POV HERMIONE GRANGER

Eu estava no jardim estudando, era um sábado, sim, o sábado seguinte ao do meu beijo com o Malfoy. Eu e ele? Bom, a gente tá se dando bem diga-se de passagem. Ele era muito atencioso, simpático e estava fazendo de tudo para me proteger. A gente se beijava algumas vezes por dia, mas o que eu poderia dizer? Não sei como estamos, eu não fico com ninguém, não sou de ficar.

Meus pergaminhos estavam amontoados pela grama e eu estava absorta no livro de História da Magia. Um pergaminho veio voando e pousou na minha frente. Abri e reconheci a letra. Gina.

“Mione, estamos te esperando na margem do Lago Negro. Sei que está estudando, mas hoje é sábado e está calor, estude outra hora. Quero você aqui AGORA!

Com amor,

G.W.”

“Com amor”, a delicadeza da Gina me surpreende as vezes. Gargalhei alto enquanto juntava minhas coisas. Guardei tudo e mandei-as rapidamente para o Salão Comunal dos Monitores, onde eu estava dormindo, não queria encontrar o Ronald. Caminhei lentamente até chegar onde Gina tinha dito. Ela não estava sozinha. Estava com Harry, Luna, Draco, e até Zabini estava lá.

Draco havia me dito que Blásio e a Parkinson haviam terminado e que nem ele aguentava mais essa menina. Ela devia ser muito chata.

Quando perceberam a minha presença, todos se viraram e Gina fez cara de “até que enfim”. Revirei os olhos e parei de frente a eles. Gina tomou a palavra dizendo que íamos jogar Verdade ou Desafio. Eu odiava aquele jogo.

— Ahh, me chamou pra isso? Não vou jogar nada! Odeio isso. – Draco me olhou e ficou estacado no chão. Olhei pra todos que faziam cara de “vamos logo”

— Por favooor Mione, só um jogo. – Luna veio até mim puxando minha mão. Me dei por vencida e então sentamos.

Ficou eu, a minha direita Luna, Harry, Draco (minha frente), Blásio e Gina (do meu lado esquerdo). Gina enfeitiçou sua varinha e fez com que ela acendesse uma luz vermelha se alguém mentisse.

Gina girou. Caiu em Zabini.

— Verdade ou Desafio?

— Desafio. – E deu um sorriso sacana.

— Te desafio a beijar a Luna. – E deu uma piscada. Fiquei chocada. Ele se aproximou dela e puxou-a para seu colo. Colocou suas mãos no pescoço da loira e beijou-a. Eles começaram um beijo sedento e só pararam ao ouvirem reclamações do resto do grupo, mandando-os irem para um quarto.

Zabini girou. Caiu em Luna. Eu ri.

— Verdade ou Desafio?

— Verdade.

— Me diga o que achou do beijo. – E piscou para ela, fazendo-a corar.

— Eu gostei, Blásio. Muito bom. – Gargalhou falando. – Dá até pra repetir.

Todos caíram na risada e eu me senti fora do babado. Lancei um olhar para Luna e Gina dizendo “quero saber de tudo depois. ” As duas reviraram os olhos e continuaram a rir.

Luna girou. Caiu em Draco.

— Verdade ou Desafio?

— Hmmm, vai Verdade.

— Você tem olhos para mais do que uma menina do Castelo? – Fiquei tensa. Não iria querer saber pela varinha se ele “estaria” com outra, ou se gostava de outra. Aquela última semana fora muito boa para ter sido só mais uma na lista do Malfoy.

— Não, só para uma. – A varinha não se manifestou e me permiti respirar aliviada. Luna me lançou um olhar, mas ignorei.

Draco girou. Caiu em Harry.

— Verdade ou Desafio, Testa-Rachada?

— Desafio, loira. – Eu ri, achava cômico o jeito dos meninos de se apelidarem como se fossem meninas.

— Te desafio a dizer como, quando e onde foi a sua primeira vez com a ruiva aí, e se gostou. – Senti minha amiga ficar vermelha e só soltei um riso baixo.

— Assim você acaba comigo, Malfoy. Faz dois anos, no quinto ano. Foi no vestiário de Quadribol, depois de um treino. E foi muito bom – ele riu – acho que já ta bom né, e sim, eu gostei.

Gina suspirou aliviada por não conter detalhes, depois se limitou a rir com seu namorado e o resto do grupo.

Harry girou. Caiu em mim.

— Verdade ou Desafio?

— Desafio, Harry. – Bufei irritada. Não gosto disso.

— Beije na boca alguém que você ama. – Fudeu. Fechei os olhos e sentei no colo da doninha. Puxei seu rosto e colei nossos lábios. Pedi passagem com a língua e ele me concedeu rapidamente. Agarrou minha cintura e me fez sentir aquele perfume amadeirado e seu hálito de menta. Sua língua percorria cada canto da minha boca, como se quisesse guardar na memória como era exatamente. Nossas línguas se mexiam sempre em conjunto, como velhas conhecidas, e sim, era o melhor beijo que já tinha provado. Cedo demais ele se afastou, ao ouvir os protestos dos nossos amigos. Voltei para o meu lugar e fiquei quieta, totalmente corada.

Eu girei. Caiu em Gina.

— Verdade ou Desafio?

— Desafio, né?! – Eu ri.

— Supere o beijo de Luna e Zabini, e o meu com o Malfoy. – Ela sorriu e só a vi jogando Harry na grama. Eles praticamente se engoliram por um tempo, até Zabini manda-los irem para um quarto, ela voltou para o meu lado e piscou para mim, gargalhei alto.

Gina girou. Caiu em Malfoy. (De novo)

— Verdade ou Desafio?

— Desafio, ruiva.

— Me mostre que você merece o que vai fazer.

— Tarefa difícil, ruiva, mas nada que eu não seja capaz. – Ele sorriu sacana e me olhou por um instante. Fiquei confusa e ia falar, mas Luna me impediu, mandando que eu ficasse quieta. Todos pareciam saber o que tava rolando, menos eu. Olhei para todos e eles olhavam para a doninha como se entretidos no que ele faria. – Expecto Patronum.

Então apareceu, voando pela gente estava uma lontra, igualzinha à minha, eu não estava entendendo. Olhava para ele, e ele estava com os olhos fechados. Olhava para meus amigos e eles não pareciam surpresos, mas eu estava, totalmente chocada.

— Então faça, Malfoy. – Gina quebrou o silencio piscando para ele.

Olhei de um para outro confusa. Queria entender o que estavam me escondendo. Como assim, estavam me escondendo? Aquelas duas iriam se ver comigo!

— O que tá acontecendo? Alguém pode me explicar? – Me ignoraram, ficaram todos olhando para Malfoy como se a cara dele fosse a coisa mais interessante do mundo. Talvez fosse, só que do MEU mundo. – Ninguém vai falar? Vou levantar e nunca mais falar com vocês!

— Dá um tempo, Granger – Zabini enfim me olhou. – Relaxa aí.

Abri a boca para falar, mas nada me veio. Olhei pra ele e ele olhou para a doninha novamente. Quando me virei para ver o que todos olhavam o vi. Com os olhos presos em mim, aquela tempestade, permitindo que eu me perdesse naqueles cinzas. Então sua voz rouca ecoou em meus ouvidos.

— Não sei o que te falar, Granger. Manda aí, Verdade ou Desafio? – O olhei incrédula. Era isso? Ele iria me mandar a pergunta do jogo que tanto odeio? Me levantei e em protesto de todos na roda eu parei e comecei a encará-los.

— Responde, Mione. – Harry me olhou nos olhos e assentiu com a cabeça. Então bufei e olhei para os olhos de Draco, me concentrei neles.

— Quero Desafio, Malfoy. – A resposta dele pareceu demorar horas para vir, mas quando veio me atingiu como uma bala certeira, e bem no meu coração.

— Te Desafio a ficar comigo pelo resto das nossas vidas, morena.

Meu mundo parou. Minhas pernas bambearam e tudo ficou meio rodando. Senti braços me pegarem e fechei meus olhos. Quando abri estava deitada na grama e tinha um par de olhos sobre os meus. Eram cinzas.

— Eu esperei por isso desde o primeiro ano, loiro.

Então senti seus lábios nos meus. Aquele hálito de menta e o perfume amadeirado que eu já amava. Seus lábios frios já se acostumavam com os meus quentes. Minha pele formigava em cada local que sua mão passava, costas, cintura, nuca, braços. Ele puxou meu rosto pra cima fazendo com que sentássemos, enquanto eu acarinhava seus fios loiros. Fui para seu colo e ficamos assim até o ar nos faltar.

POV DRACO MALFOY

Passei a trilhar beijos pelo seu maxilar até seu pescoço, colo, afim de respirarmos. A essa hora todos os nossos amigos já haviam se afastado para nos deixar a sós. Abracei sua cintura e me levantei carregando-a, ela tinha as pernas abraçados ao meu quadril, fui andando e beijando seu pescoço e rosto até chegar a sua boca. Pedi passagem com a língua e fui recebido muito bem. Suas mãos em meus cabelos me causavam arrepios e seu gosto de morango era delicioso.

Fui com ela até o Salão Comunal dos Monitores e disse a senha. Entramos e coloquei-a no sofá. Ela soltou um muxoxo em desaprovação quando me afastei. Soltei uma risada e fui buscar uma garrafa de cerveja amanteigada. Conjurei duas taças e sentei-me no sofá ao seu lado.

— Tome, Sabe-Tudo. – Ela pegou e se encostou em mim, passei o braço pelas suas costas e a aproximei mais de mim. – Então esperou por isso, é?

— Acho que sempre quis isso – ela escondeu seu rosto no meu ombro – só não sabia..

— Awn, minha querida, você nunca percebeu como eu sempre te irritei e fazia questão de chamar sua atenção? – Levantei seu rosto me perdendo em seus olhos amendoados. – Agora ficaremos juntos, sempre.

— Sempre, loiro. – Ela deu um risinho – Achei que não gostasse de mim, ué.

— Sua boba, sempre gostei – e a beijei apaixonadamente.

— Pelo menos você.. – Ela deu um sorriso triste. Sabia no que ela estava pensando, não a deixaria ficar triste assim.

— Ei, olha pra mim. – Puxei-a para meu colo colocando nossos olhos no mesmo nível – Eu estava naquele dia, eu vi com meus próprios olhos como o Weasley é um idiota. Você é linda Hermione, e tem caras babando em todo lugar por você. Pode não perceber, mas tem. Eu sou o cara mais sortudo do mundo por ter você pra mim, e pode ter certeza que vou te proteger, cuidar, respeitar como se fosse uma rainha, minha rainha de porcelana. Morena, não fique triste por um cara que não deu valor.

Então senti seus lábios nos meus, era desesperado, ansioso. Ela me puxava cada vez com mais força para perto dela, abracei-a não permitindo um centímetro que fosse que ficássemos separados. Quando ela se afastou colei nossas testas e fiquei olhando em seus olhos. Eles brilhavam.

— Você é maravilhoso, Draco. Nenhum cara tinha me dito isso antes. – Sorri e coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha. Passei meu polegar por sua bochecha até a boca e voltei.

— Você que é, Sabe-Tudo. E saiba de uma coisa, eu nunca vou te pressionar a nada, eu quero sempre cuidar de você, mas que é mentira o que aquele idiota disse, é. Você, morena, é a pessoa que mais me excita, em toda a Hogwarts. Sempre. Você tem um corpo lindo, para com isso. Não dê ouvidos a ele.

— Obrigada, de verdade. Você é um anjo na minha vida, querido. E sobre mim, ah, mas até agora só.. Pode ser que você ache outra pessoa que te excite mais.

— Princesa, não vou negar, já fiz isso mais vezes, mas quando olho pra você, sinto algo que nunca senti com outra pessoa. A sensação que eu tenho, não tem como eu sentir com outro alguém. Estou me condicionando a viver com você, como se eu precisasse de ti para viver. Posso ter uma fama ruim, mas confia, você é única no meu coração.

POV HERMIONE GRANGER

Olhei em seus olhos e sentia que ele dizia a verdade. Por incrível que pareça, confiar no Malfoy me parecia a coisa mais certa a se fazer. Desde o episódio no armário de vassouras ele havia mudado comigo. Vinha sendo atencioso, carinhoso, cuidadoso, simpático e havia me pedido em namoro. Fiquei chocada por alguns instantes, mas percebi que era o que eu queria. Era ao lado dele que eu dava meus sorrisos mais sinceros.

— Obrigada – sorri quase encostando nossos lábios – De verdade, você está cada vez se tornando mais e mais essencial na minha vida. Já não me vejo mais sem você por perto.

A verdade é que desde aquele beijo no mesmo sofá em que estávamos no momento não havíamos nos separado, salvo exceções. Como dormir, tomar banho, se alimentar. Mas andávamos toda hora juntos nos corredores, as vezes dávamos uns beijos por aqui e ali, fazíamos a ronda juntos e o melhor, ele cuidava para que eu não chorasse pelos cantos, para que eu risse, sorrisse e me sentisse totalmente à vontade com sua presença.

Ele me puxou e deitamos no sofá juntinhos. Ele me abraçava e fazia carinho em mim, enquanto falávamos amenidades. Me virei ficando de frente para ele e fazendo com que seu cheiro entrasse por meu nariz e me fizesse querer mais. Aquele cheiro era maravilhoso e me fazia delirar.

Quando era perto das 11:00 da noite ele nos levantou e saímos para fazer a ronda. Estava bem calmo, pegamos apenas um casal da Lufa-Lufa fora da cama e mais tarde um menino tentando entrar na Corvinal para espiar sua amada. Alguns pontinhos a menos para cada um deles e seguimos tranquilamente até o Salão Comunal dos Monitores como tínhamos feito todos os dias na última semana. Era sempre assim, ele me acompanhava, me dava um beijo e garantia que eu ficaria bem, então voltava para a Sonserina.

Em um dia vi os olhos dele brilharem na possibilidade de dormir ali comigo, mas acho que ele não queria forçar, ou não queria que eu pensasse que ele estivesse forçando. Uma das melhores coisas no nosso relacionamento era como ele queria garantir que tudo fosse do melhor jeito pra mim.

Mas após aquele pedido de namoro e o final de tarde que tivemos, decidi um passo a mais. Não, ainda não faríamos sexo, não aquela noite, mas não seria ruim se ele passasse a noite comigo.

Quando entramos no Salão Comunal, ele veio se aproximar para se despedir, mas o impedi. Puxei-o para um beijo e ele correspondeu de bom grado, mas se afastou cedo demais.

— Tenho que ir, baixinha. – Ele me deu um beijo na testa. – Mas amanhã eu volto. – Ele ia se afastar, mas puxei seu braço. Ele me olhou confuso.

— Passa a noite comigo, anjo. – Seus olhos brilharam, mas depois ele se soltou.

— Tem certeza? Não quero que se sinta pressionada.

— Draco, só quero que passe a noite ao meu lado. – Eu abaixei o rosto – Não sei se já estou pronta, mas quero dormir com você.

Ele então se encaminhou ao banheiro e encheu a banheira, depois de alguns minutos me conduziu até lá e disse para eu tomar meu banho. Encostou a porta e me vi sozinha ali dentro. Me despi rapidamente e submergi meu corpo naquela água quente. Depois de me lavar, sai e me enrolei na toalha. Notei que meu pijama estava ali e me troquei. Era uma camisola listrada com as cores da Grifinória e imaginei se ele teria um com as cores de sua casa. Quando saí ele lia algum livro, ao me ver se levantou rapidamente e foi usar o banheiro.

Vi que ele lia um livro trouxa A Bela e a Fera, eu amava. Fiquei passando os olhos pela estante que eu tinha ali a procura de algo, mas ele foi mais rápido. Quando saiu, vestia um calção com as cores da Sonserina em listras e não tinha nada em cima. Ele me abraçou e senti seu tórax definido por anos de Quadribol. Um arrepio percorreu minha espinha e ele soltou um riso no meu pescoço.

Me puxou em direção ao meu quarto e quando chegamos lá ele me olhou. – Você tem certeza? – Eu olhei aqueles orbes cinzas e sim, eu tinha certeza. Me aproximei dos seus lábios e disse roçando neles.

— Sim, eu tenho. – Então o beijei. Ele me levou até a cama e me deitou ali, me beijou então deitou ao meu lado. Foi super carinhoso pegando a coberta e me cobrindo, perguntando se estava bom e fazendo um rastro de beijos pelo meu pescoço e nuca.

Me virou de costas para si e me encaixou, passando seu braço pela minha cintura. Senti seus lábios na minha nuca e ele sussurrou

— Boa noite, Sabe-Tudo. – E depositou um beijo ali. Minha pele formigou onde seus lábios encostaram e só consegui responder com a voz fraca.

— Boa noite, loiro. – Ele me puxou mais e coloquei minhas mãos por cimas das dele.

— Amo você. – Foi baixo, mas escutei

— Te amo. – Falei bem baixinho, mas sabia que ele havia escutado, senti seus dedos entrelaçarem aos meus antes de pegar no sono.