Yuri! Euphonium escrita por Mirai


Capítulo 5
Capítulo 4




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Mais alguns meses se passaram, e o namoro das duas manteve-se firme. Pareciam se amar mais a cada dia, mas ainda decidiram não contar sobre a relação para mais pessoas. No próximo fim de semana, seria realizado um festival na cidade, e Kumiko já tinha planos de que convidaria Reina e passaria uma noite divertida ao lado da menina que amava. Porém, seu plano não daria certo…

Antes do festival, Kumiko queria ter um encontro com a namorada. Convidou-a então para irem a um café que havia inaugurado a pouco tempo e comentavam que os bolos de lá eram muito bons.

— Reina! Vamos ao café amanhã? – sorria, entusiasmada.

— Vamos, sim, eu adoraria – disse, apertando a mão de Kumiko.

Ao irem para casa, ficaram trocando mensagens.  A eufonista estava ansiosa para o encontro, já estava até procurando uma roupa fofa. Reina telefonou e disse que não poderia sair amanhã, pois os pais haviam marcado um compromisso que ela teria que ir de todo jeito. A garota, claro, compreendeu e ficaram mais algum tempo no telefone. Kumiko estava um pouco triste, guardando as roupas que havia separado.

No dia seguinte, as duas estavam como sempre na escola, se amando escondidas e felizes uma com a outra. Tudo ocorria normalmente, como sempre foi. Após a escola, saíram apenas por 10 minutos, para que pudessem se beijar um pouco, mas Reina logo teve que ir, pois não podia chegar atrasada em casa, então foram embora.

O compromisso de Reina era ir, com os pais, à principal estação  de trem para receber uma prima distante da trompetista. Essa prima havia terminado o terceiro ano do colegial no ano passado e agora estava viajando pelo Japão. Então, decidiu passar alguns dias na casa da tia, mãe de Reina. Ela decidiu não contar nada a Kumiko, pois não achava que era algo muito relevante. Mas essa súbita visita a entristecia um pouco, pois sabia que passaria menos tempo com Kumiko durante esses dias pois teria a responsabilidade de sair com a prima.

Pela manhã do dia seguinte, na escola, Shuuichi encontrou Kumiko no corredor. Ele aproveitou para comentar casualmente com a garota.

— Soube que Reina esteve beijando uma garota – falou, sem demonstrar a malícia em suas palavras.

— C-Como assim? – Kumiko corou, acreditando que alguém pudesse ter visto as duas se beijando quando saíram do colégio.

— Ontem de noite, numa festa.

— N-Não é possível, ela não faria isso...  

— Por que não? Até onde eu sei, ela não namora ninguém – fazia-se de desentendido, fingindo não saber da relação de Reina e Kumiko.

— Ah… é que eu achei que ela gostava de outra pessoa…

— Bom, foi apenas o que me disseram. Estou atrasado para a aula. Até mais, Kumiko.

Enquanto o amigo ia embora, Kumiko ficava confusa e inquieta, sem saber no que pensar. “Deve ter sido algum engano, Reina jamais faria isso”. Ela tentou não pensar nisso, pois confiava totalmente na namorada. Decidiu que tentaria chamá-la para sair de novo. Só por não ir daquela vez, não significava que ela estava com outra garota. Kumiko esperou as aulas do dia terminarem e aguardou Reina na saída da escola.

— Reina! – sorriu para a amada – Vamos voltar juntas para casa, quero conversar com você…

— Claro, vamos.

As duas começaram a caminhar juntas, conversando casualmente como o de sempre. Mas hoje, a trompetista não a levou para algum lugar distante para que pudessem se beijar, deixando Kumiko um pouco triste. Ela, então, resolveu convidá-la para sair, quando já estavam no trem.

— Reina, quer sair comigo amanhã? Vamos ao cinema, o que acha? – sorria, entusiasmada.

— Desculpe, Kumiko. Não poderei ir com você amanhã… Mas marcaremos outro dia! – disse, segurando na mão da eufonista, entrelaçando seus dedos nos dela.

— Tudo bem… então marcamos para outro dia – falava em um tom notavelmente triste.

Já era a estação onde Reina teria que descer. Como não daria tempo de conversarem sobre isso naquele momento, a garota de cabelos negros deu um selinho rápido e desceu do trem.

— A gente se vê amanhã – sorria para a garota.

Kumiko ficou olhando enquanto a porta se fechava. Com outra recusa de Reina para sair, as palavras de Shuuichi voltaram à cabeça dela. “Já é a segunda vez que ela não pode sair comigo na mesma semana. Isso nunca aconteceu antes… Será que é verdade? N-Não! Kumiko, você não pode desconfiar assim de Reina”. Decidiu que a chamaria no fim de semana, no sábado, para o festival que aconteceria de noite. ‘’Reina não deve ter compromisso no sábado… Acho que ela não vai negar, dessa vez”. Kumiko estava tão imersa em seus pensamentos que quase perdeu a estação. Levantou-se correndo e saiu do trem.

Mais tarde, em casa, antes de dormir, pegou o celular para ver se tinha alguma mensagem de Reina. Ao ver que não, mandou uma para ela. A trompetista demorou mais do que o normal para responder, o que começava a deixar Kumiko inquieta, mas logo a mensagem veio. A eufonista não demorou muito e a convidou logo para o festival. Quando viu a mensagem de Reina dizendo que, sim, iria ao festival com ela, Kumiko abriu um enorme sorriso e abraçou o travesseiro, sentindo um enorme alívio. Despediu-se da namorada, sem antes dizer que a amava, e foi dormir, com a cabeça mais tranquila.

Na véspera do festival, Kumiko encontrou novamente com Shuuichi, que foi a visitar em sua casa. Ela abriu a porta e o viu.

— Shuuichi? O que faz aqui?  - perguntou, surpresa ao vê-lo, pois ele não costumava a visitar.

— Ah, bem… – parecia um pouco sem jeito, mas seguiu em frente – queria saber se você gostaria de ir ao festival comigo.

— Desculpe, mas já combinei de ir com uma amiga.

— Kousaka Reina?

— Como você sabe?

— Vocês sempre estão juntas, então é meio óbvio – riu forçadamente – mas eu achei que ela iria com a nova namorada dela…

— Eu não sabia que ela estava namorando… – tentou dizer num tom normal, que não mostrasse a tristeza que sentiu – mas de qualquer forma, ela combinou de ir comigo.

— Bom, você que sabe… qualquer coisa, me ligue no dia – falou, enquanto virava-se e ia embora.

Kumiko ficou bastante preocupada, o suficiente para ligar para Reina assim que fechou a porta. A namorada a atendeu após alguns toques.

— Kumiko?

— R-Reina! O festival… está tudo certo, não é? Eu e você…

Reina surpreendeu-se pela agitação e apreensão de Kumiko, mas logo tratou de acalmá-la.

— Kumiko, calma… sim, está tudo combinado. Eu e você iremos juntas.

— Certo! Estou ansiosa, já preparei meu yukata! Você vai amar! – dizia cheia de felicidade e alívio.

— Tudo bem… – Reina continuava sem entender o motivo de todo aquele alarde, mas decidiu que falaria com ela sobre isso pessoalmente – Também estou ansiosa. Nos veremos lá amanhã, na hora e no local combinados.

Após encerrar o telefonema, Kumiko voltou a se sentir aliviada. Mas estava em dúvida. Não sabia o motivo de Shuuichi ter dito aquelas coisas. “Provavelmente, alguém está falando essas bobagens para ele. Mas por quê?” Porém, agora ela apenas queria pensar no festival e no encontro que lá teria com Reina. Depois falaria com ele e, talvez, até falasse sobre sua relação de namoro, já que confiava no amigo.

No dia seguinte, Kumiko já estava se arrumando para o encontro. Havia vestido seu yukata. Tentava ficar o mais linda possível para Reina. Agora, apenas esperava mais algum tempo para sair de casa. Havia mandado uma mensagem para a namorada mais cedo, mas ela não respondeu.

Naquele dia, Reina passou a tarde toda com a prima, a mostrando alguns lugares na região, a pedido dos pais, que não passaram o fim de semana em casa. Porém, ela apenas pensava no encontro que teria com Kumiko. Assim que chegaram em casa, Reina disse para sua prima que ela não poderia ficar em casa durante a noite, pois iria sair com uma amiga. A prima concordou e a trompetista então foi tomar seu banho para que pudesse se arrumar, estava ansiosa para encontrar Kumiko.

Quando já estava no banheiro, seus pais telefonaram em seu celular, pedindo que a garota levasse a prima no festival que teria lá pela noite. Reina tentou argumentar, dizendo que já tinha marcado um compromisso de sair com as amigas da escola, mas os pais a repreenderam e a ordenaram que levasse. A garota chorou um pouco. Como não queria que Kumiko a ouvisse chorando, para não preocupá-la, decidiu a avisar por mensagem. Nela, disse que não poderia mais ir ao festival com Kumiko, pois precisaria ir com uma prima a pedido dos pais, e pediu desculpas. A eufonista, que estava prestes a sair de casa, não ouviu o celular avisando que havia mensagem, pois o deixou no quarto. Então, saiu de casa. Apesar de não ter conversado com Reina naquele dia, tinha a certeza de que a encontraria e teria uma noite inesquecível com ela.

Reina aguardou um pouco pela resposta de Kumiko, mas não a recebeu. “Com certeza ela está muito chateada comigo”. Aquilo fez a trompetista ter vontade de chorar mais, mas ela segurou as lágrimas e terminou de vestir seu yukata. Em seguida, saiu de casa com a prima. Tentou parecer o mais feliz possível, pois, apesar de querer ir com Kumiko, não queria ser desagradável a uma pessoa da família. Inclusive aquela prima que sempre tratou Reina super bem. Decidiu que, mesmo que não estivesse com Kumiko, a recompensaria de algum modo depois.

Quando Kumiko chegou ao festival, esperou no local onde haviam marcado. Esperou, esperou, esperou… Mas Reina não apareceu. A eufonista ficou arrasada, queria chorar ali mesmo. Mas não queria chorar no meio de tanta gente. Depois de cerca de uma hora e meia esperando, resolveu voltar pra casa. Shuuichi, que tinha ido ao festival com alguns garotos do clube, avistou Reina com alguma garota. Ele tentou ver se era Kumiko, mas quando se aproximou mais um pouco, percebeu que não era. Ele sorriu discretamente, de forma maliciosa, quando viu que, próximo dele, Kumiko estava parada, sozinha, com cara de tristeza. Resolveu se separar dos amigos sem que eles percebessem e caminhou até a eufonista.

— Kumiko! Você está linda – sorriu para a garota.

— Obrigada, Shuuichi...

— Onde está Reina? Achei que viria com ela.

— Ela… não pôde vir, estou indo para casa agora – disse, um pouco triste.

— Ela não pôde vir? Hm… então, o que é aquilo? – ele segurou em um dos braços de Kumiko e a puxou por entre a multidão. Apontou para uma barraquinha de takoyaki. Ali, estava Reina com a prima, rindo e se divertindo enquanto comiam.

Kumiko não acreditou quando viu aquilo. Seus olhos se encheram de lágrimas.

— Kumiko, você está bem? O que houve?

— N-Não é nada, eu… preciso ir! – saiu correndo, em lágrimas.

Shuuichi correu atrás da garota, a alcançando rapidamente e segurando seu braço.

— Vem comigo, vamos sair desse barulho – puxava Kumiko para um lugar mais escondido, ali perto.

Desorientada, Kumiko não sabia o que fazer ou falar, apenas o seguiu. Não conseguia conter as lágrimas, que escorriam pelo seu rosto. Quando já estava a sós com ele, longe da multidão, ficou de joelhos no chão, pondo as mãos no rosto.

— Eu quero ir embora!

— É melhor você se acalmar um pouco antes de ir. Ou quer que sua mãe te veja assim?! – disse, aproximando-se dela e sentando ao seu lado.

Kumiko tentava respirar fundo, mas não conseguia se acalmar. Até que Shuuichi segurou nas mãos dela, as apertando com força.

— Kumiko! Eu estou aqui para você… não quer me falar o que houve?

— Eu só… estou um pouco magoada. Amanhã eu te explico… Agora me deixe ir para casa, sim?

— Não tem como eu te deixar ir embora assim… Vamos voltar para o festival, eu te pago alguma comida, aproveitamos um pouco e depois eu te levo em casa. Que tal?

— Se a gente não demorar… Só até eu parar de chorar um pouco, então.

Shuuichi levantou-se e deu sua mão para ajudar a garota a se levantar. Assim que a puxou, aproveitou a chance para abraçá-la.

— O que está fazendo…? – tentava se soltar do abraço dele.

— Chore tudo o que tem para chorar antes… Lembre-se que estou aqui para você. Não somos amigos?

Kumiko ficou em silêncio, mas não conseguiu segurar o choro. Chorou ali, abraçada ao amigo, que, aos poucos iniciava uma leve carícia em suas costas. Novamente, Kumiko tentou se soltar, mas não tinha forças para isso, então cedeu. Após se acalmar um pouco, os dois voltaram à multidão. Shuuichi a levou em algumas barraquinhas, tentando animá-la um pouco. Apesar de ela ainda estar extremamente triste, já se notava uma diferença em relação a antes. Mas tudo em que conseguia pensar era Reina com aquela menina…

Após algum tempo ali, Kumiko insistiu para ir embora. O amigo acatou ao pedido da moça, levando-a pela mão pelo caminho com menor número de pessoas. Foram andando até chegarem a uma pracinha. Ele olhou para os pés dela e pediu que ela se sentasse para descansar um pouco. Ela concordou. Shuuichi sentou-se ao lado dela e disse, subitamente.

— Kumiko… sabe que eu gosto de você há muito tempo?

— P-Por que está me falando isso agora? – perguntou, bastante surpresa. Corou um pouco.

— Senti necessidade de que você soubesse que alguém gosta de você realmente…

Kumiko sentiu novamente vontade de chorar, mas não teve tempo para isso. Sentiu uma das mãos de Shuuichi a tocar o rosto. Ela não reagiu. Lentamente, via o rosto dele se aproximando. Pensou em levantar-se e fugir dali, mas a imagem de Reina com outra garota veio a sua mente. “Se ela pode… por que eu também não posso?”

Shuuichi encostou seus lábios suavemente nos lábios da amiga, com medo de assustá-la. Mas como a garota não reagiu, ele continuou. Abriu um pouco os lábios e inseriu sua língua, enroscando-a com a de Kumiko. O beijo foi tornando-se mais intenso, mais veloz. Ele colocou uma das mãos nos cabelos da eufonista, puxando-os um pouco, segurando-a firme. Depois de algum tempo se beijando, ele, de alguma forma, a colocou sentada em seu colo, ainda a beijando com intensidade. Não demorou muito para que sua mão descesse pelo pescoço de Kumiko, acariciando-a, indo em direção aos seus seios. Ele afrouxou um pouco o yukata dela, para que pudesse colocar sua mão por dentro da roupa, queria sentir a pele quente e macia dela. Enquanto mordia e sugava os lábios dela, acariciou os mamilos, dando leves beliscões, fazendo com que Kumiko soltasse alguns gemidos baixos. Ele foi descendo a boca por seu pescoço, chupando por onde passava, parando em seu seio, lambendo-o e o chupando. Não demorou para que Kumiko o puxasse de volta para seus lábios, onde continuaram a se beijar intensamente. As mãos da eufonista passavam pelo corpo de Shuuichi, que já estava com seu kimono bagunçado.

Reina, que passava por ali com a prima a caminho de casa, andava apressadamente. Queria logo chegar e conversar um pouco com Kumiko; se explicar melhor para ela. Afinal, estava com saudades da namorada, além de estar preocupada com ela. Quando passou perto daquela praça, Reina viu que havia duas pessoas ali, de longe, mas não deu importância. Porém, quando se aproximou mais e viu quem eram, teve a pior visão de sua vida: Kumiko, a garota que Reina tanto amava, aos beijos e agarrões com outra pessoa. E ainda com o yukata completamente folgado. Reina virou-se para a prima e disse, calmamente.

— Você sabe chegar em casa daqui, não é? Vá em frente, preciso resolver algo.

— O que houve, Reina-chan? Você está b…

— Apenas faça isso, por favor – falava de forma bem séria. Séria o suficiente para deixar a prima com um pouco de medo. Mas ela já imaginou do que se tratava e seguiu o pedido de Reina, indo para casa.

Reina não sabia o que fazer. Em sua mão, carregava um colar que havia comprado para Kumiko. Apertava-o com força, quase o quebrando. A essa altura, ela já chorava muito, mas sem fazer barulho. Aproximou-se do “casal” e jogou aquele colar com força em cima dos dois. Em seguida, saiu correndo, às lágrimas.

Kumiko levantou-se, desesperada, tentando arrumar seu yukata que praticamente mostrava seus seios. Pensou em ir atrás da amada, mas já era tarde demais. ‘’Mas… ela também fez o mesmo…’’ Kumiko estava sem condições de pensar em alguma coisa após o ocorrido, apenas se arrumou como pôde, nem olhando para Shuuichi, e foi embora correndo para casa.


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