Murilo beija garotos escrita por roux


Capítulo 14
XIV




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TOMAZ

“I'm waking up, I feel it in my bones enough to make my systems blow. Welcome to the new age, to the new age, welcome to the new age, to the new age whoa, whoa, I'm radioactive, radioactive.”

 

Eles riam ao som da música já tão conhecida para ele. Adorava aquela banda, adorava aquele som. Ele caminha até Murilo e passa o braço pelos ombros do amigo. Os outros amigos estão ali também, tinha sido uma boa ideia enviar mensagem para que fossem todos para lá.

— Ah, mas que romântico. — Falou Ogrão. — O príncipe encantado foi ganhar a pelúcia para sua princesa indefesa. — Diz o amigo rindo alto, logo após ele terminar de acertar todos os patos para ganhar o prêmio para Murilo.

Ele apenas ri, mas percebe que Murilo ficou envergonhado então caminha até o menino e passa seu braço pelos ombros dele e beija seu rosto. Sorri.

— E então qual você vai escolher? — Ele pergunta. Ouve os outros rindo do quanto eles são fofos juntos, mas ignora.

— Acho que vou ficar com aquela vaquinha! — Responde Murilo bem baixinho para que só ele possa ouvir. Ele ri e olha para o atende atrás do balcão da barraca.

— Eu vou ficar com aquela vaquinha. — Ele diz soltando Murilo e caminha até o balcão para pegar a pelúcia que o homem estende. É grande, e mais pesada do que ele achou que seria. O bicho é realmente bonito e macio. Uma vaquinha gorda, branquinha com manchas pretas, ele sorri e entrega para o garoto em sua frente.

Murilo sorri e puxa a vaquinha para si apertando ela no braço e no peito. Ele sorri vendo a cena, o garoto fica ainda mais bonito e fofo. Ele caminha até ele e beija sua cabeça. “Como eu queria fazer isso!” Ele pensa quando abraça o amigo.

— Galerinha do bem, está calor demais. Eu acho que não foi uma boa ideia vir ao parque de diversões pela manhã. — Fala Mônica. A garota está toda de preto e por isso deve estar com mais calor que os outros naquele momento. — O Augusto acabou de mandar mensagem, ele está com o novo namorado lá em um parque aquático em Suzano. É um pouco longe, mas a gente poderia ir, né? Será divertido.

— Suzano? Puta que pariu Batata! Isso fica lá no Alto Tietê. Mó longe, vai pagar a minha gasolina? — Pergunta Caco.

— Caralho, hein? Como você é pão duro! — A garota diz.

Tomaz ri.

— Que mão de vaca, azarento! — Fala Joana rindo alto.

— Zé ruela! — Grita Ogrão batendo na cabeça do amigo que está reclamando.

— E então? Nós vamos ou não? — Pergunta Mônica com o celular nas mãos.

Murilo o olha e ele sorri.

— Então você quer ir? — Ele pergunta enquanto toca o rosto perfeito do outro garoto.

— Eu não sei, eu tenho vergonha, vou ter que ficar de sunga, certo? — Murilo pergunta ficando vermelho.

Tomaz ri e puxa o garoto para um abraço. Sussurra em seu ouvido: — Você tem o corpo mais lindo que eu já vi. Então se afasta do garoto e grita para a galera. — A gente vai. Tem espaço no carro, quem quer ir com a gente?

— Eu quero, não aguento mais andar naquele carro caindo os trapos do Caco! — Grita Joana caminhando em direção ao amigo. Ela ri.

— Eu também quero, o seu carro é mais confortável, bro! — Fala Ogrão piscando para o amigo de forma sacana. — Foi mal, Caquinho. Mas eu vou aqui com eles!

— Então eu irei sozinho? — Caco pergunta irritado.

— Não, traste! Eu vou com você! — Fala a Mônica. — Pudim você vai seguindo o carro do Caco. Assim fica mais fácil, então vamos? — Ela diz.

Eles caminham cada um para seus carros e Tomaz sorri pegando a pelúcia de Murilo para colocar no porta malas. Os outros já estão acomodados dentro do carro quando ele entra. Estão tendo uma conversa.

— Eu acho que conheço você de algum lugar, Rafael. — Diz Ogrão. — Acho que já vi fotos suas no facebook. Não tenho certeza.

— Eu acho que não! — Diz Murilo sorrindo.

— Você é chato hein, Ogrão? Deixa o menino em paz. Que coisa. Desde que o conheceu você diz isso. — Fala Joana. — Ele já disse que você não o conhece.

Tomaz se sente incomodado com isso também. Será que o amigo está flertando com seu namorado? Ops, com seu, ah foda-se namorado sim. Ele pensa. Então liga o carro e liga o som, pegando a estrada junto ao carro da frente que ele vai seguir.

 

 

— I raise my flag, dye my clothes, it's a revolution I suppose we're painted red to fit right in, whoa. — Berra Joana com todo o ar dos seus pulmões. A garota canta seguindo o ritmo da música alta que saí do som do carro.

— I'm breaking in, and shaping up then checking out on the prison bus this is it, the apocalypse, whoa — Ele grita rindo e batendo no volante enquanto acelera o carro para não perder o amigo em sua frente de vista.

— I'm waking up, I feel it in my bones enough to make my systems blow. — Canta Ogrão, mais desafinado que todos eles. Eles rim.

— Welcome to the new age, to the new age, welcome to the new age, to the new age whoa, whoa, I'm radioactive, radioactive. Whoa, whoa, I'm radioactive, radioactive. — Gritam todos eles rindo. E ele percebe que até Murilo está cantando e se divertindo junto a eles. O garoto parece feliz, ele gosta disso.

A música acaba e eles ainda estão rindo. Já saíram de São Paulo a esse momento estão passando por uma cidade pequena chamada Poá. Estão quase chegando. Ele ainda ri da música que cantaram há pouco.

— Gente, algum de vocês sabe quem é esse novo namorado do Augusto? Ele tá a cada dia com um que fica complicadíssimo saber, há três semanas era o Marquinho, quem será agora? — Pergunta Joana rindo. Ele entende por que.

Augusto sempre foi namorador. Porém o defeito é que seus namoros costumam durar no máximo um mês. O mais longo durou um mês e sete dias. Ele ri sozinho quando escuta o amigo falando.

— É o Niel. Eu que os apresentei. O Niel é um velho amigo meu, porém ele não gosta muito da nossa vibe. — Fala Ogrão. — É aquele cara que eu te apresentei uma vez, porém não rolou pra vocês, lembra pudim?

Ele lembra. Era um cara babaquinha.

— Putz, então o Augusto vai bater recorde dessa vez, o namoro vai durar só hoje. Aquele cara era bem mala, exigente e sempre está ligando pra padrão. É um cara bem babaca. Queria fazer rolar entre nós só por causa da minha grana. Otário. — Ele diz.

— Ah sei lá, mano! — Fala Ogrão meio desconfortável. E Tomaz se sente mal. Não deveria falar isso, querendo ou não os caras eram amigos.

— Chegamos! — Ele diz estacionando o carro e tentando mudar de assunto. Mônica caminha até eles.

— Então galera, desce do carro que o manobrista vai levar pro estacionamento e nós vamos numa lojinha na entrada do parque comprar umas roupas de banho para então passarmos pelo exame médico super rápido. — Ela diz rindo.

Eles descem do carro. E Tomaz entrega a chave do seu carro para o manobrista. Ele sorri simpático para o homem e vê Caco chegar resmungando.

— Qual foi agora, zé ruela? — Ele pergunta rindo.

— Esses caras babacas, o manobrista não queria pegar meu carro, ficou mais animadinho em levar o seu. — O amigo diz bravo.

Eles todos riem e vão direto para a lojinha. Ele escolhe uma sunga preta. “É necessário!” Ele pensa vestindo a sunga. Não poderia usar algo de outra cor, precisava pelo menos tentar esconder seu volume. Saiu do banheiro minúsculo e avistou Murilo que estava com uma sunga branca com listras pretas, acabando seu exame médico, pelo visto estava tudo certo.

Ele foi logo fazer isso e sorriu ao terminar. Estavam todos animados e prontos para caírem na água. Faziam bagunça. Era sempre assim quando estavam juntos, nesse momento Caco estava zoando o corpo gordinho de Joana e Mônica brigava para que os dois parassem. Ele recebeu uma mensagem no celular.

“Já chegaram?”

Ele respondeu dizendo que sim.

“Então vem cá, estamos num quiosque na ala leste, perto do tobogã azul!”

— Ei porra, para de briga e vamos lá. O Gusto está esperando! — Ele diz segurando a mão de Murilo. — Bora cambada!

Eles caminham por pouco tempo. O parque até que é um lugar bonito, não é gigante. Porém se percebe que dá pra passar um dia legal. Ele aperta a mão de Murilo e então sorri. Não caminharam muito e ele já avista o amigo sentado rindo. Está ao lado do moleque que ele mesmo já deu um fora, lembra-se dele, é um chatinho, padrãozinho que se acha com os seus cabelos louros como mel, a pele bronzeada e um corpo malhado. Ele não entende como o amigo quis aqui.

— Não pode ser! — Ele ouve Murilo dizer assustado e então parar.

Ele para junto e olha para Murilo. O garoto está mesmo preocupado e olhando para frente. Está branco e parece que vai passar mal a qualquer momento. Ele segue o olhar e enxerga o garoto sentado ao lado do amigo. Então tudo vem como um chute no peito. “Daniel!” Era esse o nome do homem lá na frente. Ele precisa tirar a dúvida, ele mesmo está nervoso agora.

— Você conhece aquele cara? — Ele pergunta apreensivo.

Murilo balança a cabeça em afirmativa.

— Eu conheço, é o Daniel. O cara que me abandonou sozinho na rodoviária! 


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