Águas Passadas escrita por Yasmusic98


Capítulo 13
Vitória Régia


Notas iniciais do capítulo

Hey, guys!
Adivinhem quem voltou?!

É, não, não é o chapolim colorado... Aham, isso aí, sou apenas eu mesma. Eu sinto decepciona-los, mas terão que se contentar apenas com a minha presença hoje U.U Huehuehue

Pessoal, eu tive que dar um upgrade no meu pc. Então ele estava na manutenção e ficou um bom tempo por lá. Resultado? Fiquei dois meses sem postar.

Ele chegou recentemente, e eu pretendia ter atualizado a história nessa sexta passada. Maaaas, redigir esse capítulo que literalmente ficou gigante, demorou mais do que eu imaginava. Então vamos fingir que eu iria postar na próxima sexta. Sendo assim, estou adiantada! Haha'

Mas, sério. Falando sobre isso, vocês já notaram que é impossível que eu consiga postar a cada 15 dias. Eu geralmente escrevo capítulos longos e com muitos detalhes, o que as vezes exige que eu gaste horas ou dias pesquisando o assunto que eu preciso. Fora o trabalho e as outras tarefas do dia a dia, o que atrapalha mais ainda. Então eu pretendo, e realmente vou me esforçar pra postar um capítulo mês. Inclusive eu vou tentar postar sempre no mesmo dia. Então no próximo capítulo, vou trazer uma data específica que eu pretendo fazer as atualizações mensalmente.

Eu amo escrever pra vocês, e amo receber os seus comentários e ler as reações sobre o que estão achando. Então eu só peço que tenham paciência (um pouco mais do que o normal :p), mas eu continuarei postando o mais rápido possível, e com a melhor qualidade possível.

E para compensar minha demora... Fiquem agora com esse capítulo gigantesco, literalmente um dos maiores capítulos que já escrevi até hoje. (Na verdade acho que perde apenas para o último capítulo de "Atrás Dos Bastidores", que tem 15k de palavras).

Sem mais delongas,
Boa Leitura!



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*Sexta Feira, Porto Marine Connect, Miami Beach*

Enfim, mais uma sexta feira havia chegado. Para alguns, sexta feira era um prenúncio de descanso. Para outros, apenas o início de mais um final de semana como outro qualquer. Mas para Freddie, Sam, Carly, Spencer, Griffin, e Gibby, essa poderia ser uma das sextas feiras mais decisivas de suas vidas. O mesmo também valia para Maxwell e Jessica Hunter, diga-se assim de passagem.

Era exatamente meio dia, quando toda a gangue chegou ao Sun And Sea. Sim, até mesmo Sam Puckett que raramente fazia questão de chegar na hora, e as vezes nem fazia questão de aparecer, estava pontualmente lá. O Silver Star chegaria apenas por voltas das quatorze horas. Sendo assim, todos tinham tempo o suficiente para preparar os equipamentos enquanto o biólogo Ryan Turner ainda não havia chegado.

— Spencer, que hora seu amigo filantropo disse que chegaria, mesmo? - A loira perguntou vagamente, enquanto mordiscava alguns petiscos na bacanda do bar.

— Na verdade é biólogo marinho, e eu pedi que ele nos encontrasse aqui por volta de meio dia e meia. - O nomeado respondeu conferindo seu relógio de pulso.

— E vocês nerds já ensaiaram o que vão falar?

— Eu não chamaria de ensaiar, apenas repassamos as falas de uma forma entusiastica!

— Vocês montaram um seminário imaginário no porão?

— Sim... - Spencer e Freddie responderam em uníssono, abaixando o tom de voz consideravelmente.

— Então isso explica as palmas artificiais! - Carly exclamou em esclarecimento, divertindo-se com a expressão de seu irmão mais velho.

— Oh, que gracinha. O nerd gravou alguns aplausos pra aumentar sua autoestima! - A loira debochou em seu sarcasmo habitual, pegando um estanho controle azul que estava no bolso do engenheiro.

— Primeiro, não são apenas aplausos. Existem outros efeitos sonoros diferentes, noventa e três para ser mais exato, que podem ser usados em diversas ocasiões. - Ele explanou com seriedade - E segundo, isso aqui foi bem difícil de construir. Então só o fato de funcionar corretamente já levanta qualquer autoestima. - Fredward finalizou pleno de si, demonstrando uma dose não convencional de confiança

— Então você construiu um controle remoto estranho e azul que reproduz sons aleatórios?

— Eu não diria extamente que é um controle, prefiro o termo reprodutor de áudio. Mas, como também é possível se conectar com outros dispositivos sem fio por meio dele... É, pode-se dizer que é um controle remoto.

— É, gostei... Agora ele é meu.

— Nossa, que milagre você gostando de algo que eu f... Espera, o que?!

— Eu falei que agora ele é meu.

— Sem chance!

— Tarde demais, Benson. Você nunca mais o verá novamente. Além do mais, ele combina muito mais comigo. - Sam anunciou colocando o controle perto de seu rosto, acionando o efeito de aplausos logo em seguida.

— Como sabia que era pra apertar aí?

— O que posso dizer? A mamãe aqui sabe das coisas.

— Tá, tudo bem. Pode ficar com controle pra você.

— Sério? Fácil assim? Nenhum sermão sobre alguma babaquice tecnologica como bônus?

— Não, admitir que gosta de algo que eu fiz já deve ser sofrimento o sulficiente pra você por um dia. - O herdeiro a Past Waters revidou com um sorriso irônico. - Além do mais, irritar pessoas aleatórias com sons aleatórios realmente é algo com combina com você. - E antes mesmo que ela pudesse responder, o Shay mais velhor surgiu aos berros, anunciando que seu amigo havia chegado:

— Hey, galera. Ele chegou!

— E aí, pessoal. Como vão? - O homem de cabelos longos e cacheados cumprimentou a todos.

— Galera, esse aqui é o famoso Ryan Turner. Estudamos juntos durante dois anos na faculdade e, modéstia a parte, erámos os melhores! - O csi exclamou em um tom convencido, mas ao mesmo tempo repleto de orgulho - Então se existe alguém que vai defender nossa causa com unhas e dentes, esse é o cara!

— Valeu, cara! Mas eu não sabia que eu era famoso. - Ryan respondeu levemente curioso

— Shiii... São apenas fãs, com o tempo você se acostuma com eles. - Spencer abanou a mão de forma despretenciosa - Ryan, Você já conhece a Carly, minha irmãzinha. Então permita-me apresentar os outros: esse é o Griffin, ele é o proprietário aqui do Sun And Sea, é salva vidas, e também é o namorado parcialmente bad boy da Carly... Esse é o Gibby, um jeito muito peculiar mas também muito gente boa, que trabalha com analista no Minute News... Essa é a Sam Puckett, ela é consultora gastronômica e sommelier, já trabalhou alguns anos em cruzeiros. Mas se eu fosse você, jamais me vestiria de mostro e entaria roubar a sopa dela... - O perito esboçou uma careta ao lembrar-se do episódio, sem dúvidas uma das coisas mais estranhas e dolorosas pela qual ele já havia passado. - E por fim, esse o cara que vai financiar nosso projeto: Freddie Benson, engenheiro naval precoce, nerd de coração. e herdeiro da Past Waters.

— Eu preciso dizer que é um grande prazer finalmente conhecer todos vocês. Confesso que fiquei animado quando o Spencer me apresentou a proposta, principalmente quando vai abordar dois assuntos importantes de uma vez só. E, claro, ele costumava me ajudar a preparar minhas manisfestações na época da faculdade, então é muito bom poder devolver esse favor.

— É, senhor Tuner? Uma pergunta? - Indagou Gibby levantando seu braço direito

— Sim, é, Gibby? Eu não sou exatamente um senhor, Spencer temos a mesma idade, mas tudo bem.

— Espera, agora eu tenho outra pergunta: o Spencer não tem trinta e sete?

— Sim, isso aí.

— Então você tem quase quarenta.

— É, eu sei...

— Ou seja, você também é um senhor.

— Não, sou não. Sou apenas um adulto no ápice da maturidade. Além do mais, meu pai sempre disse que a vida começa aos quarenta!

— "Adulto". - A Shay mas nova deixou escapar uma pequena risada enquanto fazia aspas com suas mãos

— Ah, então é por isso que você nunca conseguiu uma namorada fixa. Você ainda é um feto na estrada da vida!

— Gibby! - Spencer o repreendeu - Por que não faz a pergunta que você iria fazer?

— E eu fiz, se você realmente já era um senhor de quase quarenta anos.

— A outra!

— Oh, sim! Como vocês dois fizeram a mesma faculdade se exercem profissões diferentes?

— Ah, essa é fácil. Pra ser um cientista forense, é necessário escolher ao menos duas dessas quatro áreas, dependendo de qual vai ser a sua especialidade: física, química, biologia, ou medicina. Eu escolhei química e biologia, cada uma delas sendo separadas em oite módulos, ou seja, dois anos cada. Então...

— Então nos conhecemos na classe de biologia, que era a última etapa da minha faculdade de seis anos, visto que eu já tinha passado pela parte de ciências e biologia marinha. Logo, só faltava a parte de biologia geral. - O biólogo completou

— E isso faz quanto tempo?

— Eu diria que aproximadamente uns oito anos, por aí. Eu sei que a maioria corta o contato ou pelo menos vai diminuindo gradativamente após terminar os estudos, mas eu realmente acredito que vale a pena manter um vínculo com pessoas que valem a pena, independentemente de quanto tempo passe. E eu garanto que um cara tão louco quanto o Spencer, não se encontra em qualquer lugar!

"Continuar a fazer as coisas que sempre fez, com aqueles com quem sempre esteve, sempre que puder".— Fredward sussurou a lição mais valiosa que havia aprendido com a conversa que teve com Carly algumas semanas atrás, fazendo com que a morena exibisse um sorriso gigante. Sim, maior do que o normal.

— E, falando em tempo, que horas pretendem ir para o píer? Não quero que ninguém se atrase por minha causa.

—Finalmente um pouco de ação, já estava me perguntando isso a tempos. -Sam comemorou finalmente levantando-se da bancada. Seus petiscos já haviam sido devorados a um certo tempo, então era com toda a certeza do mundo que ela já estava entediada.

— Bem, acho que seria bom já irmos saindo. Afinal, antecedência nunca é demais. Então como o Spencer já te passou a maioria das coisas, só repassamos alguns detalhes quando chegarmos no píer. - Freddie também levantou-se, entregando seus equipamenteos de estimação para que Griffin pudesse guarda-los na lancha.

— Perfeito, por mim tudo bem.

— Vamos nos dividir em duas lanchas: o Griffin vai dirigir uma, e a Sam vai dirigir a outra. Então Carly, Spencer e Ryan vão com o Griffin, e Gibby e eu vamos com a Sam. - O engenheiro naval explicou com naturalidade, até arregalar seus olhos quase que instantaneamente ao perceber o erro que havia cometido - Não, espera! Acho melhor trocarmos: Spencer, Ryan e Gibby vão o Griffin. Carly e eu vamos com a Sam.

— Por que trocou o Gibby com a Carly? - Samantha indagou realmente curiosa.

— Pra garantir que a Sam não vire o barco comigo dentro, ou tente me atirar no meio do oceano. Como eu disse, segurança nunca é demais! - Ele respondeu como se fosse óbvio.

— Garoto esperto. - A sommelier retrucou com um piscadela.

— Bem, estão todos prontos? - Griffin finalmente retornou após acomodar os pertences de todos, recebendo um balançar de cabeças homogêneo . - Ótimo, todos os equipamentos já estão nas lanchas. Então vou apenas esquentar os motores e já podemos sair. Ah, e não esqueçam do colete salva vidas. Me perdoem se isso pareceu meio clichê, mas segurança em primeiro lugar! - E então, toda a gangue direcionou-se para suas respectivas lanchas rumo a uma missão impossível, a qual todos acreditavam que estavam prontos para o que der e vier. Entretanto, as coisas não apenas não são o que parecem ser. Mas também possuem a capacidade de ocultar o inadmissível, naquilo que é inimaginável.

[...]

— Sam! Eu não acredito que você realmente tentou me jogar do barco! - Ofegante, o engenheiro naval queixava-se de mais um ataque direto contra sua integridade física.

— Tentei, mas não consegui. Então relaxa aí, nerd. - Exclamou a lora divertindo-se com a situação.

— Qual é o seu prazer em constantemente me causar dor física e psicológica?!

— Acredito que nenhum.

— Então por que continua fazendo isso?!

— Ah, porque é divertido! - Disse ela com naturalidade, dando ombros.

— Será que vocês dois poderiam por favor parar de brigar? - Suspirando, Carly deu o ar da graça com sua melhor performance de "tia do jardim de infância".

— Não, ela quase me atirou no oceano!

— Mas não atirou por minha causa! Então como salvadora da pátria, eu imploro: por favor, parem de brigar. Temos algo muito importante em que devemos nos concentrar.

— Meu pescoço também é importante... - Freddie murmurou para si mesmo.

— Esse tipo de coisa acontece com muita frenquência? - O biólogo marinho perguntou espantado, curvando-se parcialmente em direção a Carly.

— Com mais frequência do que se pode imaginar, acredite. - A morena respondeu com um longo olhar cúmpice, balançando a cabeça lentamente.

— Pessoal, já montamos tudo. - Griffin e Gibby, que estavam cuidando dos equipamentos, avisaram.

— Certo, então vamos recapitular: Gibby vai ficar com a câmera, enquanto Sam e Griffin ajudam com os microfones. Eu inicio a reportagem com um monólogo habitual, e em seguida começamos as entrevistas com Spencer, Ryan, e Freddie, exatamente nessa ordem. Ah, e vale lembrar também que a gravação não será transmitida ao vivo. Então não precisam se preocupar caso errem alguma fala, visto que os takes podem ser refeitos. Alguém tem alguma dúvida?

— Estamos entendidos, senhorita. - Spencer respondeu por todos.

— Freddie?

— Sim?

— Pode fazer sua contagem regressiva onde por algum motivo você nunca diz o "um".

— Oh, certo. Vamos nessa: e 5, 4, 3, 2, e...

— Ei, ei, ei, que movimentação é essa? - E como sempre, as coisas estavam correndo bem demais pra ser verdade. Com uma voz que mais parecia um trovão, um segurança gigante, tão grande de altura quando de largura, sergiu enchendo a gangue de perguntas - Quem são vocês, e o que estão fazendo aqui? Não costumamos receber muitas visitas nessa época do ano.

— Isso faz parte da entrevista, ou esse cara não deveria estar aqui? - Gibby indagou confuso.

— Eu diria que deu ruim antes de começar. - A morena respondeu entre os dentes. - É... Olá senhor. Somos jornalistas, então viemos até aqui para gravar uma entrevista. Prometemos que não iremos incomodar. - A redatora anunciou com seu tom de voz mais simpático. Apesar que, todos eram.

— Uma entrevista aqui no píer? - O segurança questionou cético.

— Sim, estamos falando sobre a prevenção e conscientização relacionados aos danos ambientais. Por isso estamos apoveitando a bela vista que temos aqui para gravar um take aberto.

— Sei, entedi... E você e seus amigos por acaso tem nome?

— E-eu sou Megan Parker, prazer. - Carly apresentou-se primeiro, lançando uma piscadela para que todos os demais também seguissem a sua deixa.

Rebecca Berkowitz, tudo na boa? - Sam foi a próxima a apresentar-se.

Chess Mastersson, muito prazer. - Freddie também entrou no improviso.

— Steve! É... Steve Doido... - Spencer também se apresentou, embora não estivesse muito certo do que ele mesmo estava dizendo.

— Seu nome é Steve Doido? - O segurança estava cada vez mais incrédulo.

— É um apelido de quando eu trabalhava no cinema, acabou ficando.

— Claro, se você diz... E você, da camiseta florida.

— Eu? - Gibby apontou para si próprio.

— Sim.

— O que é que tem?

— Qual é o seu nome, filho...

— Oh, meu nome é Gibby!

— Gibby! - A turma toda o repreendeu em uníssono.

— O que? O que foi?

— Esse homem quer saber o seu nome verdadeiro. - Freddie lhe deu a dica, embora ele não tivesse entendido muito bem.

— Oh, Orenthal?

— Não! - Novamente, todos levaram a mão ao rosto em negação. - Gibby, vê se presta atenção. Esse senhor gostaria de saber qual é o seu nome, o nome "verdadeiro". - Lentamente, Sam ia pronunciando palavra por palavra até que ele pudesse compreender.

— Oh, sim! É... Roger! Isso, meu nome é Roger, Roger Gibson. Muito prazer, senhor.

— E qual é o problema com o nome "Gibby"?

— É o apelido dele. - Spencer respondeu rapidamente.

— Isso aí, eu também trabalhei no cinema com o Steve. - O ex-gorducho retaliou utilizando um estranho sotaque.

— Certo, certo... Vocês três nem precisam dizer nada, não me parecem ser arruaceiros. Apenas respeitem nosso patrimônio que não haverão problemas, okay? - Todos balançaram a cabeça lentamente - Estou ficando muito velho pra isso. - O homem murmurou para si mesmo, saindo de diante da presença deles com passos grandes e largos.

— Por que todos vocês disseram nomes falsos? Se a entrevista vai ser publicada, não temos o que esconder. - O analista questionou ainda confuso.

— Sim, eu sei. Mas não se esqueça que não sabemos exatamente em quem confiar. Qualquer um que está aqui pode vir a nos sabotar. Então nada de revelar a identidades por enquanto.

— A Carly está certa, devemos confiar com uma mão na frente e outra atrás até encontrarmos os culpados... Mas, enquanto isso não acontece, acho que temos uma matéria para gravar.

— Isso aí, Freddinho. Vamos tentar de novo. - Determinado, o Shay mais velho exclamou.

— Ceerto, agora vai! E 5,4,3,2, e...

— Bom dia, Miami. Aqui quem fala é Carly Shay diretamente das imediações do porto Marine Connection, para falar sobre situação preocupante que pode ameaçar a beleza de nosso lar: a poluição dos mares e oceanos.— A morena diz seu monólogo habitual para a câmera, antes de chamar os rapazes para suas respectivas participações - E para esclarecer melhor esse assunto, hoje tenho aqui comigo três convidados: o cientista forense Spencer Shay, que já é um colaborador antigo da iniciativa Minute News; o engenheiro naval Fredward Benson, que também já é um veterano no quesito participações; e o nosso convidado especial do dia, o biólogo marinho Ryan Tuner... E para começar falando diretamente sobre a raiz do problema, ninguém melhor para fazer isso do que quem o descobriu, não é mesmo? Então vamos começar falando com o perito Spencer Shay: Spencer, como descobriu que as águas que estão nas imediações do porto estavam, ou melhor, ainda estão sendo contaminadas?

— Bom dia, Carly. Bom dia, Miami. Primeiramente, é um grande prazer estar aqui novamente, mas é um pena que o assunto que venho tratar não seja tão prazeroso quanto.— Spencer estava dando o seu melhor para dar uma impressão séria e simpática, ao mesmo tempo. - Como você já havia mencionado, as águas que se encontram ao longo das imediações do Porto Marine Connection estão sendo contaminadas com uma substância curiosa, sendo a forma como essa contaminação foi descoberta algo mais curioso ainda, pois envolve a catastrófica "Síndrome de Titanic". Como representante do Crime Scene Lab, eu e minha equipe temos acompanhado de perto as substâncias que tem contaminado o mar após os naufrágios, variando sempre em compostos químicos como nitroglicerina, nitrocelulose, e etanol. Entretanto, recentemente também descobrimos a presença de um cosposto químico peculiar, o trititrotolueno, que não é nada mais, nada menos, do que tnt.

— Esses naufrágios constantes tem assustado a população, e com razão, principalmente aqueles que trabalham no âmbito marítimo. Existe alguma nova informação de quem seja o autor dos ataques, ou que tipo de explosivo estejam usando?

— Infelizmente a identidade do responsável ainda não foi identificada, assim como os métodos usados para o ataque. Entretanto, eu garanto que estamos fazendo o possível para prosseguir com as investigações.

— Mas diferente do paradeiro do criminoso, ou criminosos, as consequências de suas ações é algo que temos claramente em evidência. Por isso, Spencer, diga para nós quais os cuidados que devem ser tomados com relação ao contato com as águas contaminadas, e que precauções devem ser tomadas caso surjam o aparecimento de alguns sintomas específicos.

— Bem, como a maioria já deve estar ciente, mesmo que relativamente distantes do porto as áreas afetadas pelos componentes químicos foram interditadas por questão de segurança. Entretanto, como sabemos as águas não ficaram paradas. Então caso sintomas como coceira, vermelhidão, ou queimação surjam na pele, deve-se procurar tratamento médico imediatamente. Queimaduras causadas por compostos químicos podem causar sérias deformações na epiderme, além de erupções cutâneas que podem vir a ser desenvolvidas de forma crônica como a dermatite, e a psoríase. Sendo assim, todos devem tomar o máximo de cuidado possível, e respeitar os limites da praia. Essa é apenas uma das graves consequências que a Síndrome de Titanic vem causando a população.

— Mais uma vez eu quero agradecer a disponibilidade do perito Shay, e pela sua constante colaboração nas investigações em curso. A sua presença é sempre bem vinda.— A repórter agradeceu de forma entusiástica.

Eu que agradeço, é sempre um prazer ajudar.— Despedindo-se, o cientista forense saiu de cena.

— Bem, é verdade que todos nós estamos propensos a ser prejudicados. Porém, não são apenas as pessoas que estão sendo afetadas por essa recente onda de contaminações. Outros seres vivos que estão desprovidos da capacidade de se precaver contra corpos estranhos em seu habitat natural, também estão sofrendo as consequências... Por isso, hoje também temos a presença do ilustre biólogo marinho Ryan Albert Turner, mais conhecido em seu meio como Ryan Tuner, que vai nos falar um pouco sobre como as criaturas marinhas estão sofrendo com esses ataques... Ryan, que descobertas recentes a Marine Patrol, ONG a qual você é membro e co-fundador, fez com relação a presença de compostos químicos nas áreas interditadas?

— Bom dia, Carly. Me sinto honrado pelo convite de vir até aqui falar de um assunto tão importante, mas também é com muito desprazer que venho falar do mesmo. Pois como se já não bastasse os doentes que estão causando os naufrágios de diversos navios e colocando milhares de vidas humanas em jogo, a vida de diversos animais marinhos já foram perdidas nesse espetáculo de crueldade. Apenas um exemplo disso foi na semana passada, quando minha equipe e eu mergulhamos nas imediações mais profundas do mar, ainda que consideravelmente distante da praia. Embora não existam muitos animais marinhos pelas redondezas pelo mesmo motivo, nós encontramos um cardume de oceanódromos que costumam fazer a migração nessa época do ano, simplesmente boiando na superfície. Como já estávamos nos aproximando da área contaminada, usamos lanchas para seguir a trilha de peixes que ia se estendendo a cada metro, apenas para descobrirmos que haviam literalmente centenas e centenas de animais inocentes mortos.

— E foi descoberto o elemento que causou o envenenamento dos oceanódromos?

— Certamente sim, coletamos diversas amostras em pontos diferentes da área afetada. E embora diversos compostos químicos tenham sido detectados, um especial parecia ter tido uma overdose em cada amostra: o etanol. É verdade que por ser uma espécie de álcool, o etanal pode ser consumido em pequenas doses por seres humanos. Entretanto, obviamente quando misturado com outros compostos químicos corrosivos, torna-se letal para qualquer ser vivo que for vítima da ingestão.

— Então em nome da Marine Patrol, e diante de todos os fatos e estatísticas apresentadas, gostaria de fazer um apelo para aqueles que estão nos assistindo, e principalmente para os que estão causando esse tipo de poluição?

— Com toda a certeza! Eu tenho apenas um único pedido, ou melhor, uma súplica, e ela é bem direta: por favor, cuidem do meio ambiente! Porque o lugar onde você vive, também é onde eu vivo. É o lugar onde diversas criaturas de diversas espécies possuem a sua morada. Então respeite a praia, respeite o mar, respeite tudo aquilo que a natureza lhe dá. Pois acredite: o meio ambiente agradece, e eu também. Caso contrário, tudo aquilo que um dia você tirou da mãe natureza, ela não vai te devolver.— Com os olhos vidrados na câmera, o biólogo marinho proferia seu discurso sem piscar uma vez sequer - Agora, para vocês que estão despejando compostos químicos no mar sem o mínimo de pudor, vocês que estão colocando a vida de milhares de pessoas em risco a cada naufrágio, sim, vocês que estão envenenando e matando milhares de seres vivos. Eu só tenho uma pergunta: já experimentaram colocar arsênico em um copo de água geladinho e beber?— Todos, inclusive a própria Carly, arregalaram os olhos diante de tal declaração inesperada - Até onde sei os animais marinhos não saem de seu lar para envenenar a água que os humanos bebem. Então por que causar a morte de criaturas inocentes? O que ganham fazendo isso?! Então seja lá quem você ou vocês sejam, uma coisa é certa: se a natureza não cobrar por isso, por ter certeza que a justiça vai!— E levantando enfaticamente o punho para o alto, Ryan finaliza sua palestra, agradecendo de forma inaudível por seu tempo em tela.

— É, bem... Também agradecemos pelas expressões fervorosas do senhor Turner, que representa claramente o sentimento de diversas pessoas que também se importam e defendem o meio ambiente. — A morena agradeceu ao homem de cabelos longos com tato, embora ainda estivesse levemente sem jeito com a saia curta em que fora colocada - E como agora já estamos cientes dos problemas que essa poluição química envolve, é hora falarmos sobre as soluções. Ou pelo menos menos, sobre uma iniciativa que visa um alcance maior para a conscientização do público em geral. É porque isso que vamos por fim falar com um dos maiores e mas antigos parceiros da Minute News, o engenheiro naval Fredward Benson, mais conhecido por todos como Freddie... Freddie, que campanha a Past Waters em parceira com o Crime Scene Lab, agora também contando com o apoio da ONG Marine Control, gostaria de apresentar ao público afim de que abram os olhos para os perigos da poluição marítima?

— Bom dia, pessoal! É um grande prazer estar aqui novamente participando da Minute News, e é prazer ainda maior poder anunciar a campanha "Maré De Conscientização", uma iniciativa ecológica que conta com o patrocínio de grandes amigos que se preocupam com o meio ambiente. Como engenheiro, eu não sou especialista em áreas biológicos. Porém, sempre fui um grande apoiador das causas ambientais, por isso faço questão que os navios projetados pela Past Waters produzam o mínimo de poluentes possível, além de sistemas únicos de reciclagem e reutilização. Então em nome de todos os defensores do meio ambientes, eu gostaria de propor que na próxima sexta feira, dia quatorze, todos depositassem o lixo gerado por vocês mesmos nas lixeiras específicas que serão instaladas ao longo da praia, centro, e em pracinhas. Todo o lixo recolhido será reutilizado e reciclado, tendo todo o valor adquirido em materiais rentáveis como latinhas de refrigerante, em um fundo que será convertido para a construção um espaço dedicado a exercícios físicos ao livre. Além do mais, queremos que todos participem dessa causa, inclusive as crianças. Sendo assim, haverá uma banca montada no porto Marine Connection também no dia quatorze, onde cada criança acompanhada dos pais que trouxer dez itens recicláveis como latinhas, garrafas plásticas, e outros derivados, receberá um mascote exclusivo que também é o rosto da nossa campanha: Otto, o eco-polvo. E claro, para entrar no clima de conscientização, queremos que saibam que o Otto é feito com uma fibra exclusiva que é derivada a partir de garrafas pet. Sendo assim, não joguem lixo no chão, na praia, e muito menos no mar. Aproveitem a maré de conscientização, reciclem, garantam seu Otto, e ajudem o meio ambiente!— Finalizando, Freddie também agradeceu e entregou o Otto nas mãos de Carly, antes dos demais retornarem ao fundo para o término da matéria.

— Meu Deus, ele é uma gracinha! Já vou até juntar alguns itens para garantir o meu.— Verdadeiramente empolgada, a redatora ainda mantinha o mascote aquático em suas mãos - Toda essa tragédia envolvendo a poluição dos mares, não precisa continuar sendo algo de todo ruim. Sendo assim, participe da Maré De Conscientização, e plante uma boa ação no meio de toda essa maldade. Mas, lembrem-se: Não é preciso esperar até o dia quatorze, pois todo dia é dia de ajudar a natureza... Aqui é Carly Shay, falando diretamente das imediações de Miami Beach. Obrigada pela atenção de todos, e tenham um bom dia!

— E, corta! - Por fim, Gibby encerrou a gravação da matéria, apenas para notar que todos estavam com o cenho franzido olhando em sua direção.

— Não sei porque, mas tenho a sensação de que ficaria bem melhor se eu dissesse isso... "E, corta!" - O engenheiro repetiu a frase de Gibby, confirmando a tese que o mesmo havia apresentado.

— Eu disse que você tinha cara de cameraman, nerd.

— Eu prefiro o termo "produtor técnico". - Ele a corrigiu.

— Cara, essa entrevista ficou incrível! Já imaginaram se isso fosse algo fixo?

— Como assim?

— Tipo, como seria se vocês fizessem um web show? Apresentar um programa semanal online, ou algo do gênero. Até que vocês levam jeito pra coisa. - Spencer sugeriu empogado, mas tudo o que ele recebeu como resposta foi um olhar de ceticismo por parte de sua irmã.

— Um web show? Sem chance, daria muito trabalho! Eu seria no máximo a assistente divertida. - Sam opinou com um certo desinteresse.

— Mas a Minute News é um jornal online onde postamos notícias diariamente. Isso não seria tecnicamente um web show?

— Não, maninha. A Minute News é um portal interativo, eu falo de algo mais divertido!

— Tipo o que?

— Sei lá, vocês poderiam falar de assuntos aleatórios, mas de um forma divertida, ou algo assim. Eu não posso ter todas as ideias!

— Aham, sei... E qual seria o nome do web show?

— Aí, Carly?

"ICarly"? - A nomeada respondeu com o cenho franzido.

— O que? Não! Eu só estou te chamando mesmo. - Freddie negou de forma despretensiosa.

— Oh, o que foi?

— O que achou do nosso mascote? Íriamos contar antes, mas não sabíamos se ficaria pronto a tempo.

— Isso, obrigada!

— É... Pelo mascote?

— Não! Quer dizer, também. Eu só estava tentado me lembrar, era sobre isso que eu ia falar antes do Spencer vir com essa ideia insana de um web show.

— Eu ainda acho que é uma boa ideia. Vai por mim, vocês iram ser um sucesso!

— Enfim... - A morena ignorou completamente os comentários de seus imrão - Gente, quando vocês tiveram essa ideia do Otto? Eu me não lembro de ter lido isso no roteiro da entrevista, ele é uma gracinha! - Exclamou a redatora praticamente esmagando o pobre do polvo de pelúcia.

— E como fizeram essa bicho tão rápido? - Samantha questionou.

— Você não se lembra porque realmente não estava no roteiro. - O engenheiro respondeu apontando em direção a Carly, virando-se em a Sam logo em seguida - E como ficou pronto, bem... É... É verdade, Spencer. Como ficou pronto tão rápido? Eu soube da ideia ontem, então fiquei apenas com a apresentação.

— Ah, isso é simples. Eu apenas...

— Espera, eu eu já sei! Andou roubando alguns duendes do papai noel? - A sommelier o interrompeu em um tom divertido.

— Mas é claro que não, isso seria um absurdo! - O Shay mais velho estava escandalizado - Eu jamais faria mal ao bom velhinho, ou aos duentes que trabalham com ele. São todos cidadãos honestos e fantásticos que saem para fazer suas entregas em um trenó voador. - Sua seriedade era tocante - Mas, como eu ia dizendo, a resposta é simples. Lembram do primo do Meião?

— Tayler? - Carly sugeriu.

— Não, o outro.

— Oh, o Tyler?

— Não, o Tyler faz gravatas! Tenta de novo.

— É... Rob?

— Uma dica, ele trabalha com brinquedos...

— Ah, o Troy?

— Isso, o próprio! Eu estava conversando com o Meião sobre a campanha que iríamos lançar hoje, e ele perguntou se teríamos um logotipo, ou algo assim. Eu disse que não daria tempo de fazer um, então ele me lembrou que o Troy é um fabricante de brinquedos, assim daria tempo de fazer pelo menos um protótipo do Otto para apresentação.

— E quem desenhou o Otto?

— Oh, quase esqueci desse detalhe. Foi a irmã do Troy.

— A Trixiel?

— Não, a Daysign.

— Oh, isso explica muita coisa. - Toda a gangue meneou a cabeça em concordância - Mas, sério pessoal. Ficou tudo ótimo, essa é uma das melhores entrevistas que já fizemos. A ideia da campanha então, foi a cereja do bolo. Não vejo a hora de editar e postar, acredito que teremos uma repercussão enorme.

— Ah, disso eu tenho certeza. É praticamente uma declaração de guerra. - O ex-gorducho declarou de forma imculpe.

— Como assim, Gibby? - Freddie questionou.

— Bem, eu acredito que os responsáveis pela Sindrome de Titanic com certeza verão isso. Então assim que assistirem a entrevista, vão saber que estão estamos investigando o caso, o que pelo menos estamos atrás deles.

— É verdade, eu não tinha pensado nisso... - O herdeiro da Past Waterss recostou-se nas margens do píer, contemplando sobre o novo problema que havia lhe sido apresentado.

— Pensando em desistir? Bem, se quiser ainda podemos. A matéria não foi postada ainda, então podemos edita-la.

— Não.... Não! de jeito nenhum! - Determinado, ele exclamou - A campanha Maré De Conscientização é algo muito maior do que uma simples fachada, é algo real. Eu não vou deixar de fazer a diferença com vocês apenas para me esconder atrás do medo. Eles precisam saber que não vamos desistir tão fácíl, um inimigo de respeito jamais esconde seu rosto. Isso se vocês também quiserem, claro.

— Olha, Benson. Você já disse muita besteira nessa vida. - A loira principou a falar, deixando apreensivos com o rumo que aquela declaração iria tomar - Mas essa não é uma delas.

— Então...

— Isso aí, vamos até o fim. Se é guerra o que querem, então é guerra o que terão! - Que o mundo contemple a tenacidade de Samantha Puckett -Já até até nosso próprio exército. Que pode não ser o maior, mas com certeza é o mais unido.

El Mayarah. - Fredward exclamou exibindo um lago sorriso.

— Hã?!

— O que isso? - O biólogo marinho questionou.

— É um provérbio Kryptoniano.

— Kryptoniano, tipo a língua que o Superman fala?

— Exatamente.

— Pronto, eu sabia que não ia demorar até as baboseiras nerds aparecerem novamente...

— Sam! - Carly a repreendeu, fazendo a loite revirar os olhos.

— E o que quer dizer? - Ryan estava verdadeiramente curioso a aquela altura.

"Mais Fortes Juntos".

— Que assim seja. El Mayarah.— O homem de cabelos manteve seu braço estendido, até que todo o pessoa também fizesse o mesmo - El Mayarah.— Disseram em uníssono.

— E falando em sermos mais fortes jutos, eu gostaria de te agradecer pela sua contribuição, Ryan. A parceria da sua ONG nessa coalisão vai dar muito mais peso a essa campanha.

— Imagina, eu que agradeço. Ter a oportunidade de destilar um pouco do ódio que eu tenho por esse miseráveis foi impagável.

— É, falando nisso... Como as críticas mais, como posso dizer, "ácidas" vieram dos seus protestos, talvez você acabe chamando mais atenção da mídia. Tanto devida, como indevida. Então se quiser modificar ou retirar algo, ainda podemos editar.

— De jeito nenhum! Podem mandar exatamente do jeito que está. Se eu pudesse falava ainda mais, mas como a campanha também vai alcançar as crianças, achei melhor moderar o linguanjar. Bando de futricados...

— Okay...! Então, vamos para a próxima etapa? O Silver Star deve chegar em aproximadamente quarenta e cinco minutos. Se já terminamos a entrevista, acho melhor começarmos a explorar as imediações e nos posicionar.

— É verdade, precisamos chegar mais perto do ponto onde o navio vai atracar... Acha que o maníaco da Síndrome de Titanic vai realmente atacar hoje? - Griffin, que até o momento estava apenas presenciando tudo, resolveu dar o ar da graça.

— Na verdade eu espero que ele...

— Ou ela... - Gibby levantou a questão no ar.

— Ou eles... - Spencer destacou a última opção.

— Sim, ou ela, ou eles, ou quem quer que seja! Espero que não ataque nunca mais. Mas se atacar, estaremos lá aguardando de camarote.

— Meninos, já guardaram os equipamentos? - Carly perguntou para Griffin e Gibby.

— Sim, já guardamos no interior da lanchas e as atracamos no píer. Tudo em ordem. - O analista respondeu em nome dos dois.

— Certo, pessoal. Então agora vamos nos separar e procurar pistas! - Freddie exclamou como se estivesse realizando um sonho.

— Uau, momento Scooby Doo total. - Disse Sam arqueando suas sobrancelhas.

— Desiste, Sam. Não importa o que diga, nada vai estragar esse momento! - De fato, o engenheiro ainda estava em seu momento triunfante...

— Foi mal aí, Freddie Jones. - A nomeada murmurou ainda divertindo-se com a situação.

— Droga, eu deveria ter arranjado uma lancha maior pra servir como nosso "barco do mistério". - Lamentou o salva vidas.

— E o Otto seria o nosso mascote? - Freddie Jones, digo, Benson, entrou na conversa.

— Agora com certeza seria! Ele poderia ser feito de pelúcia?

— É... Por que não? Até porque realmente seria impossível ficar carregando um polvo de verdade.

— Perfeito! Eu já até conheço um leilão online onde poderíamos....

— Rapazes, foco! - A morena esbravejou - O Spencer conseguiu uma coisa.

— O que conseguiu?

— Bem, eu já carreguei pontos estratégicos no GPS aonde teremos uma melhor visibilidade. Então Gibby, Ryan e eu vamos para o norte, Carly e Griffin vão para o sudeste, e você e Sam vão para o sul.

— Mas o Ryan vai continuar conosco até o navio chegar? Se ele quiser posso leva-lo até porto e já deixo os equipamentos. - O proprietário do Sun And Sea se ofereceu.

— Oh sim, é verdade. Rayn, quer que o Griffin te leve até lá? Não vamos fazer mais nada relacionado a entrevista, ficaremos apenas observando. - Spencer sugeriu.

— Não, sem crise, cara. Se não se importam eu gostaria de ficar, realmente quero ajudar a pega-los.

— Chuchu beleza! Então, cada um pegue um desses.

— O que é isso? - Sam indagou com curiosidade.

— São fones de ouvido bluetooth, assim poderemos no comunicar melhor.

— Que show! Mas o alcance do bluetooth não é limitado?

— Não se o fone for bisensorial. Ou seja, também mantém conexões via wireless.

— Via o que?

— Via o wi-fi.

— Ah, agora sim! Por que não disse isso logo de início?

— Eu gosto de pegar o caminho mais difícil. - O perito criminal declarou com orgulho - Enfim, eu já vi o pessoal lá no departamente usando muitos desses. Então só precisei arranjar um roteador e sintonizar a frequência.

— Uau, parece temos mais um nerd de tecnologia entre nós. - A sommelir provocou.

— Sorte de principiante. - O engenheiro murmurou levemente emburado.

— Beleza, todos conseguem me ouvir pelos pontos? - Spence perguntou através de seu microfone, recebendo um menear de cabeça - Perfeito, então qualquer coisa, qualquer imprevisto, nos comunicamos por eles.

— Oh sim, não podemos nos esquecer também. Todos estão com seus binóculos? - Dessa vez, Freddie foi que perguntou - Então, o que estão esperando? Vamos resolver esse mistério! - E assim, todos se separaram e foram rumos a seus respectivos destinos, esperançosos de que aquele seria um dia realmente esclarecedor.

[...]

— Eu não acredito que você me fez voltar até o cais pra buscar um balde de frango frito. Na verdade, eu não acredito que você que você realmente trouxe um balde de frango frito dentro da lancha! - Após todos terem se separado, Sam e Freddie estava finalmente indo para seus postos na região sul. Mas, claro, não sem antes ter aquela pausa para o lanche.

— Achou mesmo que iria ficar com fome esse tempo todo?

— Não, mas, sei lá... Poderia ter trazido algo mais discreto como um bolo gordo, ou algo do tipo.

— Mas eu trouxe. - Com uma agilidade fora do normal, a loira sacou uma embaagem de bolo gordo do bolso da jaqueta.

— Claro que trouxe! - Ele exclamou para si mesmo, apenas para desviar sua atenção para as coxas de frango que estavam sendo devoradas sem dó, nem piedade - Tá bom, esse osso de frango só ficou na sua boca dois segundos e o osso tá totalmente limpo! Como é que faz isso?

— Anos de prática... Tem que ter muito domínio bucal pra dominar totalmente a arte do morde, raspa, e suga. - Disse ela demonstrando na prática sua técnica infalível.

— Genial! - Impressionado, o engenheiro passou a admirar o osso que agora estava totalmente limpo.

— Aí, me dá o GPS. - E assim ele o fez - Pra que lado temos que ir mesmo?

— Sul.

— Então temos que passar por aquele negócio ali. - A sommelier apontou para algo que mais parecia ser uma biheteiria.

— Será que precisa de alguma ficha pra passar?

— Que pessoa no mundo pagaria pra chegar até o outro lado do píer?!

— Pedágio marítimo, ou sei lá!

— Então vai lá, e pergunta.

— Beleza, então vamos.

— Não, não, não. Você vai lá e pergunta, eu fico aqui saboreando minhas coxinhas de frango.

— E por que só eu?

— Você sabe que eu não gosto de pessoas! E porque eu não quero também. - Ela respondeu dando ombros.

— Tá, eu já volto. - Bufando de frustração, Fredward começou a andar em passos largos em direção a bilheteria.

— Freddie!— De repente, uma voz feminina surgiu quase estourando seus tímpanos.

— AAAAHHHH! O que? O que foi? - Ee esbravejou atrás do ponto, seu coração correndo a mi por hora em decorrencia do susto.

Só queria saber se funciona mesmo.— Um misto de tédio e peraltice era evidente na voz dela.

— Sam, você vai me deixar surdo, pela segunda vez!

Que mandou deixar o volume ligado?

— Não seja por isso! - Recompondo-sem, ele abaixou o volume do fone e continuou andando até seus destino - Boa tarde, senhor. Pode me dar uma informação? - Ao finalmente chegar na bilheteria, Fredward perguntou.

— Lo siento, muchacho. Pero no hablo su lengua. (Desculpe, rapaz. Mas não falo sua lígua.)— O homem de meia idade respondeu calmamente.

— Oh, no tiene problema. También hablo español. (Oh, não tem problema. Eu também falo espanhol.)— Rapidamente, o engenheiro respondeu no mesmo idioma do homem, para a surpresa do próprio.

— ¿Usted habla? ¡Esta es una grata sorpresa! (Você fala? Esta é uma grata surpresa!)— O estrangeiro mostrou-se empolgado - Hace mucho tiempo que no hablo mi lengua nativa con alguien, desde que salí de mi amada Argentina.. Me llaman señor Hernandes, pero me puede llamar Gastón. ¿En qué puedo ayudarlo, hijo? (Faz muito tempo que não falo minha língua nativa com alguém desde que saí de minha amada Argentina... Me chamam de senhor Hernandes, mas pode me chamar de Gastón. Em que posso ajuda-lo, filho?)

— Mucho placer, me llamo Chester Mastersson, pero me puede llamar Chess. (Muito prazer, me chamo Chester Mastersson, mas pode me chamar de Chess.)— "Chess" estendeu sua mão afim de cumprimenta-lo - ¿Cómo puedo llegar hasta ese lado? (Como faço para chegar até o aquele lado?)— Ele apontou para a extensão da ponte a sua frente.

— Lo siento, Chess. Yo trabajo en esa taquilla hace mucho años. Entonces como guardián del "puente de los novios", como así lo llaman, tengo que decirle que aquí es pemitido sólo para parejas. (Desculpe-me, Chess. Já trabalho nessa bilheteria faz muito anos. Então como guardião da "ponte dos namorados", como assim a chamam, tenho que lhe dizer que aqui é permitido apenas a passagem de casais.)

— Oh, sí ... Sí, sin problemas! Mi novia está aquí conmigo, entonces sólo me preguntó si era necesario algún billete, o algo así. (Oh, sim... Sim, sem problemas! Minha namorada está aqui comigo, por isso vim apenas perguntar se era preciso algum bilhete, ou algo do tipo.)

— Oh, trajiste a tu novia? (Oh, trouxeste tua namorada?)

— Sí, es aquella rubia parada bien allí. (Sim, é aquela loira parada bem ali.) - Fredward apontou para a direção oposta

— Entonces traiga aquí, quiero conocer a la pareja! (Então traga-a aqui, eu quero conhecer o casal!)— Empolgado, o homem exibiu um largo sorriso

— Claro, déme sólo un minuto... (Claro, me dê apenas um minuto)— Sorrindo de volta de nervoso, Freddie voltou até o lugar aonde Sam estava, torcendo para que ela não quebrasse seu braço, ou fizesse algo pior:

— Sam, Sam, sam! - Afoito, ele a chamou.

— O que foi, Benson?

— Aceita ser minha namorada?

— O que?! - Ela arregalou os olhos em completo choque.

— Aquele lado do píer é dedicado a casais, então preciso que vá comigo pra observarmos o porto de lá.

E por que a Carly e o Griffin não vão? Eles realmente são um casal.

— Sim, eu sei. Mas aquele senhor é argentino, e nós dois somos os únicos que sabemos falar espanhol. Eu, eu entendo se não quiser, mas aquele seria um ótimo ponto para...

— Tudo bem, vamos logo com isso. - A loira o interrompeu, levantando-se do banco onde estava e principiando a andar logo em seguida.

— Eu sei que pode parecer estranho, mas é só pensar que estamos... Espera, você aceita? - Dessa vez, ele foi quem estava incrédulo.

— Sim, eu aceito. Agora vamos logo com isso antes que eu mude de ideia. - Ela continou andando em direção a bilheteria, como se estivesse tentando evitar algo. Porém, o engenheiro continuou parado, literalmente congelado no mesmo lugar. - Freddie?

— O que?

— Vai querer ser o meu namorado, ou não?

— Si-sim, claro!

— Então, vem! - E dessa vez, ele foi.

— Señor Hernandes, digo, Gastón, esta es mi novia, Sa ... Rebecca! Rebecca Berkowitz. Perdón, yo la llamaría por un apodo que ella odio. (Senhor Hernandes, digo, Gastón, esta é minha noiva, Sa... Rebecca! Rebecca Berkowitz. Perdão, eu iria chama-la por um apelido que ela odeia.)— Ao chegarem novamente na bilheteria parcialmente abandonada, ele a apresentou

— Buena tarde, es un placer conocerlo. (Boa tarde, é um prazer conhecê-lo). — Senhorita Berkowitz estendeu a mão para cumprimenta-lo.

— Mis felicitaciones señor Mastersson, su novia es muy bonita. (Meus parabéns senhor Mastersson, sua namorada é muito bonita.)— O argentino elogiou beleza da diaba loira.

— Gracias. (Obrigado(a)— Sam e Freddie responderam em uníssono.

— Bueno, ustedes me parecen ser una hermosa pareja. (Bem, vocês me parecem ser um belo casal.) — Gastón inicou seu monólogo habitual - Pero, no me lleven a mal, muchos fingen ser novios para pasar al otro lado. Entonces, si no te importa, me gustaría hacer algunas preguntas sube como se conocieron. (Mas, não me levem a mal, muitos fingem ser namorados para passarem para o outro lado. Então se não se importarem, eu gostaria de fazer alguma perguntas sobe como se conheceram.)

— Claro, no veo problema. (Claro, não vejo problema). - Fredward respondeu, cutucando a sommelier levemente com o cotovelo para que ela respondesse também.

— Oh si. También no veo problema. Por mí, todo bien. (Oh, sim. Também não vejo problema, por mim tudo bem.)— Ela esboçou seu mehor sorriso falso.

— Muy bien. Pero, antes, tengo que confesarles una cosa... (Muy bien. Pero, antes, tengo que confesarles una cosa)... Eu também sei falar a língua de vocês. - Subitamente, o argentino começou a falar de modo eloquente, possuindo apenas um sotaque levemente carregado.

— Como é que é? - Sam questionou sentindo seu sangue ferver.

— Me perdoem, meus filhos. Eu sempre brinco com os turistas dizendo que não falo o idioma deles, mas logo em seguida digo que é brincadeira. Mas quando o Chess me respondeu em espanhol, quis matar um pouco da saudade de casa. - Gastón declarou com sinceridade.

— Tudo bem, senhor Hernandes. Rebecca e eu amamos um boa brincadeira. Não é mesmo, Becky?

— Claro, querido. Uma boa travessura é comigo mesmo... - Ela lançou-lhe um olhar mortal.

— Porém, a parte das perguntas não é brincadeira. Como um romântico irredutível, essa ponte é muito importante pra mim. E é com muito orgulho que digo que acompanhei de perto várias histórias de amor. Então, se não se importarem...

— Tá, tudo bem. Manda aí. - Respirando fundo para não soca a cara de um certo nerd, Samantha consentiu.

— Então, vamos começar do começo! Como se conheceram?

— Bem, na verdade Rebecca e eu já nos conhecemos faz muitos anos, desde o ensino fundamental pra ser mais exato, já que estudávamos na mesma escola. Tínhamos uns... Doze ou treze anos?

— Acho que tínhamos doze... Sim, com certeza tínhamos doze! Era a época em que você usava um saltinho no sapato pra ficar mais alto. Lembra disso, Chess?

— Rebecca! Não precisava lembrar desse detalhe! - Para a diversão de Sam, Freddie estava completamente vermelho.

— Ah, mas por que não? Você era uma gracinha naquela época. - Ela provocou.

— Eu era, é? Engraçado, você nunca me disse isso antes. - Ele revidou, sua sua vertendo-se em um tom galante.

— Você nunca perguntou, oras.

— Mas isso é muito bom, senhor Mastersson. São surpresas como essa que mantém a relação viva. - O argentino interrompeu a disputa silênciosa entre os dois - E vocês diriam que foi amor a primeira vista?

— Oh, não. Não, não, não. Não mesmo! - A sommelier negou, talvez um pouquinho demais.

— Mas por que tanta negação, senhorita Berkowitz?

— Digamos que nós dois temos um histórico complicado, Chess eu nem sempre nos demos muito bem. Na verdade mais brigávamos do que conversávamos um com outro.

— Mas isso é absolutamente normal, minha filha. Pessoas brigam, as que se amam principalmente.

— Mas não deveria ser justamente o contrário? Digo, se duas pessoas se amam, elas deveriam deveriam brigar menos, e se compreender mais. - Freddie aproveitou o ensejo para alfinetar.

— Em tese todas as pessoas deveriam se amar, Chess. Mas sabemos que não é bem assim. É claro que, não é normal brigar o tempo todo. Isso é um sinal de que algo precisa mudar ou melhorar. Mas a diferença entre as pessoas que se amam e as que não, é que as pessoas que se amam aprendem a perdoar. É como uma pessoa uma vez me disse, e eu nunca mais esqueci: "Às vezes você perdoa uma pessoa porque a falta que ela faz em sua vida, é maior do que o erro que ela cometeu".

— São belas palavras, senhor Hernandes.

— Gastón, Chess.

— Sim, Gastón! Desculpe.

— Mas então, como conseguiram superar as brigas e começaram a namorar?

— Eu não diria que "superamos" as brigas, ainda discutimos com uma certa frequência por coisas bobas, e outras até mesmo banais.

— Mas?

— Mas, com o tempo ela me aceitou do jeito que eu sou, e eu também a aceitei do jeito que ela é. Pois eu acho que no fundo, aquele que deseja mudar a pessoa amada, não a ama de verdade. Então mesmo que essa loira rabugenta e impulsiva me tire do sério de vez em quando, eu me apaixonei por ela sabendo qual seriam os riscos. - Novamente, a loira lhe lançou um olhar constante, mas dessa vez desprovido de qualquer raiva. Pelo contrário, havia surpresa neles.

— És um jovem muito sábio, Chester. Me alegra muito saber que ainda existem pessoas neste mundo que estejam dispostas a compreender o amor. Porém, preciso corrigi-lo sobre algo: nem todas as coisas boas precisam ser banais. Por exemplo, lembro-me de quando conheci mi amada, Rosita Vargas De La Cruz. Rosita era uma guapa morena dos olhos de jabuticaba, que arrastava meu coração junto com a calda de seu vestido vermelho rodado, toda vez que ela passava por mim. Sem dúvidas, a mais bela de todas as belas moças que já conheci. Mas Rosita também era geniosa. Seus cabelos longos, negros e cacheados, e a coroa de rosas que ela costumava usar em sua cabeça não deixavam a desejar... Recordo-me do quanto ela gostava de passear pela praça, e de cantar belas serenatas com os músicos que ficavam por lá. Mas ai do hombre que ousa-se importuna-la, ou toca-la sem permissão! Rosita arrancava seus brincos de argolas, tirava seus saltos, e corria atrás do desgramado mais que um coiote selvagem. Ela também já me colocou pra correr também, várias vezes inclusive! - O argentino deixou escapar uma gargalhada nostálgica -Rosita e eu vivemos grandes momentos juntos. Mas os meus favoritos eram os menores, ou os mais banais, como alguns dizem. O sorriso bobo que eu arrancava dela antes de roubar-lhe um beijo, em toda vez em que eu a presenteava com uma flor. A forma abobalhada como eu dedilhava meu violão apenas para vê-la dançar e cantar. E também a mão boba nos lugares mais espertos, por que não? Os momentos mais simples, aqueles jamais registrados, mas ainda assim impossíveis de serem esquecidos. Brigar por coisas bobas faz parte, e divertir-se com elas também.

— E o que aconteceu com a Rosita?

— Rebecca! - Freddie a repreendeu com um sussurro.

— O que? Já que ele começou, não custa terminar!

— Infelizmente, minha Rosita me deixou aos quarenta e cinco anos, logo após nosso aniversário de vinte e cinco anos de casados. Ela viveu cada momento intensamente: o tratava como se fosse o último, mas alegrava-se como se fosse a primeira vez. Talvez seja por isso que a vida a tenha levado tão cedo. Rosita viveu mais plenamente em seus poucos anos de vida, do que muitos que levam a vida toda para descobrir, e ainda assim são incapazes de encontrar a plenitude.

— Eu sinto muito por isso. - Disse o engenheiro com sinceridade.

— Não se desculpe por isso, Chess. Não cabe a você assumir a culpa pelas desventuras da vida. - Conformando, Gastón soltou um suspiro melancólico - Hoje já estou beirando meus cinquenta e oito anos de vida. Mas, mesmo que façam treze que minha amada se foi, Rosita estará sempre comigo. Pois uma coisa eu lhes digo, Chess e Rebecca. Mesmo que exista verdade entre duas pessoas, não se pode depender apenas de uma para que seja real. E o que nós dois tivemos foi mais do que real, será eterno. Mesmo que o para sempre não exista de fato. A verdadeira eternidade encontra-se no coração de cada um, você precisa apenas escolher o que vai decidir trancafiar por lá.

— Acredito que deve ter sido bem fácil pra vocês dois, não é?

— Como assim, senhor Mastersson?

— Bem, obviamente vocês dois se davam muito bem. Então acredito que deve ter sido as mil maravilhas se relacionar com alguém que te respeita e não quer ter sempre a última palavra. - Sagaz, o herdeiro da Past Waters lançou a indireta no ar.

— Eu concordo, querido. Principalmente quando esse alguém também não quer estar sempre certo o tempo inteiro, mesmo quando se sabe que está errado. - A sommelier devolveu a alfinetada.

— Meus jovens... Se vocês acreditam que meu relacionamento com Rosita foi apenas flores, estão redondamente enganados. Como eu já havia mencionado, Rosita não apenas tinha um temperamento forte, como também chamava a atenção de outros homens por onde quer que passava. Então foi muito difícil para mim controlar o ciúme no começo. Mesmo sabendo que ela me amava, minha constante insegurança dificultou muito as coisas. Assim também como foi difícil para ela confiar em mim, acreditar que eu realmente a amava como um todo, e não apenas por sua beleza estonteante. Mas, por que eu deveria me concentrar nos defeitos, se posso me apegar a tantos momentos marcantes e maravilhosos? São esses que me interessam, e que merecem a grande aura perfeita que eu sempre pocuro tecer, assim como deve ser. Rosita era minha vitória régia, sempre cheia de surpresas. Por isso faço questão de lembrar-me dela com amor, e de contar sua história como versos de uma poesia...

— Vitória Régia? Tipo, a planta? - Intrigada, Samantha perguntou.

— Isso mesmo, a própria. Sempre gostei muito de observar a natureza, e a vitória régia é minha planta aquática favorita. Ficariam surpresos com a capacidade que ela tem de sempre surpreender. E assim como essa planta, Rosita foi a pessoa mais surpreendente que já conheci, essa é definitivamente minha qualidade favorita dela... E falando nisso, como eu já os aluguei demais com as histórias de minhas vivências, eu tenho apenas mais uma pergunta, e ela vai especialmente para a senhorita Berkowitz: qual foi o seu momento favorito ao lado do Chess?

— Meu momento favorito? - Aquela pergunta a pegou de surpesa, deixando todos, principalmente Freddie, na expectativa - Bem, eu... Eu diria que foi no dia em o Chess caiu dentro de um tanque com atuns assasinos.

— Jura? Seu momento favorito comigo foi o dia em que eu quase fui devorado por aquelas criaturas sedentas por sangue?! - Ele estava cético.

— Não especificamente aquele momento, isso foi só um bônus. - Tal declaração só o deixou cada vez mais inconformado, pelo menos temporariamente - Mas sim o fato de você ter largado tudo em Miami e ido para Los Angeles por achar que eu tinha sido atropelada por um veículo utilitário esportivo e "quebrado o traseiro", mesmo a senhora Benson tendo feito o escândalo que eu tenho certeza que fez... - Mundando sua expressão da água para o vinho, o engenheiro agora estava verdadeiramente surpreso, e também sorridente ao lembrar-se do dito incidente - E, também pela vez em que você cedeu sua vaga naquele cruzeiro de seis meses apenas pra que eu me livra-se da Missy. Você acreditou em mim, mesmo que eu nunca tivesse te dado motivos pra isso. Na verdade eu só tinha dado motivos contrários. Então, acho que posso dizer que esses foram... - E de forma inesperada, Freddie a interrompeu da forma mais inusitada possível: com um beijo. Ele não sabia porque havia feito isso, nem como ele ainda estava com todos os dentes. Tudo o que Fredward sabia é que parecia o certo a se fazer, principalmente quando ele percebeu que ela também retribuiu— ... Meus momentos favoritos... - Ela finalmente terminou.

— Bem, depois disto não preciso perguntar mais nada! - Verdadeiramente empolgado, o senhor Hernandes passou a procurar as chaves para destravar a catraca - Eu realmente posso ver o amor que sentem um pelo outro em seus olhos. Ainda que com algumas dificuldades no caminho, tenho certeza que serão tão felizes quanto Rosita e eu fomos um dia... Oh sim, obrigado por terem aturado o meu falatório por todo esse tempo, e também por terem me proporcionado a oportunidade de conhecer outra história de amor. Bom passeio, meus filhos. E lembrem-se: o amor torna-se mais fácil, quando entenderem que não é fácil. Mas que ainda assim, é a melhor dificuldade que poderiam ter na vida...

— Você é um nerd morto, Benson. - Após terem se afastado consideravelmente da bilheteria, Sam murmurou entre dentes semi-serrados com seu mehor tom ameaçador.

— Você não me assusta, princesa Puckett. - Ele respondeu em um tom presunçoso.

— A senhora Benson nunca te ensinou o quanto é feio mentir, Fredward? Achei que desde o incidente com a fita adesiva havíamos prometido não guardar mais segredos entre nós.

— Então não minta dizendo que não sente mais nada por mim... - Pegando-a desprevenida, o engenheiro a respondeu em um tom desafiador, sem em nenhum momento quebrar o contato visual.

— Eu não neguei, Fredward. Apenas não sou obrigada a admitir.

— Isso não faz sentido!

— E por acaso nós fazemos?!

— O que quer dizer?

— Nada, Freddie. Esquece.

— Não, eu não vou esquecer! Toda vez que conversamos você é sempre cheia de rodeios. Por que não pode ir direto ao ponto?

— Jura? Sério mesmo que você não sabe que está falando com a pessoa que se internou em um hospital psiquiátrico, apenas para não admitir pra mim mesma para o mundo que eu gostava de você?

— Gostava? - Ele indagou retoricamente, exibindo seu famoso sorriso de canto.

— Freddie!

— Tudo bem, parei! - Dando-se por rendido, ele levantou as mãos na altura da cabeça. - Sam?

— O que foi, Freddonho?

— Nunca me disse que havia descoberto que eu tinha dado minha vaga pra Missy.

— Eu tenho minhas fontes, Benson.

— E por que nunca me disse?

— Porque eu não queria que você descobrisse, oras.

— Tudo bem, mas agora sei. Assim como eu sei que você foi encontrar comigo e com a Carly naquele dia fizemos o encontro a jato, mas voltou da porta assim que nos viu dançando.

— Co-Como sabe disso?

— Eu também tenho muitas fontes, Puckett.

— E o que você preferiria? Que eu tivesse contado, ou continuado com a descoberta?

— Acho que eu teria continuado com a descoberta.

— Talvez esse cara argentino tem razão...

— As surpresas são muitos melhores. - Ele complementou - E falando no senhor Hernandes...

— Ah, não! Não começa, Benson!

— Olha, Sam. Você e eu ouvimos o que o senhor Hernandes disse sobre brigarmos. É claro que, não temos brigas lá muito normais. E provavelmente existe algo que precisamos consertar. Mas no final nós sempre nos perdoamos, e é isso o que realmente importa. Ou pelo menos, em quase todas as vezes.

— Eu te perdoo, Benson. Por tudo. - De forma repentina, a sommelier declarou.

— Por tudo? Inclusive pelo...

— Sim, eu te perdoo pelo incidente de cinco anos atrás. Nós dois tivemos culpa naquela noite, já que ninguém respondeu embora houvesse a oportunidade. E eu sei que você me perdoa por não ter dito nada também...

— Sim, eu o faço. Obrigado por reconhecer, e por perdoar também.

— Eu também te perdoo pelo incidente na lancha, na noite do jantar. Você realmente me ajudou em muita coisa, mas saiba que meu sucesso é meu mérito. Você pode ter me ajudado no caminho, mas ninguém poderia ter chegado na lá além de eu mesma. Então se disser novamente que eu devo meu sucesso a você, eu arrebento a tua cara. - A loira exclamou de forma enfática, já estralando seus dedos em uma pura onomatopéia acidental.

— Sim, eu sei. Nunca tive a oportunidade de me desculpar formalmente, então: me desculpe por tudo o que eu disse naquela noite. Eu falei sem pensar. - Fredward respondeu com sinceridade - Ah, e eu te perdoo também por todos as vezes em que você infernizou a minha vida nos últimos anos. Seja sabotando minha inscrição pro acampamento, ou lambendo a tela do meu celular.

— Qual é, você sabe que eu não fazia aquelas coisas pra te irritar ou te machucar!

— Não?! Então por favor me explique qual era o objetivo, por que não ficou muito claro!

— Você sabe, eu não sou muito boa com esse negócio de demonstrar sentimentos.

— O que? Não... - Levando as mãos ao rosto, ele fingiu estar surpreso.

— Então, sei lá... Acho que era a forma que eu encontrava de chamar a sua atenção, ou algo assim... E também porque eu gosto de me divertir com a desgraça alheia. - Ela admitiu com naturalidade, recebendo um olhar de desaprovação por parte dele.

— O que? Eu realmente gosto, não vou mentir!

— Viu só? Nós sabemos como nos perdoar, é apenas disso que precisamos.

— Eu não tenho certeza se isso é algo bom...

— Como assim?

— Eu não quero ter que passar o resto da vida te perdoando, Freddie! E nem você fazendo o mesmo comigo.

— Então você quer que nos odiemos? Porque nisso também somos muito bons!

— Não, não é isso! Mas você por exemplo, novamente já começou a se alterar!

— Eu não estou me alterando!

— Sim, você está! Então trate de colaborar se não quiser ver a garota que te atormentou a vida toda aqui, e agora!

— Tudo bem, desculpe. - Tomando algumas respirações profundas, o herdeiro da Past Waters estava se esforçando para manter suas emoções sobre controle.

— Eu só acho que, pessoas que se amam se lembram de como perdoar umas as outras. Mas eu não quero ter que te perdoar tantas vezes, a ponto de esquecer como te amar.

— Eu nunca me esqueceria de amar você.

— Mas se esqueceria do porque me ama...

— Sam? Freddie? Estão me ouvindo?— Subitamente, uma voz doce e feminina surgiu através do ponto, quebrando a tensão da discussão em andamento.

Sim... - Freddie respondeu por eles dois.

— Griffin e eu estamos a sudeste do píer, em frente ao caís, até agora tudo bem. Spencer, Gibby e e Ryan estão ao norte, mas também não viram estranho até agora. Como estão as coisas por aí?

— Aqui também não aconteceu nada de extraódinário, a única movimentação que consigo ver é a dos funcionários do faról entrando e saindo. - Disse ele enquanto observava o horizonte em seu binóculo.

— Pessoal, o Silver Star já está alcançando os cem metros de proximidade com o porto.— Outra também surgiu através do ponto, dessa vez masculina. Era o Shay mais velho entrando em contato - E segundo os meus registros, todos os naufrágios ocorreram entre 250 ou 300 metros. Aparentemente nada vai acontecer, acham que devemos voltar? Eu sei que a pessoa responsável pela Síndrome de Titanic é uma psicopata, mas aparentemente as pessoas que estão no porto não parecem fazer parte do alvo.

— Bem, por mim tudo bem. Assim já aproveito pra fazer a cobertura da chegada do Silver Star. Vai ser um alívio finalmente fazer um reportagem sobre um navio onde ele não esteja afundando.— Carly compartilhou sua opinião.

— Eu concordo, graças a Deus acredito que não haverão ataques hoje. Sam e eu encontramos vocês nas lanchas.

— Okay, estaremos lá.— Os irmãos responderam em uníssono.

— Sam? - Freddie a chamou - Sam? Ouviu o que a Carly e o Spencer disseram nos pontos?

— Claro que sim, Benson. Eu não sou surda. - Samantha respondeu em um único fio de voz.

— Olha, não precisa falar comigo desse jeito. - O engenheiro tentou dialogar.

— Não precisa, mas eu quero. - Porém, a loira não pretendia continuar o assunto.

— Então é isso? Vai simplesmente voltar ao seu eu habitual e fingir que nada do que dissemos aqui aconteceu?

— Em nenhum momento eu neguei, Benson, e também não irei negar. Eu apenas acho que nós finalmente nos perdoamos depois de tantos anos, e agora estamos bem. Não podemos deixar as coisas assim por enquanto? Todo nada também é algo. Então é melhor que por hora que não tenhamos nada para assim termos um pouco de paz, do que tentarmos outra vez e estragarmos tudo.

— Tudo bem. Se assim que você quer, eu concordo. Mas saiba que eu não faria nada para estragar as coisas dessa vez.

— Eu não disse que faria.

— Sim, eu sei. Por isso estou apenas deixando claro caso você pensasse que eu iria dizer algo que não devia como da última vez.

— Tudo bem, mas eu juro que não pensei...

— Certo, então, estamos bem? - Fredward questionou sem jeito, esfregando a mão na curva do pescoço.

— Absolutamente, acho que finalmente teremos uma trégua.

— Um abraço? - Ele perguntou hesitante, abrindo levemente os braços.

— Por que não? - Mas a surpresa dele, a diaba loira retribuiu o gesto de bom grado. Com naturalidade, sem tensão ou rigidez. Apenas um misto de leveza e cumplicidade que somente o ato de perodar poderia propocionar... Entretanto, o tempo que algo pode durar é sempre relativo. E quando se trata desses dois, o tempo é sempre instável e imprevisível.

— Quando quiser voltar comigo, me ligue. Eu prometo que vou responder dessa vez. - Sincero, porém intenso, Fredward declarou com sinceridade.

— Claro, pode deixar. É só não colocar expectativas em cima de mim, que dará tudo certo! - A consultora gastonômica respondeu inocentemente. Todavia, até mesmo uma flor oferecida no momento errado, pode ser capaz de iniciar uma guerra.

— É... Colocar expectativas em cima de você?

— Sim. Por que?

— Eu não faço isso...

— Sim, você faz sim... Mas isso não importa.

— Quando eu fiz isso?

— Tipo a uns 2 minutos atrás, quando você já estava se desculpando por algo que eu nem sequer cheguei a pensar. Mas como eu disse, isso não importa.

— Importa sim, importa o fato de você pensar que eu sempre estrago as coisas.

— Novamente, eu não pensei isso! Para de tirar conclusões precipitadas das coisas!

— Eu não tirei conclusões, estou apenas comentando os fatos!

— E o fato é você sempre pensar que é o dono da razão, inclusive dos meus pensamentos?

— Eu não acredito que você vai querer brigar por causa disso! Depois ainda quer dizer que não estraga as coisas!

— Eu não comecei nada, você que começou dizendo que eu crio expectativas em cima de você, e que tiro conclusões precipitadas!

— Mas eu falei isso sem intenção, você que entendeu com raiva!

— O que quer dizer com isso? Então quer dizer que para as coisas darem errado, depende apenas de mim?

— Pelo amor de Deus, Freddie. Eu não disse isso!

— Então poderia me explicar o que você realmente quer dizer?

— Quer saber? Não, obrigada! Agora se me der licença, eu tenho uma lancha pra pilotar! - Levantando-se bruscamente, Samantha começou a afastar-se de Fredward com o objetivo de ir em direção ao cais. Porém, ele a seguiu, chamando seu nome inúmeras vezes.

— Sam! Eu sei que você não é surda, então você vai me escutar.

— Vai me obrigar? - Ea revidou com prepotência.

— Não, eu não preciso. Sabe por por que? Porque você pode dizer o que quiser de mim, Sam. Mas depois não diga que eu não tentei!

— Sério? Então por que não me lembro de você não estragando tudo da última vez? Por que se me lembro bem, não faz nem cinco minutos!

— Eu não vou levar a culpa por tudo sozin...

E sem aviso prévio, quando todos já estavam desistindo de ficar ali, um estrondo ensurdecedor seguido de um tremor atoz assustou e distabilizou a todos: um abalo, o eco seco de uma explosão, uma fumaça tão densa que era possível de se avistar desde o horizonte. O maremoto induzido levou toda a gangue ao chão suspenso de madeira juntamente com os funcionários, que estavam atordoados com a quebrar de ondas violentas que o mar estava produzindo de forma incessante. O Silver Star acabara de ser atacado...

[...]

Sabe um daqueles momentos onde você consegue obter algo que queria muito, ou simplesmente consegue alcançar seus objetivos rápido demais? Momentos como esses podem ser raros. Entretanto, acontecem. Seja por pura sorte, seja por merecimento, ou simplesmente porque alguém fez por onde isso acontecer. Seja por meios legais, ou não. Todavia, já dizia o antigo ditado: "quando a esmola é demais, o santo desconfia". Afinal, só porque uma coisa aparenta ser simples ou fácil demais, não significa que realmente seja assim.

A vitória régia, por exemplo, é uma das plantas aquáticas mais conhecidas do mundo. Reconhecida por sua característica aparência aredondada, a vitória régia é uma planta que costuma aparecer na superfície de águas amazônicas, sendo muitas vezes usada em ambientes superficiais para o paisagismo. Porém, engana-se quem pensa que a também conhecida como "forno de jacaré" é uma apenas uma planta flutuante. Até porque, diferente do que muitos pensam, a vitória régia não flutua.

Sendo sustentada por longas hastes espinhentas que tem suas raízes fincadas no fundo do rio, a vitória régia não apenas tem suas raízes bem estabelecidas, como seus espinhos também servem para afastar os peixes predadores. E as curiosidades não param por aí: embora aparente ter uma superfície frágil, a bandeja dessa planta pode aguentar até quarenta e cinco quilos sem afundar.

Sendo assim, apenas porque algo transmitiu uma primeira impressão simplória, não quer dizer que necessariamente continuará assim. Afinal de contas, as surpresas surgem justamente a partir do inesperado. E assim como muitos não esperam que ao anoitecer, a vitória regia régia não apenas seja capaz de florescer, como também suas flores tenham a capacidade de mudar de cor após a polinização, aqueles que recebem as coisas de uma forma fácil demais, não esperam que elas possam ficar difíceis depois. Pois assim como diz outro ditado: tudo o que vem fácil, vai fácil. E as vezes, o santo não desconfia disso.

— Entre! - Em seu escritório, Michael Connor estava triunfante, regozijando-se com a própria genialidade que o mesmo julgava ter. Afinal. seus planos estavam correndo bem, seus objetivos estavam se concretizando. Então se quem estivesse batendo em sua porta era quem ele esperava que fosse, esse seria supostamente um dos melhores dias de sua vida. - Ora ora, se não são meus gêmeos favoritos: Maxwell e Jessica Hunter. Fiquem a vontade, os Hunter sempre são bem vindos em meu escritório! - Radiante, o empresário exibiu seu melhor sorriso, levando em conta que o mesmo quando o utilizava muito.

— Parece animado, Michael. Andou recebendo boas notícias? - Jessica indagou com sacacidade, fazendo bom uso de seu ditério habitual.

— Ainda não. Mas é exatamente por isso que estão aqui, não é? - O nomeado revidou.

— Eu diria que são mais do que boas notícias. - Cheio de si, Maxwell depositou sobre a mesa uma pasta confidencial, fazendo com que os olhos de Michael anelassem em satisfação.

— É o que eu estou pensando que é?

— Parece que é seu dia de sorte. Todas as plantas do originais do Purple Ship, diretamente do escritório de Fredward Benson!

— Preciso admitir, o garoto fez um belo projeto. - O proprietário da Cruise Control admitiu expôs sua admiração. - Mas sabem qual é a melhor parte? Agora não é mais mais exclusivo! - Com uma gargalhada profunda, Michael divertia-se com sua própria desonestidde. Ou melhor dizer, "investimento", como o mesmo preferia chamar - Mas antes de comemorar completamente, me sinto obrigado a perguntar: preciso me preocupar com algum dano colateral?

— Está realmente me perguntando se eu deixei alguma evidência para trás que pode te comprometer? - A acionista perguntou no ápice de seu ceticismo.

— Desculpe, Jessica. Não duvido de sua competência, mas...

— Não precisa se preocupar, Michael. Eu sei quando estou pisando na areia, por isso faço questão de cobrir minhas pegadas.— Ela o cortou bruscamente

— Como eu ia dizendo, eu não duvido da sua competência, Jesse. É por isso que você é a minha garota.

— "Jesse"? - A nomeada arqueou as sobrancelhas para a intimidade não concedida.

— "Sua garota"? - Seu irmão indiretamente exigiu satisfações. Pois embora não se importassem muito com as pessoas ao redor, os gêmeos Hunter sempre se mostraram muito unidos.

— Vejo que estão em boa sintonia hoje, respostas afiadas... - Indiferente, Connor enchia novamente sua taça com champanhe.

— Somos caçadores, senhor Connor. Por isso estamos sempre prontos para atacar: seja retaliando, ou dando o primeiro passo.— Ameaçador, Maxwell fez questão de retaliar.

— Isso é algo que eu admiro e respeito, e é exatamente por isso estão aqui brindando comigo. A caçada! - Entregando uma taça para cada um dos irmãos, ele porpôs um brinde.

— A caçada! - Todos bateram suas taças.

— Agora se me permite, Michael, é a minha vez de fazer uma pergunta que não quer calar.

— Sou todo ouvidos, senhorita.

— Nós já cumprimos a nossa parte do trato. E agora, quando pretende cumprir a sua?

— Oh, não se preocupe com isso. Eu já falei com nosso amigo em comum, ele deve aparecer por aqui daqui a alguns minutos. - Despreocupação era evidente em sua voz.

— Espero que ele seja realmente tudo o que dizem, não costumo confiar nos serviços de quem não conheço.

— Novamente, não se há com o que se preocupar. Os serviços dele são excelente, eu lhes dou a minha palavra. E aqui, minha querida, a minha palavra é a lei. - Sério, Reynolds olhou para ela com seus orbes sem brilho. - Mas, enquanto nosso convidado não chega, porque não contam mais sobre a proeza que foi roubar o pote de ouro do Benson? Eu daria tudo para ver a cara daquele engenheiro mimadinho quando descobrir!

Se descobrir. - Max o corrigiu - A Jessica fez uma cópia das plantas, não pegou as originais. Logo o Fredward não pode notar diferença, onde não existe ausência. - Sua irmã balançou a cabeça afirmativamente em concordância.

— Não não, é quando descobrir. Ele precisa descobrir, se não onde está a graça?!

— Não sei, talvez a graça seja não sermos descobertos! - Jesse trouxe a tona o óbvio. - Talvez tenha exagerado na dose, Michael. Aquele que age na surdina, faz de tudo para permanecer nela. Por isso evitar qualquer rastro de luz.

— Meus caros, vossa falta de fé é perturbadora! A Cruise Control não irá lançar o Purple Ship, ou melhor dizendo, o Platinum O'Connor antes da Past Waters? Pois bem, é óbvio que ele descobrirá uma hora. A diferença é que o navio terá um nome muito melhor que o original.

— Falando nisso, e quanto a propriedade do projeto? O Benson já deve ter registrado as plantas, logo qualquer uso comercial seria contado com plágio.

— Confesso que agora fiquei surpreso, Maxwell. Como um homem de negócios que está sempre se apoderando de ações, só agora veio discutir sobre direitos de propriedade?

— Porque meu papel como acionista é investir em negócios que já estão legalizados, ou estão prestes a ser. Então como eu já joguei minha cartas na mesa, e estamos no mesmo time, também é meu direito saber qual será a sua próxima jogada. Afinal de contas, estamos apostando nossas fichas juntos com você.

— Gostei da resposta, rapaz. Você me lembra muito a mim mesmo quando tinha a sua idade, até porque jovem eu ainda sou. - Sem fazer questão de disfarçar, Jessica revira os olhos - Mas já que desejam saber, não precisam se preocupar quanto aos direitos autorais do projeto do Benson. Visto que segundo a perspectiva da lei, a Cruise Control jamais seria acusada de plágio, mesmo que o Fredward já tenha registrado o Purple Ship.

— E podemos saber como isso é possível? Você não parece ter sido um bom menino esse ano, senhor Connor. Duvido que o bom velhinho tenha lhe dado esse presente de natal. - Ela proferiu

— Acontece que pessoas como eu, conhecem pessoas. Pessoas que em algum momento da vida, acabaram me devendo favores. E como o bom velhinho era um deles, eu não precisava ser um um bom garoto para conseguir o que eu quero.

— E o que o seu amigo Noel descobriu?

— Eu diria que ele é mais um conhecido, mas, isso não é relevante... O que realmente importa é que ele é um dos funcionários da biblioteca nacional, logo possui acesso a documentos tais como reclamações de poses. E como vocês já devem ter deduzido, a documentação do Purple Ship estava inclusa.

— E...?

— E eis que o projeto do Benson está sim, registrado em seu nome. Mas para a nossa alegria, o Purple Ship foi declarado como objeto físico, e não intelectual.

— Logo o Purple Ship pertence ao Benson... - Maxwell iniciou

— Mas o seu projeto, não. - Jessica concluiu

— Viram? Não existe absolutamente nada com o que se preocupar! Além do mais, graças a uma brecha tecnica a Cruise Control é quem poderá processar a Past Wathers por plágio. Tudo o que precisamos é sermos mais rápidos.

— É uma grande jogada, mas dificillmente evitará danos colaterais. Afinal, o Benson registrou o navio primeiro. Tenho praticamente certeza isso pode acabar gerando controvérsias no mercado. Já vi esse tipo de situação diversas vezes desde que eu era um calouro na faculdade, e dessa vez não será diferente.

— Sim, de fato. Haverão controvérsias, mas apenas inicialmente. E como eu realmente não me importo que especulem sobre mim, isso não será um problema. Vocês sabem, eu tenho uma certa fama com investimentos duvidosos. Então é sempre divertido brincar com a língua das pessoas, principalmente quando elas são as únicas a serem queimadas. - Quando se tratava da arte de manipular, Michael Connor sem dúvidas tinha lá seus méritos. - E quanto ao registro de patente do Benson, basta seguir a lógica dos negócios: não importa se você criou um produto, ou quantos anos da sua sua vidinha miserável foram gastos até que sua "obra prima" finalmente estivesse pronta. Desde que não haja como provar que você foi o criador, e se eu apresenta-lo primeiro, o produto passa a ser meu! Sendo assim, o processo é muito simples: A Cruise Control lança o navio antes da Past Waters, registramos as plantas do Platinum O'Connor como propriedade intelectal da mesma, e voilá! Quem vai parecer mesmo que praticou plágio? - Diante da tal retórica, os irmãos compartillharam um olhar, aparentemente satisfeito com o rumo que as coisas estavam tomando.

— Muito bem, Michael. Parece que tem tudo sobre controle. Mas se o segredo é a velocidade, então é hora de colocar esse plano em ação.

— Oh sim, mas é claro! É exatamente por isso que chamei nosso convidado. E como ele costuma ser exemplarmente pontual, creio que chegará a qualquer... - Sistematicamente, lá estavam a três batidas na porta - Como eu dizendo, exatamente na hora. Entre! - E assim ele o fez. Caminhando calmamente em direção ao trio, uma figura com seu terno cáqui perfeitamente asseado, e seu chápeu levemente virado para a direita, aproximou-se da mesa onde todos estavam. Elegante, o mesmo deixou sua maleta sobre a mesa e seu chapéu no cabideiro, simultâneamente, chamando atenção para o fato de que sua cabeça era maior que a de qualquer ser humano normal.

— Senhores... Senhorita... Espero não estar atrasado para nossa reunião, eu odiaria deixá-los esperando. - O convidado finalmente se pronunciou.

— Bobagem! Nem um minuto a mais, ou a menos, você chegou exatamente na hora, meu amigo... Maxwell, Jessica, conheça um dos maiores e mais jovem investidores do últimos tempos: Nevel Amadeus Papperman.

— Então, vocês são os famigerados irmãos Hunter de quem tanto ouvi falar... Maxwell, ouvi falar muito sobre seus investimentos. É um prazer conhece-lo pessoalmente.

— Igualmente. - O nomeado estendeu a mão para cumprimenta-lo.

— Jessica, também já ouvi falar muito, e de muitos sobre você. É um belo prazer conhecê-la.

— Espero poder dizer o mesmo. - Desconfortável, a acionista desviou propositalmente o rosto, fazendo com que o beijo de Nevel direcionado a ela pegasse apenas na bochecha.

— Ela é selvagem, gosto disso. - O rapaz de cabelos loiros continuava tecendo elogios. - Mas não se preocupe, não irei decepcionar esse belo resto.

— Pois bem, Papperman... - Maxwell pigarreou.

— Meu nome, não gaste á toa. - Ele revidou.

— Então você é o famoso Nevel, fundador e proprietário do nevelocidade.com?

— Em carne e osso.

— Estanho, eu poderia jurar que você era mais velho.

— O que posso dizer? Nunca é cedo demais para ser bem sucedido.

— Quanto a isso, compartihamos o mesmo pensamento! Mas, falando em pensamento, eu realmente espero que essa sua mente seja tão brilhante quanto dizem...

— Gostaria de ver uma foto do meu cérebro?

— O que?! Não, isso não é...

— Porque eu tenho uma bem aqui. - Inesperadamente, Papperman tirou uma fotografia do bolso, que era literalmente uma radiografia de sua massa cinzenta.

— Meu Deus, isso é enorme! - O acionista exclamou em choque.

— Santo encéfalo! - Jessica compartilhava da mesma reação. - Certo, acho que "isso" vale um voto de confiança.

— Fantástico! Sendo assim, podemos começar nossa reunião oficialmente? - Michael por fim pronunciou-se - Então por favor, queiram sentar-se. - E assim, o fizeram.

— Bem, confesso que não estava muito interessado nesse tipo de negócio no momento. Mas quando vi do que se tratava, senti-me incapaz de recusar. Além do mais, ajudar um aliado nunca é demais.

— Se me permite perguntar, porque ficou subitamente interessado nessa transação? Trata-se do investimento portuário assim como os outros.

— Essa é simples: eu odeio Freddie Benson. Além do mais, gosto de dinheiro.

— Agora, se me permite...

— Permito o que quiser, querida. - O investidor disse em um tom galante.

— Continuando... - Ela ignorou o comentário anterior - Por que você odeia o Benson? Embora hajam muitos motivos óbvios, claro.

— Oh sim, eu tenho um motivo! Fredward e eu estudamos na mesma escola, a Ridgeway. Eu sempre fui um aluno notável, gabaritava todas as provas, era o líder do grêmio, entre outras coisas. - O ego era algo tão denso naquela sala, que era possível pega-lo com as mãos. - Foi quando em uma aula de informática que criei o nevelocidade.com, um site que revolucionário que mudaria o jeito de importar e exportar materiais, seria um sucesso. E de fato, foi. Mas eis que o filhinho de papai apresentou seu primeiro projeto original de um navio, o engenheiro mais jovem a ter seu trabalho aprovado por uma grande empresa. E como Carly Shay, que na época ficava responsável pelo jornal estudantil era, ou melhor, ainda é da sua laia, eu simplesmente fui aos poucos saindo de evidência, perdendo a oportunidade de ser um investimento para os olheiros de plantão... Não que isso tenha estragado a minha carreira, é óbvio que sou absurdamente bem sucedido hoje em dia. Mas meus caros, isso não importa! Pois uma coisa é certa: roube o meu doce uma vez, que você nunca mais sentirá o gosto do açúcar na boca.

— Então trata-se de uma vingança? Quem diria que Fredward Benson coleciona tanto inimigos, confesso agora as coisas ficaram mais interessantes. Afinal, a vingança que é um belo combustível para o sucesso.

— Absolutamente! Por isso dizem que a vingança é um prato que se come frio, não é de se espantar que sorvete seja minha sobremesa predileta. - Embora estivesse se divertindo, Nevel gargalhou sem emoção.

— E pensar que alguns dizem que "o que nos une é o amor", quando na verdade é o ódio que nos torna mais fortes... O ódio á Fredward Benson! Acredito que deveríamos brindar a isso - Com sua primeira garrafa tendo acabado, Michael apressou-se em pegar outra em sua gaveta.

— O ódio a Fredward Benson! - E as taças de cristal colidiram entre si.

— Oh sim, onde estão meus modos. Pedi que preparassem um prato especial para nossa reunião de negócios, o favorito do senhor Papperman.

— Oh sim, pelas azeitonas! É o que estou pensando que é?

— Com torradas marinadas em azeite de oliva.

— Formando um misto perfeito entre aroma, textura, e crocancia, enquanto desmancha como um povilho no céu da boca...

— Do que diabos os masterchefs estão falando? - Jessica exigiu, sentindo-se completamente aérea.

— Simplesmente de uma das melhores iguarias já inventadas, vocês verão... Selina? - Connor chamou em sua linha privada

— Sim, senhor Connor? - Uma voz feminina soou do outro lado da linha.

— Traga o especial do dia para minha sala e não se demore, meus convidados estão famintos, e eu odiaria faze-los esperar.

— É pra já, senhor Connor. Já estou a caminho. - De forma quase imediata a jovem mulher surgiu na sala, carregando uma grande bandeja prateada com o que lhe havia sido solicitado.

— Obrigada, Selina. Mas seja mais rápida da próxima vez, você demorou trinta segundos a mais que o necessário.

— Me desculpe, senhor. Isso não irá se repetir da próxima vez.

— Eu sei que não vai, para o seu próprio bem... Agora pode ir, não preciso dos seus serviços no momento, mas esteja aqui quando eu chamar.

— Entendido. Com licença, senhor Connor. - Com a cabeça abaixada, Selina recolheu-se para sua mesa, sem sequer atrever-se a olhar para trás.

— Essa pasta estranha é uma das melhores iguarias já inventadas? - Jesse continuava descrente.

— Absolutamente, tapenade é um clássico da culinária francesa. O que me admira muito, Jessica. Uma mulher como você já deveria ter degustado coisas do tipo de suas inúmeras viagens de negócios.

— Oh, perdoe-me por preferir gastar meu dinheiro com um kobe beef devidade selado com aligot, ao ínves de investir um patê gourmet.

— Apenas provem, vocês dois. Garanto que não irão se arrepender. - Tomando a dica, os gêmeos espalharam um pouco de tapenade em suas torradas, surpreendendo-se com o gosto que se mostrava estranhamente agradável - E então?

— Por incrível que pareça, é muito bom. - Max respondeu degustando um pouco mais.

— O gosto é realmente bem melhor do que parece. - A acionista admitiu.

— Não quero ser estraga prazeres, pois está sendo muito agradável saborear essa belíssima tapenade com vocês. Mas pretendo realizar algumas transações ainda hoje, então se pudessem me apresentar o projeto, eu ficaria agradecido. - Comferindo seu famoso relógio de bolso, o proprietário do nevelocidade mostrava-se levemente impaciente.

— Claro que sim, fique a vontade. - Recebendo as plantas em mãos, Neve principiou a minunciosamente devorar o projeto.

— Você estava certo, Michael. O projeto é impressionante, parece que Fredward continua sendo o maldito gênio de sempre... Que me atirem no rio se um dia ele souber que eu disse isso!

— Olha, sem querer ofender, Nevel. Mas como exatamente você irá nos ajudar? Você é um ótimo distribuidor, mas eu também conheço pelo menos uns outros três que também são. O que faz de você tão especial?

— Intrigante essa sua constante deconfiança com relação a mim, Maxwell. Mas, não posso culpa-lo. Comprovar a eficiência do trabalho que está sendo solicitado é um pré-requisito essêncial... Entretanto, se são provas que você quer, então é isso o que terá. - Papperman virou-se em direção a ele, com o intuito de encara-lo. - Eu não sou apenas um bom distribuidor, eu sou o melhor de todos eles. Tudo o que entra ou sai da fronteira, passa por mim primeiro. E se eu não permitir, sequer passa. Sendo assim, qualquer outro distribuidor que também quiser fazer uma transação comercial no meu território, que é basicamente tudo o que o sol de Miami aquece, também precisa passar por mim. Fora que, meus homens e mulheres estão por toda a parte. Então não importa o quão rápido os outros sejam, eu sempre estarei um passo a frente.

— Tudo bem, estou convencido da sua eficiência. Então como é justamente de velocidade que precisamos, o que acha de acelerar as coisas e fazer a sua mágica?

— Certamente, pelo que vejo aqui não existe nada de estraordinário que eu não possa arranjar com facilidade. - Os ânimos estavam começando a normalizar novamente. - Mas ainda preciso ver as plantas interinas, essas possuem apenas detalhes superficiais.

— Decerto, fique a vontade... - Após alguns longos minutos de silêncio, Papperman fechou o portifólio, permanecendo mundo até que a primeira pergunta lhe fosse feita.

— E então? Temos um negócio?

— Absoluntamente sim, exceto pelo detalhe de que, não. - Ele respondeu sem rodeios.

— Como assim, não?! - Maxwell exclamou escandalizado.

— Simplesmente porque encontrei um problema, ou melhor, um imprevisto o qual não havia sido comunicado.

— Que problema é esse? Diga logo, Papperman! Não empenhei tanto tempo em busca desse navio para nada. - Jessica queixou-se, começando a perder sua paciência.

— Sim, além do fato de que eu mesmo verifiquei todas as plantas e não encontrei nada de errado, dei-lhe a oportunidade apenas por cortesia e consideração. E agora você me diz que surgiu um imprevisto?! - Michael vociferou visivelmente irritado, porém isso não pareceu afetar a postura de Nevel.

— Aparentemente não existe nada de errado. - Ele respondeu calmamente - Mas nem tudo é o que parece ser, não é mesmo? Ou as vezes, as pessoas é que simplesmente deixam de perceber. Pois além de olhar quais são os materiais, é preciso prestar atenção em quem o produz. E é nesse momento, meu caro amigo, que as coisas mais simples mostram a sua capacidade de se mostrarem complicadas.


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Notas finais do capítulo

E então pessoal?
Gostaram?
Odiaram?

Estão curiosos ou confusos? U.U

Deixem seus comentários dizendo o que estão achando, eu irei amar responde-los! :D

(Obs: Esse capítulo conteve referências a inúmeros episódios de ICarly, Drake&Josh, Sam&Cat, Scooby Doo, Star Wars, e Superman da DC Comics).

Até o próximo capítulo! :D



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