Girls Talk Boys escrita por Glads
Layse
Tudo está indo bem.
Já sou uma advogada renomada, minha dívida com os pais de Naomi foi quitada e Calum finalmente ficaria mais de um mês em casa, eu não podia está mais feliz.
Pelo menos até começarmos a discutir.
Não sei quando começou, mas sei que hoje – quando passei mal e ele se negou a me levar no hospital para não ter riscos de descobrirem sobre a gente – foi o cúmulo.
Entrei em casa e fui direito para meu quarto, onde me encolhi e comecei a chorar baixinho.
Minutos depois ouvi o apartamento ser aberto e fiquei aliviada. Pensei que Calum não viria atrás de mim.
— Lay. – ele surpreendentemente bateu na porta – Posso entrar?
— Pode. – falei.
Seu rosto se contorceu quando ele me viu e logo seu corpo se sentou na cama começando a acariciar meu rosto com os dedos.
— Me perdoa. – ele sussurrou – Eu tenho sido um pé no caso.
Abri um leve sorriso feliz pelas lágrimas terem acabado.
Meu emocional está muito instável esses dias...
— Tem mesmo. – sussurrei – Mas eu também não estou sendo legal.
Lembrei como discuti com ele por causa de uma cueca jogada no chão do banheiro.
— Você acha que podemos dá certo? – vi um brilho estranhos nos olhos dele.
Me levantei praticamente deixando nossos rostos colados.
— Estamos tentando. Não é? Só me incomodo em não ter você completamente.
— Mas você tem. Eu sou completamente seu, Layse. – afirmou segurando meu braço desesperado – Sempre fui e sempre serei.
— Você sabe o que quero dizer. – olhei para baixo.
— Não posso simplesmente dizer para o mundo que casei escondido alguns anos atrás e...
— Você tem vergonha de mim? – questionei insegura.
— É claro que não! – ele franziu o cenho chateado – Você sabe que não. Mas além de te expor, se eu dissesse, algumas fãs podiam ficar chateadas e isso seria negativo para a banda toda.
— Se coloca no meu lugar, Cal. – pedi – Eu vejo meu marido indo para a balada sem mim, o vejo sendo assediado por várias garotas e o vejo saindo com algumas para não deixar nosso relacionamento vazar.
Meu marido, sem expressão perguntou:
— Você não confia em mim. É isso?
Fiquei calada. Não sabia mais dizer.
Sei que ele não me traiu.
Mas também sei que ele não é mais o mesmo que aceitou se casar comigo naquela igreja.
— Tenho vontade de sair para um encontro com você. – confessei – Nunca saímos juntos... Quero dizer, só nós dois.
Cal acariciou meu braço e selou nossos lábios.
— Me perdoe por não ser quem você merece. – sussurrou e eu fechei meus olhos – Por hoje, só hoje, podemos esquecer tudo?
— Sim. – concordei já sabendo onde aquilo ia parar.
Nossos lábios se encontraram, desse vez de maneira terna e voraz ao mesmo tempo.
E ali, em meio à carícias e gemidos lembrei cada motivo que me fez amar Calum.
***
Levanto com um sorriso.
De todas as noite, a de ontem foi a que mais me entreguei a Calum e ele a mim.
Saio do quarto, depois de tomar um banho rápido, vestindo apenas um short jeans e uma camisa de Calum.
Verifico o quarto de Ashton e o encontro vazio. Fico feliz, porque assim posso finalmente resolver as coisas com meu marido de forma tranquila.
Começo a preparar o café-da-manhã, que consiste em ovos com bacons, em sinal de paz.
Sorrio lembrando quando Calum olhou para mim durante a noite e falou "Não importa o que aconteça, sempre te amarei, sempre pertencerei a você!", apenas reforçando o que ele tinha dito antes.
Sei que tenho que me esforçar, ser mais tolerante e amável, então com o máximo de cuidado possível preparo a mesa.
Ouço o barulho do chuveiro do nossa suíte sendo desligado e sei que Calum está vindo.
Vou até o banheiro social e me olho no espelho verificando se está tudo certo com meu rosto e cabelo.
Passo um gloss que estava em cima da pia e sorrio prometendo a mim mesma que vou fazer o possível para não deixar meu casamento acabar.
Faço um rabo de cavalo sabendo como Cal gosta de me vê assim, respiro fundo e saio.
Quando volto para a sala encontro Calum de pé ao lado de uma mala.
Franzo o cenho.
— Pensei que vocês iam viajar só semana que vem. – falei com medo do que estava por vim.
Minha intuição diz que não é nada bom.
— Estou indo embora, Lay. – meu marido falou.
— Percebi. – abri um sorriso esperando que ele fizesse o mesmo.
Cal não o fez.
— Eu quero... Eu... – ele passou a mão no cabelo recém raspado – É para o nosso... Não! É para o seu bem.
— O que Calum? O que é para o meu bem? – questionei sentindo lágrimas voltarem.
— Quero o divórcio, Layse. Desculpe.
O encarei incrédula.
— O que disse?
— Você não merece viver assim. – Calum falou com naturalidade – Nós fomos rápidos demais e...
— Rápido demais? – questionei em um tom de voz neutro.
Apesar de querer gritar, simplesmente não conseguia.
— Sim. Quer dizer, nem namoramos, só noivamos e...
— Por que, Calum? – o interrompi.
— Já disse, é o melhor para você. – sussurrou me olhando com medo – Você tomou seu remédio. Não é? Por favor, não tenha um ataque.
— Se eu tivesse um ataque a sua consciência ia pesar? – cruzei os braços.
Senti meu coração se transformando em algo duro e gelado, muito gelado.
Calum ficou calado e ri seca.
— Na verdade, estava querendo saber o motivo de dormir comigo, ontem.
Ele me olhou de maneira estranha.
— Por que, Calum? Por que me tocou daquele jeito? Por que deixou que eu te tocasse? Por que me beijou? Por que falou aquelas coisas no meu ouvido?
Ele encarou o chão.
— Eu me entreguei totalmente a você ontem, você também. E Cal, está claro que você já sabia que ia embora hoje de manhã. Não é?
Calum mordeu os lábios.
— Seu silêncio deixou tudo muito claro. Que tipo de homem você é? Um que dorme uma última vez com uma mulher para a humilhá-la?
— Perdão? – ele murmurou.
— Sabe, Calum, apesar de você está sendo um completo canalha, não me arrependo, porque me entreguei ao homem que eu amo, ou amava... Não sei. Tanto faz.
Percebi que aquilo o abalou.
Pela primeira vez tive vontade de começar a soluçar.
— Saia daqui. – pedi ficando de costas – Por favor.
— Me perdoe, Layse. – pediu.
— Saia. – repeti.
O ouvi abrir a porta e algo dentro de mim se acendeu e sem pensar ironizei o que ele tinha dito:
— Não importa o que aconteça, sempre te amarei, sempre pertencerei a você!
Calum ouviu, suspirou e fechou a porta.
***
Não sei quanto tempo passei sentada no sofá sem sequer me mexer.
A campainha tocou e eu só consegui virar a cabeça em direção à porta.
— Layse? Tá tudo bem? – ouvi a voz de Luke abafada – O Calum me mandou mensagem dizendo que você precisa de mim... Aproveitei e trouxe uma pessoa para te conhecer.
Como um zumbi, me levantei e abri a porta.
Luke estava deslumbrante, como sempre, mas Arzaylea estava incrivelmente bela.
Não aguentei mais e comecei a chorar.
— Uh. Péssima hora para conhecer sua melhor amiga, Luke. – a mulher falou.
Apesar dos anos de namoro, Naomi, Lydia e eu nunca fomos apresentadas para a Sandália, porque Luke sempre foi maias cauteloso quanto a apresentar pessoas para a gente, já que qualquer uma poderia espalhar para o mundo sobre meu casamento com o Cal.
Como Abigail Breslin tentou fazer, certa vez, mas Naomi entrou em um acordo besta com ela.
— Meu anjo, o que foi? – meu amigo perguntou me puxando para um abraço.
— O Calum... – tentei formular.
— Meu Deus! É uma emergência feminina! – Arzaylea soltou como se tivesse entendido tudo – Luke, chame as suas outras amigas e vá atrás do Cal.
— Ahn? – ele encarou a namorada confuso sem me soltar do abraço.
— Ela precisa de uma sessão de empoderamento.
— O quê? Por quê? – ele perguntou.
— O Calum foi um idiota. – ela explicou e em seguida me encarou – Não é?
Assenti.
— O que ele fez? – Luke ficou alerta.
— Pediu divórcio. – sussurrei.
— Oh! Céus! Uma emergência de alto nível! Luke, vá agora! – Sandália falou me empurrando para dentro de casa.
Logo depois, Naomi e Lydia chegaram surpresas.
Por incrível que pareça, a Arzaylea pode ser fresca e as vezes exagerar quando o assunto é Luke, mas ela é uma pessoa boa.
Tanto, que me obrigou a comer e depois, junto com as meninas, me fez vestir a melhor roupa do meu closet.
Lydia e Naomi não sabiam se ficavam chocadas com Calum sendo um canalha ou Arz, sem nos conhecer, me ajudando.
— Homens são idiotas. – ela falou enquanto fazia duas tranças no cabelo da Lydia – Você vai dá a volta por cima, Layse.
— Estou surpresa, Sandália. Pensei que você fosse uma burra completa, com todo respeito. – Naomi, como sempre foi sincera demais.
— Sandália? – repetiu Arzaylea.
— Ótima pronúncia. – murmurei – É uma palavra em português.
— O que significa? – quis saber.
Lydia que pintava a própria unha riu.
— Ah. É um elogio. – Naomi falou sem graça.
— Oh. Então, vocês também são muito sandália, meninas. – disse.
Apesar das meninas se esforçarem eu não consigo pensar em outra coisa que não seja ele.
Quando chegamos a esse ponto?
O que eu faço agora?
A única certeza que eu tenho é o amor que sinto por ele.
Um amor que foi jogado fora.
Suspirei e logo as meninas entenderam e me abraçaram.
— Da próxima vez podemos chamar a Crystal. – Arz sugeriu – Seria muito melhor se fôssemos no salão de beleza, também. Odeio fazer meu cabelo em casa.
Abri um leve sorriso.
Arzaylea é uma garota peculiar. Mas parece fazer bem ao meu amigo.
— Está melhor? – Naomi sussurrou – Já posso te deixar sozinha e ir atrás do idiota do meu primo?
— Não é necessário. – respondi – Eu vou vencer.
— Assim que se fala, garota. – Lyd afirmou – Girl Power.
— Só... Só... – as lágrimas voltaram – Deixem eu chorar por hoje. Amanhã prometo que vou dá a volta por cima. Ok?
Chorei. Muito.
Mas decidi vencer. E se decidi, eu vou.
[...]
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!