Murilo beija garotos escrita por roux


Capítulo 9
9




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/711786/chapter/9

MURILO

“Então é aqui? E nós vamos precisar pular esse portão? Você deve estar realmente maluco se acha que vou conseguir fazer isso, fui criado no interior, porém não sei escalar nada”.

 

Disse Murilo para o amigo que estava de costas para ele avaliando o portão. O portão não era tão alto, mas não era nada baixo. Murilo sempre teve dificuldade até para subir em escadas quando precisava buscar algo em um lugar mais alto. Ele viu o outro concentrado no portão e se perguntou quantas vezes o rapaz em sua frente já tinha feito isso, pulado portões e invadido locais fechados para curtir com os amigos. Ele mordeu a língua. Não tinha certeza do que sentia, talvez fosse inveja do amigo. Ele mesmo sempre sentiu vontade de fazer loucuras como essas, o problema sempre foi que ele  não tinha amigos e nem lugares para fazer isso lá em Araraquara.

“Ele é o meu primeiro amigo, além do Samuca!” Constatou o garoto num choque, não havia repado antes que já considerava Tomaz como um verdadeiro amigo. Ficou em silêncio pesando sobre isso quando viu que seu amigo arrancou o casaco do smoking e o levou para o carro que estava estacionado logo atrás deles.

— Nós só vamos esperar a galera chegar, e então vamos curtir. Eu espero que você não se sinta acuado com eles. Eles são estranhos, totalmente insanos, mas são legais. E vão gostar de você, Murilo. — Tomaz disse sorrindo.

— Eles não precisam gostar de mim, só precisam gostar de quem eu estou sendo. O Rafael. O seu namorado do Rio. Estive até teixtando esse sotaque para ser maix convincente. — Ele disse rindo.

— Eu adoro esse seu jeito engraçado sabia? É tão natural. Como você consegue?  — Disse o outro, então Tomaz também riu e puxou o amigo para um abraço carinho.

 Murilo não mostrou resistência. Já se sentia intimo o suficiente do outro para abraçar e ficar tão próximo quanto estavam agora. Estava pronto para responder sua pergunta quando ouviu passos atrás de si.

 — Olha só, galera. Então é verdade. Tom putão arranjou mesmo um namorado!

Falou uma voz masculina logo atrás de Murilo, então ele ouviu um assovio engraçado e tentou se afastar de Tomaz, mas o amigo o segurou com força e começou a rir. Esse não se virou, mas Murilo ouviu sua voz sair alta e engraçada.

— Quem diria não é mesmo? Acabei caindo nas graças de um carioca.  Acho que deve ser o tempero desse povo. Estou amarradão.

Murilo sentiu-se sem graça. Era tão estranho estar ali, parecia um intruso no meio daquela galera que provavelmente já se conhecia há anos.

— E vocês estão vindo da onde? Por que estão vestidos dessa forma? — Perguntou uma loira gordinha e baixinha.

Murilo olhou para ela. Era provavelmente a garota mais bonita que ele já tinha visto em sua vida. Estava usando um short jeans com bolsos rasgados, uma meia no estilo arrastão também com alguns rasgos e uma camiseta de alguma banda que ele não conhecia. A garota tinha um estilo meio roqueiro de ser, mas tudo muito leve combinava muito com sua cara de criança e seus cabelos loiros com pontas roxas. Murilo sorriu involuntariamente pra ela, que para sorte dele devolveu o sorriso.

— Estávamos na festa da minha mãe. Você sabe como é! — Tomaz disse com tédio na voz e Murilo ficou ciente que não deveria ser a primeira vez que ele fugia de uma festa.

— E vocês? Estão vindo de onde? — Tomaz perguntou soltando o amigo e caminhou até seus outros amigos para abraça-los e beija-los.

Murilo ficou apenas sorrindo para os amigos do amigo. Eram quatro ao todo. A garota loirinha e baixinha. Havia um garoto alto e malhado, era mesmo muito malhado e tinha uma careca, os pelos muito aparados com a máquina zero. O cara lembrava o coisa do quarteto fantástico. Ou melhor, o Hulk, já que tinha olhos expressivos e verdes. Estava sorrindo de um jeito diferente para Murilo, então esse desviou o olhar e resolveu olhar as outras duas pessoas. O garoto com o violão nas costas parecia com Samuel, seu amigo lá do interior, só que um pouco mais baixo e com um estilo mais alternativo de ser. Botas, cabelos coloridos e camiseta com desenhos estranhos. Havia também uma garota morena de cabelos raspados e batom preto. Era bonita. O vestido preto e longo caia bem nela. Pensou Murilo e sorriu.

Eram realmente diferentes, cada um no seu estilo. Murilo se perguntou como poderiam ser todos amigos daquela forma.

— Então esse é o famoso Rafael de quem ouvimos falar tanto? — Perguntou o garoto baixinho e de cabelos verdes. Ele riu. — Por um momento nós chegamos a achar que você fosse invenção da cabeça do pudim. Ele dizia “não pô, eu tenho namorado!” e a gente achava que ele estava só despistando a gente para não pegar os caras que dão em cima dele.

Murilo riu e olhou para o garoto.

— Eu existo sim! — Ele diz rindo e estende a mão para o outro. — Rafael, e você?

— Nossa que cabeça a minha, eu me esqueci de apresentar sou o Caco! O melhor dessa turma. O mais talentoso e gostoso. — Ele disse rindo.

Os outros também riram e o maior da turma correu em direção ao garoto e lhe deu um pedala Robinho na nuca. Ele se virou bravo e deferiu um soco na direção do amigo errando totalmente. Então se virou para Murilo rindo e segurou sua mão. Puxou o garoto para um abraço.

Murilo se assustou com isso, mas não mostrou resistência, abraçou o rapaz e notou o cheiro forte de cigarro. Ele sorriu sem graça e tentou se afastar. Mas o garoto não o soltou, pelo contrário. Passou o braço por volta do ombro de Murilo e o virou para os outros.

— A gorda estranha e gótica é a Joana. — Ele disse rindo e apontou para a gordinha loura.

— Vai tomar no seu cu, filho da puta. — Ela ralhou e mostrou o dedo do meio com um anel de caveira para o garoto.

— O grandão ali é o Ogrão. Logo mais você vai descobrir o motivo desse nome no nosso querido amigo. — O garoto riu. — E a outra ali é a Batata. O nome dela é Mônica, mas ela odeia a Turma da Mônica então resolvemos a chamar de Batata, porque o bichinha que come uma batata frita.

Murilo riu. Estava achando incrível a forma descontraída que os garotos o estavam tratando. Eram todos divertidos e pareciam que já o conhecia há tempos. A gordinha caminhou até ele e tocou seu braço.

— Eu tinha que fazer isso, saber se você é mesmo real. Eu sempre achei que você fosse fruto da imaginação dele. Na última brisa dele, ele ficou chorando e gritando seu nome. Acho que deu ruim. — Ela disse rindo e olhou para Tomaz.

Murilo sorriu e olhou também para o amigo que estava vermelho e olhou para baixo.

— Vai se foder, montanha de bosta! — Tomaz disse sério, mas então riu.

— E então, vamos entrar ou vamos ficar aqui na frente para chamar a atenção? — Perguntou o Ogrão que ainda olhava Murilo de uma forma diferente. — Porra bicho, eu acho que te conheço de algum lugar! — Completou o garoto.

— Me conhece? Acho que não. É a primeira vez que venho a São Paulo. — Murilo mente sorrindo.

— Ei, Caco. Será que dá pra você soltar meu namorado? Eu achei que você gostava de mulher. — Tomaz falou rindo, Murilo olhou para ele e sentiu uma chama diferente em seu olhar.

— Pô, tio! Então foi mal. — O garoto disse sorrindo e soltando Murilo. — Acho melhor a gente entrar mesmo.

Murilo caminhou em direção até Tomaz que o abraçou e beijou sua cabeça. Ele sorriu.

— Então quem vai primeiro? — Perguntou Mônica com cara de tédio. A moça segurava sua mochila preta com cuidado.

— Acho melhor a gorda ir. Vai que ela acaba escorregando em cima de alguém! — Falou Caco rindo, ele não continuou rindo quando a garota bateu em seu peito com força.

— Você é uma gracinha, Caco. Só que muito sem graça! — Ela disse brava e então caminhou até o portão. Rapidamente a garota subiu no portão e já estava no alto. Murilo ficou abismado. Para uma gordinha ela tinha bastante agilidade. Ele gostou ainda mais dela. A garota passou o portão e desceu para o outro lado. — Agora vem o Ogrão para pegar a mochila com as garrafas.

Murilo observou a discussão que começava a acontecer com os amigos e sorriu. Então sentiu Tomaz fazendo um leve carinho por baixo de sua camiseta. Ele olhou com pressa para o amigo.

— O que foi? — Perguntou Tomaz. — Está com medo de escalar? É fácil, têm umas barras, você vai colocando o pé e escalando. Eu subo do seu lado se preferir.

Murilo concordou que sim com a cabeça e preferiu não comentar nada sobre o contato intimo que o outro tinha tido há poucos segundos atrás. Logo chegou a vez deles e os garotos começaram a subir. Tomaz tinha mais habilidade que Murilo. Subiu rapidamente e já estava no topo, enquanto Murilo estava na metade do portão subindo devagar. Ele logo alcançou o amigo e sorriu para ele.

— Para descer é mais fácil. — Disse Tomaz baixinho.

— Eu espero que sim. — Murilo falou ofegante e então passou a perna para o outro lado para começar a descer.

— Cuidado, amor! — Falou Tomaz.

Murilo olhou para ele. Naquele momento não sabia se era apenas teatro ou se o outro estava realmente preocupado com ele, então apenas sorriu sem jeito.

— O casalzinho vai descer ou vai ficar namorando aí em cima? — Perguntou Ogrão.

Murilo olhou para baixo e notou que os outros já começavam a se afastar do portão e caminhavam para dentro do parque. Ele esperou até estar em uma altura segura e saltou para o chão, viu quando Tomaz fez o mesmo.

— É para minha primeira vez escalando portões acho que me saí bem. — Ele disse rindo.

— Muito bem. — Tomaz riu. — Muito bem!

Os adolescentes caminharam para o parque adentro até chegaram ao playground do parque Trianon. Murilo observou com atenção o parquinho. Tudo muito bonitinho com os brinquedos em madeira, ele sorriu ao imaginar que se fosse criança adoraria brincar por ali. Era tudo muito verde e bonito. O garoto mal podia acreditar que havia aquele pedaço tão bonito e verde em plena Avenida Paulista. Os garotos se arrumaram em um banco. Dois sentaram no banco e dois no chão. Murilo arrancou seu terno e subiu as mangas da sua camisa enquanto observava os garotos armarem um aparelho. “Aquilo é...” Ele pensou, já tinha visto o aparelho para fumar, só não lembrava o nome. “Narguilé” Ele lembrou e sentou-se também no chão e jogou o terno numa parte vaga do banco de madeira. Ficou ouvindo os amigos de Tomaz conversar e se encolheu.

Tomaz sentou ao seu lado e sorriu.

— Está tudo bem? — Ele perguntou.

— Está sim! — Respondeu Murilo.

Tomaz o olhou meio sério.

— Mesmo, está tudo muito divertido. Os seus amigos são hilários. Parece que eu os conheço há muito tempo. — Ele disse sorrindo.

— Então, Rafael. O que tem de bom pra fazer lá no Rio? — Perguntou Mônica enquanto abria uma garrafa da cerveja que Murilo sempre via no comercial de tevê. Era a sensação entre os jovens.

Ele engasgou, estava temendo aquela pergunta.

— Então, depende do que você gosta de fazer! — Ele responde sorrindo. Era a resposta certa. Poderia enrolar e mastigar ao máximo essa pergunta.

— Baladinhas, festinhas. Essas coisas! — A garota disse rindo de uma forma irônica como se fosse óbvio o que queria saber.

— Acredita que não sei? Eu não vou muito a festas. Estive estudando demais. Acabei de completar o ensino médio. — Ele disse sério e sorriu confiante e sarcástico para a garota, como se fosse óbvio que ela deveria saber essa resposta.

— Eita porra, sério? — Ela perguntou rindo.

— Mas eu achei que você estudasse arquitetura como eu e o Pudim. — Falou a Joana antes de levar o bico no narguilé a boca e sugar.

— Não! — Murilo disse sorrindo. — Eu estava no ensino médio, mas penso em cursar arquitetura. Você deve ter confundido. Meu mor é atrapalhado às vezes. — Ele falou bobo e se virou para o namorado.

Tomaz sorriu.

— É, pode ser eu estou meio bêbada. Nós saímos de uma festa agora a pouco. — A garota disse rindo. — Eu devo estar bem louca, né? — Ela perguntou para os outros e para si mesma.

— E quando você não é louca? — Perguntou Tomaz.

— Você me ama! — A loira disse rindo.

— Você sabe que sim. — Tomaz riu. — Me joga aí duas beats.

— Opa, vintchy reaix. — Falou Caco imitando um meme antigo. Murilo sentiu vontade de rir disso. E riu.

Murilo viu Tomaz agarrar duas latinhas da bebida azul que ele sempre via na tv.

Ele sorriu sem graça, pois sabia que iria ter que beber, ele nunca foi fã de bebidas, mas resolveu apenas sorrir e o amigo lhe entregou uma das latas. Ele abriu e sentiu o cheiro adocicado. Levou a bebida aos lábios e tomou um gole. “Bom!” Ele pensou enquanto tomava mais um gole grande aproveitando. Tinha um leve sabor de limão. Era até agora a bebida que ele mais tinha gostado. Ele sorriu e continuou bebendo.

— Você então é novinho! Como seus pais deixaram você vir do Rio para São Paulo para conhecer um estranho? — Perguntou Ogrão de um jeito estranho. — Imagina se nós somos loucos, ou de alguma seita satânica e abrimos suas estranhas aqui mesmo?

— Vocês não teriam coragem, porque eu sou o único bruxo aqui. — Ele diz sorrindo e continua bebendo sua beats.

Murilo sorriu ouvindo as piadas sem graça de Tomaz. Era a primeira vez que ele vinha o amigo tão descontraído. Ficou frustrado quando virou a lata mais uma vez na boca e sentiu que estava vazia. Então alguém lhe estendeu mais uma lata. Já era a sexta. “Você está se saindo um real bêbado, Murilo!” Ele pensou e riu alto. Os outros olharam para ele. Decidiu que seria a última bebida, não tinha costume de beber e já se sentia muito zonzo para continuar.

Caco arrancou a capa do violão e segurou o instrumento nos braços. Começou a tocar uma melodia desafinada que Murilo não conhecia. As amigas riram e gritaram, passando a bater palmas e fazer uma dancinha apesar de estarem sentadas.

— Não acredito, essa mais uma vez? — Perguntou Tomaz rindo.

 — Essa é a única que ele consegue tocar inteira. — Ogrão disse rindo e então soltou um peido barulhento.

— Eca, seu porco. Estava mesmo demorando. — Falou Mônica abanando a mão em frente ao nariz.

Não demorou muito e Murilo sentiu o mau cheiro chegar até ele. Apenas riu. E ficou concentrado na música que Caco tocava. Então o garoto passou a cantar.

“Amor é para sempre sexo também. Sexo é do bom, amor é do bem. Amor sem sexo é amizade, sexo sem amor é vontade. Amor é um, sexo é dois. Sexo antes, amor depois. Sexo vem dos outros e vai embora, amor vem de nós e demora. Amor é cristão, sexo é pagão. Amor é latifúndio sexo é invasão. Amor é divino sexo é animal. Amor é bossa nova sexo é carnaval!”

— Oh! Oh! Uh! — Completou o cantor fazendo umas firulas horríveis.

Murilo riu alto e bateu palmas. Apesar de ter dito para si mesmo que aquela era sua última bebida, começou a tomar mais uma.

— Acho melhor você parar de beber agora, meu amor. — Falou Tomaz sério em seu ouvido.

Ele não processou direito as palavras do outro. Sorriu, balançou a cabeça e continuou bebendo. Caco estava pronto para começar a tocar outra. Cada amigo pedia uma música. E o garoto apenas ria e dizia que não sabia cantar.

Caco então passou a tocar notas fortes no violão como se estivesse tocando uma guitarra e depois riu. Murilo riu junto, aquela altura já estava achando qualquer coisa engraçada.

— Essa que vou tocar agora, todo mundo conhece! E eu dedico para minha querida Joana, e torço para que um dia ela me dê bola. Essa gostosa. — Disse o garoto rindo.

Murilo riu junto e por alguns segundos notou que quem não tinha gostado muito da brincadeira tinha sido a Mônica. A garota levantou com a cara feia e ficou olhando o céu limpo e estrelado.

“Eu gosto tanto de você que até prefiro esconder, deixo assim ficar subentendido. Como uma ideia que existe na cabeça e não tem a menor obrigação de acontecer. Eu acho tão bonito isso de ser abstrato baby, a beleza mesmo tão fugaz. É uma ideia que existe na cabeça e não tem a menor pretensão de acontecer. Pode até parecer fraqueza, pois que seja fraqueza então a alegria que me dá isso vai sem eu dizer...”.

Murilo notou quando Tomaz o olhou, ele sentiu as bochechas arderem e então desviou o olhar rapidamente para cima e flagrou Mônica que olhava para baixo com um sorriso bobo nos lábios. Murilo seguiu em direção a Joana que se balançava no chão e teve a total certeza de que a amiga de Tomaz era apaixonada pela loira, ele sorriu sem graça e então encarou Tomaz novamente. O amigo sorriu para ele. Ele sorriu de volta e sentiu as bochechas queimarem.

“E se amanhã não for nada disso, caberá só a mim esquecer o que eu ganho e o que eu perco, ninguém precisa saber”.

Ele ouviu os últimos versos e sentiu o peito apertar de uma forma diferente.

A música parou e ele bateu palmas. Os outros olharam para ele rindo, mas todos acabaram batendo palmas também.

— Eu acho que acabei de ganhar meu primeiro fã! — Caco disse rindo. — E eu espero que essa música toque o seu coração e que você me de uma chance sua gostosa!

Todos riram menos Mônica.

— Galera que tal um verdade ou desafio? — Perguntou Mônica que já estava com as bochechas vermelhas. A moça continuava bebendo e fumando um cigarro que tinha um cheiro de menta para Murilo.

— Não seria adequado, quando estou aqui com meu namorado. Não quero nenhuma de você encostando essas bocas na boca que eu beijo. — Tomaz disse rindo e deixando uma lata vazia no chão.

— Eu não vi vocês se beijando, então cala a boca e deixa eu o beijar. — Falou Mônica rindo.

Murilo sentiu as bochechas queimarem por conta da brincadeira da garota. Ela não o queria beijar de verdade, mas isso o deixou sem graça. Ele se concentrou no mato verde a sua frente e ouviu uma nova música sair da boca de Caco com aquela voz rouca e bonita que ele tinha. Ele adorava essa.

“Diz pra eu ficar muda faz cara de mistério tira essa bermuda que eu quero você sério... Tramas do sucesso, mundo particular. Solos de guitarra não vão me conquistar... Uh! Eu quero você como eu quero! Uh! Eu quero você como eu quero...”.

— Então você acha que eu não beijo meu namorado? — Perguntou Tomaz rindo e gritando para que sua voz fosse ouvida. Ele levou a mão direita ao queixo de Murilo e puxou devagar fazendo os dois se olharem.

Murilo o encarou. Não podia ser. Ele não iria fazer isso. Os dois olharam nos fundos dos olhos e ele então sentiu. Os lábios quentes e macios do outro lhe tomaram e foi bom, quente e babado, mas gostoso, tinha um gosto de novidade e bebida. Era seu primeiro beijo e Murilo não fazia ideia do que deveria fazer. Subiu sua mão pelo peito de Tomaz e tocou sua nuca puxando seus cabelos lentamente. O outro deu um sorriso manhoso entre o beijo que ele adorou. “Faz de novo.” Pensou, mas em retribuição ganhou uma chupada na língua que o fez sorrir. Respirou fundo e passou a mover sua boca como Tomaz fazia e o beijo tomou ritmo e ficou ainda melhor.

Pode ouvir os outros gritando ao fundo e sorriu afastando a boca junto ao outros, eles sorriram bobos.

— Eu te amo, Rafael! — Falou Tomaz carinhoso e tocando seu rosto.

Algo quebrou dentro de Murilo. Ele sorriu e respirou fundo. Só queria estar sozinho naquele momento.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Murilo beija garotos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.