I'm boarding up the windows

Locking up my heart (...)

Every time he smiles

I let him in again

Rose Weasley 

Scorpius Malfoy.  O garoto problema. Todos sabiam que se apaixonar por ele era furada. Que ele ficava com as garotas por uma noite apenas, depois as largava, que tinha fama de pegador e que ele iria trair você na primeira oportunidade. Se é que você realmente estava num relacionamento com ele, já que normalmente ele não se submete a esse tipo de compromisso. 

E Scorpius Malfoy normalmente tem tudo o que quer. 

E ele colocou na cabeça que me quer. 

Estaria tudo bem, se... Eu não tivesse colocado na cabeça que o queria também.

❤️

Scorpius tinha ficado um bom tempo me convidando para sair, até que eu finalmente aceitei. Eu já não conseguia aguentar aquela carinha de cachorrinho pidão dele ao meu lado. Não que eu já estivesse de saco cheio, mas sim porque, apesar de ele ser um canalha, eu estava apaixonada por ele. Pois é, merdas acontecem. 

Eu fui junto com ele num passeio de Hogsmeade. 

E ele foi surpreendentemente legal. Ele foi educado, engraçado, e às vezes até fofo... Até que eu fui comprar mais uma caixa de sapos de chocolate na loja do meu tio George. E, por causa dessa caixa de sapos de chocolate... Todo o pesadelo que estava escondido atrás daquele sonho apareceu. 

❤️ 

Scorpius Malfoy

Eu realmente estava apaixonado por Rose. Ela era linda, engraçada e incrivelmente fofa. As bochechas dela ficavam coradas a cada vez que eu segurava a mão dela por cima da mesa, e ela tentava disfarçar dando um gole rápido no cappuccino. Mas ela não conseguia disfarçar.  

Estava tudo indo bem até que ela foi comprar uma caixa de sapos de chocolate.

E me fez perceber que no tempo que alguém vai comprar uma caixa de sapos de chocolate na Gemialidades Weasley, um desastre pode acontecer. 

E dessa vez o desastre era a Parkinson. 

— Oi, Scorp... - ela chega e já senta no meu colo. Meu pai tinha dito que a mãe dela, Pansy, tinha sido muito desagradável na época da escola,  tentando que ele ficasse com ela... Será que ela também chega ao ponto de sentar no colo de meu pai, como a filha fazia? 

— Er... Parkinson? Eu não... 

— Shh... - ela diz, colocando o dedo indicador em meus lábios. - Eu sei que você quer. Você sempre quer. 

Ela se inclina para me beijar, quando vejo Rose parada na porta do restaurante com uma sacola da Gemialidades Weasley na mão. 

Ah, merda... 

Empurrei a Parkinson para o lado. Eu ao menos sabia o nome dela, apenas sabia que ela era a Parkinson porque sabia que ela era a filha da vadia que se esfregava no meu pai. 

Ela não caiu no chão, ela apenas ficou um pouco desequilibrada. Saí correndo do lugar, enquanto todos olhavam para mim. Estava nevando lá fora, por isso estava difícil de ver com todos aqueles flocos de neve caindo em frente aos meus olhos. 

Mas era impossível não reconhecer aqueles cachos vermelhos tão chamativos e intensos de Rose. 

— Rose, Rose! - ela não vira a cabeça. Ela já sabe que sou eu. - Eu... Me perdoa... Por favor. 

E dessa vez ela se vira. 

— Scorpius, você é o maior galinha da escola! Você já ficou com todas as garotas, entende isso? E quando por um momento eu acho que você pode sentir alguma coisa, você... Eu... Eu vejo... Você com aquela vadia! É justo com ela? - Rose olha para baixo. Não consigo deixar de notar como ela fica linda com aquela touca dourada e os cachos vermelhos caindo, roçando no pescoço, enquanto pequenos floquinhos de neve ficam grudados neles. - Por que você não pode sentir algo? Seria tão bom se você sentisse... Eu... Eu... 

Ela ia continuar a falar, mas eu não consegui aguentar. Os lábios rosados dela estavam com uma tonalidade azulada, e tremiam levemente por causa da temperatura baixa; ela gaguejava e eu sabia que ela queria falar alguma coisa, eu sabia que era o que eu também queria falar.

Quer dizer, eu não sabia. Eu apenas desejava. Com todas as minhas forças. 

E, por desejar isso com todas as minhas forças, eu a beijei.

Eu estava beijando Rose Weasley. 

❤️

E ele me beijou. 

Espere, Scorpius Malfoy estava me beijando. 

Eu estava beijando Scorpius Malfoy. 

Mas eu percebi que eu tinha que me valorizar um pouco. Por Merlin, onde estava o meu amor próprio?! Cavando um buraco na neve e se enfiando lá dentro?! 

— Scorpius... Eu... Eu realmente... Eu realmente quero isso, mas.. Olha para a sua fama. Todos sabem que você fica com todas as garotas, e... Mesmo que você esteja em um relacionamento, você trai... 

E, depois disso tudo... Ele ri.

Eu encaro o rosto dele e faço isso até ele parar de dar risada. Se fosse numa situação normal, eu teria começado a sorrir apenas ao ouvir a risada dele, mas eu estava irritada demais pra isso. 

— Rose Granger-Weasley... - ele chega mais perto de mim do que eu achei que fosse humanamente possível. Eu fico olhando para a neve debaixo dos meus pés, e ele segura meu queixo e o levanta, forçando-me a olhar para ele. - Olhe para mim. - eu olho. - Você não é qualquer garota. Você não é qualquer relacionamento... 

Olho para ele surpresa. 

— Não? 

Ele ergue as sobrancelhas.

— Céus, não, Rose! - ele para de falar por alguns segundos. - Você... Você é decidida. Inteligente. Determinada. Não boba e fútil igual às outras. Você acha mesmo que eu conseguiria ter uma conversa como a que tivemos hoje com alguma delas? Qualquer uma? - eu o olho com dúvida e ele nega com a cabeça. - Você é diferente. Excepcional. Engraçada. - ele acaricia meu rosto com um dos dedos e sorri. - Você é a única rosa que eu conheço que nenhuma das pétalas caiu. E que nem nunca cairá. 

— Nem quando eu estiver com cabelos brancos e com rugas? - ergo uma sobrancelha e ele sorri.

— Rose, Rose... Eu contarei cada uma de suas rugas e cada fio branco presente nessa cabecinha aqui... - ele fala, enquanto tira meu gorro e beija a raiz do meu cabelo. - Eu te amo pelo que você tem aqui dentro, e não pelo que você tem aqui fora. Não estou dizendo que você não é bonita por fora, obviamente. Você é perfeita. Por dentro e por fora. 

Ele abaixa (tentando acabar com a diferença de uns dez centímetros ente nossos lábios) e finalmente me beija. 

E dessa vez eu dou passagem para os lábios dele. Eu envolvo o pescoço dele com meus braços enovlvidos pelas mangas do moletom cinza. 

— Eu te amo também, Scorpius Malfoy. - eu sussurro. Sei que ele ouviu, porque nossos corpos estão tão perto um do outro que provavelmente éramos capaz de ouvir os pensamentos um dos outros, se quiséssemos. E também porque senti os lábios dele formarem um pequeno sorriso. 

Ah, Scorpius Malfoy... Se você soubesse que quando você chega perto de mim já é um furacão... Imagine quando você me beija desse jeito...