para minha casa com, apenas, uma parte de meu coração. A outra metade ficou com você. O eterno amor de minha vida. O único que amei. O único que vou amar. Você é único John. Único para mim. Eu gostaria tanto que estivesse comigo, mas é perigoso. Não quero que corra perigo por minha causa. Preciso que esteja bem, porque, talvez, possamos nos encontar algum dia. Eu te amo. Não se esqueça de mim. Nunca esquecerei você.
 PS: Eu te amo!
 Lua.

Ela foi embora. Foi embora para sempre. Ela foi embora para se encontrar com a família humana de Peregrina. A família que pode matá-la a qualquer minuto. A família que adotou como sua. Não posso deixar que isso aconteça. Não posso me separar dela. Não posso me separar delas. Preciso que estejam comigo, nem que eu precise enfrentar os humanos para isso.
Dobro o bilhete e coloco-o dentro do bolsa da calça jeans preta que vesti para sair em minha busca. Diferente dos outros dias, eu estava usando uma camisa branca que, nem se quer, sabia que tinha. Procuro as chaves do meu carro mas não as encontro. Lua provavelmente o pegou emprestado. Pego as chaves da moto e desço pelas escadas, saltando de dois em dois degraus até o estacionamento do prédio.
Ela não deve ter saído a muito tempo. Acho que não sabe dirigir, de qualquer forma, posso localizar o carro pelo GPS. Subo em minha moto dito as coordenadas do carro no aparelho preso ao seu monitor. BINGO! Encontrei. Não está muito longe, ainda se movimenta. Coloco meu capacete e acelero o máximo que posso sem me importar em ser barrado por algum buscador no caminho, não posso me dar ao luxo de cumprir as regras de trânsito nesse momento. Corto as ruas de Phoenix como uma flecha cada vez mais rápido. As ruas escuras, iluminadas pela lua estão praticamente desertas. Apenas algumas poucas pessoas estão à vista. Depois de alguns minutos já estava na estrada que levava a Tucson. O dia começava a raiar e eu ainda não tinha chegado muito perto. O pontinho que representa o carro no monitor do GPS parou. Ainda longe. Estou bem longe de Lua. Acelero a moto ainda mais. De qualquer forma não vai adiantar de muita coisa. Droga! O pontinho voltou a se mexer e... por Deus! Está entrando no deserto! O que Lua tem na cabeça?? Ficou louca!
O sol está cada vez mais forte. Julgo serem quase cinco da tarde e ainda falta um pouco para chegar ao deserto enquanto o pequeno ponto vermelho já está parado faz um bom tempo. Droga! Continuo meu caminho seguindo as coordenadas do aparelho que estão cada vez mais perto. Logo avisto um pequeno armazém chamado Picacho Peak e uma pequena estrada que leva ao deserto escaldante. Adentro a estradinha em minha maior velocidade deixando apenas poeira por onde passo. Há poucas marcas de carro, o vento deve tê-las desintegrado. A noite começa a cair quando avisto um carro abandonado numa pequena clareira com as portas abertas. Paro a moto e caminho até o veículo tendo consciência de que era o meu. Dentro, há algumas sacolas com embalagens vazias e garrafas d'água também vazias, uma bolsa com roupas e as chaves ainda se encontram na ignição. E agora! Para onde Lua pode ter ido? Droga! Saio de perto do carro e continuo caminhando por trilhas onde há poucas marcas de passos. Ela passou por aqui. Debaixo de uma pequena e esquelética árvore, posso ver um corpo desfalecido com os cabelos jogados sobre o rosto e uma das mãos abraçando a barriga num gesto protetor. Lua. Corro até lá e me abaixo colocando-a sobre meu colo.
— Lua! Fala comigo! Acorde! Por favor! Você tem de acordar! - falo com ela chacoalhando seus ombros levemente. Está quente. - Acorde! Por favor! Fala comigo! Olhe para mim! Lua! LUA! LUAA! - posso sentir lágrimas em meus olhos. Luto contra elas para que não caiam.
— APAREÇAM! ELA ESTÁ AQUI! NÃO ESTÃO VENDO? - grito o mais alto que posso. Os humanos tem de estar aqui. Precisam estar aqui. - VOCÊS TEM DE ME AJUDAR! ELA VAI MORRER! POR CULPA DE VOCÊS ELA PODE MORRER! - pego a garota em meus braços e saio andando sem rumo a procura desses malditos que querem tirá-la de mim. - POR FAVOR! ALGUÉM? TEM ALGUÉM AÍ? EU PRECISO DE AJUDA! NÃO ERA ISSO QUE VOCÊS QUERIAM? POIS BEM, ELA VOLTOU! NÃO SEI COMO NEM PORQUE MAS ELA VOLTOU!
Paro de gritar pois não consigo mais. Minha garganta está seca e implora por água. Volto para perto da pequena árvore e me assento ali com Lua em meus braços. Permito deixar as lágrimas caírem e abraço seu pequeno corpo contra o meu.
— Por que você me deixou? Por que não podíamos ficar juntos? - sussurro baixinho na esperança de que ela possa ouvir.
— Quem é você? - ouço uma voz masculina atrás de mim e rapidamente me levanto. - Quem é você e o que faz aqui? - insiste. Não consigo responder, apenas me viro de frente para a voz a fim de ver de quem se trata. Um homem mais velho de cabelos e barba grisalhos trajando roupas velhas e empoeiradas e tem uma espingarda em mãos apontada para mim. Paro de encará-lo e viro o rosto para Lua em meus braços, ele parace acompanhar meus movimentos. - Peg? - pergunta mais calmo. Nego com a cabeça. - Mas... como?
— Ela a trouxe de volta. - respondo baixo.
— Tinha de ser a irmã de Melanie. - ele abaixa a arma e se aproxima de mim. Recuo. - Calma aí rapaz. Quem são vocês. Não o respondo. - Olhe, não vou machucá-los. Apenas gostaria de saber o que fazem aqui.
— Ela voltou sozinha. - respondi apenas.
— Sei disso. Observei-a por um tempo. - respondeu e uma grande raiva tomou conta de mim.
— E não fez nada? Ela está esperando um filho e você a deixa desacordada debaixo do sol que estava fazendo? É louco!? - meu tom de voz é bastante exaltado.
— Queria ter certeza de que estava sozinha, mas, aí, você apareceu e começou a dar aquele escândalo. Por sorte um dos rapazes não o escutou e veio até aqui. Prazer Jeb. - me estendeu a mão e hesitei um pouco antes de aperta-la.
— John. - disse, apenas.
— Ela não parece bem. - assinto. - Vou levá-la para dentro. Venha. - pediu e saiu caminhando em meio a rochas vulcânicas. O segui. - Sabe John, gostei de você. Agora, me diga, por que veio até aqui. Por que veio atrás dela?
— Não podia deixá-la sozinha. Lua é importante para mim. Cuidei dela até aqui e não vai ser agora que vou abandoná-la.
— Você me lembra Ian quando Peg chegou aqui. A história de vocês é bem parecida. E, só avisando, ele não vai gostar nada disso. - dou de ombros. - Lua é muito corajosa. Aconteceu a mesma coisa com Peg quando Melanie foi apanhada. Fico me perguntando se um amor como o que elas sentem pela família pode mexer tanto com a cabeça de outra pessoa. De todos os nossos que foram apanhados, apenas ela voltaram. E, posso te dizer uma coisa, Peregrina era capaz de tudo por aqueles que amava assim como Mel.
— Espere, ela, digo Peregrina, é uma de nós? - pergunto incrédulo. Mas como?
— Sim. Como não sabia. - agora ele me olha confuso.
— Quando conseguimos capturá-la, no processo de inserção, não conseguimos extraí-la do corpo.
— É, parece que nossa pequena se transformou numa humana inteiramente, não é mesmo? - diz e eu assinto. Ele é louco.
Chegamos em um local que parecia a entrada de uma caverna subterrânea. Jeb olhou para mim com uma expressão indecifrável e suspirou.
— Dê-me a garota. Vou levá-la ao Doc. - estendeu os braços para mim e eu a apertei contra o corpo.
— Não! Não deixo ela entrar sem mim.
— Vamos rapaz. Temos que cuidar dela. - nego e ele olha para a entrada da caverna e depois para mim. - Os meninos não vão gostar de te ver lá dentro. - dou de ombros. Ele suspira. - Pois bem. Venha comigo.
—  Como posso confiar em você? - pergunto antes de segui-lo.
— Estou confiando em você. - apenas isso foi o necessário para me fazer ceder.
O segui pela entrada da estranha caverna com Lua nos braços. Agora, estava entrando em um mundo desconhecido e perigoso. Jeb não me parecia uma má pessoa. Gostei dele. Tínhamos bastante em comum e eu pude ver que nos daríamos bem. Ele era louco e esperto ao mesmo tempo e, creio eu, que sua loucura esteja se passando para mim. Logo eu, John, estou caminhando por corredores escuros de pedra com Lua nos braços seguindo um humano. É um mundo estranho.


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Notas finais do capítulo

Bom, este é o capítulo de hoje. Peço perdão pela demora para postar. Estou tendo uma rotina bem corrida esses dias, então...
Para vocês, que não leram o aviso que postei outro dia e, para aqueles que leram, como eu disse, criei um grupo no facebook chamado Books da Camis❤ (tem o coraçãozinho no nome) e peço que aqueles que tem interesse, entrem para que possamos ficar bem juntinho e, também, para que possamos conversar bastante.
Outra coisa, este livro também está disponível no Wattpad e tenho outro livro lá também chamado Uma Garota pode Sonhar. Passem por lá e confiram o meu novo livro...
Beijinhos doces
Até logo
Camis ama vocês ❤❤



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