Girls Talk Boys escrita por Glads


Capítulo 29
Love




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Layse

Tudo está indo bem.

Já sou uma advogada renomada, minha dívida com os pais de Naomi foi quitada  e Calum finalmente ficaria mais de um mês em casa, eu não podia está mais feliz.

Pelo menos até começarmos a discutir.

Não sei quando começou, mas sei que hoje – quando passei mal e ele se negou  a me levar no hospital para não ter riscos de descobrirem sobre a gente – foi o cúmulo.

Entrei em casa e fui direito para meu quarto, onde me encolhi e comecei a chorar baixinho.

Minutos depois ouvi o apartamento ser aberto e fiquei aliviada. Pensei que Calum não viria atrás de mim.

— Lay. – ele surpreendentemente bateu na porta – Posso entrar?

— Pode. – falei.

Seu rosto se contorceu quando ele me viu e logo seu corpo se sentou na cama começando a acariciar meu rosto com os dedos.

— Me perdoa. – ele sussurrou – Eu tenho sido um pé no caso.

Abri um leve sorriso feliz pelas lágrimas terem acabado.

Meu emocional está muito instável esses dias...

— Tem mesmo. – sussurrei – Mas eu também não estou sendo legal.

Lembrei como discuti com ele por causa de uma cueca jogada no chão do banheiro.

— Você acha que podemos dá certo? – vi um brilho estranhos nos olhos dele.

Me levantei praticamente deixando nossos rostos colados.

— Estamos tentando. Não é? Só me incomodo em não ter você completamente.

— Mas você tem. Eu sou completamente seu, Layse. – afirmou segurando meu braço desesperado – Sempre fui e sempre serei.

— Você sabe o que quero dizer. – olhei para baixo.

— Não posso simplesmente dizer para o mundo que casei escondido alguns anos atrás e...

— Você tem vergonha de mim? – questionei insegura.

— É claro que não! – ele franziu o cenho chateado – Você sabe que não. Mas além de te expor, se eu dissesse, algumas fãs podiam ficar chateadas e isso seria negativo para a banda toda.

— Se coloca no meu lugar, Cal. – pedi – Eu vejo meu marido indo para a balada sem mim, o vejo sendo assediado por várias garotas e o vejo saindo com algumas para não deixar nosso relacionamento vazar.

Meu marido, sem expressão perguntou:

— Você não confia em mim. É isso?

Fiquei calada. Não sabia mais dizer.

Sei que ele não me traiu.

Mas também sei que ele não é mais o mesmo que aceitou se casar comigo naquela igreja.

— Tenho vontade de sair para um encontro com você. – confessei – Nunca saímos juntos... Quero dizer, só nós dois.

Cal acariciou meu braço e selou nossos lábios.

— Me perdoe por não ser quem você merece. – sussurrou e eu fechei meus olhos – Por hoje, só hoje, podemos esquecer tudo?

— Sim. – concordei já sabendo onde aquilo ia parar.

Nossos lábios se encontraram, desse vez de maneira terna e voraz ao mesmo tempo.

E ali, em meio à carícias e gemidos lembrei cada motivo que me fez amar Calum.

***

Levanto com um sorriso.

De todas as noite, a de ontem foi a que mais me entreguei a Calum e ele a mim.

Saio do quarto, depois de tomar um banho rápido, vestindo apenas um short jeans e uma camisa de Calum.

Verifico o quarto de Ashton e o encontro vazio. Fico feliz, porque assim posso finalmente resolver as coisas com meu marido de forma tranquila.

Começo a preparar o café-da-manhã, que consiste em ovos com bacons, em sinal de paz.

Sorrio lembrando quando Calum olhou para mim durante a noite e falou "Não importa o que aconteça, sempre te amarei, sempre pertencerei a você!", apenas reforçando o que ele tinha dito antes.

Sei que tenho que me esforçar, ser mais tolerante e amável, então com o máximo de cuidado possível preparo a mesa.

Ouço o barulho do chuveiro do nossa suíte sendo desligado e sei que Calum está vindo.

Vou até o banheiro social e me olho no espelho verificando se está tudo certo com meu rosto e cabelo.

Passo um gloss que estava em cima da pia e sorrio prometendo a mim mesma que vou fazer o possível para não deixar meu casamento acabar.

Faço um rabo de cavalo sabendo como Cal gosta de me vê assim, respiro fundo e saio.

Quando volto para a sala encontro Calum de pé ao lado de uma mala.

Franzo o cenho.

— Pensei que vocês iam viajar só semana que vem. – falei com medo do que estava por vim.

Minha intuição diz que não é nada bom.

— Estou indo embora, Lay. – meu marido falou.

— Percebi. – abri um sorriso esperando que ele fizesse o mesmo.

Cal não o fez.

— Eu quero... Eu... – ele passou a mão no cabelo recém raspado – É para o nosso... Não! É para o seu bem.

— O que Calum? O que é para o meu bem? – questionei sentindo lágrimas voltarem.

— Quero o divórcio, Layse. Desculpe.

O encarei incrédula.

— O que disse?

— Você não merece viver assim. – Calum falou com naturalidade – Nós fomos rápidos demais e...

— Rápido demais? – questionei em um tom de voz neutro.

Apesar de querer gritar, simplesmente não conseguia.

— Sim. Quer dizer, nem namoramos, só noivamos e...

— Por que, Calum? – o interrompi.

— Já disse, é o melhor para você. – sussurrou me olhando com medo – Você tomou seu remédio. Não é? Por favor, não tenha um ataque.

— Se eu tivesse um ataque a sua consciência ia pesar? – cruzei os braços.

Senti meu coração se transformando em algo duro e gelado, muito gelado.

Calum ficou calado e ri seca.

— Na verdade, estava querendo saber o motivo de dormir comigo, ontem.

Ele me olhou de maneira estranha.

— Por que, Calum? Por que me tocou daquele jeito? Por que deixou que eu te tocasse? Por que me beijou? Por que falou aquelas coisas no meu ouvido?

Ele encarou o chão.

— Eu me entreguei totalmente a você ontem, você também. E Cal, está claro que você já sabia que ia embora hoje de manhã. Não é?

Calum mordeu os lábios.

— Seu silêncio deixou tudo muito claro. Que tipo de homem você é? Um que dorme uma última vez com uma mulher para a humilhá-la?

— Perdão? – ele murmurou.

— Sabe, Calum, apesar de você está sendo um completo canalha, não me arrependo, porque me entreguei ao homem que eu amo, ou amava... Não sei. Tanto faz.

Percebi que aquilo o abalou.

Pela primeira vez tive vontade de começar a soluçar.

— Saia daqui. – pedi ficando de costas – Por favor.

— Me perdoe, Layse. – pediu.

— Saia. – repeti.

O ouvi abrir a porta e algo dentro de mim se acendeu e sem pensar ironizei o que ele tinha dito:

— Não importa o que aconteça, sempre te amarei, sempre pertencerei a você!

Calum ouviu, suspirou e fechou a porta.

***

Não sei quanto tempo passei sentada no sofá sem sequer me mexer.

A campainha tocou e eu só consegui virar a cabeça em direção à porta.

— Layse? Tá tudo bem? – ouvi a voz de Luke abafada – O Calum me mandou mensagem dizendo que você precisa de mim... Aproveitei e trouxe uma pessoa para te conhecer.

Como um zumbi, me levantei e abri a porta.

Luke estava deslumbrante, como sempre, mas Arzaylea estava incrivelmente bela.

Não aguentei mais e comecei a chorar.

— Uh. Péssima hora para conhecer sua melhor amiga, Luke. – a mulher falou.

Apesar dos anos de namoro, Naomi, Lydia e eu nunca fomos apresentadas para a Sandália, porque Luke sempre foi maias cauteloso quanto a apresentar pessoas para a gente, já que qualquer uma poderia espalhar para o mundo sobre meu casamento com o Cal.

Como Abigail Breslin tentou fazer, certa vez, mas Naomi entrou em um acordo besta com ela.

— Meu anjo, o que foi? – meu amigo perguntou me puxando para um abraço.

— O Calum... – tentei formular.

— Meu Deus! É uma emergência feminina! – Arzaylea soltou como se tivesse entendido tudo – Luke, chame as suas outras amigas e vá atrás do Cal.

— Ahn? – ele encarou a namorada confuso sem me soltar do abraço.

— Ela precisa de uma sessão de empoderamento.

— O quê? Por quê? – ele perguntou.

— O Calum foi um idiota. – ela explicou e em seguida me encarou – Não é?

Assenti.

— O que ele fez? – Luke ficou alerta.

— Pediu divórcio. – sussurrei.

— Oh! Céus! Uma emergência de alto nível! Luke, vá agora! – Sandália falou me empurrando para dentro de casa.

Logo depois, Naomi e Lydia chegaram surpresas.

Por incrível que pareça, a Arzaylea pode ser fresca e as vezes exagerar quando o assunto é Luke, mas ela é uma pessoa boa.

Tanto, que me obrigou a comer e depois, junto com as meninas, me fez vestir a melhor roupa do meu closet.

Lydia e Naomi não sabiam se ficavam chocadas com Calum sendo um canalha ou Arz, sem nos conhecer, me ajudando.

— Homens são idiotas. – ela falou enquanto fazia duas tranças no cabelo da Lydia – Você vai dá a volta por cima, Layse.

— Estou surpresa, Sandália. Pensei que você fosse uma burra completa, com todo respeito. – Naomi, como sempre foi sincera demais.

— Sandália? – repetiu Arzaylea.

— Ótima pronúncia. – murmurei – É uma palavra em português.

— O que significa? – quis saber.

Lydia que pintava a própria unha riu.

— Ah. É um elogio. – Naomi falou sem graça.

— Oh. Então, vocês também são muito sandália, meninas. – disse.

Apesar das meninas se esforçarem eu não consigo pensar em outra coisa que não seja ele.

Quando chegamos a esse ponto?

O que eu faço agora?

A única certeza que eu tenho é o amor que sinto por ele.

Um amor que foi jogado fora.

Suspirei e logo as meninas entenderam e me abraçaram.

— Da próxima vez podemos chamar a Crystal. – Arz sugeriu – Seria muito melhor se fôssemos no salão de beleza, também. Odeio fazer meu cabelo em casa.

Abri um leve sorriso.

Arzaylea é uma garota peculiar. Mas parece fazer bem ao meu amigo.

— Está melhor? – Naomi sussurrou – Já posso te deixar sozinha e ir atrás do idiota do meu primo?

— Não é necessário. – respondi – Eu vou vencer.

— Assim que se fala, garota. – Lyd afirmou – Girl Power.

— Só... Só... – as lágrimas voltaram – Deixem eu chorar por hoje. Amanhã prometo que vou dá a volta por cima. Ok?

Chorei. Muito.

Mas decidi vencer. E se decidi, eu vou.

[...]


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