Girls Talk Boys escrita por Glads


Capítulo 16
Bride and Groom




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Layse

 

Apesar da mamãe ter morrido a menos de uma semana, "a ficha já tinha caído" e eu já tinha chorado da forma mais dolorosa possível.

Foi no último dia de 2011 que decidi não choramingar mais por minha mãe, mas isso não significa que naquela noite eu não derramei nenhuma lágrima.

Era para ser um dia de recomeços, principalmente para mim.

Ashton tinha me chamado para depois da virada, ir para sua casa com ele, logo não poderia ficar muito tempo no apartamento... Se bem que ultimamente eu vivo em uma completa confusão, sem saber ao certo qual é minha casa, vivia do nosso apartamento para a casa do Ashton.

As poucas horas que passei no apartamento com a família Hood, Luke, Lucy, Sr. Wilson e Mike – acompanhado de uma colega da nossa escola que aparentemente é sua forma de fazer ciúmes para Naomi – foram suficientes para me causar algumas lágrimas naquela noite.

Naomi tinha ido ao seu quarto e Michael foi atrás quando Luke passou pela porta do apartamento.

Ele falou com todo mundo e por fim, parou em mim. Quando achei que ele me abraçaria, o garoto apenas me puxou contra si e me beijou.

Nesse momento, Calum saiu da cozinha e me viu afastando meu rosto do nosso amigo.

Vi o primo de Naomi ri seco e continuar agindo como se nada tivesse acontecido.

Cal não quis escutar minha explicação e eu entendi que a hora de conversar com Luke tinha chegado.

O peguei pela mão e o levei até meu quarto.

Enquanto passávamos pelo corredor pude ouvir a voz abafada de Mike e Naomi no quarto dela.

Meu amigo e eu nos entreolhamos, mas não dissemos nada, eles devem está se resolvendo, assim como vamos fazer.

— Layse, eu...

Levantei a mão indicando que ele se calasse e fechei a porta do meu quarto.

Ele, por me conhecer tão bem, sabia que eu diria algo importante.

— Eu sei que não devia ter te beijado. – Luke ignorou meu pedido silencioso.

Sentei na minha cama.

— Sente aqui, por favor.

Ele obedeceu.

— Por favor, diz de uma vez. – o Hemmings pediu passando a mão em seu rosto cheio de espinhas.

— Eu não gosto de você, não desse jeito. – soltei.

O vi fechar os olhos e assenti lentamente.

— Desculpa... – alcancei suas mãos – Eu queria...

— Tudo bem... Quer dizer, eu não posso te obrigar. – ele abriu os olhos e vi algumas lágrimas se formarem em seus olhos.

— Luke, não chore. Você vai...

— Por favor, não diga que vou encontrar outra garota incrível ou algo do tipo.

Gargalhei e ele esboçou um sorriso.

— Desculpa. – ele ficou sério – Eu não devia ter te beijado. Era minha última cartada.

— Tudo bem... – sorri maliciosa – Você beija bem...

— Melhor que o Calum? – ele arqueou a sobrancelha, mas percebi a verdade por trás de seus olhos.

— Eu gosto do Cal e você sabe disso. Não tem como eu achar o seu melhor.

— É, eu sei. – seu sorriso passou a ser um triste – Quem mandou eu não contar logo... Se eu tivesse tomado uma atitude antes, você acha que estaríamos juntos?

Mordi o lábio e estendi a mão para segurar o rosto do meu amigo.

— Não tem como sabermos. – fui sincera.

— Como minha melhor amiga, você acha que existe algo que cure um coração partido?

— Luke, não me deixa mal! – pedi.

Ele riu e disse:

— Como a garota que eu gosto, isso é bom. Assim você sente um pouco da dor que está no meu peito agora.

Não me contive e abracei Luke.

— Esse abraço é como minha melhor amiga ou como a garota que eu gosto? – ele riu triste.

— Os dois. – murmurei contra seu ombro.

Pensei em pedir para ele não tornar tudo mais difícil, mas seria injusto.

Os braços do meu amigo passaram ao meu redor e senti um beijo ser plantado próximo ao meu pescoço.

— Você pode tirar uma dúvida como meu melhor amigo? – perguntei o apertando um pouco mais em meus braços.

— O quê?

— Eu posso dizer para o garoto que gosta de mim que eu o amo logo depois de dá um fora nele?

— Definitivamente não pode. – ele passou a mão pela minha costa nos afastando só um pouco – A não ser que ele seja seu melhor amigo.

Sorri focando nos olhos de Luke.

— Eu te amo, Luke. Muito.

Seus olhos brilharam e ele passou a mão pelo meu rosto.

— Eu também te amo, pra sempre. – um sorriso forçado, mas malicioso surgiu em seu rosto – E espero ser padrinho de um dos filhos cayse.

— Cayse? – franzi o cenho.

— É assim que o Mike chama você e o Cal... Digamos que eu já sabia que o meu destino era a friendzone, mas tinha que tentar uma última vez...

— Você tá fazendo eu me sentir mal, de verdade. – acusei batendo em seu ombro.

— Bom, tem uma coisa boa em tudo isso.

— O quê? – perguntei.

— Pensei que você quisesse se afastar de mim... Ainda mais agora que tem um irmão de verdade e eu escondi de vocês tudo...

— Ei. Eu tenho um irmão, mas você ainda é meu melhor amigo e tudo o que fez foi para nos proteger, você não tinha certeza de nada. Eu não fiquei com raiva da ma-mamãe que escondeu a vida toda que meu pai era um canalha, não tem porquê ficar de você.

— Por que não me quis por perto quando soube da sua mãe?

Eu também sabia que precisava falar com Luke sobre isso, mas ainda não tinha tido a oportunidade.

— Eu não queria que sentisse pena. – confessei.

— Você sabe que...

— Que vocês não sentiriam? Eu sei. – o interrompi – Desculpa, foi o jeito que reagi à dor. Por favor, não vamos falar disso.

A dor presente ainda estava recente e falar disso poderia me fazer chorar, coisa que já tinha prometido não fazer.

— Ok.

Um silêncio estranho se seguiu.

— Amigos? – estendi a mão um pouco sem graça.

— Melhores amigos. – ele apertou minha mão.

Nos levantamos de mãos dadas e assim que eu abri a porta Luke soltou em um tom divertido:

— Fazer o quê? Você só quer ser minha amiga.

— Luke!

Ele riu e voltamos à festa, onde Calum fazia suas típicas piadas.

Tentei falar com o Hood mais uma vez, mas os fogos de artifício começaram.

O novo ano chegou.

Todos nos abraçamos  e quando fui até Calum, ele se afastou puxando sua irmã - que ele nunca abraçava - para um abraço.

Sinceramente, Cal estava querendo fazer aquela típica cena de filme "água com açúcar".

A nossa situação nunca foi oficialmente resolvida e depois que voltamos do aeroporto nós nem chegamos a nos beijar novamente depois do aeroporto.

Literalmente, minha semana tinha se resumido à lágrimas.

"Caramba! Você acabou de perder sua mãe, ele não pode te obrigar a pensar em algo agora!", foi o que Naomi falou há alguns dias quando comentei que não sabia como agir quando via o primo dela.

Notei Naomi evitando Mike e cheguei a conclusão óbvia que eles não se resolveram.

— Feliz ano novo gente! – meu irmão chegou tratando de abraçar Lucy.

Ash sorriu e piscou para mim.

Tínhamos nos aproximados nessa última semana, afinal, quando não estava chorando ia para casa do meu irmão conhecê-lo melhor.

Pelo menos Gregory não tinha vindo atrás de mim, apesar de uma vontade estranha de vê-lo tenha começado a ocupar meus pensamentos

— E aí cara? – Luke disse indo de encontro a Ashton.

Meu melhor amigo estranhamente não tinha muitos ciúmes do Calum, como esperei, e sim do Ash. O motivo? Bom, durante minhas crises de choro eu não chamei nem Luke, nem Cal... Apenas Ashton.

Meus sentimentos estavam confusos e não queria piorar tudo com eles ali.

"Você está sendo mimada!", Naomi disse quando contei a ela o que estava acontecendo, "Mas tudo bem, eu também estou... Mike e Ash me confundem".

— Tudo bem, Luke? – meu irmão sorriu para ele e os dois fizeram um toque estranho.

Depois de falar com todos na sala, até mesmo Mali, finalmente Ashton parou a minha frente e a de Naomi.

— Oi, Nam... – ele abriu um sorriso tímido para minha amiga.

— Oi. – ela respondeu.

— Você está linda.

Claramente aquela era minha deixa para deixar os dois a sós.

Vi Calum olhando pela janela do apartamento.

Luke, no sofá notou para onde eu olhava, com a cabeça indicou que fosse até o seu amigo e foi o que eu fiz.

— Ei... – eu disse tentando chamar sua atenção pela vigésima vez desde a droga de beijo que tive com Luke.

— Ei... – ele repetiu baixinho sem me encarar.

— Eu não...

— Você não teve culpa do beijo, eu sei, eu vi. – ele me interrompeu.

— Então, Cal, o que você quer?

Ele suspirou e me encarou.

— Queria te merecer.

— O quê? – o olhei incrédula.

— Você sempre foi incrível. Sempre, Lay! Lembra do nosso primeiro beijo?

Eu lembrava. Assim que chegamos à Austrália, Naomi inventou um jogo de verdade ou desafio e Calum e eu acabamos perdendo o bv juntos... Digamos que eu ainda não o conhecia, então não o odiava.

— Sim.

— Desde lá eu senti algo por você e passei a te odiar por isso... Agora sei que não é ódio, mas também entendi que você merece alguém melhor.

— O que você quer dizer?

— Eu vou ser cantor, Lay... É um futuro incerto, minha fãs te odiariam e...

— Você não quer ficar comigo porque quer fazer sucesso solteiro? – murmurei magoada.

— Não! Tudo o que eu mais quero é ficar com você. – ele fez um gesto exagerado com a mão – Mas não posso te obrigar a aguentar tudo isso.

Eu ri.

— Cal, você nem fez sucesso ainda. – tentei argumentar.

— Mas nós vamos! – ele falou tão veementemente que acreditei.

— Não importa! Você falou que casaria comigo ainda hoje e agora não quer...

— Você estaria disposta a aguentar a fama, o ódio e tudo mais? – ele perguntou nervoso.

— É claro, Cal. – afirmei – Só me prometa que vai fazer uma faculdade caso a banda não faça sucesso ainda.

— Essa é uma decisão séria, Lay. Você tem certeza?

Sorri e focando em seus olhos disse:

— Eu te amo, Cal! É claro que eu tenho.

Ele arregalou os olhos e eu corei nervosa.

Suas mãos foram parar na minha cintura, mas ele não colou nossos corpos.

— Eu te amo, Layse O'Brien. – falou alto demais – Você quer casar comigo?

— Espera. O que é isso? – Ashton, que estava prendendo o corpo de Naomi na parede da sala, saiu do seu transe e olhou pra gente.

— E eu falei alto demais... – Calum sussurrou como se pudesse disfarçar.

Mesmo com meu coração acelerado, olhei confusa para Naomi grudada na parede e pelo o olhar ela disse "Depois te conto!".

Luke no sofá piscou para mim feliz – não tanto assim – por eu e Cal termos nos conciliado. Já Mike encarava tudo confuso e Lydia olhava de um lado a outro claramente deslocada.

Os pais do Cal estavam boquiabertos e eu completamente corada não sabia o que fazer.

— O que você está propondo para minha irmãzinha? – Ash soltou seu braço da parede, liberando Naomi dali, e veio em nossa direção.

— Assim... Eu... É que... – Calum se encolheu com medo e meu coração se aqueceu com a demonstração de carinho do meu irmão – Ok. Eu quero saber se você me concede a mão dela em casamento.

Ashton se colocou a nossa frente e pareceu mil vezes maior que o normal.

— O que você tem a oferecer para ela? – ele cutucou o braço de Cal e só aí notei que não era brincadeira.

— Amor. – Calum colocou a mão no bolso.

— Ninguém vive só de amor. – Ash murmurou.

A sala estava em completo silêncio.

— Antes de casarmos eu prometo trabalhar e ter dinheiro suficiente para sustentar sua irmã de maneira confortável. – Cal disse em uma voz robótica, então olhou para mim e disse em uma voz suave – Eu a amo.

Ashton olhou para mim como se perguntasse se eu sentia o mesmo.

— Eu também o amo, Ash. – sussurrei.

Calum abriu um sorriso amável.

— O que você acha, Luke? – meu irmão virou para meu melhor amigo no sofá.

Luke se levantou e veio até nós.

Fiquei surpresa notando o claro respeito que meu irmão tinha para Luke, afinal, meu melhor amigo me conhece melhor do que ele.

Percebi Cal ficar tenso.

— Calum disse que vai esperar para casar com ela e bom, alguém precisa avisar que eles só tem 15 e 16 anos, mas se os dois se amam e querem ser os únicos noivos do colégio, eu apoio.

O Hood ao meu lado olhou de Luke para mim surpreso.

— Obrigada, Lulu... – usei o apelido que meu melhor amigo sempre odiou.

— É, cara, valeu. – Calum disse sorrindo.

— Bom... – Ash chamou atenção para si – Tudo bem, eu deixo.

Revirei os olhos por Ashton achar que mandava em mim, mas fiquei eufórica.

Calum Hood gosta tanto de mim que me pediu em casamento!

Qual as chances de um amor adolescente ser recíproco a esse ponto?

— O que está acontecendo? – Lucy saiu da cozinha com o Sr. Wilson ao seu lado e a neta dele em seus braços.

— Meu filho acabou de pedir uma menina em casamento. – o pai do Calum falou pela primeira vez.

A Sra. Joy, mãe do Cal, estava chorando emocionada encostada no ombro do marido, ambos em um dos sofás da sala.

— CAYSE É REAL, LUCY! – Mike gritou de repente assustando a todos.

Naomi continuava colada a parede de olhos arregalados.

Lucy demorou um pouco para entender e sua felicidade foi visível.

— Eu sempre soube que vocês se amavam! – a senhora afirmou animada.

De repente Mali-Koa entra no apartamento desligando o celular.

"Quando ela saiu?", me perguntei.

— O que eu perdi? – ela disse olhando para todos nós.

Calum entrelaçou nossas mãos e calmamente disse:

— Eu noivei...

— O QUÊ? – Mali se assustou e então, começou a ri – Espera. É sério?

— Não. A Lay ainda não aceitou. – minha melhor amiga finalmente saiu do lugar falando.

— Ahn... – encarei o chão tímida – Eu aceito.

Calum sorri me puxando pela nuca e cola nossos lábios brevemente.

Apesar de toda a confusão emocional que passei, sei que fiz o certo, o que meu coração pediu.

— VIVA OS NOIVOS! – Lydia gritou e todos olhamos para ela – Ahn, ok, eu devia ter ficado na minha.

— Não. – Michael pegou na costa dela – Você fez bem. VIVA CAYSE!

Todos nos abraçaram como se realmente aquilo fosse um noivado sério.

Por fim, quando Calum me abraçou, sussurrou próximo ao meu ouvido:

— Eu disse que 2012 seria o ano das novidades.

Eu assenti. Não fazia uma hora que o novo ano tinha começado e eu estava noiva!

— E você não prometeu que faria faculdade caso a banda não começasse a fazer sucesso logo. – observei.

Ele nos afastou levemente.

— Não casamos ainda e você já pega no meu pé... – brincou – Confie em mim, esse ano vai ser maravilhoso para 5sos.

— Você não acha que fomos apressados demais? Nós nem namoramos, Cal!

— Nunca fomos normais, Lay. – ele disse antes de me puxar para um beijo apaixonado.

— Ok, já deu... – Ashton falou assim que colei meus lábios nos do meu noivo – Os beijos serão assim até vocês fazerem quinze anos de casados. Ok? Nada de línguas e mãos bobas!

— O quê? – Calum olhou para meu irmão assustado.

Eu ri e puxei Ashton para um abraço.

— Obrigada por estar aqui.

— Obrigado você. – ele sussurrou – Minha irmã.

— Acho que agora somos todos uma família. – Luke falou e estendeu a mão para Lucy, em pé ao seu lado.

Logo todos deram as mãos sorrindo e por fim eu estendi a minha para Lydia.

Ela sorriu sem graça e Naomi me fuzilou pelo olhar com ciúmes.

— Acho que devemos agradecer a Deus pelo ano que passou e pedir que esse seja ainda melhor. – o Sr. David Hood, pai do meu noivo disse se levantando entre sua esposa e Calum.

— Apesar, das perdas... Tivemos muitas conquistas e hoje todo desentendimento entre nós acabou – olhei para Michael que a contragosto segurava a mão de Naomi – Somos uma família de vários sobrenomes e características, mas acima disso nos amamos e juntos vamos até o fim.

— Sempre. – Calum concordou.

— Sempre. – todos repetiram.

[...]


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