I Miss You, Louise - Harry Styles escrita por CampanaBraga


Capítulo 2
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♥♥♥

09:40 AM.

— Senhorita Cohen, o que há lá fora de tão importante? Não para de olhar pela janela desde que a aula começou. Seus pais não pagam seus estudos para que você admire a paisagem.

Sinto meu rosto corar pela repreensão.

— Me desculpe Srta. Gonzalez, — disse baixinho — isso não acontecerá novamente.

A professora apenas maneou a cabeça e deu continuidade a aula. Os trinta minutos restantes passaram arrastando, e quando finalmente o sinal tocou, todos os alunos saíram correndo da sala como se ela estivesse em chamas. Isso era o efeito de uma aula de 100 minutos sobre Artículos x Pronombres complementos.

Só de pensar que essa era apenas a primeira aula do dia, me surgia uma vontade enorme de sair gritando pelos portões da escola e não voltar nunca mais. Infelizmente, os testes finais se aproximavam, e eu não podia perder o meu tempo surtando de vez.

Andei quase me arrastando até o meu armário e coloquei a senha uma, duas, três vezes, e nada daquela porcaria abrir. Não acredito que o meu armário está mantendo os meus livros em cárcere privado. Bato a testa com impaciência e a voz da minha melhor amiga surge ao meu lado.

— Problemas com o armário novamente Lou? — ela ri.

— Eu não aguento mais! — choramingo — Eu brigo com esse monstro de metal engolidor de material há dois anos, e nada do zelador consertar.

— Louise, para de drama garota! — ela me dá um tapinha — Se anima, porque estamos a algumas horas da festa do ano!

Eu sabia que ela tocaria nesse assunto. Era típico de Megan querer estar em todos os eventos sociais do colégio, me perguntava como ela tinha notas tão altas com a agenda de festas tão cheia. Eu não queria ir a esta festa, não porque eu não gostasse de sair ou algo do tipo. É uma longa história, então vou simplificar pra vocês:

Era uma grande festa para comemorar o aniversário de Théo, o namorado de Megan, que por acaso é o melhor amigo de Matt, o meu ex namorado. Nós terminamos há algumas semanas, e eu como uma pessoa super madura, estou evitando ir a qualquer lugar que eu possa encontrar ele. Isso inclui os corredores do terceiro andar do colégio, lanchonetes, clubes e principalmente festas.

Eu reviro os olhos e ela logo entende o sinal.

— Você não vai conseguir evitar o Matt pra sempre, sabe disso né?

— Quer apostar? — sorrio travessamente.

— Louise Justice Cohen! Você vai até essa festa sim, já tínhamos até combinado as roupas, — ela dramatiza — não pode me abandonar assim.

— Por favor, Meg, você sabe que não consigo olhar na cara do Matt sem ter embrulhos no estômago! — digo impaciente — Além do que...

Desvio o foco da conversa quando percebo quem está andando no fim do corredor. É ele! O menino do café... Isso não pode estar acontecendo. Pisco os olhos com força para ter certeza de que não era ilusão da minha cabeça, e para meu total desespero ele não desaparece. Sim, Harry estava andando pelos corredores da minha escola. Em carne, osso e beleza.

— Tudo bem, eu vou tá? Agora vamos sair daqui. — disse enquanto puxava desesperadamente o braço da minha amiga para outro corredor.

— Aiii! Você é a melhor amiga do mundo!! — ela me abraça apertado — Você vem pra minha casa e a gente arruma juntas, ok?

Eu concordo com a cabeça sem prestar muita atenção e Megan sai andando animada na direção do refeitório.

O que ele está fazendo aqui? Porque eu ainda lembro-me do nome do garot mesmo depois de uma semana? E por que diabos eu estou parada feito uma estátua no corredor pensando nisso, sabendo que estou atrasada para a aula de história??? Eu devo ser louca mesmo.

Droga, eu preciso voltar para o meu armário!

Saio andando alarmada pelo corredor principal, atentando a qualquer sinal de uma camisa azul e cabelos castanhos. Tudo estava vazio, e eu agradeci mentalmente esta pequena sortezinha no dia. Comecei a travar a minha batalha contra o armário. Giro pra um lado e pro outro e nada. Meus dedos começaram a ficar dormentes, e completamente frustrada, dei um tapa na porta do armário. Como minha vida não é um filme, a maldita porta não se abre. E eu fico olhando com cara de tacho para a superfície acinzentada.

— Você não deveria ser tão agressiva. — sou pega de surpresa por uma voz atrás de mim.

Viro-me rapidamente, já com a certeza de que o que eu mais temia aconteceu: O garoto do café me encontrou.

— Você tá me perseguindo? — disparo — Devia ter chamado a polícia quando tive oportunidade.

Ele sorri e ajeita uma mecha do cabelo involuntariamente:

— Pois é, agora você vai arcar com as consequências de aceitar tomar café com um desconhecido bonitão. Sou obrigado a te sequestrar e... bem, fazer coisas que maníacos perseguidores fazem.

Eu reviro os olhos e cruzo os braços, esse garoto não tem noção nenhuma:

— Me deixa em paz, ok? Eu só preciso ir pra aula.

— Vamos fazer assim. Como eu sou um gentleman, vou te ajudar com o seu armário, em troca você fica me devendo um café. — ele pisca um dos olhos e sorri de canto.

Caramba! Tenho que assumir que Harry não é um pedaço de mau caminho, mas o caminho inteiro. Tento com todas as minhas forças ignorar o aumento do meu interesse devido à cor da camisa que contrasta com os olhos dele. Juro por Deus que tento não notar a covinha que se forma toda vez que ele faz alguma expressão, e o formato dos lábios dele que parecem implorar por uma mordida... Epa! Linha de pensamento errada. Pode ir parando Louise!

— Você não vai conseguir abrir, — desdenho erguendo uma sobrancelha — eu lido com isso há dois anos e sei bem o que estou falando.

Ele ri com deboche e caminha na direção do meu armário:

— A senha, por favor?

17, 43,70. Não seja ridículo. — bufo.

Então ele gira o cadeado e em questão de segundos a porta está aberta. Eu olho embasbacada para aquela situação. Como pode? Esse armário tem vida própria, é a única explicação.

Ele sorri convencido com o cadeado na mão:

— O segredo é ter jeito, você é uma ogra. — ele ri.

— Não creio, — passo minhas mãos pelo rosto — como você fez isso?

— Resolver problemas é só mais um dos meus charmes, querida. Você me deve um café.

Harry da uma piscadela e sai assoviando pelo corredor, como se não tivesse feito nada. Esse garoto é realmente louco. 

20:37 PM

 

As pessoas se movimentam alegremente no ritmo da música, Megan e eu segurávamos um copo de bebida enquanto andamos despreocupadamente pela mansão dos Crawford. Matt e Théo haviam saído para comprar mais bebidas, situação que me deixou calma, pois não teria de encarar o meu ex namorado, pelo menos por enquanto.

— Lou, desfaz essa cara de preocupação! — Megan me da um tapinha no braço — Matt disse que o Théo não vai te perturbar hoje, vamos nos divertir!

Então Megan me puxou pelo braço e fomos para pista de dança, bastaram apenas alguns shotezinhos de vodka e três músicas para eu me esquecer completamente de qualquer pensamento que me afligia. Nós remexíamos o corpo seguindo o ritmo das batidas e ríamos muito, quase perdemos a noção do tempo... quase.

— O Théo chegou!! — Meg gritou para que eu conseguisse a ouvir em meio ao barulho no ambiente — Eu vou lá falar com ele, mas não some, que nós ainda vamos te apresentar o primo bonitão dele que se mudou pra cá.

Eu bufo e reviro os olhos. Era sério que ela iria tentar me empurrar para um desconhecido?

— Não me olha com cara feia Lou, estamos numa festa. Se joga! — ela ri e sai cambaleando na direção do namorado.

Um grupinho de garotas da escola acena pra eu me aproximar e dançar, e como eu não tinha nada exatamente importante para fazer, me aproximei e comecei a seguir os passos que elas estavam fazendo. Megan falou pra eu me jogar mesmo né? É a primeira festa da escola que vou solteira, e a experiência não está sendo assim tão desconfortável.

Quando me cansei, me esforcei para andar em linha reta na direção do bar e pedi uma bebida para me refrescar. Sentia o efeito do álcool passando, e precisava me manter bêbada por mais algumas horas para esquecer o quão desconfortável estava o salto alto, e o quanto minha bunda parecia marcada no vestido tubinho azul marinho que usava.

Sinto uma mão no meu ombro e me viro instantaneamente na direção. Meu coração da um salto e minha garganta fecha. NÃO É POSSÍVEL. Matt estava parado atrás de mim segurando uma garrafa de cerveja, e parecia muito bêbado. Seus olhos estavam meio desfocados e os movimentos lentos.

— Oi Lou — ele sorri tentando parecer sexy, mas só consegue fazer uma cara de bobo — Você tá linda hoje.

— Matt, não começa. — bufo e tiro as mãos dele de mim.

Ele perde um pouco do equilíbrio, mas se mantém confiante.

— Você nem deixou eu me explicar, e já foi tirando suas conclusões. — ele insiste.

— Não precisa se explicar, nada vai mudar, — sorrio amavelmente — agora porque você não vai curtir a festa? Tem meninas lindas aqui...

— Louise, você é a menina mais linda desse lugar! — ele passa as mãos pelo rosto perfeito e suspira. — Podemos só conversar lá fora? Não tenho te visto muito desde o... — pigarreia — você sabe.

Eu cedo, porque sei que ele não vai me deixar em pás até fazer o discurso arrependido e se ajoelhar. Não sei se minha paciência aguenta mais um teatrinho desses.

Nós caminhamos para a parte de fora da mansão, o lugar estava praticamente vazio, com exceção dos casaizinhos que davam amaços atrás das estátuas e arbustos. Sentamo-nos num banco de madeira escura ao lado de duas roseiras milimétricamente podadas. A noite estava fresca e estrelada, e isso comporia um cenário perfeito para um casal apaixonado passar o tempo junto. Mas este cenário definitivamente não era feito para nós. Matt e eu não somos mais um casal. Matt beijou Marina. Matt estragou tudo.

— Lou, me desculpe, eu estava bêbado e não sabia o que estava fazendo, — meu ex namorado começa a sua fala embolada de bêbado chato — ela me beijou a força e quando eu vi já era tarde demais, nós fomos pro motel, mas eu não conseguia parar de pensar em você, acredite, por favor.

Eu começo a rir genuinamente, e ele fica com os olhos marejados (lágrimas de crocodilo, é claro). Como alguém pode ser tão cínico?

— Matt, para com isso! — eu sorrio — Não vamos voltar, porque você é um babaca que acha que só porque é bonito tem direito de fazer o que bem entender.

Ele me olha com raiva:

— Você não tem o direito de falar assim comigo. Tudo o que eu quero, eu tenho.

Eu reviro os olhos e me preparo pala levantar e voltar para a festa, mas Matt segura meu pulso e começa a me arrastar para a área mais afastada e mal iluminada. Eu bato nas mãos dele, mas ele parece não sentir. Então eu grito, mas ninguém vai me escutar. Meu ex namorado está fora de si.

Ele me coloca contra a parede, e eu não tenho forças para empurrar. Ele é muito maior e mais forte do que eu. O que Matt está pensando?

— Você precisa me perdoar Cohen, e não tem outra opção. Ninguém da um fora em Matt Downson.

Pela primeira vez eu sinto genuinamente medo. Eu o empurro e arranho, mas ele se recusa a me soltar, então ele começa a me beijar a força e eu choro. Como pude perder tanto tempo da minha vida com alguém assim?

Quando desisto de lutar e aceito o fato de que meu ex namorado está me beijando a força, algo acontece. É rápido demais. Meu cérebro não consegue processar tudo o que se passa.

Matt é tirando com um solavanco de perto de mim, e eu caio no chão com as pernas bambas. Ouço uns barulhos que parecem ser socos e no meio da minha visão nublada pelas lágrimas uma imagem começa a se formar lentamente. Matt está brigando com um cara de blusa cinza. O seu casaco de uniforme do time de futebol está jogado no chão, e a sua blusa branca manchada de sangue, seu topete loiro e sempre perfeito encontra-se bagunçado. Ele tenta lançar socos e pontapés na direção do oponente, mas ele está bêbado e lento demais. O homem desvia de todos os seus ataques, e não tem dificuldade nenhuma em revidar.

Percebo que estava estática, então me levanto da grama e vou na direção da briga. Então eu vejo o rosto do meu "herói". Parece que esse garoto insiste em aparecer em momentos aleatórios da minha vida. Harry estava batendo no meu ex namorado no jardim da mansão dos Crawford, e isso não faz sentido algum.

— Parem com isso! — eu grito e entro na frente de Matt quando Harry se prepara para mais um soco.

Harry me olha assustado, como se não acreditasse que eu estava realmente ali. Eu engulo seco e continuo o encarando com as sobrancelhas erguidas. Isso tudo é muito estranho.

O som de Matt caindo no chão atrás de mim me desperta do transe e eu me viro para ver o seu estado. Seu olho esquerdo está roxo, e ele tem vários hematomas se formando ao longo de seu rosto, sua boca tem um corte do lado direito e ele parece que vai vomitar. Suas mãos agarram a grama com força e ele não desvia os olhos de mim.

— Louise? O que você faz aqui? — Harry me faz perder o foco de Matt.

— O que você faz aqui? — ergo a sobrancelha — Estou no aniversário do Théo.

— Preciso chamar o Théo, para ele dar um jeito nisso, — aponto para Matt — não saia daqui.

Quando eu dou um passo para a esquerda, Matt se levanta num impulso e desfere um soco no rosto de Harry, os dois iniciam uma nova briga e andam na direção da piscina. Matt consegue empurrar Harry e ele perde o equilíbrio, caindo com tudo na água.

Então, o que eu menos esperava aconteceu, Harry começou a gritar por socorro. O meu héroi não sabia nadar. Descalcei os saltos e pulei na piscina, em poucos segundos já tinha ele preso em meus braços e nadava em direção à escada. Ele ofegava e me apertava forte, como se a qualquer momento eu fosse soltá-lo.

— Nós já estamos bem, — falei mansinho — pode subir na escada.

Ele demorou um pouco para se agarrar na escada e subiu lentamente. Quando finalmente saiu, desabou ensopado no deck de madeira e tentou controlar a sua respiração com os olhos fechados. Suas sobrancelhas estavam enrugadas e o seu tórax subia e descia violentamente. Por impulso, me deitei ao seu lado e segurei sua mão. Ele não abriu os olhos, mas apertou a minha mão em retribuição ao toque.

Ficamos assim por uns quinze minutos, até ele finalmente se acalmar e conseguir se sentar. Harry tinha as bochechas coradas e o cabelo grudado no rosto, e isto me fez imaginar que minha aparência não deveria estar das melhores, por causa do contato da minha maquiagem com a água.

Ele estende sua mão na direção do meu rosto e acaricia lentamente, eu fecho os olhos e sinto algo borbulhar dentro de mim. Minha respiração se torna lenta e minha boca seca.

Harry diz baixinho:

— Você é ainda mais linda encharcada.

Eu sorrio, e mantenho os meus olhos fechados, então ele entende como um sinal positivo e começa a aproximar os lábios dos meus. Sinto a sua respiração quente contra meu rosto e abro instintivamente os lábios, então nos beijamos devagar, como se um movimento brusco pudesse quebrar a frágil bolha em que estávamos. O som dos grilos, a brisa morna no ar e até a textura do chão pareciam estar compondo o melhor cenário do mundo.

Eu beijei o garoto do café.


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Notas finais do capítulo

OLHA O CAPÍTULO FRESQUINHO!!
Era pra eu ter postado antes? Sim. Maaas, eu estava viajando, então não consegui chegar na data para postar :(
Mas vamos falar de coisa boa, o que vocês estão achando de Lou e Harry? Dos capítulos? Da escrita? POR FAVOR, deem sua opinião para eu melhorar ♥
Se você estiver gostando, deixa um coraçãozinho pra mim, acompanha a história e recomenda pras miga!!
É isso aí, obrigadinha! ♥

Próximo capitulo: 29/10



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